segunda-feira, 14 de junho de 2010

Rede Wi-Fi dos aviões precisa ser segura

Companhias aéreas estão capacitando seus voos com conexões Wi-Fi.

Assim permitem que os passageiros acessem a internet e chequem e-mails, baixem apresentações ou enviem mensagens instantâneas para colegas a mais de 9 mil quilômetros de altura.

Organizações de TI precisam garantir que as pessoas lidem com essa conectividade como se estivessem usando um hotspot, compreendam o desempenho possível e evitem ameaças à segurança.

Considerações básicas

Embora a conexão Wi-Fi a bordo para passageiros se conecte à infraestrutura wireless usando ponto de acesso de 802.11b/g (chegando a 54 Mbps), o desempenho real não ultrapassa os 250 Kbps.

Algumas linhas aéreas não limitam o consumo de largura de banda, por isso o número total de passageiros tentando usar o serviço, ou uma pessoa tentando fazer streaming de vídeo durante o vôo, reduzirá a velocidade do tempo de operação para todos que se conectarem ao serviço.

Recomendações

Como a conexão wireless no avião funciona com transmissão de dados não criptografados, os passageiros devem utilizar uma conexão de rede privada virtual (VPN) para evitar o compartilhamento de informações. Passageiros que frequentemente se conectam fora do firewall corporativo devem usar autenticação de dois fatores (duas formas de identificação: uma normalmente é uma chave física, a outra costuma ser um código de segurança).

Passageiros precisam configurar suas contas antes de voarem, para proteger dados privados quando estiverem usando o serviço a bordo. Filtros de privacidade também são úteis para restringir o alcance de olhos curiosos.

Passageiros que tomam as devidas precauções podem usar a conectividade Wi-Fi em vôos para se conectar à internet ou à origem corporativa.

ANÁLISE

Executivos sempre procuram maneiras de aproveitar melhor as horas do dia. Apesar de a tecnologia não alterar a duração dos dias, a expansão do acesso Wi-Fi em vôos está permitindo horas de produtividade que antes eram “perdidas”.

A conectividade Wi-Fi em aviões não é novidade; companhias como a Lufthansa oferecem este serviço há mais de três anos e, após uma breve interrupção, voltou a disponibilizar a conectividade Wi-Fi para vôos transatlânticos. Parece estar surgindo uma moda nos EUA, onde as empresas vem anunciando o serviço para vôos domésticos, como fazem a AirTran e a American Airlines. Embora o wireless a bordo permita que as pessoas verifiquem e-mails, usem serviços de mensagens instantâneas ou baixem apresentações, organizações de TI precisam garantir que os passageiros:

- Usem essa conectividade como se ela funcionasse como um hot spot.

- Se preparem para usar o serviço antes de entrarem no avião.

- Tenham expectativas de desempenho realistas.

- Tenham cuidado e evitem riscos de segurança.

O primeiro passo das melhores práticas de conectividade é a preparação. Se os passageiros sabem que vão tentar se conectar durante o vôo, devem assegurar que seus computadores tenham todas as atualizações de segurança instaladas, incluindo firewall pessoal, antivírus, anti-spyware e aplicações para usuário final, assim como correções de falhas do sistema operacional. Uma vez que o PC está preparado, é necessário verificar com a companhia aérea quais serviços terceirizados estão disponíveis. Além disso, crie as possíveis contas necessárias para se conectar antes de subir no avião, já que dessa forma estará mais protegido do que se digitar informações pessoais como número de cartão de crédito ao lado de pessoas desconhecidas.

Quando sua conta estiver aberta, considere comprar um ou mais passes de usuário único ou créditos, porque múltiplos créditos podem ser necessários em vôos muito longos. Os preços iniciais de acesso durante um vôo variam de 4 a 10 dólares, dependendo da duração do vôo e das opções para um passe de 24 horas, e os acessos mensais ou de múltiplos créditos custam a partir de 30 dólares. Opções para acesso em dias específicos devem ser evitadas porque cancelamentos de vôos, mudanças de horário ou atrasos podem impedir o uso de serviço. Atualmente, essa nova conectividade é independente dos planos de acesso remoto ou hot spots disponíveis.

Expectativas realistas

Sua experiência dependerá de alguns fatores. Primeiro, mesmo que os passageiros se conectem ao Wi-Fi por um cano de dados de 54 Mbps, a velocidade da conexão será de até 250 Mbps. Isso acontece em parte devido à conexão 3G lenta que é usada para conectar o avião à banda larga terrestre. Além disso, a conexão do ar para a terra é compartilhada por todos os passageiros. Embora os algoritmos de comunicação garantam que todos os que quiserem se conectar o conseguirão e os algoritmos de compressão eliminarão as redundâncias de dados, na realidade, mais gente tentando usar a conexão implica menos conexão disponível. Se os passageiros entenderem antes de subir a bordo o desempenho de conexão possível durante o vôo, podem planejar o que efetivamente farão durante o vôo e não se sentirão frustrados com trabalhos incompletos. Tecnologias mais robustas permitirão melhores aplicações de comunicações e é possível que elas não demorem muito para chegar ao mercado. Passageiros não tendem a ter problemas durante os vôos, mas aqueles ávidos por checar caixas de entrada de correio eletrônico transbordantes devem configurar suas contas para baixar apenas os títulos das mensagens até que saibam a real capacidade da conexão.

Seja cauteloso e evite riscos de segurança

Por regra, passageiros que se conectam foram do firewall corporativo precisam ser cautelosos. Em um espaço físico restrito, estar seguro exige mais do que um assento isolado. Os laptops dos passageiros devem possuir um firewaal pessoal que suporte políticas específicas de conexão.

No pior cenário, as credenciais de acesso remoto de VPN podem ser espionadas ou armazenadas por um curioso usando outro laptop. Oportunidades de violação de confidencialidade de fato existem em hotspots e cyber cafés, e são potencializadas pelo espaço restrito e pela audiência entediada em um avião. Se os passageiros são constantemente trabalhando fora do ambiente corporativo, as organizações de TI devem considerar a implementação de uma autenticação de dois fatores. Se o processo de autenticação VPN é complexo para um observador de fora, as chances de um login válido ser reconhecido ou duplicado são menores.

Apesar de o serviço Wi-.Fi ser capaz de criptografar as informações de cartões de crédito depois elas forem inseridas, um avião não é um ambiente privado e os dados que você digitar podem ser vistos por desconhecidos. Antes de subir a bordo é o melhor momento para comprar um filtro de privacidade para a tela do seu laptop.

Conclusão

Poder se conectar à internet durante um voo pode ser muito útil, desde que os passageiros estejam preparados e cientes das limitações de conectividade. Uma tendência entre pessoas que costumam usar esse serviço é a preocupação com a bateria dos computadores. Conforme notamos os reais benefícios de produtividade deste serviço, ressaltamos que recarregar a bateria adequadamente é fundamental antes de partir.

Fonte: Tim Zimmerman (Gartner) via INFO Online - Foto: Getty Images

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