sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Aconteceu em 11 de novembro de 1965: Voo 227 da United Airlines - Erro fatal na aproximação


O voo 227, operado pelo Boeing 727-22, prefixo N7030U, da United Airlines, partiu do aeroporto LaGuardia, em Nova Iorque, às 08h35 (10h35 EST) para São Francisco, na Califórnia, com paradas programadas em Cleveland, Chicago, Denver e Salt Lake City.

|O Boeing 727 N7030U envolvido no acidente, fotogrado em julho de 1965 (© Clint Groves)

O voo para Denver transcorreu sem problemas. Em Denver, uma nova tripulação assumiu o controle do avião: o capitão Gale C. Kehmeier, o primeiro oficial Philip E. Spicer e o segundo oficial Ronald R. Christensen. O voo decolou de Denver às 16h54 (MST), levando a bordo 85 passageiros e seis tripulantes. Durante o voo, o Primeiro Oficial estava pilotando a aeronave sob a supervisão do Capitão. 

Às 17h35, o avião foi autorizado a descer a 16.000 pés pelo Centro de Controle de Tráfego da Rota Aérea de Salt Lake City.

Às 17h47, agora sob a direção do controle do Terminal, o avião foi liberado para a aproximação. 

Às 17h48, em resposta ao pedido do controlador para a altitude do avião, o piloto respondeu "Ok, diminuímos a velocidade para 250 (nós) e estamos a dez (10.000 pés), temos a pista à vista agora, vamos cancelar e aguardar com seu para o tráfego." 

O avião começou a descer, mas sua taxa de descida era de aproximadamente 2.300 pés por minuto, quase três vezes a taxa de descida recomendada.

Aproximadamente às 17h49:30, o avião ultrapassou o marcador externo a 5,7 milhas da cabeceira da pista a aproximadamente 8.200 pés, mais de 2.000 pés acima do glide slope normal (o ângulo de planeio correto durante uma aproximação).

Por volta de 17h51, um minuto antes do impacto, o avião passou a 6.300 pés; ainda estava a 1.300 pés acima da inclinação normal e ainda descendo a 2.300 pés por minuto. 

Por volta desse momento, o primeiro oficial avançou as alavancas para aumentar o empuxo, mas o capitão afastou a mão e disse: "Ainda não". Trinta segundos antes do impacto, o avião estava a 1.000 pés acima e a 1,25 milhas da pista. 

O capitão indicou em entrevistas pós-acidente que neste ponto ele moveu as alavancas de empuxo para a posição de potência de decolagem, mas os motores não responderam adequadamente. No entanto, tanto os depoimentos dos outros membros da tripulação quanto os dados do gravador de dados de voo indicam que a tentativa de adicionar energia ocorreu apenas cerca de 10 segundos antes do impacto.

Às 17h52, o avião atingiu o solo a 335 pés da pista. A aeronave deslizou 2.838 pés antes de parar. A separação do trem de pouso e do motor nº 1 foi o resultado da carga de impacto em excesso de sua resistência estrutural projetada. A falha do trem de pouso causou o rompimento das tubulações de combustível da fuselagem. O grande incêndio tomou conta do que restou do avião.

Imediatamente, os passageiros e a tripulação tentaram escapar do inferno escaldante. Das 91 pessoas a bordo (incluindo a tripulação), 13 escaparam sem ferimentos, 35 tiveram ferimentos não fatais e, infelizmente, 43 pessoas a bordo do voo 227 não sobreviveram, todos eram passageiros.

41 das 43 pessoas que morreram no acidente, faleceram no local. Dois homens morreram dias depois em hospitais próximos devido aos ferimentos. Segundo relatos de sobreviventes, o fogo veio tão rápido e tão quente que alguns passageiros nem tiveram tempo de se levantar. 

Mapa de assentos e os locais de saída (ASN)

Um sobrevivente que estava voltando para a Base Aérea de Hill escapou com poucos feridos, enquanto seus dois amigos sentados ao lado dele não sobreviveram. Uma família inteira morreu no acidente, e outro homem perdeu sua esposa e dois filhos pequenos. As vítimas tinham idades entre 2 e 66 anos.

Conclusões da investigação 

Este acidente foi inteiramente atribuído ao mau julgamento do Capitão, Gale C. Kehmeier, por conduzir a abordagem final de uma posição que era muito alta e muito próxima do aeroporto para permitir uma descida na taxa normal e segura. 

Ele permitiu que o avião voasse o segmento de aproximação final (em condições visuais) a uma taxa de descida de 2.300 pés por minuto (3 vezes a taxa de descida segura). Quando o avião cruzou o marcador externo, que marca o segmento de abordagem final, ele estava com 2.000 pés de altura.

O primeiro oficial, que pilotava a aeronave sob a direção do capitão, tentou aumentar o empuxo do motor. Mas o capitão disse que não e tirou as mãos das alavancas. O Capitão assumiu os controles nos últimos segundos, mas era tarde demais para evitar bater antes da pista. O avião impactou com uma força de aceleração vertical de 14,7g.

Essa forte força de impacto quebrou o trem de pouso principal esquerdo e fez com que o trem principal direito subisse pela fuselagem, rompendo as linhas de combustível pressurizadas no processo. 

Enquanto o avião continuava a deslizar pela pista com o trem de pouso e a fuselagem, combustível pressurizado inflamava dentro da cabine, transformando um acidente que poderia sobreviver em um acidente fatal. Muitas das 50 pessoas que evacuaram com sucesso ficaram gravemente queimadas.

A investigação do acidente do CAB (Civil Aeronautics Board) revelou que o capitão tinha um histórico de treinamento irregular. Ele foi reprovado em seu curso inicial de treinamento de transição a jato e voltou a voar no DC-6 . Mais tarde, ele também falhou em uma verificação anual de proficiência em instrumentos de rotina.

Além do comandante, uma comissária falhou em não ser capaz de chegar a sua estação de evacuação no momento do acidente, o que custou várias das vidas perdidas. 

Assim, depois desse acidente a United iniciou uma filosofia de manter seus comissários perto das saídas de emergência durante os pousos e decolagens, o que depois tornou-se padrão para todas as demais empresas aéreas.

Até o momento, é o acidente de avião comercial mais mortal que já ocorreu no Aeroporto Internacional de Salt Lake.

Premonição?

O passageiro William E. Linderman, de 44 anos, foi o primeiro homem na história do rodeio profissional americano a ganhar três títulos mundiais em uma única temporada. Ele também foi o primeiro cowboy profissional a ganhar quase US$ 500.000. Ele foi introduzido postumamente no Pro Rodeo Hall of Fame em 1979. 

Bill estava no voo 227 indo para o estado de Washington no momento do acidente para falar em uma conferência. Existem algumas histórias interessantes associadas à sua morte. 

