Com 64 anos, o holandês que vive no Brasil conta histórias curiosas do avô.
Professora aposentada que viu um dirigível aos quatro anos vive na cidade.
Uma descoberta que deu ao homem a oportunidade de conquistar o céu e que contribuiu com o desenvolvimento da aviação mundial: o Zeppelin, um dirigível inventado por um alemão que fez seu primeiro voo no ano de 1900.
O que isso tem a ver com o Sul de Minas? A descoberta que o neto do inventor do Zeppelin vive em Santa Rita do Sapucaí (MG). Ferdinand Von Zeppelin Obermüller é holandês e tem muita história para contar sobre a invenção do avô, que também chegou a ser usada como máquina de guerra.
O alemão, de nome imponente, Ferdinand Adolf Heinrich August Graf Von Zeppelin foi o criador do dirigível que fez o primeiro voo em 1900, no entanto, o que pouca gente sabe é que o inventor tem descendentes no Brasil. São dois netos, um que mora em Campinas (MG) e o que vive na região.
Aos 64 anos, o neto de Zeppelin conta que poucas pessoas o conhecem na cidade ou mesmo na região em que vive. “Eu fico feliz quando alguém me reconhece, mas isso é raro. Normalmente, quando pedem a identidade e vêem meu nome, aí perguntam se sou parente do criador do Zeppelin”, conta e orgulhoso, assente que é neto do inventor alemão.
Nascido na Holanda, Ferdinand veio para o Brasil com apenas quatro anos, pois o pai recebem uma proposta de emprego e desde 1972 vive em Santa Rita do Sapucaí, para onde se mudou em busca de concluir os estudos. Na cidade, ele casou-se e formou-se em engenharia eletro-eletrônica.
Depois de formado, ele viveu durante 20 anos em Ipatinga (MG) onde viu o nome de origem alemã ser ‘aportuguesado’.
“Muita gente me chamava de ‘Zé’ ou de ‘Pelin’, então achavam que meu nome era Zé Pelin”, diverte-se, com o trocadilho feito pelos mineiros.
Em 1997, Ferdinand voltou para Santa Rita, mas guarda as raízes européias com orgulho e exibe o brasão e o anel, símbolos do título de Conde, dado ao avô ainda na Alemanha em razão do invento. No entanto, o neto do grande criador conta que algumas decepções fizeram com que o criador do dirigível se refugiasse na Holanda.
Ao lado do avô, o inventor dos lendários dirigíveis
Fotos: Empório de Notícias
“Quando ele viu que o dirigível estava sendo utilizado na guerra, ficou muito chateado e após uma grande tragédia com um dirigível, resolveu migrar para outro país, onde viveu até 1917, quando faleceu”, conta o neto, que recebeu o título de Conde, mas importa-se, de fato, com a herança que carrega no sangue.
Histórias próximas
Com uma memória de causar inveja, aos 80 anos, a professora aposentada Maria Luíza Cássia Matagrano, moradora de Santa Rita do Sapucaí lembra-se, com detalhes, de uma passagem no ano de 1936, quando foi ao Rio de Janeiro com os pais e se assustou com uma grande sombra no céu. Era um dirigível. “Eu fiquei com medo, porque foi muito impactante. É algo que lembro com detalhes, pois foi surpreendente. Era uma sombra enorme, entre os prédios, que eram baixos e o dirigível voava muito baixo, mas foi inesquecível”, conta.
O susto deu lugar à curiosidade e coube ao pai de Maria Luíza explicar a origem do objeto, até então estranho para uma garotinha de apenas quatro anos. “Meu pai gostava muito de história e quando vimos o dirigível, ele disse: ‘Só pode ser coisa de alemães’, e realmente era”, lembra.
E agora, sabendo que o neto do criador vive próximo a ela, Maria Luíza confessa que está surpresa. “Gostaria de tomar um cafezinho com ele”, almeja.
Fonte: G1 Sul de Minas - Imagem: Reprodução