
Ontem, o comando militar informou que mais um corpo foi avistado e recolhido pela Corveta Caboclo - dessa forma, já foram resgatadas 50 das 228 pessoas a bordo.
Ontem, a Fragata Bosísio chegou às proximidades de Fernando de Noronha com os seis corpos anteriormente encontrados pelo navio-anfíbio francês Mistral.
Peritos ouvidos pela reportagem dizem que praticamente 95% dos cadáveres até agora apresentavam fraturas no terço medial das pernas, nos braços e na região do quadril - semelhantes aos verificados em pessoas que caem de grande altura.
Na avaliação de legistas, esse é um indício de que alguns passageiros estariam sentados em suas poltronas no momento da queda. Outro sinal é a baixa incidência de traumatismo craniano.
Se o avião tivesse caído de bico, dizem peritos, era de se supor que as vítimas apresentassem ferimentos mais severos na cabeça - sobretudo as que estavam sem o cinto.
Também foram detectadas petéquias (lesão de cor avermelhada) nas mucosas de grande parte dos cadáveres. Embora estejam associadas à morte por asfixia, elas podem surgir em outras situações, como politraumatismo.
“Sabemos que houve despressurização da cabine, conforme indicou uma das mensagens enviadas pelo avião. Mas ainda é cedo para afirmar que as vítimas morreram por causa disso”, disse um legista.
A quantidade de roupas nos cadáveres – um importante indicativo da dinâmica do acidente – tem variado. Alguns chegaram com trajes completos e outros com pouca roupa.
Entre os primeiros 16 corpos retirados do mar, grande parte estava despida ou com roupas mínimas – mas os legistas descobriram que a maior parte das vítimas entregues ao IML do Recife dessa forma havia sido resgatada pela fragata francesa Ventose, que pode não ter seguido o protocolo brasileiro.
Apesar de as pistas indicarem que parte do avião pode ter chegado íntegro ao mar, a hipótese de que o jato se despedaçou no ar continua sendo investigada por legistas do IML e peritos da Aeronáutica. Os trabalhos em Recife estão sendo acompanhados de perto por duas equipes de peritos franceses.
A conclusão do processo de identificação das vítimas não tem prazo para ser concluído. O grau de dificuldade varia conforme o estado do cadáver.
Fonte: Agência Estado via Diário do Norte do Paraná
Nenhum comentário:
Postar um comentário