Uma missão da NASA para enviar uma sonda robótica para coletar e trazer para a Terra amostras de um asteroide já está em andamento.
Mas, depois que Barack Obama cancelou o retorno à Lua, há uma grande expectativa pela definição da participação de astronautas humanos na exploração espacial das próximas décadas.
Sem os recursos financeiros e técnicos, pelo menos a curto prazo, para uma missão a Marte, e sem interesses imediatos em retornar à Lua, tudo indica que o homem fará sua primeira excursão ao espaço externo em uma missão tripulada a um asteroide.
Reciclagem espacial
E, a depender dos planos do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, o retorno dos voos tripulados poderá marcar também a inauguração da reciclagem espacial.
A ideia é converter um dos laboratórios da Estação Espacial Internacional no corpo principal de uma nave tripulada.
A Estação Espacial tem vida útil projetada até 2020. Ainda que poucos acreditem que ela seja totalmente desativada então, faz muito sentido pensar em usar suas partes ainda utilizáveis em outras missões.
A conversão de um de seus vários laboratórios, segundo Brian Wilcox, da NASA, é uma opção totalmente factível, mesmo que outras partes da Estação permaneçam operacionais.
A proposta consiste no aproveitamento do Tranquilidade, o último laboratório a ser instalado na Estação Espacial, em Fevereiro deste ano. Além de ser o mais novo - e, portanto, o mais atualizado tecnologicamente - o laboratório tem dois portos de atracação, que podem ser utilizadas para conectar duas pequenas naves auxiliares.
É também neste laboratório que está instalada a Cúpula, um conjunto de janelas para observação do espaço que permitiria aos astronautas exploradores olhar por onde andam.
Naves auxiliares
O grande atrativo da proposta é que, ao dispensar o lançamento da parte principal da nave, que já está em órbita, a missão poderia ficar muito mais barata. Além disso, o módulo Tranquilidade poderia ir sendo adaptado aos poucos para se transformar no corpo principal da nave exploradora de asteroides.
A montagem final da nave no espaço também seria facilitada com a utilização dos vários robôs da Estação Espacial.
Ao girar uma ao redor da outra, cria-se um ambiente de gravidade artificial dentro das naves, aumentando o conforto dos astronautas e reduzindo o impacto da viagem sobre sua saúde
Gravidade artificial
Uma segunda ideia apresentada por Wilcox, consiste em uma configuração parecida com a da nave Discovery do livro 2001, Uma Odisseia no Espaço, de Arthur Clarke.
Duas naves seriam conectadas nas extremidades de uma longa viga metálica, de algumas centenas de metros de comprimento. Ao girar uma ao redor da outra, seria criado um ambiente de gravidade artificial, aumentando o conforto dos astronautas e reduzindo o impacto da viagem sobre sua saúde.
Segundo os cálculos dos engenheiros, as naves deverão girar a uma velocidade de algumas dezenas de metros por segundo, o que seria suficiente para gerar uma gravidade semelhante à da Terra.
A apresentação, feita durante uma conferência realizada pela NASA em Washington, consiste apenas em um conceito. Outros ainda serão apresentados durante o evento, que termina nesta quinta-feira.
Fonte: Site Inovação Tecnológica - Imagens: NASA