quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Dirigível é retirado por guindaste mais de 18 horas após cair sobre casas em Osasco; veja operação

Acidente com a aeronave aconteceu por volta do meio-dia de quarta (25), mas os componentes do zepelim só foram retirados do local durante a madrugada desta quinta (26). Energia foi restabelecida no bairro às 6h10.

Operação para retirada de dirigível que caiu na tarde desta segunda-feira (26) em Osasco,
na Grande SP (Foto: Reprodução)
Imagens feitas pelos moradores do bairro Veloso, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, mostram como foi a operação de retirada do dirigível que caiu sobre as casas na tarde desta quarta-feira (25).

A operação avançou pela madrugada, deixando os moradores no escuro por mais de 18 horas depois do acidente (veja vídeo aqui).

Nas imagens, é possível ver o guindaste que foi usado pela empresa responsável pela aeronave para retirar a parte metálica do dirigível de cima das casas.

O acidente aconteceu por volta do meio-dia desta quarta (25) e a operação só foi totalmente finalizada depois das 6h desta quinta-feira (26), quando a energia foi retomada em todo o bairro Veloso.

Uma pessoa que estava na cabine foi socorrida com ferimentos leves pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Ainda segundo a corporação, três equipes de Resgate foram acionadas no local, além de equipes da Enel e Defesa Civil.

Via g1

Dirigível contratado pelo time do São Paulo cai em bairro de Osasco

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a queda foi registrada no bairro Veloso por volta do meio-dia; uma pessoa foi socorrida com ferimentos leves. Em nota, São Paulo Futebol Clube lamentou acidente.

Dirigível cai em cima de casa em Osasco (Foto: TV Globo)
O dirigível Airship do Brasil ADB 3-3, prefixo PR-ZAD, da empresa Airship do Brasil, que fazia uma ação para o São Paulo Futebol Clube caiu em um bairro de Osasco, na Grande São Paulo, no começo da tarde desta quarta-feira (25). Uma pessoa foi socorrida com ferimentos leves.


Um vídeo feito pelo Globocop, da TV Globo, mostra o dirigível em cima de algumas casas na rua Sarah Veloso, no bairro Veloso (veja aqui e aqui).

Segundo a assessoria do SPFC, o dirigível é de uma empresa contratada pelo time para fazer uma ação horas antes do jogo contra o Botafogo pelas quartas de final da Conmebol Libertadores. Ele havia saído de Carapicuíba e realizava um voo teste (veja nota completa abaixo).


De acordo com o Corpo de Bombeiros, a queda foi registrada às 12h06. Uma pessoa que estava na cabine foi socorrida com ferimentos leves pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ainda segundo a corporação, três equipes de Resgate foram acionadas no local, além de equipes da Enel e Defesa Civil.

Dirigível com símbolo do São Paulo Futebol Clube cai em Osasco (Foto: TV Globo)
Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) disse que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV) foram acionados para realizar a coleta de dados da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-ZAD.

"Na coleta de dados são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação", afirmou o órgão.


"O São Paulo FC lamenta o incidente ocorrido com o dirigível contratado por locação da Airship do Brasil Indústria e Serviços Aéreos SA. A empresa já havia prestado este mesmo serviço ao Clube por ocasião da final da Copa do Brasil, em 2023, sem nenhuma intercorrência.

O aparelho fazia um teste nesta manhã em preparação ao sobrevoo noturno, previamente autorizado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que estava programado para a região do estádio.

O Clube informa que, felizmente, não houve feridos com gravidade e está prestando todo o suporte necessário aos tripulantes e demais envolvidos".

Dirigível para sobrevoar cidades paulistas


Dirigível em 2023 quando sobrevoou cidades paulistas antes de final da Copa do Brasil (Foto: Reprodução)
Em 2023, o São Paulo Futebol Clube colocou o dirigível para percorrer cidades paulistas na véspera da final da Copa do Brasil contra o Flamengo.

Na época, segundo o Globo Esporte divulgou, o dirigível iniciou seu voo em São Carlos, a cerca de 230 quilômetros da capital, e passou por Rio Claro, Limeira, Americana, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí até a chegada a São Paulo.

Com informações do g1, UOL e SBT

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Garuda Indonesia 152 Curva Letal


Aconteceu em 26 de setembro de 1997: Garuda Indonesia 152 - Volta errada leva ao desastre e deixa 234 mortos


No dia 26 de setembro de 1997, um voo doméstico lotado de Jacarta para Medan com a transportadora de bandeira da Indonésia Garuda saiu do curso pouco antes de pousar, e o Airbus A300 bateu em uma colina 48 km ao sul do aeroporto, matando todas as 234 pessoas a bordo. 

O voo foi levado à destruição por uma longa sequência de coincidências bizarras e irritantemente menores falhas de comunicação que conspiraram para dar aos pilotos um mapa mental que diferia consideravelmente da situação real.


O voo 152 da Garuda Indonesia era um voo regular da capital da Indonésia, Jacarta, para a cidade de Medan, na ilha de Sumatra, operado pelo Airbus A300B4-220, prefixo PK-GAI (foto acima), de fuselagem larga. 

No dia 26 de setembro de 1997, 222 passageiros e 12 tripulantes embarcaram no avião, que partiu de Jacarta no horário programado às 11h41, horário local. 

Grande parte da Indonésia estava naquela época envolvida na chamada “Névoa do Sudeste Asiático de 1997”, uma nuvem de fumaça causada por incêndios florestais acidentais e agricultura de corte e queima. 

Em baixas altitudes perto de Medan, a fumaça restringia a visibilidade a apenas 500m. Embora fosse baixo o suficiente para que o Aeroporto Internacional de Polonia de Medan pudesse fechar sua pista única se assim desejasse, as autoridades do aeroporto optaram por não fechar. 

Na preparação para deixar Jacarta, o capitão do voo 152 Rahmo Wiyogo decidiu levar mais combustível na expectativa de atrasos devido à visibilidade.


