Em um teste super caro (cerca de um milhão de libras esterlinas, ou R$ 3,58 mi), um acidente simulado em uma parte remota do deserto de Sonora, no México, mostrou que os passageiros do fundo do avião têm maiores chances de sobrevivência em caso de queda.
Um Boeing 727 com capacidade para 170 passageiros participou da simulação. O piloto, James Slocum, 55 anos, pulou do avião de paraquedas a 762 metros do chão. O Boeing passou a ser controlado remotamente.
O avião estava equipado com dezenas de câmeras para registrar o impacto da queda do interior. O acidente também foi filmado do chão, de aviões de escolta, e até mesmo do capacete do piloto que foi ejetado antes da queda.
Três bonecos de teste sofisticados projetados para moverem-se como seres humanos estavam dentro do avião. Um estava na posição recomendada em situações de emergência (abaixado com as mãos sobre a cabeça, como na foto abaixo), e usando cinto de segurança; o outro estava usando cinto de segurança, mas não estava na posição de proteção, e o último não estava com cinto nem na posição mais segura.
Após o jato bater no chão de nariz (frente primeiro), os especialistas descobriram que o boneco na posição segura com cinto teria sobrevivido ao impacto, o com cinto teria sofrido ferimentos graves na cabeça, e o sem cinto teria morrido.
Conclusões
Não ter tanto dinheiro pode ser uma vantagem no que se trata às suas chances de sobrevivência quando viaja de avião.
Esse teste tinha o objetivo de recriar um incidente grave, mas com chances de sobrevivência, para que os cientistas estudassem a resistência da estrutura da aeronave e da cabine ao choque, bem como o impacto da queda sobre o corpo humano.
Os especialistas previram que 78% dos passageiros a bordo teriam sobrevivido ao impacto, mas, porque a fuselagem do avião voa para longe na queda, todos os viajantes de primeira classe teriam morrido. Os sentados mais ao fundo teriam a melhor chance de sobrevivência.
Anne Evans, antiga investigadora de acidentes aéreos do Reino Unido, inspecionou a caixa-preta do Boeing 727 após o evento, e disse que o resultado mostrou que os jatos de hoje, que são mais sofisticados do que o utilizado no experimento, estão bem equipados para lidar com as falhas observadas no México.
E concluiu: “É mais seguro se sentar na parte de trás do avião. A frente é mais vulnerável porque muitas vezes recebe uma força de impacto maior. O melhor assento seria mais ao fundo do avião, mas dentro de algumas fileiras de uma saída de emergência”.
O acidente vai servir para apontar possíveis melhoras aos aviões atuais, aumentando as chances de sobrevivência dos passageiros.
Embora a simulação tenha mostrado que quem está na frente geralmente sofre mais danos, é difícil dizer que sempre será assim, já que esta é somente a segunda vez que um acidente controlado é realizado. Há quase 30 anos, em 1984, a NASA e o departamento de aviação dos EUA também derrubaram um Boeing 720 no deserto de Mojave, na Califórnia (EUA), para um teste científico. Essa simulação acabou em uma bola de fogo.
Fontes: DailyMail, WebIndia, HindustanTimes via Natasha Romanzoti (hypescience.com)
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