No início da semana que hoje termina, a Comissão Nacional de Protecção Cível deu garantias da continuidade às buscas do aparelho da Chicoil, que desapareceu quando se aproximava de Luanda, onde iria aterrar numa das pistas do aeroporto internacional 04 de Fevereiro. Benção Cavila, membro comissão, garante que as buscas continuam de forma esporádica ao longo costa angolanacom o intuito de localizar o aparelho, num raio de 35 mil milhas náuticas, tendo como marco o farol da Barra do Dande, localidade onde aparentemente os tripulantes do B200 de D2-FFT, mantiveram o último contacto com a torre de controlo do aeroporto internacional 04 de Fevereiro.“Buscas esporádicas” significa que os esforços de localização da aeronave não assumem forma continuada e permanente.
Não há todavia, garantiu Benção Cavila, um horizonte de tempo fixado para o termo das buscas, sendo que, para além disso, as equipas de resgate terão ultrapassado algumas vezes, a título excepcional, o raio de acção delimitado nada tendo sido porém avistado.“Há aviões desaparecidos desde a II Guerra Mundial e, no entanto ainda hoje continuam as buscas para os localizarem”, lembrou.A falta de resultados satisfatórios nas buscas do aparelho da Chicoil, levou os órgãos envolvidos na operação de resgate e salvamento da aeronave B-200, a traçar um plano de buscas em águas profundas, plano cuja concretização carecia do aval do Executivo angolano, como havia assegurado a este semanário o director Nacional do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (GPIAA), Luís Solo.
O plano, gizado um mês após ao desaparecimento, previa um grande esforço nas mais variadas vertentes, incluindo, o recurso a alta tecnologia e mão-de-obra qualificada, capaz de responder aos desafios que lhe eram colocados.No entanto, presume-se que o Executivo ainda não se pronunciou até ao momento, sobre o plano traçado conjuntamente pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáutico e pela Protecção Cível.
Com o intuito de obter mais informações sobre o desenrolar das investigações, tentámos ouvir o responsável do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos, Luís Solo, mas tal não foiAs buscas da aeronave desaparecida a 4 de Fevereiro continuam com carácter esporádico ao longo da Costa angolanapossível. De igual modo, tentámos ouvir o empresário Elias Chimuco, o que não foi igualmente possível dado este encontrr-se ausente do país, conforme asseguraram funcionários da Chicoil.
Famílias recebem salários
A empresa Chicoil continua assegurar, até ao momento, o pagamento, na íntegra, do salário aos familiares dos pilotos B-200 desaparecidos desde o mês de Maio, assegurounos uma fonte da empresa.Segundo a mesma fonte é prematuro pensar-se em avançar para um eventual processo de indemnização dos familiares dos pilotos, tendo em conta que as investigações continuam, desconhece-se o que terá acontecido ao avião, resposta que somente poderão ser dada pela equipa que investiga o caso.
O desaparecimento
O avião B-200 matrícula D2-FFT propriedade da Chicoil, desapareceu dos radares da Torre de Controlo do aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, local onde deveria aterrar à 00:30, na noite do dia 21 de Maio.Era proveniente de Ponta Negra, onde se havia deslocado em serviço de evacuação médica, conforme atesta a informação do dossiê que autorizava o despacho do voo.A aeronave desapareceu após manter um último contacto com a Torre de Controlo às 00:20, à qual reportou 30 milhas náuticos ao passar o nível de voo FL119 (11900) pés de altitude, sendo autorizada a descer para a altitude de 3000 pés para uma aproximação por instrumentos ILS, instruções que a tripulação confirmou através do procedimento aeronáutico conhecido em inglês por reedback.A partir das 00:37 a tripulação do B-200 da Chicoil deixou de responder às sucessivas chamadas feitas à aeronave pela Torre de Controlo de Luanda que, de seguida, accionou os mecanismos de alerta, bem como os serviços de emergência.
Fonte: Valdimiro Dias (opais.net) - Foto: Mistral (avcom.co.za)