O voo progrediu normalmente até que o avião estivesse se aproximando de Medan em meio à densa fumaça. A pista em Medan está alinhada de sudoeste a nordeste. 

Aproximando-se do sul, existem dois caminhos de descida possíveis para a pista 05: do lado esquerdo ou do lado direito (veja acima). As cartas de aproximação dos pilotos mostravam apenas a aproximação do lado esquerdo, e o capitão Wiyogo, um piloto experiente que voou para Medan inúmeras vezes, só havia usado esta aproximação. 

No entanto, um voo decolando de Medan foi liberado para partir pela pista 23 (voltado para sudoeste) seguido por uma curva para o norte. Os controladores de tráfego aéreo, portanto, não poderiam ter o voo 152 se aproximando pelo lado esquerdo do aeroporto porque entraria em conflito com o tráfego de partida. Em vez disso, eles decidiram encaminhar o Garuda 152 através da abordagem menos comum do lado direito.


Quando o controlador de tráfego aéreo liberou o voo para sua abordagem, ele acidentalmente usou o indicativo errado, transmitindo "Merpati um cinco dois, você er... vire à esquerda rumo dois quatro zero vetorização para interceptar a pista ILS zero cinco do lado direito, tráfego agora er... rolando.” 

Na verdade, havia um voo naquela área com a companhia aérea indonésia Merpati Nusantara com o mesmo número de voo, 152, naquela área; este foi provavelmente o motivo do erro do controlador. 

Mas porque ele abriu sua transmissão com “Merpati” em vez de “Indonésia” ou “Garuda”, a tripulação ignorou, presumindo que não era para eles. Ao não receber resposta, o controlador percebeu seu erro e perguntou: "Indonésia um cinco dois, você leu?" 

Desta vez, o voo 152 atendeu e pediu ao controlador para repetir a instrução. Mas quando ele repetiu, ele omitiu um elemento crucial: “do lado direito”. Na ausência dessa informação, a tripulação presumiu que eles estavam voando na mesma aproximação de sempre - do lado esquerdo. 

Isso levou o Capitão Wiyogo a comentar que a curva à esquerda instruída parecia precoce, porque teria sido se eles estivessem voando pela abordagem do lado esquerdo. Ele pediu ao ATC que confirmasse que o voo estava livre da “área montanhosa” e o controlador afirmou que sim.


Cerca de dois minutos após a curva à esquerda, o controlador instruiu o voo 152 a virar à direita para um rumo de 046 graus para interceptar a trajetória de planeio na pista. O primeiro oficial Tata Zuwaldi reconheceu a instrução, mas o capitão Wiyogo, que pilotava o avião, virou à esquerda em vez de à direita! 

Ele aparentemente ainda acreditava que estava voando pela abordagem do lado esquerdo, que exigia uma curva à esquerda neste ponto do voo, e instintivamente virou à esquerda, embora o controlador tivesse dito a eles para virar à direita. 

Antes que o primeiro oficial Zuwaldi pudesse notar o erro, o capitão Wiyogo disse que estava superaquecido e pediu a Zuwaldi que ajustasse o ar condicionado, fazendo com que ele desviasse o olhar dos instrumentos.


Depois de virar à esquerda por 30 segundos, o primeiro oficial Zuwaldi olhou para seus instrumentos e observou que o avião estava virando na direção errada. 

“Vire ... vire à direita”, disse ele ao capitão Wiyogo, fazendo com que Wiyogo perguntasse ao controlador: “Indonésia um cinco dois, confirme virar à esquerda ou virar à direita rumo a zero quatro seis?” 

O controlador repetiu a instrução para virar à direita e Wiyogo começou a inverter a direção de sua curva original errada. Mas o controlador usava um radar lento e desatualizado que só era atualizado a cada doze segundos. 

Vendo o avião ainda virando à esquerda, ele perguntou: “Um-cinco-dois confirma que você está fazendo [sic] virar à esquerda agora?” 

Confuso com a transmissão, o capitão Wiyogo respondeu: "Estamos, errr ... virando agora." 

Possivelmente interpretá-lo como significando "estamos virando neste momento", em vez de "agora estamos virando para a direita”, o controlador respondeu: “Um, cinco, dois, ok, continue virando à esquerda agora”. 

Mas naquele momento o avião estava virando à direita. Durante todo esse tempo, o avião ainda estava descendo. O voo 152 não havia sido autorizado a descer abaixo de 2.000 pés, então esta deveria ser a altitude em que o piloto automático cortaria a descida e nivelaria o avião. 

Mas isso não aconteceu, e o avião continuou descendo - presumivelmente os pilotos cometeram algum erro ao inserir o nível de voo desejado no piloto automático (talvez 010 ou 002 em vez de 020). E naquele momento, confusos com as instruções conflitantes do controlador sobre para que lado virar, os pilotos não perceberam que haviam descido abaixo de 2.000 pés. Pior ainda, eles estavam fora do curso e voando em direção a um terreno montanhoso próximo a 1.500 pés acima do nível do mar. 


Quando o controlador instruiu o avião a continuar virando à esquerda, o capitão Wiyogo inicialmente se endireitou e perguntou: “Confirma virar à esquerda? Estamos começando a virar agora mesmo.” 

O controlador começou a responder e disse: “Aha! Ok, ok”, possivelmente tendo descoberto o que estava acontecendo. 

De repente, o primeiro oficial Zuwaldi apontou que eles estavam descendo. O capitão Wiyogo se desculpou, aplicou força total e começou a puxar para cima, mas, aparentemente do nada, uma crista se ergueu bem na frente deles em meio à fumaça. 

No último segundo, o controlador contatou o voo e os instruiu a virar à direita rumo a 015 graus - mas isso era muito pouco, muito tarde. O controlador estava distraído tentando descobrir o que o avião estava fazendo e para que lado estava virando, e ele também não percebeu que estava descendo em direção ao terreno. 

Pior ainda, o sistema de alerta de proximidade do solo do avião, que deveria ter soado um alarme, nunca disparou. A razão exata para isso permanece obscura.


