Reuniões em Brasília e no Espírito Santo marcaram, nas duas últimas semanas, a movimentação do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
Conforme o presidente do sindicato aeroagrícola, Nelson Antonio Paim, ele deve se reunir na próxima segunda-feira (dia 2) com diretores e consultores técnicos do Sindag para tratar dos próximos passos. O encontro vai ocorrer na sede do Sindicato, em Porto Alegre e o objetivo é montar uma pauta para informar à sociedade sobre a importância da aviação para o agronegócio.
A movimentação começou com uma lei municipal aprovada no início de agosto, em Vila Valério, no Espírito Santo. O dispositivo, que outras prefeituras estudam copiar, proibiu o uso de aviões no município. Mas não barrou o uso de agrotóxicos e nem o emprego da pulverização terrestre - com uso de tratores, pulverizadores costais e outros equipamentos. O que, segundo Paim, pode gerar justamente um efeito contrário ao defendido por quem combate excessos no uso de produtos químicos.
Volumes e preparo técnico
"Enquanto uma pulverização aérea utiliza de 2 a 30 litros de defensivos por hectare, se o mesmo produto for aplicado com equipamento terrestre, o volume sobre de 60 a mil litros por hectare. Além disso, o avião é o único meio fiscalizado, e bastante", pondera. Conforme o presidente do Sindag, a atividade é vigiada pela ANAC, Ministério da Agricultura e pelos órgãos ambientais de cada Estado.
Outro argumento é o de que a aviação agrícola exige alto preparo técnico de toda a equipe envolvida no processo. "O piloto tem que ter o curso de piloto comercial e mais 400 horas de vôo para poder fazer o curso de piloto agrícola. As empresas precisam ter um engenheiro agrônomo responsável e toda a operação precisa ser acompanhada, em terra por um técnico agrícola formado e com curso complementar para o setor", enumera Paim.
Na avaliação do presidente do Sindag, toda a polêmica ocorre basicamente pela falta de informação a respeito da importância da aviação para a agricultura. "Aviões agrícolas são usados também para proteger as florestas com adubação sólida e para combater incêndios florestais. Em outros países, aeronaves são usadas também e para a pulverização de inseticidas biológicos contra mosquitos da febre amarela e da dengue."
O passo a passo junto a autoridades
Espírito Santo
Sobre a proibição de aviões agrícolas em Vila Valério, o Sindag enviou correspondência à prefeitura e à Câmara de Vereadores locais, pedindo a revisão da lei. No dia 20 de setembro, o presidente Nelson Paim esteve na Assembléia Legislativa capixaba, onde se reuniu com o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Atayde Armani. A ideia foi buscar apoio para uma saída amigável para o impasse e, ao mesmo tempo, conseguir espaço para argumentar contra iniciativas semelhantes em outros municípios capixabas.
O deputado Armani disse ter entendido que a proibição não se justificava e que iria interceder na questão. Junto com Paim, estavam o consultor de Meio Ambiente do Sindag, Ivo Lessa, e representantes da empresa Aeroverde Aviação Agrícola Ltda, da cidade de Aracruz (que atendia a produtores rurais em Vila Valério).
Brasília
Já no dia 21 o roteiro foi em Brasília, onde Paim esteve na ausculta técnica na Subcomissão Especial Sobre o Uso de Agrotóxicos e Suas Conseqüências à Saúde, da Comissão de Seguridade Social e Família. O presidente do Sindag falou sobre a atividade da aviação agrícola, sua legislação, operação, benefícios, e sua necessidade para o aumento na produtividade de alimentos. O debate envolveu também ambientalistas, assessores parlamentares e representantes da ANAC e do Ministério da Agricultura. A sessão foi presidida pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB/RS). Depois da sessão, Paim e Lessa visitaram parlamentares.
O consultor de Meio Ambiente do Sindag voltou na última terça-feira à capital federal, onde representou o Sindicato em uma audiência com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. A conversa foi também com o Chefe de Política Agrícola do Ministério, Caio Rocha, e serviu para estreitar a comunicação entre as duas entidades. Além de gerar uma pauta com as demandas do setor, o Sindag busca ajuda também do governo federal para desmistificar o papel da aviação no agronegócio.
Fonte: midianews.com.br
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