Algumas pessoas disseram que ele inicialmente sobreviveu ao acidente e apenas morreu depois de retornar ao avião para ajudar a salvar outras pessoas.

A outra é que, quando o avião parou em Denver, Bill descontou um cheque. No lugar de seu endereço, ele escreveu "Céu".

Por Jorge Tadeu com ASN / Wikipedia / 727datacenter.net / thedeadhistory.com / baaa-acro.com

Dois homens morrem após duas aeronaves leves colidirem no ar e caírem em propriedade na Austrália

Vítimas são dois idosos, de 80 e 77 anos; acidente ocorreu na quarta-feira (9).

Destroços das aeronaves após acidente (Foto: Divulgação / Redes sociais)
Dois pilotos idosos morreram em uma colisão de aeronaves ocorrida na última quarta-feira (9), na Austrália. As vítimas tinham 80 e 77 anos e conduziam o avião de pequeno porte Kappa KP-2U Sova Sabre, prefixo 24-4311, e um planador, respectivamente.

De acordo com a polícia de Queensland, a dupla caiu em uma área rural na região de Gympie por volta das 15h de ontem e, logo, equipes de emergência foram acionadas.

Como apurou o tabloide britânico The Guardian, os pilotos eram as únicas pessoas dentro das aeronaves e foram declarados mortos ainda no local.

(Crédito: 7NEWS)
"É uma cena terrível, um incidente terrível, terrível para a família e, obviamente, para os envolvidos", declarou o inspetor de polícia de Queensland, Brad Inskip, à fonte. Ele revelou que as vítimas se conheciam.

"É um pequeno clube regional de voo livre, todos se conhecem, então isso vai afetar muito a comunidade”, finalizou, segundo informações do portal de notícias UOL.


Como mencionaram as autoridades australianas, ainda não se sabe como as duas aeronaves teriam colidido. Agora, a Unidade Forense de Acidentes de Queensland investiga as causas do acidente.

Via AH e ASN

Voo da Emirates volta para Atenas depois que EUA avisam que havia um passageiro suspeito

O avião sobrevoava a região da Sardenha quando começou a retornar para a Grécia.

Avião da Emirates que voltou para a Grécia, em 10 de novembro de 2022
(Foto: Reprodução/@zlataz)
Um avião da Emirates que fazia a rota de Atenas, na Grécia, a Newark, nos Estados Unidos, voltou para o ponto de partida nesta quinta-feira (10), segundo o Flight Radar, um site que acompanha a trajetória de aeronaves comerciais.

De acordo com a agência Reuters, as autoridades gregas foram avisadas pelos EUA sobre um passageiro suspeito no avião. A informação foi publicada pela mídia grega e confirmada por fontes policiais.


A aeronave sobrevoava a Sardenha, uma ilha ao sul da Itália, quando deu uma volta e começou a retornar.

A avião voltou escoltado por dois caças, pousou no aeroporto Eleftherios Venizelos, em Atenas, para verificações de segurança, disseram as fontes.

Após o pouso em Atenas, os passageiros desembarcaram. Um deles gravou um vídeo do desembarque e publicou no Twitter.


O Flight Radar afirmou que o voo está marcado para fazer o trajeto de Atenas a Newark na sexta-feira (11).

Via g1

Airbus A320 é atingido por pássaro durante a decolagem na Líbia

O voo Benghazi-Tunísia da Berniq Airways, com sede na Líbia, retornou a Benghazi após ser atingido por um pássaro.


Foi relatado que a aeronave Airbus A320-200, prefixo 5A-BRA, da Berniq Airways, atingiu o pássaro durante a decolagem e quebrou o vidro da cabine.

A aeronave que iria realizar o voo NB-101 de Benghazi (Líbia) para Tunis (Tunísia), estava saindo da pista 33L de Benghazi quando a aeronave recebeu um choque de pássaro contra o para-brisa do primeiro oficial.


A aeronave continuou a subida no início, mas parou a subida por volta do FL160 e retornou a Benghazi para um pouso seguro na pista 15R cerca de 30 minutos após a partida.

Avião foi atingido por bala perdida no Líbano

Avião da MEA Middle East Airlines foi atingido por bala perdida durante aproximação para Beirute, no Líbano.

Ocorrência não deixou feridos. Porte de armas no Líbano é generalizado, diz companhia aérea
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Um Airbus A320-200 da MEA Middle East Airlines foi atingido por uma bala perdida durante a aproximação para o aeroporto de Beirute, no Líbano, no início da manhã de ontem (10).

A aeronave de matrícula OD-MRM cumpria um voo procedente de Amã (AMM), na Jordânia. Segundo o presidente da companhia, Mohamad El-Hout, à agência Reuters, são registrados de sete a oito ocorrências de balas perdidas em aviões estacionados no aeroporto da capital libanesa (BEY), mas foi a primeira vez que isto aconteceu com uma aeronave ainda em movimento. Não houve feridos. A aeronave envolvida no caso está em operação na MEA desde abril de 2011.


No país, é comum efetuar disparos em discursos políticos e outras celebrações locais, já que a posse de armas é generalizada. “A prática de tiro ao ar no Líbano deve ser interrompida. Isto é um perigo para o tráfego aéreo e para o aeroporto”, disse Hout à publicação.

Via Marcel Cardoso (Aero Magazine)

3 segredos que você não sabia sobre o interior dos aviões; descubra!


Apesar de assustarem muita gente, aviões possuem o máximo de conforto e segurança possível. Para isso, contam com uma série de utensílios e ferramentas, mas nem todo mundo sabe exatamente como elas funcionam. Afinal, companhias aéreas e comissários de bordo, por vezes, podem não explicar sobre essas ferramentas durante os voos. Quer saber quais são elas?

Temperatura muito fria


Para viajar de avião de modo confortável, é sempre necessário levar um cobertor ou um casaco consigo, mas quase ninguém sabe o motivo pelo qual faz tanto frio na cabine. Isso acontece porque a temperatura mais baixa é estabelecida para segurança dos tripulantes da aeronave. Segundo pesquisadores da ATSM Internacional, as pessoas são mais propensas a desmaiar durante um voo devido a uma condição chamada de hipóxia.

Nesses casos, quanto mais quente estiver a cabine, maiores são as chances de o ambiente pressurizado do avião impedir que o corpo receba oxigênio suficiente, podendo causar mal-estar.

Persianas abertas


Em alguns voos, é comum que os comissários solicitem que as cortinas permaneçam levantadas durante o pouso e a decolagem. Isso é feito para que a equipe de voo possa enxergar qualquer problema no solo ou na própria aeronave, além de fazer os olhos se adequarem às condições de emergência.

Inclusive, algumas das janelas contam com adesivos que indicam quais cortinas devem permanecer sempre abertas.

Banheiros podem abrir do lado de fora


No geral, os banheiros contam com travas que permitem mais privacidade para os seus passageiros. No entanto, os comissários de bordo também podem destravá-las rapidamente do lado de fora, por motivos de segurança.