Apenas cinco segundos depois que o Capitão Wiyogo aplicou força total, a ponta da asa direita atingiu árvores no topo de uma crista a 1.550 pés de altitude, arrancando 1,5 metro da asa, bem como parte de um aileron. 

Alguém, provavelmente o primeiro oficial Zuwaldi, gritou “Sobe! Puxar para cima!" 

Mas o avião danificado e incontrolável rapidamente rolou para a direita e perdeu sustentação antes de se chocar contra uma ravina a cerca de 500 metros além do cume, obliterando a aeronave e matando instantaneamente todas as 234 pessoas a bordo. 


Os destroços pulverizados pararam sobre uma ampla área de terraços de arroz abandonados e árvores quebradas, deixando pouco que fosse reconhecível. A destruição foi tão completa que nem mesmo houve um incêndio, e muitas peças da aeronave foram empurradas à força para as profundezas da encosta lamacenta.


Os investigadores inicialmente tiveram dificuldade em trabalhar no local do acidente, que era quente, abafado, enfumaçado, escorregadio e rodeado por curiosos com pouca segurança. 

Demorou quase um mês para encontrar as caixas pretas, mas depois que foram localizadas, a trágica sequência de eventos começou a ficar clara.
  1. A fumaça limita a visibilidade a 500 metros. 
  2. A tripulação insere incorretamente sua altitude mínima autorizada no piloto automático. 
  3. Outro avião quer decolar, evitando que o voo 152 faça a aproximação padrão do lado esquerdo. 
  4. Ao dar instruções de aproximação do voo 152, o controlador acidentalmente usa um indicativo de uma aeronave anterior que tinha o mesmo número de voo, fazendo com que a tripulação ignore a transmissão. 
  5. Quando o controlador repete as instruções com o indicativo correto, ele negligencia a especificação de que a abordagem não é padrão. 
  6. O capitão Wiyogo ainda acredita que está voando pela abordagem padrão do lado esquerdo quando o controlador está lhe dando instruções para concluir a abordagem não padrão do lado direito. 
  7. O controlador instrui o voo a virar à direita, mas Wiyogo instintivamente vira à esquerda como se estivesse completando a aproximação do lado esquerdo. O avião agora está fora de curso. 
  8. O primeiro oficial Zuwaldi não percebe a curva incorreta porque está ajustando o ar condicionado do avião. 
  9. Quando a tripulação percebe o erro e começa a virar à direita, a tela do radar do controlador é muito lenta para atualizar e não pode exibir os movimentos do avião em tempo real. O avião agora está voando em direção a um terreno montanhoso. 
  10. Devido ao atraso de tempo, o controlador não tem uma imagem clara dos movimentos do voo. Ele interpreta mal a transmissão de Wiyogo e confunde os pilotos, dizendo-lhes para “continuarem virando à esquerda” quando estiverem virando à direita. 
  11. Na confusão, os pilotos falham em monitorar sua altitude e descem abaixo de 2.000 pés perto de terrenos elevados. 
  12. O controlador está distraído e também não percebe que o avião está muito baixo. 
  13. O aviso de proximidade do solo não dispara, deixando os pilotos com tempo insuficiente para evitar o cume da montanha. 
Na ausência de quase qualquer um desses elos da corrente, o acidente não teria ocorrido.


Também foi descoberto que o capitão Wiyogo poderia facilmente ter sido confundido pelos instrumentos de voo. O particular Airbus A300 usado neste voo tinha instrumentos principalmente digitais, exceto seu equipamento de navegação, que era analógico. 

Isso porque era uma versão anterior que a Airbus havia atualizado retroativamente com alguns instrumentos digitais de cabine para ver se as companhias aéreas preferiam. Mas o Capitão Wiyogo havia sido treinado em uma versão posterior do A300 que tinha apenas instrumentação digital, e havia diferenças significativas na leitura dos dois tipos de instrumentos. 


Os investigadores questionaram se seu treinamento com instrumentos analógicos era suficiente para evitar que ele perdesse a consciência situacional ao lançar olhares rápidos para eles durante situações estressantes. Se um esforço extra fosse necessário para ele ler seus instrumentos de navegação,  isso poderia explicar por que ele não tinha um mapa mental correto de sua posição.


Em seu relatório final, os investigadores fizeram 14 recomendações de segurança. Eles solicitaram que o aeroporto de Polonia em Medan atualizasse seu radar para que ele se atualizasse mais rapidamente; que eles instalem um Sistema de Alerta de Altitude Segura Mínima que alertaria os controladores quando um avião estiver muito perto do terreno; e que eles consideram a contratação de controladores adicionais. 


Aos reguladores, eles solicitaram que os aeroportos sejam obrigados a fechar quando a visibilidade for inferior aos 800 metros mínimos (no momento do acidente, isso era opcional na Indonésia); aquele treinamento em torno da fraseologia padrão é reforçado; e que os controladores sejam submetidos a treinamento em simulador para situações de emergência. 


E, finalmente, eles solicitaram que as companhias aéreas realizassem verificações dos sistemas de alerta de proximidade do solo de seus aviões de acordo com as instruções do fabricante, e que as companhias aéreas evitem usar o mesmo número de voo de outra companhia aérea operando na mesma região.


Embora o voo 152 da Garuda Indonésia seja apenas um de muitas dezenas de acidentes graves categorizados como Voo Controlado no Terreno, quase todos ocorrendo por causa de um erro de navegação ou uma taxa de descida imprópria, este acidente em particular se destaca por causa da cadeia excepcionalmente longa de eventos menores que levaram ao acidente. 

Cada erro e falha de comunicação são tão pequenos e, ao mesmo tempo, irritantemente consequentes. E pensar que, se não houvesse outro voo 152 voando para Medan naquele dia, toda a lamentável sequência de eventos poderia ter sido evitada! Se ao menos a tela do radar tivesse sido atualizada alguns segundos mais rápido! 

