terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Um mês após queda de LearJet, terreno é ponto de peregrinação

Destroços descobertos atraem curiosos e ainda alteram a rotina de moradores do bairro.
Seguradora mantém dois homens no local para evitar invasões e proteger ruínas das casas.


Destroços um mês após a queda do avião. Vizinhos reclamam do mau cheiro.

(Foto: Daniel Santini/G1)

Um mês após a queda de um jato LearJet sobre residências na Rua Bernardino de Sena, na Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, os destroços do acidente ainda estão expostos e atraem curiosos. A proteção de tapumes armada ao redor do terreno pela Defesa Civil não cobre toda área atingida no acidente e muita gente ainda desvia a rota para passar em frente e olhar os escombros. Oito pessoas morreram no desastre, incluindo os dois tripulantes da aeronave.

Veja como estão os escombros um mês após a tragédia

De acordo com moradores da região, no último mês os destroços atraíram muita gente, incluindo amigos e parentes dos mortos na tragédia. Alguns, além de observar pedaços de móveis, sapatos, a roda de uma bicicleta e diversos pedaços de destruição, também levam flores e incenso para o local. A peregrinação, que inclui rezas e homenagens diversas, incomoda os vizinhos mais próximos.

"A gente sempre tira as flores que colocam. É muito estranho ficar vendo flores onde eles moravam. A Ana era minha melhor amiga", diz Daniele Telini, de 21 anos, moradora da casa da frente, referindo-se a uma das vítimas da tragédia. Os vizinhos também reclamam da sujeira, do mau cheiro do local e da presença de ratos e moscas.

"Eu não gosto de desgraça, evito até olhar, mas ainda tem gente que até hoje vem só para ver. Agora está mais tranqüilo, diminuiu a curiosidade", conta o alfaiate Jacomo Macharelli, conhecido no bairro como senhor Jacó.

Investigações

As investigações sobre o que causou a queda da aeronave continuam. Nem o Centro Nacional de Investigação de Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica, nem a Polícia Civil concluíram os inquéritos para apurar o que provocou a queda e de quem é a responsabilidade por possíveis erros.

A empresa dona da aeronave, Reali Táxi Aéreo, acionou sua seguradora, a Unibanco AIG. Além de instalar as famílias desalojadas pela tragédia em um hotel, a seguradora também contratou seguranças para cuidar do terreno.

Quatro casas foram afetadas pela queda do avião. Uma ficou totalmente destruída. As outras três também estão bastante comprometidas e foram interditadas pela Defesa Civil. Após retirarem objetos pessoais, os sobreviventes foram proibidos de voltar ao local da tragédia. Os seguranças particulares monitoram e evitam que qualquer um tente invadir os imóveis.

Fonte: G1

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