Caso um passageiro tenha algum problema de saúde ou precise de ajuda enquanto estiver no banheiro, por exemplo, os funcionários poderão auxiliá-lo, mesmo que ele tenha trancado a porta.

Via Agência Texty / Rotas de Viagem - Foto: Reprodução

Caça milionário e mais moderno tem um ponto fraco: uma pequena ave

Caça F-35B Lightning II, considerado o mais moderno da atualidade
(Foto: Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos)
O caça F-35 é considerado o mais moderno da atualidade, tendo sido introduzido em operação a partir de 2015 e com mais de 840 unidades vendidas mundo afora. Produzido pela Lockheed Martin, entretanto, ele se viu em situações delicadas nos últimos anos envolvendo um pequenino inimigo: uma ave.

Essas criaturas, que muitas vezes pesam poucos gramas, podem causar problemas sérios nas aeronaves, levando a emergências e acidentes.

Em 2019, uma reportagem da BBC mostrou uma ave sendo sugada pelo motor de um F-35 enquanto ele pairava para pousar em um porta-aviões. Após isso, ele precisou pousar rapidamente, o que aconteceu em segurança.

Em janeiro deste ano, um F-35 da Coreia do Sul precisou fazer um pouso de emergência também após seus motores sugarem uma ave durante o voo. Nesse caso, houve um acidente mais grave, com falhas em alguns sistemas, obrigando o avião a tocar na pista de barriga, ou seja, sem o trem de pouso estar estendido.

É comum um avião milionário, que custa mais de US$ 101,3 milhões (R$ 537,2 milhões) ter problemas com animais tão pequenos?

Como é possível? 


A ingestão de objetos estranhos pelos motores de aviões pode causar alguns problemas. Na maioria das vezes, isso não representa uma preocupação maior, mas, em algumas situações, é preciso agir de maneira rápida.

Embora não seja comum isso acontecer, dependendo da extensão do dano, mesmo esse caça pode enfrentar uma situação delicada. Ainda que com décadas de desenvolvimento militar, esse tipo de problema não foi contornado, mesmo já tendo causado vários acidentes ao longo dos anos.

Onde está o risco? 


Os motores possuem pás em seu interior e, no geral, quando uma ave é sugada e bate em uma delas, é dilacerada e acaba jogada para a parte mais externa do canal de passagem de ar, não atrapalhando o voo.

Às vezes, ela pode ser sugada para uma parte crítica do motor ou danificar seriamente uma dessas pás, prejudicando e causando instabilidade para todo o conjunto, gerando a emergência.

Trecho de vídeo da BBC mostrando ave prestes a ser ingerida pelo motor de um F-35B
(Imagem: Reprodução/YouTube/BBC)
Em algumas situações, pode até ser necessário trocar o motor antes de a aeronave voltar a voar. Entretanto, mesmo que o impacto seja mais severo, o motor é protegido para não causar danos à estrutura do avião.

No caso dos F-35, as investigações estão nas mãos dos militares, que deverão analisar o que ocorreu. Não há garantia de que o resultado seja divulgado publicamente.

Aves são um risco para meu voo?


Muito pouco. Os aviões comerciais possuem mais camadas de segurança do que caças militares no geral.

Um avião de passageiros, por exemplo, se sofrer a colisão com uma ave em um dos motores e ele parar de funcionar, ainda contará com o outro para realizar as manobras e pousar o avião em segurança.

No caso do F-35, ele possui apenas um motor, por isso o impacto teria causado tantos problemas e ele não conseguiria manter o voo adequadamente.

O avião


O caça F-35 é uma das mais novas e modernas aeronaves de combate desenvolvida nos EUA. É um modelo de quinta geração, a mais avançada, e, devido à sua versatilidade, irá substituir a frota de F-16 e A-10 Thunderbolt dos EUA, que está se tornando velha.

O F-35 tem uma família com três modelos:
  • F-35A, mesmo modelo acidentado na Coreia do Sul, ele decola e pousa de maneira convencional
  • F-35B, decolagem em curta distância e possibilidade de pouso na vertical, mesmo modelo que ingeriu um pássaro enquanto pousava em um porta-aviões
  • F-35C, modelo para ser utilizado para ser lançado com catapulta e frenado com cabos em porta-aviões
Seus custos são envolvidos em diversas polêmicas, já que uma hora de voo do F-35B, por exemplo, ultrapassa os R$ 140 mil, bem mais que outros modelos, como o próprio F-16 e o A-10, que ficam em até R$ 50 mil.

Modelo: F-35A
  • Fabricante: Lockheed Martin
  • Função: Caça multimissão
  • Velocidade: Até 1.900 km/h
  • Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 10,7 metros
  • Comprimento: 15,7 metros
  • Altura: 4,38 metros
  • Peso máximo de decolagem: 31,8 toneladas
  • Capacidade do tanque de combustível: 8.278 kg
  • Capacidade de armamentos: Até 8,2 toneladas
  • Autonomia: Até 2.200 km de distância
  • Altitude máxima de voo: 15 km
Via Alexandre Saconi (UOL)

Engenheiro brasileiro desenvolve nova tecnologia para drones

Invenção já recebeu patente e pesquisador prevê diversas finalidades, como nos setores da agropecuária e da segurança.

Veículo aéreo não tripulado com sustentação e propulsão híbrida (Foto: Arquivo pessoal)
Alysson Nascimento de Lucena é mestre em Engenharia Mecânica e doutor em Engenharia Elétrica e de Computação, ambas as etapas cumpridas com bolsas da CAPES na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O pesquisador desenvolveu um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) que pode se comportar como um drone ou como um avião e é capaz de decolar verticalmente, sem precisar de pista. Essas características dão a ele maior tempo de voo do que um drone convencional. O cientista espera que sua invenção beneficie setores como agropecuária e segurança.

Fale sobre a sua pesquisa


O projeto do “Drone-avião” foi desenvolvido no meu mestrado, com a dissertação Desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado com sustentação e propulsão híbrida. Fui orientado pelo professor Raimundo Carlos Silvério Freire Júnior, um dos inventores. Após o mestrado, o sistema autônomo foi melhorado com orientação do professor Luiz Marcos Garcia Gonçalves, nas dependências do laboratório Natalnet, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da UFRN.

O que seria esse veículo?


Os Veículos Aéreos não Tripulados (Vant) têm duas categorias bem definidas: a categoria das aeronaves de asa fixa (o avião é o mais popular) e a categoria das aeronaves de asa rotativa (o multirotor, popularmente chamado de drone, e o helicóptero são os mais populares). Cada categoria tem suas particularidades. Por exemplo: se eu estou em um local sem uma pista de decolagem e pouso, posso utilizar um multirotor e decolar verticalmente, porém esse tipo de aeronave usa motorização elétrica e sua matriz energética é limitada. Dependendo das condições climáticas, sua autonomia de voo não ultrapassa 15 minutos. Então, se eu preciso efetuar voos com uma maior autonomia de tempo, a melhor opção seria uma aeronave de asa fixa com motorização a combustão. Aí entra uma nova categoria que está em plena formação – Vant híbrido –, que tenta conciliar as vantagens unindo as características de cada tipo de aeronave.