Em vários pontos, 234 vidas podem ter dependido da presença ou ausência de uma única palavra. Mas, infelizmente, no final os dados rolaram para o lado errado.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral Cloudberg, Wikipedia, ASN - Imagens são obtidas do Bureau of Aircraft Accidents Archives, Wikipedia, Google e National Transportation Safety Committee (KNKT). Clipes de vídeo cortesia de Mayday (Cineflix).

Aconteceu em 26 de setembro de 1994: O desastre aéreo de Vanavara, na Rússia


O desastre aéreo de Vanavara ocorreu em 26 de setembro de 1994, quando um Yakovlev Yak-40, operado pelo avião regional russo Cheremshanka Airlines, caiu na margem de um rio perto de Vanavara, na Rússia. Todos os 24 passageiros e 4 membros da tripulação morreram.

A equipe de investigação russa concluiu que o erro do piloto foi a causa do acidente. As más condições meteorológicas obrigaram o voo a abortar várias tentativas de aterragem e a tripulação aérea falhou em manter a consciência da quantidade de combustível. Isso resultou na queda da aeronave devido ao esgotamento do combustível.

Posteriormente, a equipe de investigação culpou o aeroporto por "não relatar as condições meteorológicas" em tempo hábil para a tripulação.

Aeronave



A aeronave envolvida era o Yakovlev Yak-40, prefixo RA-87468, da Cheremshanka Airline (foto acima). O avião foi fabricado na planta de aviação de Saratov em 11 de novembro de 1974 com o número de série 9441337. Foi registrado novamente como CCCP-87468 e entregue ao Ministério da Aviação Civil da URSS. 

Em 16 de novembro, a aeronave foi enviada à Administração de Aviação Civil do Cazaquistão. Quatorze anos depois, em 16 de novembro de 1988, o 87468 era operado pela Krasnoyarsk Civil Aviation Administration. Cheremshanka Airlines posteriormente recuperou o Yak-40 em 1993. O tempo total de operação da aeronave foi de 22.203 horas de voo e um ciclo de voo de 17.220 ciclos.

Voo e acidente


O voo foi operado pela Cheremshanka Airlines, uma companhia aérea regional com base no aeroporto de Krasnoyark Cheremshanka. No momento do acidente, o Yakovlev Yak-40 transportava 24 passageiros, incluindo 21 adultos e 3 crianças, e 4 tripulantes. O piloto do vôo foi o Capitão Anatoliy A. Danilov e o copiloto foi o Primeiro Oficial Anatoliy G. Shcherbakov. Também a bordo estava o mecânico de voo Mikhail N. Shurpatov e um comissário de bordo.

As condições meteorológicas começaram a piorar enquanto a aeronave estava a caminho do Aeroporto de Tura, mas o ATC em Tura não informou à tripulação de voo sobre as mudanças nas condições. A tripulação foi, portanto, apanhada de surpresa pelo mau tempo quando chegaram a Tura. Devido à visibilidade limitada, a tripulação perdeu o aeroporto. 

Após três tentativas fracassadas de pouso, a tripulação decidiu desviar para o campo de pouso de Vanavara, um pequeno aeroporto a cerca de 453 quilômetros do Aeroporto de Tura.

A 41 quilômetros de Vanavara, a uma altitude de 3.000 metros, os motores dos aviões pegaram fogo quando o suprimento de combustível se esgotou. A tripulação decidiu então fazer um pouso de emergência em um pântano. 

Dois helicópteros e uma aeronave An-24 tentavam ajudar, sugerindo a direção do Yak-40 para o pântano onde seria possível fazer um pouso de emergência. A tripulação decidiu então pousar na margem do rio Chamba.

O capitão Danilov ordenou que o primeiro oficial Shcherbakov e o mecânico de voo Shurpatov olhassem pela janela e vissem se conseguiam encontrar o rio Chamba. O trem de pouso foi estendido pela tripulação e iniciou sua descida inicial. 

A uma velocidade de 235 km/h, a aeronave cortou copas de árvores e a asa direita se desprendeu da fuselagem. O Yak-40 então rolou fortemente para a direita e bateu na margem do rio Chamba invertida, com a parte frontal na água e a empenagem apoiada na costa. 

Não houve explosão ou incêndio, pois a aeronave ficou sem combustível, mas o impacto não sobreviveu. Todas as 28 pessoas a bordo morreram.


Imagens do local do acidente, tiradas de um helicóptero, mostraram que a cabine do Yak-40 foi completamente destruída. A fuselagem foi severamente esmagada enquanto a cauda estava relativamente intacta. Vítimas do acidente, junto com seus pertences, estavam espalhados em uma grande área gramada perto dos destroços.

Investigação


A investigação foi prejudicada pelo fato de que a gravação da conversa da tripulação com o ATC no Aeroporto de Tura foi perdida de alguma forma antes do início da investigação oficial. AM Chernov, o proprietário da Cheremshanka Airlines, ordenou que antes que os registros fossem transferidos para a equipe de investigação, ele deveria ouvi-los primeiro. Depois que os registros foram transferidos para a equipe de investigação russa, as gravações não foram encontradas, o que poderia indicar uma possível sabotagem por Chernov.


A investigação constatou que havia várias deficiências graves na organização do trabalho de voo na Cheremshanka Airlines, bem como na cultura de segurança de voo no controle de tráfego aéreo no aeroporto de Tura. Funcionários do Tura ATC escreveram cartas e em reuniões sindicais levantaram a questão de que a desorganização e a falta de uma cultura de segurança eram endêmicas no Tura ATC. 

No entanto, a administração da Tura Aviation Enterprise não eliminou essas deficiências, e o departamento de transporte aéreo regional de Krasnoyarsk não controlou seu trabalho adequadamente.


