Constâncio Viana encontrou o caso do voo 375 após sofrer um acidente pessoal, enquanto sobrevoava a África, e adquiriu fobia a avião.
Em entrevista ao Metrópoles, durante a première do filme no 25º Festival do Rio, Constâncio disse que o pânico de voar e o interesse por situações extremas no ar surgiram quando ele mesmo passou por uma situação de quase morte. Em 2011, ainda enquanto correspondente da Record TV, um voo que sobrevoava Moçambique, na África, precisou fazer manobras arriscadas para aterrissar.
“Esse projeto não foi uma terapia para mim. Eu continuo com pânico, eu não entro em avião”, ressalta o jornalista, que enfrentou 18 horas em um ônibus executivo, de Brasília ao Rio de Janeiro, para participar do lançamento. “Foi horrível, minha esposa e filhos vieram de avião, mas estou feliz de ter chegado aqui. O engraçado é que as pessoas acham que eu decidi fazer esse filme porque eu amo avião, mas é exatamente o contrário, eu detesto.”
O pesquisador Constâncio Viana ao lado de um dos passageiros do voo 375 |
O plano de fazer o documentário não deu certo, e após quatro anos de tentativas, Constâncio pediu ajuda à Joana Henning, produtora que teve a ideia de transformar a pesquisa do brasiliense em um longa-metragem. “Ela fez tudo isso acontecer”, celebra.
A ligação do voo 375 com o 11 de Setembro
O sequestro do avião da Vasp por um civil armado, em 25 de setembro de 1988, e que terminou com o assassinato do copiloto no ar, pode ter servido de material de estudo para os membros da Al-Qaeda, responsáveis pelo ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, nos EUA. Isso porque, após a morte de Osama bin Laden, líder do grupo terrorista, teriam sido encontradas em sua casa reportagens sobre o caso brasileiro. “É possível que ele tenha tentado entender o que deu errado para o sequestrador aqui no Brasil”, ressalta o diretor do filme Marcus Baldini.
Também chamou a atenção do pesquisador Contâncio Viana que o voo 375 não tenha refletido imediatamente em avanços nos procedimentos de segurança da aviação comercial. “Eram detectores de metais que não funcionavam, cabines dos aviões que não eram à prova de balas…Tudo isso só veio depois do 11 de Setembro. Só que o Voo 375 aconteceu 13 anos antes. Podiam ter levado em consideração, mas não levaram. Na verdade, se tivessem levado a sério o que aconteceu no Brasil, não teria acontecido o 11 de Setembro”, acredita o jornalista.
Via Raquel Martins Ribeiro (Metrópoles)
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