Depois do atentado falho de Detroit, no qual o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab conseguiu entrar num avião com explosivos escondidos na roupa no dia de Natal, a ciência não poupa meios para encontrar sistemas de segurança cada vez mais sofisticados para equipar os aeroportos.
Na Alemanha, investigadores do Instituto de Comunicação, Processamento de Informação e Ergonomia Fraunhofer estão desenvolvendo narizes electrônicos que, dissimulados nas paredes dos aeroportos, conseguem cheirar indivíduos com explosivos.
Baptizado de HAMLeT (Hazardous Material Localization And Person Tracking - Localização de Materiais Perigosos e Rastreamento de Pessoas), trata-se de uma rede de sensores de cheiro altamente sensível, capaz de seguir o rastro de um explosivo.
Os sensores contêm cristais que oscilam e, sempre que detectam moléculas químicas, a frequência da oscilação varia conforme a substância cheirada. O alerta é dado ao pessoal de segurança e uma segunda rede de sensores entra em ação: processa dados empregando algoritmos complexos que, ao traçar o percurso do cheiro, o relacionam a um indivíduo específico.
"O verdadeiro avanço do HAMLeT é a capacidade de reunir todos os dados e convertê-los numa imagem global clara e precisa", esclarece o líder da investigação, Wolfgang Koch. Num teste realizado com as Forças Armadas alemãs, o sistema detectou cinco "terroristas" com explosivos escondidos. O protótipo de algoritmos está agora sendo aperfeiçoado para reduzir falsos alarmes.
Fonte: Sandra Pereira (i-Online - Portugal) - Imagem ilustrativa: NIST