Conclusão da equipe de investigação russo


A comissão que investigou o incidente concluiu que a catástrofe ocorreu devido a uma série de fatores:
  • A tripulação calculou incorretamente o suprimento de combustível necessário para o voo;
  • O navegador de serviço do Aeroporto Cheremshanka, VA Tsurikov, não preparou adequadamente a tripulação para o voo;
  • O despachante não informou a tripulação em tempo hábil sobre a forte deterioração do tempo no Aeroporto de Tura;
  • Com a escassez de combustível a bordo, a tripulação optou por desviar para Vanavara, que ficava a mais de quatrocentos quilômetros de distância, quando o aeródromo de Baykit estava cem quilômetros mais perto (354 quilômetros); e
  • Ao se aproximar em Vanavara, a tripulação escolheu incorretamente o nível de vôo, bem como o ponto de início da descida.
Clique AQUI e assista uma matéria sobre o acidente no Youtube.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 26 de setembro de 1969: A queda do avião com jogadores do The Strongest - A Tragédia de Viloco


A Tragédia de Viloco aconteceu em 26 de setembro de 1969, quando o avião Douglas DC-6B, prefixo CP-698, da empresa aérea Lloyd Aéreo Boliviano - LAB, acidentou-se numa região montanhosa e de difícil acesso, denominada "La Cancha", situada em Viloco, uma localidade situada no departamento de La Paz. Todos os 69 passageiros (destes, 17 jogadores do The Strongest) e os 5 tripulantes morreram.

Um Douglas DC-6B da empresa aérea Lloyd Aéreo Boliviano - LAB 
Antecedentes

Em 26 de setembro de 1969, o The Strongest disputara um torneio amistoso em Santa Cruz de la Sierra, e sua participação não foi boa, tendo perdido por 4 a 0 para o Club Petroleros. Em seguida, a delegação, composta por 17 atletas e parte da comissão técnica e da direção, além de um integrante da direção do Cerro Porteño, embarcou para um voo que seguiria direto para a capital boliviana.

O time do The Strongest em 1969
O acidente

No mesmo dia, a Bolívia mergulhou num período complicado na política, uma vez que o General Alfredo Ovando Candía derrubou o presidente Luis Adolfo Siles Salinas. Este fato produziu rumores sobre o acidente, até hoje não confirmados. Às 15 horas e 15 minutos da tarde, a torre de controle do Aeroporto El Trompillo havia perdido contato com a aeronave que transportava a delegação do The Strongest.

Em Viloco, espalhavam-se notícias de que um avião havia se chocado em uma região montanhosa, conhecida por La Cancha, que possuía um difícil acesso, impedindo que veículos e máquinas chegassem ao local, e o resgate dos corpos foi feito por animais de carga. Pelos destroços, uma verificação concluiu que tratava-se do Douglas DC-6B. Nenhum passageiro ou tripulante conseguiu sobreviver. A notícia ganhou repercussão internacional.


Com mais de três mil voluntários ajudando, as buscas terminaram no dia 29 e no primeiro dia de outubro os restos mortais dos jogadores chegaram a La Paz, onde foram velados e enterrados sob o testemunho de uma multidão de mais de 15 mil pessoas. A tragédia era um golpe duríssimo para o Strongest.

As vítimas do acidente

Jogadores: Armando Angelacio, Orlando Cáceres (paraguaios), Ángel Porta, Hernán Andretta, Héctor Marchetti, Eduardo Arrigó, Raúl Óscar Farfán (argentinos), Julio Alberto Díaz, Oswaldo Franco (bolivianos naturalizados), Ernesto Villegas, Jorge Durán, Juan Iriondo, Óscar Guzmán, Jorge Tapia, Germán Alcázar, Óscar Flores e Diógenes Torrico (bolivianos).

Vítimas da tragédia do The Strongest
Comissáo técnica: Eustaquio Ortuño (treinador) e Felipe Aguilar (auxiliar-técnico) e Diretoria: José Ayllón Guerra (The Strongest) e Antonio Arena (Cerro Porteño). Em homenagem, o The Strongest construiu um mausoléu.

O velório dos jogadores da equipe
O acidente fez com que muitos previssem o fim do The Strongest. O clube estava em frangalhos. Neste momento, foi crucial a administração de Rafael Mendonza Castellon, Don Rafo, como ficou conhecido, que tomou sucessivas ações para não deixar o aurinegro morrer.

Nesse contexto todo deve-se destacar também a enorme participação do Boca Juniors, que organizou amistosos com o Strongest Simbolo (escrete criado para angariar fundos para a recuperação financeira do Tigre com jogadores empresados pelo time do Bolivar e do Boca Juniors) e com outras equipes com a renda indo para a recuperação do time boliviano, além de emprestar Fernando Bastida “Zorro” e Victor Hugo Romero (Romerito), que se tornariam gigantes do futebol local. No Brasil, a renda de um jogo entre Flamengo e Fluminense foi toda revertida para o Strongest. 

Por pouco um brasileiro não esteve a bordo do avião. Nilton Pinto, do Always Ready, estava em negociação com o The Strongest e não embarcou para a viagem apenas porque o clube ainda não havia depositado o valor acordado entre eles na conta do Always. O "calote" acabou por poupar sua vida. Outros jogadores se salvaram por motivos mais corriqueiros: Luis Gini e Rolando Vargas estavam entregues ao departamento médico, e Marco Antonio Velasco optou por prorrogar a estada em Santa Cruz de la Sierra para passar mais dias com a família.


Investigações

As causas do acidente nunca foram oficialmente esclarecidas. Provavelmente, o motivo pode ter sido um incêndio no interior do avião.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, O Curioso do Futebol, O Globo e ASN

Aconteceu em 26 de setembro de 1960: A queda do voo Austrian Airlines 901 em Moscou


Em 26 de setembro de 1960, a aeronave turboélice quadrimotor Vickers Viscount 837, prefixo OE-LAF, da Austrian Airlines (foto abaixo), operava o voo 901 entre o Aeroporto de Viena, na Áustria, com escala no Aeroporto Okecie, na Varsóvia, na Polônia, com destino final ao Aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, na Rússia (então URSS).