Que características seriam estas?


Nossa solução é um VANT duplamente híbrido que concilia as características de uma aeronave de asa fixa, do tipo asa voadora com motorização a combustão, com as de um multirotor com motorização elétrica. Essa configuração nos permite decolar e pousar verticalmente, eliminando a necessidade de pista, e executar voos com maior autonomia de tempo e distância, devido à capacidade de gerar sustentação pela asa e utilizar motorização à combustão. Ainda durante o voo horizontal em modo avião, a nossa solução consegue ativar o modo multirotor, parar no ar para realizar a análise de um ponto específico, retornar ao modo avião e seguir em voo horizontal.

Qual o objetivo da criação dessa aeronave?


O objetivo principal é sempre o desenvolvimento da ciência. Hoje, somos pioneiros na formação da categoria dos Vant híbridos. Estamos testemunhando essa tecnologia migrar para os carros voadores, que serão capazes de se deslocar com o mesmo conceito que desenvolvemos. Como o desenvolvimento foi concluído em todas as etapas, ao final da pesquisa tínhamos um produto promissor para o mercado, com qualidades inéditas e que possibilitaram o pedido de patente.

Qual a sua destinação?


A nossa solução é uma plataforma multimissão que pode ser adaptada para executar várias funções, tudo vai depender do que vamos embarcar: vários tipos de sensores, câmeras de alta resolução ou térmicas, compartimento para cargas especiais como vacinas, por exemplo. São várias as possibilidades oferecidas por um Vant híbrido.

De que maneira seu projeto pode beneficiar a sociedade?


A nossa solução é muito versátil, pode ser transportada em um carro. Uma única pessoa é capaz de operar todo o sistema, que pode ser usado rapidamente em missões como busca e salvamento, mapeamento de áreas, apoio em desastres naturais, monitoramento de eventos, transporte de insumos de primeiros socorros, pulverização, entre outros. Como podemos observar, nosso Vant híbrido se adapta a várias funções e um dos segmentos que avançou muito mundialmente durante a pandemia foi o de compras on-line, pressionando o sistema logístico. Esse tipo de aeronave pode ser adaptado para transportar uma grande variedade de produtos.

O que a sua pesquisa traz de diferente da literatura?


No início do mestrado fizemos uma pesquisa ampla de projetos que reunissem as características do nosso Vant híbrido e não foi encontrado nenhuma aeronave do tipo na literatura mundial. Nesse momento procuramos a Agência de Inovação da UFRN, a Agir, onde obtivemos total apoio para a elaboração de um pedido de patente que foi protocolado em 5 de janeiro de 2016.

Alysson Nascimento de Lucena, mestre em Engenharia Mecânica e doutor em
Engenharia Elétrica e de Computação - CAPES/UFRN (Foto: Arquivo pessoal)

O projeto já recebeu alguma premiação?


Nossa invenção recebeu o deferimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 13 de setembro e a carta-patente foi emitida em 25 de outubro. Publicamos pela primeira vez o nosso trabalho em 2021, no Latin American Robotics Symposium, onde obtivemos posição de destaque. Gostaria de destacar que a conquista de uma carta-patente vai além da comprovação do ineditismo de pesquisa científica: ela é fruto do trabalho de todos os servidores e colaboradores de uma instituição séria e de qualidade como a UFRN.

Qual a importância da CAPES?


Desenvolver pesquisa científica é um grande desafio e o apoio da CAPES é fundamental nesse processo, além de estruturar os programas de pós-graduação o fomento das bolsas de estudo, apoio e auxílios são de grande importância na formação de um cientista.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Como os pilotos ficam alertas em voos de alcance ultralongo


Ano passado, a Qantas operou o primeiro voo comercial do mundo entre Nova York e Sydney, uma jornada épica de 19 horas e 16 minutos. Era parte do “Projeto Sunrise” da companhia aérea, um estudo sobre a viabilidade de voos superlongos para máquinas e humanos.

Embora o 787 Dreamliner seja uma grande aeronave para operar voos de alcance ultralongo (ULR), os humanos não foram projetados particularmente bem para serem confinados em um tubo pressurizado por tais períodos prolongados. É um pouco melhor se você tiver uma plataforma para passar todo o voo. Mesmo na parte de trás da aeronave, ter filmes para assistir e poder cochilar sempre que você escolhe ajuda a consumir o tempo.

No entanto, e quanto à equipe que chama aquele tubo pressurizado de seu escritório? Essas pessoas estão trabalhando mais de 20 horas por dia e têm que dar o seu melhor, até o final dessa longa jornada. Os voos ULR apresentam seus próprios desafios para aqueles que o mantêm seguro a bordo, então é assim que fazemos.

Como os ULRs são possíveis?

Seus pilotos são os árbitros finais de segurança. É nosso trabalho detectar quaisquer erros cometidos mais adiante na cadeia e lidar com quaisquer problemas que possam ocorrer do nada. Quando estamos seis milhas acima do Oceano Pacífico com 200 pessoas a bordo, não há permissão para apenas trazer nosso jogo B. Não há uma segunda chance.

Por esse motivo, a maneira como nossos corpos e mentes funcionam em todos os estágios do voo, principalmente na decolagem e na aterrissagem, é de extrema importância. Nenhum passageiro quer um piloto cansado. Ainda assim, peça a qualquer pessoa para trabalhar em um turno de 20 horas ou mais e você pode ter certeza de que não vai quebrar as portas para ir ao trabalho.

Os pilotos normalmente se apresentam ao serviço cerca de 1,5 horas antes da partida do voo. Também leva algum tempo para taxiar do portão até a pista e, em seguida, da pista até o portão de destino. Como resultado, um voo de 19 horas e 16 minutos poderia muito facilmente ter um tempo de bloco de cerca de 20 horas, especialmente em um aeroporto movimentado como o New York-JFK. Ao todo, você tem um dia de trabalho de 21 horas e 30 minutos - e isso sem atrasos.

Para manter os passageiros seguros, há limites para o número de horas que uma tripulação pode estar em serviço. Estes são chamados de períodos de serviço de voo, ou FDPs, e cada país ou área governante tem suas próprias regras sobre FDPs. Na Europa, com tripulação aumentada, o FDP máximo é de 17 horas. Com um olhar atento sobre o cansaço da tripulação, as autoridades australianas permitiram um FDP máximo de 20 horas.

