As nove pessoas a bordo ficaram à deriva no mar por uma hora e meia.
O Fantástico entra a bordo de um avião no Havaí. Os alarmes dão o sinal, e os passageiros se preparam para um pouso de emergência em alto mar.
“Rápido, para a porta de trás”, avisa um passageiro.
“Ai meu Deus, cadê o colete salva-vidas?”, pergunta outro passageiro.
Um flagrante impressionante feito de dentro da aeronave. As nove pessoas a bordo têm poucos segundos para sair do avião. A água entra com velocidade e começa a tomar conta do interior da cabine. Em pouco tempo, o avião começa a afundar.
Os sobreviventes de um pouso de emergência se seguram no que podem para boiar no meio do oceano. “Segurem firme”, diz um passageiro.
Toda a ação foi filmada por um dos passageiros, o americano Ferdinand Puentes, com uma pequena câmera à prova d'água. “Está todo mundo bem?”, pergunta. “Eu comecei a filmar assim que ouvi o barulho do motor, com a câmera”, conta o sobrevivente.
Foram 30 segundos até o impacto. O acidente aconteceu em dezembro do ano passado. O avião monomotor decolou às 15h15 do aeroporto de Molokai, no Havaí, com destino à cidade de Honolulu. Dentro dele, oito passageiros e o piloto. Com apenas quinze minutos de voo, o susto.
“Ouvi um estouro muito alto e o motor parou completamente. Todas as luzes de emergência e alarmes começaram a disparar”, conta o piloto Clyde Kawasaki.
Clyde teve que pensar e agir rápido para tentar salvar todos a bordo.
Ele contou que embicou o avião para baixo para manter velocidade, e quando estava perto da água retomou à posição horizontal para tentar planar o avião o máximo possível e diminuir o impacto, pousando de barriga. E ele conseguiu.
“Em todo pouso de emergência fora da pista, é aconselhável que você pouse de barriga, para que não tenha o impacto frontal. E esse impacto frontal vai levar os ocupantes da aeronave a terem machucados mais sérios”, destaca o instrutor de voo Guilherme Andrade.
Mesmo assim, Clyde, o piloto, se machucou. “Com o impacto, eu bati a cabeça no painel de controle e comecei a sangrar bastante”, conta ele.
Numa imagem, dá para ver o piloto com a cabeça ferida. “O que me preocupou mais não foi o ferimento, mas o sangue na água. Aquela é uma área de tubarões”, diz o piloto.
Apesar de todos terem sobrevivido à queda, uma passageira teve um ataque cardíaco, enquanto esperava o resgate e morreu ainda no mar. Era Loretta Fuddy, de 65 anos, a diretora da Secretaria Estadual de Saúde do Havaí.
Em 2011, ela foi pivô do escândalo que questionou se Barack Obama, o presidente americano, era mesmo nascido nos Estados Unidos.
Todos os passageiros ficaram à deriva por uma hora e meia, até a guarda costeira chegar.
Avião tem que fazer pouso forçado em Goiás
Uma família sabe bem como é a sensação de estar num avião que, de repente, tem que fazer uma aterrissagem forçada. Foi há cerca de um ano e meio, durante um voo curto que ia de Mozarlândia para Aruanã, no interior de Goiás.
“Eu comecei a filmar na brincadeira. Susany estava assustada, pressentimento ruim. Estava meu pai e o piloto na frente. Eu, meus irmãos e minha madrasta, atrás. E o engraçado de tudo foi eu filmando o desespero dela. Meu irmãozinho estava sorrindo, o outro brincando e eu filmando minha madrasta o tempo inteiro”, conta o estudante Wenceslau Filho.
Mas o medo de Susany se tornou realidade.
“Quando faltavam quatro minutos para chegar em Aruanã, nós perdemos totalmente o motor esquerdo”, diz o engenheiro Wenceslau Neto.
“Eu senti muito medo mesmo e pensei mesmo que ia morrer”, conta Susany Araújo.
Faltavam poucos metros para a pista, mas o bimotor não tinha como chegar e pousou num terreno próximo.
“Foi um susto muito grande, medo. Meus filhos até hoje fazem brincadeira. Acho que eles não têm ainda noção real do perigo de vida que nós corremos”, conta Wenceslau.
Ninguém se machucou.
Imagens mostram outro resgate de naufrágio no Havaí
Graças às câmeras cada vez menores e mais resistentes é que é possível fazer registro de acidentes e resgates como este outro, que aconteceu também no Havaí, no domingo passado.
Um grupo de quatro adultos e quatro adolescentes saiu para uma aventura num barco. A ideia era curtir um passeio de caiaque perto da ilha de Molokai, o mesmo lugar onde o avião do início da reportagem fez um pouso forçado.
“Começou a entrar muita água no barco. Mais do que a gente conseguia tirar”, conta Francesco Forty, de 15 anos.
O barco afundou. Só deu para salvar os caiaques, que foram usados como botes para manter o grupo a salvo enquanto esperavam resgate. E, claro, as câmeras.
“Enquanto a gente esperava, tirei a câmera da mochila e comecei a filmar”, conta Mark Reeves, de 15 anos.
“Eu tinha um celular à prova d'água, então liguei para guarda costeira e pedi ajuda”, diz Francesco Forty.
Foi graças a um aparelho, um localizador via satélite, acionado por eles durante o naufrágio, que a guarda costeira conseguiu localizá-lo depois de duas horas à deriva em alto mar.
Um mergulhador desceu para ajudar no transporte dos náufragos. Ainda assustados, os adolescentes foram içados em duplas para dentro do helicóptero dentro de uma cesta.
“Foi um dos vídeos mais irados que já fiz!”, diz Mark.
Já a salvo e bem mais tranquilos, eles foram levados para terra firme, para alívio dos pais.
“Eles ficaram traumatizados, mas eu também, porque, quem vai ter que pagar pelo barco, sou eu”, diz o dono do barco Manoa Buckman.
Pelo menos, ninguém se machucou, mas que foi um baita susto, isso foi.
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Fonte: Fantástico (TV Globo) - Imagem: Reprodução