Investigação apontou a manutenção da aeronave como um dos fatos que contribuíram para o acidente de 2017. Informação consta no painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer).
O avião após o acidente de 2017 (Foto: Reprodução/Painel do Sipaer) |
O avião que caiu após as duas asas quebrarem em pleno voo no Tocantins já tinha se envolvido em outro acidente em novembro de 2017. Na época, um pneu da aeronave estourou durante o pouso, o que fez com que o avião saísse da pista e fosse parar em uma cerca de arame farpado. Apenas o piloto estava à bordo e ele saiu ileso. O acidente foi em uma fazenda no interior do estado de São Paulo.
O g1 entrou em contato com a empresa dona do avião para comentar o fato e a resposta foi de que todos os esclarecimentos foram prestados aos órgãos responsáveis pela fiscalização.
O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o caso de 2017 indica dois fatores que teriam contribuído para a ocorrência: julgamento de pilotagem e a manutenção da aeronave.
Segundo o relatório, os laudos comprovaram que os pneus estavam desgastados no momento do pouso. Além disso, manobras realizadas pelo piloto teriam acentuado o desgaste, já que ele não teria utilizado o cumprimento completo da pista nos pousos a fim de, supostamente, otimizar tempo entre um voo e outro.
O relatório constatou ainda que havia alguns detritos na pista de pouso no dia do acidente, mas não foi possível determinar se a infraestrutura do aeródromo foi um fator contribuinte.
O documento classifica o tipo do acidente como sendo uma 'falha ou mau funcionamento de sistema/componente'. O aeródromo fica em uma propriedade rural particular de Ubarana (SP).
Inicialmente, o painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) informava que a aeronave não estava liberada no que diz respeito à investigação de 2017, mas após o g1 questionar a Força Aérea Brasileiro (FAB) sobre o fato, o relatório foi atualizado e consta que a aeronave já estava liberada. A FAB ainda não comentou a mudança.
Já o acidente no Tocantins, ocorrido no dia 5 de dezembro de 2021, também consta no painel do Sipaer. Desta vez, foi classificado como 'perda de componente em voo'.
Asas se partiram e acabaram derrubando o avião (Foto: Reprodução) |
Neste caso, a apuração não está finalizada e por isso os dados disponibilizados são preliminares. Isso significa que as informações estão sujeitas a modificações conforme o andamento dos trabalhos de investigação. O Sipaer alerta que nenhuma conclusão deve ser feita a partir destes dados preliminares.
Por João Guilherme Lobasz, g1 Tocantins
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