O 787 requer dois pilotos para operar a aeronave, mas para aumentar o FDP para voos ULR como os planejados para o Projeto Sunrise, quatro pilotos são transportados. A experiência desses pilotos depende da companhia aérea. Para o voo de 17 horas da Qantas de Perth para Londres, há um capitão, um primeiro oficial e dois segundos oficiais. Os segundos oficiais são qualificados apenas para sentar nos assentos de operação durante o cruzeiro, cabendo ao comandante e ao primeiro oficial a decolagem e pouso.

O 787 tem uma tripulação operacional de dois pilotos, mas até quatro pilotos estão na tripulação dos voos ULR (Foto de Charlie Page)

Outras companhias aéreas têm duas tripulações idênticas, cada uma com um capitão e um primeiro oficial. Uma tripulação será designada como tripulação operacional e a outra, como tripulação de alívio. Isso será determinado quando as escalas forem publicadas, semanas antes do voo. Isso permite que os pilotos se apresentem para o serviço e descansem de acordo com seu padrão de trabalho planejado.

Ser piloto de longa distância não é apenas um trabalho, é um estilo de vida. Afeta todos os momentos não apenas do seu dia de trabalho, mas muitas vezes também dos seus dias de folga. Houve várias ocasiões, mesmo alguns dias depois de um voo, em que me peguei cochilando no sofá de casa ou no jantar de um amigo.

Antes do voo

A preparação do piloto para um voo ULR geralmente começa no dia anterior, dependendo do horário de partida e se eles são a tripulação de operação ou de alívio. É tudo uma questão de estar alerta quando você precisa estar alerta e cansado quando você precisa estar cansado.

Como resultado, gerenciar o sono é fundamental e cada piloto tem sua própria maneira de fazer isso funcionar para eles. Se eu tiver uma partida noturna, digamos 21h como tripulação operacional, sei que terei de estar no meu auge desde o momento em que apresento o relatório às 19h30 até por volta das 2h, quando irei fazer meu intervalo. 

Pensando no futuro, irei para a cama tarde da noite antes do voo e acordarei cedo no dia seguinte. Terei uma manhã movimentada pela casa, arrumo minha mala, passo meu uniforme e depois irei para a academia. Venha no início da tarde, devido ao curto sono da noite anterior e ao amanhecer, estarei pronto para um cochilo.

Dormir em casa à tarde nunca é fácil. Dependendo de onde você mora, pode fazer muito barulho lá fora, as cortinas podem não bloquear a luz e, se você tiver filhos, pode não ser particularmente tranquilo. É por isso que ter um hotel de qualidade decente durante as viagens é importante para aumentar a segurança do voo. Acordando por volta das 17h, estou pronto para começar meu "dia de trabalho".

Resto a bordo

Normalmente, pelo menos três pilotos estarão na cabine de comando para a decolagem e, uma vez em segurança na subida, a tripulação de alívio irá para o seu descanso. Planejando retornar do período de descanso final cerca de uma hora antes do pouso, o tempo de voo restante é dividido em dois. 

Assim, para um voo de 14,5 horas, os períodos de descanso seriam em torno de seis horas e 40 minutos cada. Isso pode parecer um bom negócio: vá trabalhar e dormir por seis horas, mas este não é um ambiente normal para dormir. É aqui que você controla o seu sono antes do voo.

Resto da tripulação de voo (OFCR)

No 787, a área de descanso dos pilotos está escondida acima da primeira classe, acessada por uma porta escondida (por aqui, muitos chamam essa área de "sarcófago"). Uma vez lá em cima, há um assento para assistir ao entretenimento a bordo e duas camas. Eu uso a palavra “cama” levemente porque é efetivamente apenas um colchão fino no chão. Dependendo da companhia aérea, estes são equipados com qualquer coisa, desde um cobertor fino e travesseiro até roupas de cama da cabine de primeira classe.

O OFCR no 787 Dreamliner (Foto de Charlie Page)

Há um painel de controle para controlar a temperatura do OFCR (Our Overhead Flight Crew Rest) e uma cortina para fechar os pés de cada cama. O principal benefício da área de descanso é que, uma vez apagadas as luzes, fica bastante escuro e surpreendentemente silencioso.

Dito isso, não há cama como a sua e há muito poucas camas que o farão cair por causa da turbulência enquanto você tenta dormir. Se você conseguiu dormir bem antes do voo, espero que caia no sono muito rapidamente. Se você não conseguiu controlar seu sono, vai ser um longo voo.

Estrutura de descanso

O objetivo final é garantir que a tripulação que está fazendo a aproximação e o pouso esteja tão descansada quanto possível. Para conseguir isso, existem algumas opções. A opção mais fácil é fazer um cronograma 6/6 direto, onde, neste exemplo, cada tripulação obtém um descanso sólido de seis horas e 40 minutos, com a tripulação operacional retornando à cabine de comando uma hora antes do pouso. 

A desvantagem disso é que, se as condições meteorológicas no destino mudaram durante o tempo em que a tripulação operacional estava de folga, pode haver muito trabalho a fazer com muito pouco tempo restante.

A opção preferida da maioria das tripulações é uma programação 4/6/2. Com efeito, a qualidade do sono da tripulação de alívio é sacrificada para garantir que a tripulação operacional obtenha um descanso sólido no meio do voo. 

Eles então retornam ao convés de voo para as três horas finais antes do pouso. Isso lhes dá tempo suficiente para acordar adequadamente e se adaptar a quaisquer mudanças que possam ter ocorrido durante o período de descanso.

Um cronograma de descanso 6/6 (Foto de Charlie Page)

No entanto, em voos como o entre Nova York e Sydney, o tempo de voo de 19 horas e 16 minutos teria resultado em turnos de nove horas cada. Com um esquema de descanso estilo 4/6/2, isso teria resultado em um turno do meio de nove horas. Mesmo durante o cruzeiro, é muito tempo para ficar olhando para as telas do computador, especialmente quando seu corpo quer apenas dormir.

O problema com isso é que o corpo humano não é muito bom para ligar e desligar. Com a tripulação de operação tendo seu descanso dividido em turnos de 4,5 horas, isso pode resultar em pior qualidade do sono e potencialmente não estar tão alerta para a aproximação e pouso quanto poderia estar. Isso destruiria completamente o ponto de ter os períodos de descanso em primeiro lugar. Como parte do Projeto Sunrise, espero que alguns dos estudos examinem a estrutura do restante da tripulação.

Com tanto tempo gasto na aeronave, é de extrema importância que a tripulação seja capaz de ter o melhor desempenho na fase mais crítica do voo, a aproximação e o pouso. O CEO da Qantas, Alan Joyce, tocou no assunto do descanso da tripulação durante os voos ULR. 

“Os pilotos são orientados por dados”, disse Joyce. “Então, se você puder mostrar a eles os benefícios - como melhorar seu descanso, como garantir que a fadiga seja controlada - eles adoram isso e querem ver as informações científicas.” 