A aeronave que havia voado pela primeira vez em 10 de fevereiro de 1960 e havia sido entregue à Austrian Airlines cerca de duas semanas depois (sete meses antes do acidente), levava a bordo 31 passageiros e seis tripulantes. 

A rota do voo 901 da Austrian Airlines
A primeira etapa do voo entre a Áustria e a Polônia transcorreu dentro da normalidade. Após a escala, a aeronave partiu de Varsóvia com seis tripulantes e 31 passageiros a bordo. 

Já à noite, o voo estava em aproximação para pousar na pista 07 do Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, na periferia norte de Moscou, em más condições climáticas. 

Após a aproximação de quatro curvas, a tripulação continuou a descida abaixo do planeio quando o avião bateu em árvores e caiu em uma área arborizada localizada a 11 km da pista 07. 

A aeronave foi destruída. Cinco tripulantes e 26 passageiros morreram, enquanto outros seis ocupantes ficaram gravemente feridos. No momento do acidente, a visibilidade estava limitada devido à noite, neblina e chuva.

As investigações revelaram que não houve deficiências técnicas na própria aeronave ou fenômeno meteorológico envolvido no acidente. 

Os observadores austríacos que participaram na investigação do acidente foram de opinião que o acidente estava relacionado com a medição da altitude, na medida em que era evidente pelas comunicações rádio, bem como pelo exame dos destroços, que a tripulação acreditava estar a voar a a altitude normal de aproximação. 

A medição errada da altitude pode ser atribuída a: Uma deficiência técnica de qualquer um dos dois altímetros; as configurações divergentes dos altímetros; ou omissão da leitura do altímetro ou leitura errada dos altímetros.

O mecanismo interno de ambos os altímetros ficou tão danificado que já não era possível verificar se, no momento do acidente, os altímetros estavam funcionando corretamente. 

Ambos os altímetros foram regulados para a pressão atmosférica correta, mas as suas definições eram diferentes, nomeadamente o altímetro esquerdo foi regulado para QFE 990 milibares e o altímetro direito para 1013 milibares, o que dadas as condições de pressão atmosférica prevalecentes, poderia ter correspondido tanto a QNH como a a configuração de pressão padrão. Estas definições divergentes estão em desacordo com o procedimento habitual da Austrian Airlines. 

Não foi possível apurar as razões que levaram o comandante de voo a afastar-se da prática habitual. Não foi possível chegar a uma conclusão categórica sobre quais das três causas foram responsáveis ​​por uma aproximação abaixo da altitude mínima de voo.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN, Wikipedia e baaa-acro

Aconteceu em em 26 de setembro de 1949: A queda do voo da Mexicana de Aviación que vitimou uma estrela de cinema mexicana


Em 26 de setembro de 1949, a aeronave Douglas DC-3A, prefixo XA-DUH, da Mexicana de Aviación, operava o voo doméstico entre o Aeroporto de Tuxtla Gutiérrez e o Aeroporto Internacional Cidade do México-Benito Juárez, com escalas nos aeroportos de Ixtepec, Oaxaca e Tapachula, todas localidades no México.

Um DC-3 da Mexicana de Aviación similar ao avião envolvido no acidente
As escalas foram cumpridas sem intercorrência. Para cumprir a última perna do voo, o DC-3 saiu de Tapachula às 12h40, horário local, para um voo de uma hora até a Cidade do México, levando a bordo 21 passageiros e três tripulantes.

O DC-3 enfrentou forte turbulência ao chegar à Cidade do México e o piloto Alfonso Reboul Lasscassies comunicou-se com uma base da Força Aérea, informando que estavam perto do vulcão Popocatépetl

O vulcão Popocatépetl
Em seguida, o piloto iniciou a descida para o Aeroporto da Cidade do México e a aeronave atingiu a encosta do Monte Popocatépetl, matando todos os 24 ocupantes a bordo. O avião ficou completamente destruído. 

Entre os mortos estavam a atriz Blanca Estela Pavón, o senador Gabriel Ramos Millan, apelidado de “O Apóstolo do Milho”, o arqueólogo e funcionário do INAH Salvador Toscano, o fotógrafo Francisco Mayo e um repórter do El Nacional, Luis Bouchot.


Foi na manhã seguinte que outro avião da Mexicana de Aviación sob o comando de Luis Boyer, Gerente de Operações, localizou a aeronave completamente destruída e sem vestígios de vida, informando a localização exata para que as equipes de resgate pudessem chegar ao local da tragédia.

Lentamente, as informações começaram a fluir na tarde de 26 de setembro: os moradores de Huejotzingo e de outras localidades de Puebla confirmaram a passagem do avião. Outros alegaram que uma coluna de fumaça poderia ser vista em uma encosta do Popocatépetl. Brigadas de busca começaram a ser organizadas. 

Alguns grupos partiram de Puebla; da capital, outros, nos quais estavam repórteres e fotógrafos. O corpo de ajuda alpina chegou primeiro. Foi uma ladeira difícil. rochoso, próximo ao ponto conhecido como Pico del Fraile. A poucos metros da neve do vulcão, encontraram os restos do avião. Espalhados, carbonizados, os corpos dos passageiros e tripulantes.

O resgate das vítimas foi lento e doloroso. A transferência dos corpos teve que ser feita com mulas pertencentes aos moradores locais que apoiavam o trabalho, e em mulas transportaram os corpos até Tlamacas, onde uma caravana de ambulâncias esperava para levar os corpos para a Cidade do México.

A atriz mexicana Blanca Estela Pavón morta no acidente
Em 1949, as imagens, por mais grosseiras que fossem, eram matéria de primeira página. Os mexicanos viram, assim, cadáveres virados para baixo, sem pernas, crianças pequenas arrancadas dos braços das mães. Um dos repórteres que chegou ao local afirmou que quando encontraram Blanca Estela Pavón “ela parecia estar dormindo”. 

