Interessados em participar de edital têm até 10 de junho para fazer proposta

O governo de Minas Gerais já abriu processo de licitação para passar a administração do Aeroporto Regional da Zona da Mata, conhecido como aeroporto de Goianá, a 35 quilômetros de Juiz de Fora, para a iniciativa privada.
A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) lançou no mês passado edital de concorrência para as empresas especializadas em logística de transportes. O valor estimado do contrato é de R$ 6,5 milhões por ano e prevê a contratação de prestação de serviço de administração, operação, manutenção e apoio à exploração comercial e industrial do aeroporto. As empresas têm até 10 de junho para fazer a proposta.

O governador Antonio Anastasia revelou ontem que há empresas de logística interessadas, inclusive mineiras. Anastasia explicou que, primeiramente, pensou-se em concessão para o aeroporto, cujo período de administração é de 25 anos, mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não permitiu, alegando que é contrária a esse modelo de exploração, mesmo o terminal sendo uma obra realizada pelo governo de Minas.
"Procuramos uma alternativa e optamos por cessão, que tem contrato mais curto, de cinco anos". Segundo ele, há intervenções a serem feitas antes de concretizar o processo, como remanejamento de morros nos arredores da pista e melhorias nas vias de acesso à BR-040, que serão responsabilidade do Estado.
Investimentos

O aeroporto de Goianá começou a ser construído em 2001, na gestão do então governador Itamar Franco, e foi concluído em 2006, já no governo Aécio Neves. Foram investidos R$ 74 milhões no local (R$ 64 milhões do governo do Estado e R$ 10 milhões do governo federal). Em 2008, foram gastos mais R$ 2,5 milhões para se fazer a correção de erosão e outros danos provocados por um vendaval e concluir as obras de infraestrutura de telecomunicações e iluminação do pátio de aeronaves do terminal. O aeroporto de Goianá está em fase de homologação pela Anac. Segundo a agência, no momento, ele só pode operar voos diurnos de pequenas aeronaves.
O órgão regulador aguarda autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica, para que o aeroporto seja homologado para operar voos comerciais noturnos, de passageiros e cargas de qualquer porte. Até o fim de abril, o aeroporto deverá passar por uma nova inspeção.

A terceirização do aeroporto é a forma encontrada pelo governo de Minas para transformá-lo em importante centro de logística da região. Hoje, a Infraero é quem administra o aeroporto, que opera com alto índice de ociosidade.
Correio estuda operar carga
LogísticaA diretoria de operações dos Correios constituiu mês passado um grupo de trabalho (GT) para desenvolver estudos de viabilidade para operação de cargas a partir do aeroporto de Goianá. O grupo tem até o fim de maio para apresentar o relatório. Uma das atribuições desse grupo é verificar junto ao Estado as ações e projetos em andamento relacionados ao aeroporto.
Conforme antecipou O TEMPO, o Ministério das Comunicações, a quem os Correios estão subordinados, tem interesse em transferir parte das operações de cargas da empresa, que hoje são realizadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Hoje, a estatal terceiriza os serviços e gasta cerca de R$ 500 milhões por ano. Em Goianá, a despesa seria cerca de 30% menor porque os custos operacionais são menores e o tempo de voo também irá diminuir. "Em Guarulhos, os cargueiros não são prioridade. Os aviões ficam 30, 40 minutos sobrevoando o aeroporto à espera de autorização para pousar", justificou Hélio Costa, quando ocupava o ministério. Hoje, ele é pré-candidato ao governo de Minas. Por dia, os Correios operam 20 voos que, juntos, transportam 1 milhão de pacotes. A carga chega em Guarulhos e de lá é distribuída por terra ou por outros voos para as diversas partes do país.
Parte dessa operação pode ser transferida para a Goianá, que tem localização estratégica, entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O estudo vai indicar a possibilidade de instalação em Goianá de um hub (centro de distribuição)dos Correios para o transporte de cargas.
Nova empresa
Estudo
Os Correios concluíram estudo sobre a possibilidade de a estatal ser sócia em uma futura empresa de logística integrada. Outra hipótese é a criação de uma empresa subsidiária para operar o transporte de cargas. Quem vai definir o modelo será o governo Lula.
Fonte: Zu Moreira (O Tempo) - Fotos: Rejane Araújo (O Tempo) / Lique Gávio (Jornal Panorama) / Infraero
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