Embora isso pareça positivo da perspectiva do piloto, espero que seja um esforço genuíno para tornar a vida das tripulações melhor e não apenas uma frase de efeito saborosa.

Recuperação pós-voo

Não importa quantas horas de sono você conseguiu durante o período de descanso, ao chegar ao hotel, você está arrasado. Você passou as últimas 20 horas em um tubo selado, pode não ter visto a noite por mais de 30 horas e pode ter chegado em um lugar onde as estações mudaram. Pode até ser amanhã. Ou ontem. A desorientação não é incomum. No entanto, você já está pensando no voo para casa. Como vou descansar no tempo? Quanto tempo tenho para fazer isso?

O quarto do hotel. Não apenas uma segunda casa, mas um lugar para aumentar a segurança de voo (Foto de Ben Smithson / The Points Guy)

Um dos tópicos quentes é se você deve permanecer no seu fuso horário ou converter para o horário local. Ambos têm seus benefícios, mas acho que ir para o local funciona melhor para mim. Durmo quando está escuro e fico ativo quando está claro. 

Quando se trata da noite anterior ao voo para casa, os mesmos princípios se aplicam ao voo de ida para casa. É por isso que ter um hotel de qualidade decente enquanto está longe é tão importante.

Uma coisa é tentar dormir antes de um voo em sua própria cama em seu próprio fuso horário. É uma questão completamente diferente quando você está tentando fazer isso em um hotel do outro lado do mundo antes do seu voo para casa.

Resultado

O voo de ultralongo curso é difícil para o corpo, especialmente se você é o único que voa. Com as companhias aéreas planejando voos cada vez mais longos, é importante que também levem em consideração a saúde e o bem-estar de suas tripulações.

Em janeiro de 2019, o Australian Transport Safety Bureau publicou um relatório que afirmava que 60% dos pilotos de longa distância experimentaram fadiga moderada a severa em seu voo mais recente. 

Quaisquer mudanças nos FDPs máximos atuais devem considerar não apenas os efeitos de curto prazo de estar em serviço por mais de 20 horas por vez, mas também os efeitos de longo prazo que isso terá na saúde das tripulações. 

Existem sistemas de relatórios de fadiga, mas muitas vezes um piloto que relata como cansado é tratado como “doente” e corre o risco de perder o pagamento e ser gerenciado pela política de doença da companhia aérea. Portanto, é compreensível que alguns pilotos decidam não seguir o caminho fatigado.

Como pilotos, nosso único objetivo é levá-los com segurança de A para B. Obviamente, estamos entusiasmados com o progresso da indústria, mas isso nunca deve prejudicar a segurança de voo.

Aconteceu em 10 de novembro de 1971: Queda de um Vickers Viscount na Indonésia

Um Vickers 828 Viscount similar ao envolvido no acidente
Em 10 de novembro de 1971, o Vickers 828 Viscount, prefixo PK-MVS, da Merpati Nusantara Airlines, batizado "Sabang", partiu para realizar o voo doméstico entre o Aeroporto Aeroporto Kemayoran, em Jacarta e o antigo  Aeroporto de Padang, ambas cidades da Indonésia.

A bordo da aeronave estavam 62 passageiros e sete tripulantes. Todos os passageiros a bordo eram cidadãos indonésios, exceto um médico alemão e sua esposa, e um piloto de helicóptero britânico que trabalhava na Indonésia. Oito crianças também estavam a bordo.

O voo transcorreu normalmente até cinco minutos antes do horário programado para a chegada a Padang, quando os controladores de tráfego aéreo perderam o contato por rádio com o Viscount.

Os controladores do Aeroporto Sultan Mahmud Badaruddin II, em Palembang, Sumatra relataram que a aeronave emitiu um sinal de socorro. A tripulação de voo teria dito que não poderia pousar em Padang por causa do mau tempo e visibilidade ruim. 

A aeronave posteriormente caiu no Oceano Índico, matando todos os 62 passageiros e sete tripulantes a bordo da aeronave. 

Três dias após o acidente, pedaços dos destroços foram encontrados flutuando a 120 quilômetros de Sumatra, na Indonésia. Um pescador encontrou assentos na aeronave entre as ilhas Beringin e Katang- Katang. Um barco da Marinha da Indonésia também recuperou roupas e botes salva-vidas não inflados. 

Jornais da época relataram o acidente
Este continua sendo o terceiro pior acidente com um Visconde de Vickers na história desse tipo de aeronave. 

Por Jorge Tadeu (com ASN e Wikipedia)

Voar de helicóptero para o GP Brasil de Fórmula 1 custa até R$ 25 mil

Vista aérea a bordo de um helicóptero na chegada ao autódromo de Interlagos,
em São Paulo (Imagem: Divulgação)
Quem quiser fugir do trânsito e chegar em grande estilo ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 pode fazer isso voando de helicóptero. A corrida, que acontece neste fim de semana no autódromo de Interlagos, em São Paulo, contará com um serviço exclusivo de transporte para os fãs do automobilismo.

A empresa Air Jet é a responsável pelos voos para o GP Brasil, e também fará o transporte aeromédico do evento. As operações ocorrem na sexta-feira (11), sábado (12) e domingo (13).

Para esse ano, a expectativa é que sejam realizados mais de cem voos executivos, partindo do aeroporto Campo de Marte e do hotel Sheraton WTC, na zona sul da cidade. Cada voo dura cerca de dez minutos até o heliporto dentro do autódromo de Interlagos.

Os voos de helicóptero custam a partir de R$ 2.500 por assento em voos compartilhados, dependendo do modelo de helicóptero escolhido, e podem chegar a R$ 25 mil em voos exclusivos. Esse valor é por etapa, com a ida ou a volta compradas separadamente, e não incluem os valores dos ingressos, que chegam a R$ 13.600 por três dias na área VIP.

Em 2019, último ano antes da pandemia, um pacote de ida e volta para os três dias (treinos e corrida) custava a partir de R$ 3.000.

Até a segunda-feira (7), 96 voos já tinham sido contratados para a edição deste ano da corrida. Esse número é superior ao de operações realizadas em 2021, quando foram feitos 54 voos no total. Quem ainda quiser ir para o autódromo pelo ar, pode fazer as reservas com a empresa até a sexta-feira (11).

Como será a operação?


Todos os voos serão coordenados junto às autoridades aeronáuticas em São Paulo. Como os helicópteros irão circular nas imediações do aeroporto de Congonhas, há uma atenção redobrada para não atrapalhar o tráfego aéreo na região.

(Imagem ao lado: Divulgação/Air Jet)

As operações acontecerão de sexta a domingo, do nascer do sol até o pôr do sol. Nos últimos anos, a organização do Grande Prêmio contrata uma única empresa para a realização dos voos, e ela também fica responsável pelo transporte aeromédico em caso de acidentes e pela coordenação dos voos no local.

