sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sondas partem em busca de água e local de pouso na Lua

Visão artística das sondas lunares, logo após o lançamento. A LRO está na parte superior, tendo se separado da LCROSS e do foguete Centauro cerca de 3 horas após o lançamento

A NASA lançou no final da tarde desta quinta-feira um foguete Atlas levando a bordo as sondas espaciais LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) e LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite).

Sozinha, a LRO coletará mais informações da Lua do que todas as missões Apollo juntas. As duas sondas representarão a maior pesquisa da Lua feita desde o fim dos voos tripulados e o passo final necessário para o retorno do homem à Lua, planejado para o início da próxima década.

Encontrando locais de pouso

A LRO chegará na Lua na terça-feira, às 6h43, no horário de Brasília. A sonda entrará em uma órbita elíptica (30 km x 216 km) para ativação e checagem dos instrumentos. Seis dias depois, ela entrará em uma órbita circular polar de baixa altitude (50 km) para começar sua missão, com a primeira etapa prioritária prevista para durar 12 meses. Na sequência, ela continuará coletando dados científicos por mais três anos.

Os sete instrumentos científicos da LRO fornecerão dados essenciais para o retorno do homem à Lua, incluindo o primeiro mapeamento tridimensional do relevo lunar, com a indicação dos pontos de pouso mais seguros e mais promissores para novas pesquisas científicas. A localização de recursos minerais, inclusive água, que poderão ser úteis às futuras missões e o mapeamento da radiação ambiental também estão os objetivos prioritários da missão.

Existe mesmo água congelada na Lua?

Já a missão principal da LCROSS será responder a uma pergunta essencial: existirá de fato água congelada em algum lugar na Lua? Para tentar encontrar uma resposta, o último estágio do foguete Atlas, chamado Centauro, será usado como um projétil que deverá alvejar uma cratera no lado escuro da Lua.

O choque deverá acontecer no dia 9 de Outubro.

A LCROSS é formada pelo conjunto Centauro e a sonda propriamente dita, chamada Shepherding (pastor). As duas irão se separar 9h40 antes do impacto, em uma manobra que também dirigirá os instrumentos da sonda na direção do choque.

Duas crateras artificiais na Lua

A própria Shepherding se chocará com a Lua, cerca de quatro minutos depois do Centauro. Com isto, seus instrumentos poderão analisar o choque com grande proximidade. São dois espectrômetros na faixa do infravermelho próximo, um espectrômetro na faixa visível e ultravioleta, duas câmeras de infravermelho médio, duas câmeras de infravermelho próximo, uma câmera visível e um fotômetro de alta velocidade na faixa da luz visível.

Com seus 12 metros de comprimento por três de diâmetro e 2.249 quilogramas, o Centauro se chocará com o solo lunar a 9.000 km/h, num ângulo de inclinação entre 60 e 70 graus. Calcula-se que a cratera resultante medirá 4 metros de largura por 20 metros de comprimento e 2 metros de profundidade, levantando 350 toneladas de poeira e rochas que poderão atingir uma altitude de 50 km.

Depois de capturar todas as informações do primeiro impacto e transmiti-las para a Terra, a Shepherding, com seus 2.305 quilogramas, fará a sua própria cratera, levantando um pouco menos de poeira, alguma coisa próxima a 150 toneladas.

Com a análise à distância dessas nuvens de poeira, os cientistas esperam obter mais informações do que as disponibilizadas pelos 382 quilogramas de rochas lunares trazidas pela missão Apollo.

Fonte: Site Inovação Tecnológica - Imagem: NASA

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