Outros afirmavam que seu corpo parecia um novelo de linha, devido a inúmeras fraturas. O dentista do secretário Ramos Millán teve que chegar a Tlamacas para identificar o corpo carbonizado do funcionário. Suportando a dor de ver o irmão morto, o fotógrafo Faustino Mayo integrou o grupo de jornalistas que fez a cobertura.

Enrolados em esteiras, em dorso de mula, todos os passageiros desceram do Popocatépetl. Na última foto que as pessoas viram de Blanca Estela Pavón, publicada num jornal, seu rosto não estava visível. Da trouxa de esteiras e roupas, usadas como mortalhas improvisadas, carregada por uma mula, sobressai apenas um pé calçado de sandália.


O famoso escritor mexicano e posteriormente político, Andrés Henestrosa, deveria estar no voo com seu amigo, o senador Ramos Millan. Henestrosa teve uma premonição e embarcou em um trem para a Cidade do México.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, Crónica, ASN e baaa-acro

Radian Aerospace conclui testes em solo de protótipo de avião espacial

(Imagem: Radian Aerospace)
A Radian Aeroespacial deu um passo mais perto de alcançar o “santo graal” do voo espacial: um avião espacial reutilizável que pode decolar de um campo de pouso e pousar em uma pista como um avião convencional. A startup acaba de anunciar a conclusão de uma série de testes em solo em Abu Dhabi no início deste verão.

Os testes foram concluídos com um protótipo de veículo de voo em subescala que a empresa está chamando de PFV01. O principal objetivo do teste period gerar dados sobre como o veículo voaria e se comportaria, e comparar esses dados com simulações que a empresa vem fazendo nos últimos anos. Embora o veículo não tenha voado, ele realizou uma série de pequenos saltos na pista, disseram executivos ao TechCrunch em uma entrevista recente.

O PFV01 é muito menor que o veículo remaining, com cerca de 4,5 metros de comprimento, mas os dados ainda ajudam a informar peças-chave do projeto remaining e dos sistemas de controle de voo, como onde o trem de pouso deve ser localizado ou onde o centro de gravidade deve estar para maximizar a estabilidade no ar, explicou o cofundador e CTO Livingston Holder.

“Este veículo nos dá a capacidade de ajustar o centro de gravidade para frente e para trás, para cima e para baixo, nos dá a capacidade de ajustar a localização do trem de pouso. Esses ajustes nos dão suggestions do mundo actual sobre o que nossos dados analíticos dizem”, disse ele. “Onde quer que haja ambiguidade… essa é uma das coisas que o PFV realmente nos dá a oportunidade de fazer, é reduzir a incerteza para que tenhamos melhor fidelidade com nossos processos analíticos à medida que vamos mais rápido com o veículo e fazemos mais voos.”

O plano é que o avião espacial Radian One decole de um trenó ferroviário de aproximadamente duas milhas de comprimento, acione os motores em órbita e então retorne à Terra em uma pista regular. O conceito é considerado um santo graal porque remover a necessidade de um veículo de lançamento torna o espaço, de certa forma, tão acessível aos veículos espaciais quanto a atmosfera superior é para os aviões.

A economia também é promissora: um avião espacial reutilizável poderia fazer viagens de e para o espaço diariamente ou até com mais frequência, e com margens melhores para começar. Já foi tentado antes; um dos exemplos mais notáveis ​​é o programa X-33 da NASA para desenvolver um avião espacial suborbital. Holder liderou o esforço X-33 da Boeing.

“O ao menos uma coisa interessante que esse sistema tem o potencial de fazer é lançar satélites”, disse o cofundador e CRO da Radian, Jeff Feige. “O que é realmente impressionante sobre a Radian é que é um sistema que pode fazer uma ampla, ampla gama de missões, então ele basicamente acessa um mercado muito maior do que um foguete tradicional. Você não só pode potencialmente lançar algo, mas pode fazer a manutenção, pode recuperá-lo. Podemos trazer cargas úteis inteiras ou satélites do espaço. Podemos transportar pessoas para cima. Podemos mergulhar na atmosfera e, teoricamente, soltar coisas ou observar coisas no planeta. Então, há uma gama muito mais ampla de capacidade.”


O design é dramaticamente diferente de um foguete vertical, e isso significa que o processo de desenvolvimento também é diferente, observou Feige: “Você tem que se aposentar de muitos riscos cedo.” Então, enquanto as empresas de foguetes devem construir veículos em escala actual, o estilo gradual de desenvolvimento de aviões espaciais se assemelha mais a como um avião é desenvolvido.

A startup sediada em Seattle não está divulgando nenhuma especificação técnica dos testes, como as velocidades máximas do veículo ou por quanto tempo ele estava taxiando, mas Holder disse que o PFV01 “atingiu sua velocidade para decolagem”. Agora, a empresa passará algum tempo analisando todos os dados coletados dos testes antes de embarcar em uma série de testes de táxi de alta velocidade e no início dos testes de voo reais. Paralelamente a isso, a empresa estará trabalhando para obter aprovação regulatória para operar em um aeroporto diferente nos Emirados Árabes Unidos e voar para lá.

Executivos da empresa dizem que esperam iniciar voos em grande escala do avião espacial Radian One em 2028. A empresa levantou US$ 27,5 milhões até o momento em financiamento conhecido de investidores, incluindo High quality Construction Ventures, EXOR, The Enterprise Collective, Helios Capital, SpaceFund, Gaingels, The Non-public Shares Fund, Explorer 1 Fund e Sort One Ventures.

Via techcrunch.com

Embraer investirá em novas instalações para manutenção de jatos comerciais no Texas (EUA)

Dois hangares no Aeroporto Perot Field Fort Worth Alliance aumentarão a capacidade de manutenção para os E-Jets nos EUA. O início das operações do novo centro de serviços está previsto para o primeiro trimestre de 2025


A Embraer anunciou na terça-feira (24) a expansão de sua rede de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) com o objetivo de apoiar a crescente frota de E-Jets nos Estados Unidos. A empresa irá inaugurar um novo centro de serviços próprio no Aeroporto Perot Field Alliance, em Fort Worth, Texas.