Quem escolher essa facilidade poderá contar, ainda, com salas VIPs para recepção dos passageiros e serviço de transferência para os camarotes dentro do autódromo.

Via Alexandre Saconi (UOL)

Fabricante de novos aviões chineses recebeu mais de 300 pedidos

Fabricante de novos aviões chineses recebeu mais de 300 pedidos dos modelos C919 e ARJ21.

Sete empresas de leasing encomendaram um total de 300 aviões (Foto: Divulgação)
Sete empresas de arrendamento de aviões pediram 330 unidades dos modelos C919 e ARJ21 da Commercial Aircraft Corporation of China (Comac) durante o Zhuhai Airshow, evento que começou na última segunda-feira.

Segundo a agência Yicai Global, a China Development Bank Financial Leasing, a Icbc Leasing, a CCB Financial Leasing, a Bank of Communications Financial Leasing e a CMB Financial Leasing encomendaram 50 jatos do C919, cada uma, enquanto a Spdb Financial Leasing e a Jiangsu Financial Leasing pediram 30 e 20 unidades, respectivamente. Três das empresas citadas também pediram 30 jatos do regional ARJ21.

O C919 foi desenvolvido seguindo o modelo ocidental, utilizando fornecedores de sistemas e motores da Europa e Estados Unidos. O avião pretende concorrer com as famílias Airbus A320neo e 737 MAX no mercado interno chinês. Ele tem um alcance de aproximadamente 5.500 quilômetros e capacidade para até 168 passageiros, em classe única.

Por sua vez, o ARJ21 é o primeiro modelo comercial desenvolvido na China, voltado para o mercado regional. O modelo utilizou parte do ferramental destinado a família MD-80, que teve parte de sua estrutura produzida no país em meados da década de 1980. O avião conta com uma cabine de classe única com capacidade para até 90 passageiros e alcance de 1.200 nm (2.200 km).

O Zhuhai Airshow vai até o próximo domingo (13).

Via Marcel Cardoso (Aero Magazine)

Ex-funcionário usa último vídeo de Marília Mendonça entrando em avião em processo contra empresa de táxi aéreo

Homem disse que trabalhava sem equipamentos de proteção e ficou com uma cicatriz após acidente de trabalho. PEC Táxi Aéreo disse que fornecia e fiscalizava o uso de EPI.


Um ex-funcionário da empresa aérea dona do avião que caiu com Marília Mendonça e outras quatro pessoas utilizou um vídeo publicado pela Rainda da Sofrência como prova em um processo de indenização. A gravação retratava o momento do embarque da cantora na aeronave, em Goiânia. O homem, que trabalhava como coordenador de voo, disse que não tinha nenhum equipamento de proteção, sofreu um acidente e ficou com uma cicatriz na testa.

O acidente com o ex-funcionário ocorreu em março de 2021, em que ele acabou ficando com uma cicatriz na testa. O g1 entrou em contato por e-mail nesta quarta-feira (9) com a PEC Táxi Aéreo, mas não teve retorno até a última atualização dessa reportagem.

De acordo com a ação, o homem trabalhou entre agosto de 2020 e fevereiro de 2022. Ele era responsável por coordenar a movimentação das aeronaves da empresa, solicitar abastecimentos e verificar escalas de pilotos e tripulação. Porém, ele disse que, além disso, acumulava outras funções, sem receber mais por isso.

Entre essas atividades estava o serviço de recebimento da aeronave, retirada de fonte externa de energia, passando por baixo do avião sem utilização de equipamento de proteção individual, o que acabou resultando em um acidente com o ex-funcionário em questão. O processo não especifica quais os equipamentos de proteção que deveriam estar sendo utilizados no momento do acidente.

No processo, a PEC Táxi Aéreo negou que houvesse acúmulo de trabalho e que todos os equipamentos de proteção eram dados e o uso deles, cobrado. Para provar, a empresa anexou fotos que mostram funcionários posando usando os itens de segurança.

O ex-funcionário, no entanto, anexou um vídeo postado na rede social da cantora Marília Mendonça momentos antes dela entrar no avião que caiu que mostra dois funcionários trabalhando próximo ao avião sem usar qualquer equipamento de proteção.

O processo ainda está em andamento. Uma audiência foi marcada para fevereiro de 2023.

Via g1 - Foto via Instagram

Companhia aérea coloca QR Code em avião de passageiros para levantar dinheiro para a guerra

Boeing 737-800 da SkyUp (Imagem: SkyUp Airlines)
A companhia aérea de baixo custo ucraniana SkyUp firmou parceria com a plataforma de angariação de fundos United24, uma iniciativa lançada em maio deste ano por Volodymyr Zelensky, que visa apoiar a Ucrânia e receber doações para defesa, assistência humanitária e médica e a reconstrução das áreas do território afetados pela guerra.

A partir do acordo, a SkyUp criou uma imagem de marca com o logotipo da United24 que já é exibido no Boeing 737-800 registrado sob a matrícula UR-SQM. O design inclui a incorporação de códigos QR, tanto na parte externa da aeronave quanto nos bolsos dos assentos da cabine.

De acordo com o site Aviacionline, os passageiros podem usar os códigos para obter mais informações sobre a iniciativa e contribuir com quantias que serão destinadas à compra de kits de primeiros socorros para soldados ucranianos. A arrecadação de fundos acontece a partir de 1º de novembro e continuará até 1º de fevereiro de 2023. Além disso, aqueles que desejam colaborar remotamente podem contribuir com uma quantia em dinheiro através do portal conjunto de SkyUp e United24.

Desde o início da guerra, desencadeada após a invasão russa ao território ucraniano, a companhia aérea precisou adaptar seu modelo para tentar sobreviver à suspensão total das operações aéreas comerciais regulares no país.

Durante os primeiros dias e semanas do conflito, a SkyUp transportou cidadãos ucranianos para Israel e Portugal, saindo da Moldávia e das cidades polonesas de Varsóvia e Lublin. Também colaborou com o transporte de ajuda humanitária internacional para aeroportos próximos à fronteira ucraniana. Atualmente, as aeronaves da empresa continuam operando no exterior.

“Como uma companhia aérea ucraniana, esta é uma oportunidade de economizar nossos equipamentos e negócios, além de apoiar o país com impostos“, disse Dmytro Seroukhov, CEO da SkyUp. “Como ucranianos, esta é uma oportunidade para convocarmos a comunidade internacional a se unir em apoio à Ucrânia e outros ucranianos, que agora estão protegendo seu futuro e valores democráticos em todo o mundo“, acrescentou.

“Tenho certeza de que o avião com a pintura SkyUp+United24 pode cumprir essa importante missão: chamar a atenção para a Ucrânia e nos ajudar a continuar unindo os diferentes estados em prol de uma vitória mais rápida”, comentou Yaroslava Gres, coordenador da plataforma. Unidos24.

