Tripulação tem que reduzir em média 40 segundos por voo para bater meta.
Economia foi de R$ 4,6 mi em janeiro e fevereiro; prêmio será coletivo.
A Gol implementou em 1º de janeiro um sistema de bonificação em dinheiro para pilotos que reduzirem o tempo dos voos e diminuírem atrasos, economizando combustível. A empresa teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2012.
Segundo Pedro Scorza, diretor de controle de operações da companhia, o cálculo é feito mensalmente com base em um parâmetro de combustível gasto no período por cada escala de voo.
A meta inicial de cortar 700 toneladas de querosene de aviação por mês – economizando R$ 1,9 milhão – foi batida em janeiro e fevereiro pela companhia: nos dois primeiros meses do ano a economia foi de R$ 4,6 milhões (R$ 2,3 milhões mensais. Além disso, a empresa tem que atingir um nível de pontualidade das decolagens e pousos em 55,1% dos voos.
Entre as sugestões da Gol para os pilotos economizarem combustível estão reduzir a altitude de forma mais direta possível para o pouso, desligar um dos motores durante o taxiamento, deixar um dos reversos (freio) travado para pousar em pistas longas, usando os freios manuais, e fazer rotas mais diretas.
A medida foi considerada polêmica por especialistas do setor, por acreditar que envolvem riscos à segurança. Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz entender que não há risco para os passageiros e que não tem competência para avaliar este tipo de política. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não se manifestou até a publicação desta reportagem.
No início de março, as empresas aéreas se reuniram com a presidente Dilma Rousseff pedindo a redução do preço da querosene de aviação que, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, representa 43% do custo médio das passagens aéreas.
Bonificação inclui comissários
Scorza salienta que em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, é possível reduzir em 1 ou 2 minutos o tempo de voo, e assim economizar combustível, quando não se faz desvios. Nas rotas pequenas e diretas, a redução de 1 ou 2 segundos.
“Os cálculos foram feitos com base no histórico de consumo de combustível de cada trecho. Fizemos uma linha de frequência que é analisada mensalmente. Por exemplo: na média histórica desta linha há o consumo de 2 mil quilos de combustível. Ficamos monitorando e percebendo que no mês o gasto foi de 1.380. Se é um voo feito 32 vezes por dia, são 960 voos por mês que conseguiremos reduzir”, explica ele.
A bonificação será concedida após seis meses de avaliação. A cada mês que a meta é atingida, R$ 820 mil são guardados. Pilotos e comissários serão beneficiados. A 1º bonificação será realizada em agosto, diz Scorza.
Segundo ele, o bônus será para todas as tripulações, não exclusivamente para aquelas que estão em rotas que conseguirem economizar combustível.
“Cada rota contribuiu para o bônus, mas não há uma separação. Ou todos batem, ou ninguém bate. Com o resultado coletivo buscamos não gerar uma competição individual”, diz.
Sobre riscos, o gerente de operações afirma que os voos são monitorados e que a empresa vai analisar comandantes que adotarem atitudes anormais que possam implicar em segurança.
Fonte: Tahiane Stochero (G1, em São Paulo) - Foto: Divulgação
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