Em parceria com a cidade de Fort Worth, o Condado de Denton e o Estado do Texas, a Embraer espera iniciar as operações no primeiro trimestre de 2025, em um hangar já existente. Um segundo hangar será construído posteriormente, com previsão de conclusão em 2027. Com as novas instalações, a Embraer prevê um aumento significativo na capacidade instalada para atender aos clientes de E-Jets nos Estados Unidos.

“Essa expansão aumentará significativamente a capacidade, os recursos e a cobertura de nossa rede de serviços, oferecendo excelência em serviços aos nossos clientes e à crescente frota de E-Jets na América do Norte. Além disso, a expansão é parte da estratégia de crescimento da Embraer nos Estados Unidos”, afirma Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte.

O novo centro de serviços de Fort Worth irá integrar a rede global de serviços da Embraer, que inclui 80 centros autorizados e 12 centros próprios em todo o mundo. A cidade de Fort Worth foi selecionada como finalista para o projeto, que está sujeito à aprovação de incentivos propostos pelas autoridades governamentais locais.

Com informações da Embraer

Avião símbolo das enchentes no Rio Grande do Sul é repassado por empresa aérea

Raro Boeing 727-200 vai para o exterior junto com dois outros modelos semelhantes da companhia; trijato continua no aeroporto de Porto Alegre.

Boeing 727-200 da Total Linhas Aéreas; cargueiro ficou preso na inundação do aeroporto
Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: Diego Vara - 7.mai.24/Reuters)
O Boeing 727, que se tornou um dos símbolos das enchentes no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, por ter ficado na inundação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, vai se aposentar. A aeronave será repassada pela Total Linhas Aéreas, que ainda não confirmou como está sendo a venda.

O anúncio da aposentadoria de sua frota de 727 no Brasil foi feito pela empresa em sua conta no Instagram no último sábado (21).

Na publicação, em um texto em primeira pessoa, como se fossem as aeronaves dando adeus, a Total explica que seus aviões, de matrícula TTW, TT0 e TTP (esse, o que ficou no aguaceiro do aeroporto gaúcho), seguirão voando, mas com outro operador e novas cores em outro pais.

O Boeing continua no pátio do Salgado Filho, segundo a Fraport Brasil, concessionária que administra o aeroporto, mas desde julho foi transferido para um lugar mais próximos dos hangares.

Procurada sobre o estado da aeronave, se ela tem condições de decolar e quem é o comprador, a Total Linhas Aéreas não respondeu até a publicação deste texto.

Quando a aeronave foi transferida em julho, a companhia aérea estava à espera de uma vistoria da Boeing no avião, que não quis comentar o caso.

"Hoje eu me despeço dos ares, foram 45 anos dedicados a cumprir com maestria aquilo que os meus engenheiros me projetaram para fazer, VOAR!", diz o texto, em primeira pessoa.

"No passado, eu era uma aeronave de passageiros e na minha época eu era o avião mais moderno que existia. Mas a tecnologia dos novos aviões foi evoluindo muito rápido e eu fui ficando para trás mas nunca deixaram de acreditar no meu potencial e então eu fui convertido em cargueiro, levando toneladas de cargas pelos céus", completa.

"Nesse momento meus 3 JT8D silenciam-se para sempre nos céus do Brasil, mas, ainda não é o meu fim pois, sigo voando e dessa vez com um novo operador, novas cores e em um outro país", diz a publicação sobre os trijato. Os 727, como os que se despedem da frota da Total, têm três motores e as turbinas ficam junto à cauda e não embaixo das asas. Por isso, no caso do Boeing em Porto Alegre, não foram atingidas pela água.

O modelo, que começou a ser fabricado na década de 1960, é considerado raro. Na publicação, a companhia aérea chama o avião de "Cadillac dos céus".

O anúncio provocou comoção entre fanáticos por aviação na publicação. Foram centenas de comentários.

"O mundo a aviação está ficando cada vez mais chato", escreveu um seguidor.

Em resposta a um outro comentário, que fala sobre o caso de as aeronaves virarem desmanche, a empresa diz que "elas ainda vão voar para outros operadores".

Spotters (apaixonados que fotografam e filmam aviões) publicaram imagens de voos dos outros dois 727 da Total.

Segundo o site Aeroin, os três aviões foram aposentados pela companhia aérea com a chegada de quatro aviões cargueiros mais novos e econômicos, do modelo Boeing 737-400.

Reabertura do Salgado Filho


A retomada parcial dos voos no aeroporto de Porto Alegre está programada para o dia 21 de outubro, com 70% das operações.

Ela será em pista reduzida (1.730 m) e terá a capacidade de receber até 128 pousos e decolagens diários, das 8h às 22h.

As empresas aéreas Azul, Gol e Latam confirmaram a retomada de seus voos e já estão com as vendas de bilhetes abertas.

Segundo a concessionária, até o momento, foi anunciado o retorno das rotas para as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Campinas (SP), Curitiba, Guarulhos (SP), Rio de Janeiro e São Paulo.

"O aumento de frequências e novos destinos ocorrerá de acordo com o planejamento de cada companhia aérea", afirma a Fraport, em nota.

Para 16 de dezembro está prevista a entrega da pista em sua extensão completa, de 3.200 m, além da infraestrutura necessária para a retomada dos voos internacionais.

As companhias aéreas Aerolíneas Argentinas (Buenos Aires), Copa Airlines (Cidade do Panamá) e Latam (Santiago e Lima) já estão com vendas de bilhetes abertas.

Em 15 de julho, o Salgado Filho reabriu para check-in, despacho de bagagens, embarques e desembarques. Os voos emergenciais seguiram na base aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, e os passageiros são transportados em ônibus entre os dois endereços.

O aeroporto está fechado para voos e decolagens desde o dia 3 de maio. Os aviões que ficaram retidos por causa da da inundação começaram a ser retirados em junho, mas o lendário trijato continuou no aeroporto.

Via Fábio Pescarini (Folha de S.Paulo)