Aeroporto na rota de mísseis russos passa a vender voos que não existem

(Foto: AT – Airport Technology)
Sem voos desde a invasão russa à Ucrânia, o aeroporto de Anapa, próximo da fronteira com o país invadido, está recorrendo a voos “de mentira”, enquanto os aviões não estão podendo decolar ou pousar ali por causa dos mísseis cruzando os céus a qualquer hora do dia.

A cidade está localizada no Mar Negro, 250 quilômetros a leste da Crimeia e não há voos ali desde 24 de fevereiro. Para ainda ter alguma serventia, o aeroporto vende passagens para voos que não ocorrem. Um evento em 30 de outubro, por exemplo, viu uma ação com essas características, noticiou o portal Kubanskie Novosti.

Por cerca de 25 euros, os pseudo-passageiros foram autorizados a fazer o check-in, passar pela segurança, ir até o portão e depois inspecionar o avião. Houve também comida e passeios no cockpit de uma aeronave.

Não se sabe qual companhia aérea disponibilizou suas aeronaves. A cidade de Anapa, com uma população de cerca de 60.000 habitantes, encontra-se sob a trajetória de mísseis disparados pela Rússia do Mar de Azov, um afluente do Mar Negro. O aeroporto costumava ser servido por todas as principais companhias aéreas russas.

Estudo mostra como pterossauros aprenderam a voar com a eficiência de aviões

Pela primeira vez, pesquisa aponta que répteis alados possuíam estruturas para reduzir atrito do ar, parecidas com as do caça Gripen, da FAB.

Reconstrução de pterossauros na região de Solnhofen, onde hoje é a Alemanha, há 150 milhões de anos
A capacidade de alguns animais de voar continua fascinando o ser humano. Manter-se em pleno ar, percorrendo longas distâncias, gastando energia e sem cair, é uma habilidade para poucos.

É ainda mais impressionante quando pensamos em animais já extintos com tamanho de até 10 metros de comprimento (como um avião) e até 250 kg de peso, caso dos pterossauros.

Enquanto as aves possuem penas para ajudar a eliminar a resistência do ar e os morcegos fazem um voo batido, a história do voo nos vertebrados começa nos répteis pré-históricos que viveram há mais de 200 milhões de anos.

Agora um estudo encontrou pela primeira vez evidências de estruturas na base das asas desses contemporâneos dos dinossauros similares às carenagens (ou canoas) de flape presentes em alguns aviões. A função é justamente diminuir a resistência do ar, possibilitando um voo mais suave.

Utilizando luz fluorescente, os pesquisadores da Universidade de Hong Kong e do Instituto Dinossauro, do Museu de História Natural de Los Angeles, identificaram em um fóssil de pterodáctilo da formação Solnhofe, na Alemanha (com idade aproximada de 150 milhões de anos), estruturas de tecido mole (músculo) que estariam associadas a essa redução do atrito no ar e ajuste fino do voo.

O artigo descrevendo o achado foi publicado na edição da última segunda-feira (18) da PNAS (Proceedings of the National American Society), ligada à AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência, na sigla em inglês).




A mesma morfologia já foi descrita nas aves e nos morcegos, mas nesses animais elas são formadas por penas e pelos, respectivamente. Já nos pterossauros, a composição é a mesma do músculo esquelético presente na região do pescoço e da cintura escapular --onde o úmero se liga à caixa torácica.

A presença dessas estruturas pode ajudar a desvendar mais sobre o voo nesses animais. É sabido que todos os pterossauros tinham asas formadas por membrana e sustentadas pelo quarto dedo alongado, mas ainda há muito a compreender sobre como eles conseguiam combater a resistência do ar e tomar impulso.

Nos aviões, as canoas de flape podem ser encontradas em aeronaves menores, como o modelo Gripen, da Força Aérea Brasileira. Posicionadas debaixo das asas, essas estruturas curvadas são móveis e também ajudam a manter um voo mais estável.

No caso do pterodáctilo de Solnhofen, as canoas estão localizadas na base das asas, próximas à última vértebra do pescoço, e reduzem o atrito com o ar durante o voo. Por serem de músculo, elas deveriam ter também um papel importante no controle e direcionamento do voo, explica o paleontólogo Michael Pittman, primeiro autor do estudo.

"Em vivo, essas estruturas eram compostas de músculo coberto por pele. A carenagem muscular reduz a resistência na base das asas e também permite ao pterossauro fazer ajustes finos durante o voo", diz.

Já nas aves e morcegos, essas estruturas podem ter diversos tamanhos e posições, mas em geral estão associadas a uma melhor aerodinâmica, mas não tanto com um controle maior do voo, função que é dada pela musculatura do peito que se liga às asas.

Em um voo batido, a musculatura peitoral tem maior participação, uma vez que é preciso manter o batimento das asas continuamente. Já em voos planados, como é o caso dos aviões, as estruturas que reduzem o atrito com o ar são fundamentais para manter a estabilidade e equilíbrio.

A busca sobre como os pterossauros voavam ainda vai longe, principalmente porque os chamados fósseis mais basais, que poderiam explicar como surgiram os primeiros pterossauros, são ainda pouco conhecidos.

"A priori, todos os pterossauros apresentam membros anteriores configurados em asas, mas a proporção destes em relação ao corpo, diferenças de tamanho, entre outras, incorreriam em impactos significativos na morfologia e performance de voo desses animais", explica a paleontóloga e professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) Fabiana Costa Nunes.

E, entre os pterossauros, podem existir diversas formas de voo. Inclusive, há diferentes hipóteses para como esses animais ganhavam impulso em terra.

A mais provável é que os pterossauros, diferentemente das aves modernas, se apoiassem na mão presente nas asas (os outros dedos) e com as patas traseiras dessem um impulso para alçar voo. As aves, por outro lado, possuem um misto de corrida em terra com o bater das asas para se erguerem.

"Desde a configuração da membrana alar e sua ligação no corpo até o modo de voo destes répteis, não há consenso. O que podemos inferir, de modo geral, é que as formas menores, mais basais, com caudas longas, teriam desenvolvido um voo mais batido, ao passo que as formas maiores pudessem utilizar das correntes de vento para alçar voo e se deslocar no espaço, apresentando um voo mais planado", explica Nunes.

Apesar da descoberta da carenagem alar ter sido feita para um único exemplar de um pterodáctilo, grupo de pterossauros que inclui as formas mais conhecidas como o gênero Pteranodon, do Cretáceo da América do Norte, e o Anhanguera, também do Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe, no Brasil, Pittman acredita que outros répteis voadores podem ter essa mesma estrutura.

"Esperamos encontrar mais exemplares em Solnhofen e também em outros lugares, incluindo os fósseis mundialmente famosos do Araripe, os quais esperamos também encontrar preservados tecido mole", diz.

Via Anna Buttallo (Folhapress)