segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ICAO diz que 2009 foi o ano da maior queda do transporte aéreo de passageiros

O transporte aéreo regular de passageiros teve em 2009 uma quebra de 3,1%, “que é a mais forte registada nesta indústria”, segundo a ICAO, agência das Nações Unidas para a promoção do desenvolvimento da aviação comercial, que para o próximo ano antecipa uma “recuperação moderada” (+3,3%) com tendência para acelerar em 2011 (+5,5%).

A informação da ICAO assinala que a queda mais acentuada de tráfego (medido em RPK = passageiros x quilómetros percorridos) este ano foi nas ligações internacionais, com um decréscimo de 3,9%, enquanto em voos domésticos o decréscimo foi de 1,8%, e refere que a redução média de capacidade (em ASK = lugares x quilómetros percorridos) foi similar à queda do tráfego, em 3,1%, o que indica que a taxa média de ocupação dos voos se manteve ao mesmo nível de 2008.

A ICAO, que tem 190 países membros, assinala ainda que o desempenho “relativamente forte” das companhias low cost na América do Norte, Europa e Ásia e Pacífico “ajudou a moderar a severidade do decréscimo do tráfego total”, e refere que apesar da conjuntura negativa se registaram crescimentos a dois dígitos nos voos domésticos em mercados emergentes da Ásia e América Latina.

A informação da ICAO, ainda com base em valores preliminares, assinala que a queda do tráfego em 2001, que foi considerado “ano negro” para a aviação comercial, pelo impacto no sector das viagens dos atentados de 11 de Setembro contra as torres gémeas de Nova Iorque, foi de 2,9%

A queda este ano, diz a ICAO, reflecte o primeiro decréscimo do produto bruto mundial desde a “grande depressão” de 1929, em 1%.

A informação mostra que apenas o Médio Oriente, que representa 7% do mercado mundial, escapou à tendência de queda do transporte aéreo de passageiros este ano, medido em RPK (passageiros x quilómetros percorridos), tendo um crescimento de 10%, com aumentos de 10% nas ligações internacionais (11% de quota de mercado) e 10,3% nas ligações domésticas (1% de quota de mercado).

A América do Norte, que tem a maior quota de mercado, com 31%, teve uma queda de 5,5%, e na Europa, segunda maior região, com 28% de quota de mercado, a queda foi de 4,8%.
Os dados da ICAO indicam que a queda na Europa foi especialmente acentuada nas ligações domésticas, nas quais é o terceiro mercado mundial, com uma quota de mercado de 8%, que registaram uma quebra do tráfego em 10,5%.

Nas ligações internacionais, onde é líder mundial, com uma quota de mercado de 41%, a queda foi de 4%.

Para a América do Norte, primeiro mercado mundial em ligações domésticas, com 54% de quota de mercado, e terceiro em ligações internacionais, com 16%, a queda foi idêntica nestes dois segmentos, em 5,5%.

Para a Ásia e Pacífico, terceira região mundial, com 27% de quota de mercado (31% em ligações domésticas e 25% em ligações internacionais), a ICAO indica uma queda de 1,2%, pelo crescimento em 7,6% nos voos domésticos, que quase anulou a queda em 7,1% nos voos internacionais.

Em relação à América Latina e Caraíbas (5% de quota do mercado mundial, com 4% nas ligações internacionais e 5% nas domésticas), a ICAO indica uma queda do tráfego em 0,7% este ano, pela queda de 2,9% nos voos internacionais, enquanto nos domésticos houve um aumento de 1,9%.

África (2% do tráfego aéreo mundial, com 3% nos voos internacionais e 1% nos domésticos), teve a maior queda do ano, em 9,6%, com quedas de 8,9% nas ligações internacionais e 13,4% nas domésticas.

Transporte aéreo de carga cai 15%

Os dados da ICAO em relação ao transporte aéreo de carga indicam uma quebra de 15% em FTK (toneladas x quilómetros percorridos), sublinhando que é “significativamente pior que a queda de 6m2% em 2001”.

“A magnitude da variação é também indicativa do enorme decréscimo do volume de transacções mundiais em 2009 devido à recessão económica mundial”, acrescenta.

A ICAO assinala que na Ásia e Pacífico, que representa 36% do total mundial de FTKs, a queda foi de 14% e que na Europa e América do Norte (ambas com 25% de quota de mercado) as quedas fora, de, respectivamente, 18% e 17%.

Fonte: PressTur (Portugal)

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