quinta-feira, 25 de abril de 2024

A era de ouro do voo: como as coisas mudaram

Uma época emocionante para viajar, para poucos sortudos.

Boeing 377 Stratocruiser Cathay da BOAC nas Bermudas em 1953 (Foto: Wikimedia Commons)
A era de ouro das viagens nas décadas de 1950 e 1960 foi o epítome do glamour e do luxo. Voar era um grande evento e apenas para os relativamente ricos. Foi uma experiência prestigiosa e glamorosa de se ter. O que tornou as viagens aéreas tão especiais e diferentes hoje? Vamos voltar no tempo.

Na cabine


As cabines das aeronaves eram menos lotadas e os assentos tinham mais espaço para as pernas e para se movimentar. Os assentos eram grandes e confortáveis, independentemente da duração do voo. Você poderia reclinar seu assento sem ofender ninguém. A distância entre os assentos estava entre 36 e 40 polegadas hoje, em comparação com 28 polegadas hoje. O corredor era muito mais largo do que as aeronaves de hoje. Não havia distinção entre primeira classe e economia, era tudo uma só cabine.

Outras comodidades a bordo


Algumas aeronaves tinham camas a bordo como beliches com cortina de privacidade onde os passageiros podiam dormir. Não era incomum que os passageiros encontrassem um piano lounge ou bar na aeronave, onde pudessem relaxar e socializar. Coquetéis eram servidos em festas sofisticadas e os passageiros podiam se divertir e possivelmente esquecer o medo de voar. Os passageiros receberam “cartões postais do céu” para enviar a amigos e familiares, que se tornaram muito colecionáveis.

(Foto: SAS Scandinavian Airlines/Wikimedia Commons)

A experiência


Viajar em uma aeronave foi uma experiência de luxo que seguiu a experiência do navio de cruzeiro. As companhias aéreas focavam no conforto e no luxo, e não era apenas um assento que levava você de A a B. Era algo para desfrutar e contar aos seus amigos. Não era permitido pijama a bordo, era um desfile de moda com todos vestidos com seus melhores trajes. Passageiros vestidos de maneira muito elegante e formal. Não havia limites de bagagem ou taxas e os itens eram entregues por correio em suas casas.

Refeições a bordo


Não havia sinal de refeições em uma bandeja de papel alumínio naquela época. Os menus foram criados por conceituados chefs de restaurantes. As refeições eram uma experiência gourmet e havia vários pratos. Esculturas de gelo adornadas com caviar eram normais. A sopa era servida em uma terrina e a lagosta costumava ser um aperitivo. Rosbife e costela podem ser esculpidos à mão no carrinho de prata. Claro, linho branco, talheres de prata e porcelana fina estavam na ordem do dia. Champanhe, conhaque e bom vinho francês eram abundantes.

Lounge de um Convair 880 da TWA
(Foto:  San Diego Air and Space Museum Archive/
Wikimedia Commons)

Fumar a bordo


Nas décadas de 1950 e 1960, fumar a bordo de uma aeronave era completamente normal. Os comissários de bordo distribuíam cigarros e charutos e os acendiam para os passageiros. Os incêndios a bordo tornaram-se um problema quando os cigarros quentes iluminavam as toalhas de mão no banheiro, aplicando detectores e supressores de incêndio nos anos posteriores. O último voo para fumantes ocorreu em 2000.

Comissários de bordo


Os comissários de bordo eram jovens, solteiros e glamorosos e tiveram que se aposentar antes dos 30 anos. Eles levavam um estilo de vida glamoroso, viajando ao redor do mundo em viagens extensas. Eles usavam uniformes de grife, muitas vezes com luvas e chapéu, e nunca conseguiam engordar. A ênfase estava no conforto na cabine e em torná-la uma ótima experiência para os passageiros. Isso mudou nas décadas de 1980 e 1990, quando a segurança se tornou o foco da função.

(Foto: Esko Manninen/Suomen Ilmailumuseo/Wikimedia Commons)

Segurança da aviação


A segurança no aeroporto era um processo relativamente simples, um pouco como ir a uma paragem de autocarro, até que o sequestro se tornou mais comum no final da década de 1960. Só nos EUA, entre 1968 e 1971, ocorreram 130 sequestros. As pessoas tinham medo de voar porque era uma forma de viagem relativamente nova para a maioria. Na verdade, era uma época bastante perigosa para voar e os acidentes eram comuns. A cabine da aeronave muitas vezes não estava pressurizada, por isso podia fazer barulho na cabine. Os cigarros e o álcool provavelmente acalmaram os medos.

O futuro


Na década de 1970, voar tornou-se mais acessível ao público. Um voo da TWA em 1953 de Chicago para Phoenix custava US$ 138, o que equivaleria a US$ 1.200 no dinheiro de hoje. As pessoas economizaram dinheiro para voar. Na década de 1980, os preços das passagens caíram ainda mais, permitindo que mais pessoas pudessem voar. Nas décadas de 1970 e 1980, ocorreram muitas mudanças na indústria da aviação e não havia mais necessidade de glamour e luxo. A era de ouro das viagens realmente acabou, mas trouxe consigo a oportunidade de mais pessoas voarem do que nunca e, claro, melhores padrões de segurança.

Com informações de Simple Flying

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