A companhia de aviação Martinair pede uma indenização de 125 milhões de euros à Aeroportos de Portugal, alegando que esta empresa "não forneceu dados meteorológicos à tripulação" do avião acidentado em Faro em 1992, afirmou hoje o advogado da transportadora.
O acidente aéreo "podia ter sido evitado, se a Aeroportos de Portugal (ANA) tivesse fornecido indicações correctas à tripulação", explicou à Agência Lusa o advogado que representa a Martinair, Manuel Magalhães e Silva, no intervalo da audiência que hoje teve início no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, dezasseis anos depois do acidente.
Manuel Magalhães e Silva adiantou que os dados meteorológicos entregues anteriormente aos pilotos "não correspondiam aos ventos da pista onde o avião ia aterrar [pista 11]", mas sim "da pista 29, que excediam largamente a capacidade operacional do avião".
Durante a parte da manhã, a Martinair chamou a primeira de sete testemunhas, John Mccarthy, um cientista norte-americano ligado aos fenómenos meteorológicos e investigador do acidente que ocorreu em Faro.
O cientista afirmou que, de acordo com os fenómenos meteorológicos verificados a 21 de Dezembro de 1992, data do desastre e àquela hora (08:33), a tripulação "não podia evitar o acidente, sem dados correctos", fornecidos pelos controladores de voo, explicando os valores de chuva, ventos, trovoadas, velocidades e outros fenómenos climatéricos registados.
O especialista explicou ao tribunal que "o fenómono meteorológico verificado 'Microburst" - grande turbulência com ventos descendentes muito fortes' não foi transmitido à tripulação", conforme os registos das caixas negras, a que o cientista afirmou que teve acesso.
O estudioso norte-americano afirmou ainda que "o 'Microburst' já foi responsável por vários acidentes aéreos em todo o mundo".
A Lusa falou com o advogado da ANA, José Alves Pereira, e o das seguradoras, José Drago, tendo ambos recusado fornecer "qualquer informação" sobre o desenrolar desta acção judicial e alegando que "não podem falar sobre este assunto".
O processo cujo julgamento teve hoje início opõe a Martinair e as seguradoras da empresa contra a Aeroportos de Portugal e respectivas seguradoras, sendo julgado por um colectivo de três juízes, presidido pela juíza Guida Jorge.
O voo MP 495 da Martinair teve origem no Aeroporto de Amsterdão, no dia 21 de Dezembro de 1992, tendo levantado às 05:35 com destino ao Aeroporto de Faro, tendo o acidente ocorrido às 08:33, quando aterrava.
O aparelho DC 10 transportava 340 pessoas, 13 das quais tripulantes, tendo morrido no acidente em Faro 54 pessoas e causado mais de duas centenas de feridos.
O julgamento deste processo, que já conta com mais de 65 volumes, prossegue durante toda esta semana.
Fonte: Agência Lusa (Portugal)
O acidente aéreo "podia ter sido evitado, se a Aeroportos de Portugal (ANA) tivesse fornecido indicações correctas à tripulação", explicou à Agência Lusa o advogado que representa a Martinair, Manuel Magalhães e Silva, no intervalo da audiência que hoje teve início no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, dezasseis anos depois do acidente.
Manuel Magalhães e Silva adiantou que os dados meteorológicos entregues anteriormente aos pilotos "não correspondiam aos ventos da pista onde o avião ia aterrar [pista 11]", mas sim "da pista 29, que excediam largamente a capacidade operacional do avião".
Durante a parte da manhã, a Martinair chamou a primeira de sete testemunhas, John Mccarthy, um cientista norte-americano ligado aos fenómenos meteorológicos e investigador do acidente que ocorreu em Faro.
O cientista afirmou que, de acordo com os fenómenos meteorológicos verificados a 21 de Dezembro de 1992, data do desastre e àquela hora (08:33), a tripulação "não podia evitar o acidente, sem dados correctos", fornecidos pelos controladores de voo, explicando os valores de chuva, ventos, trovoadas, velocidades e outros fenómenos climatéricos registados.
O especialista explicou ao tribunal que "o fenómono meteorológico verificado 'Microburst" - grande turbulência com ventos descendentes muito fortes' não foi transmitido à tripulação", conforme os registos das caixas negras, a que o cientista afirmou que teve acesso.
O estudioso norte-americano afirmou ainda que "o 'Microburst' já foi responsável por vários acidentes aéreos em todo o mundo".
A Lusa falou com o advogado da ANA, José Alves Pereira, e o das seguradoras, José Drago, tendo ambos recusado fornecer "qualquer informação" sobre o desenrolar desta acção judicial e alegando que "não podem falar sobre este assunto".
O processo cujo julgamento teve hoje início opõe a Martinair e as seguradoras da empresa contra a Aeroportos de Portugal e respectivas seguradoras, sendo julgado por um colectivo de três juízes, presidido pela juíza Guida Jorge.
O voo MP 495 da Martinair teve origem no Aeroporto de Amsterdão, no dia 21 de Dezembro de 1992, tendo levantado às 05:35 com destino ao Aeroporto de Faro, tendo o acidente ocorrido às 08:33, quando aterrava.
O aparelho DC 10 transportava 340 pessoas, 13 das quais tripulantes, tendo morrido no acidente em Faro 54 pessoas e causado mais de duas centenas de feridos.
O julgamento deste processo, que já conta com mais de 65 volumes, prossegue durante toda esta semana.
Fonte: Agência Lusa (Portugal)
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