As declarações do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que o avião da Air France não teria explodido (por causa das manchas de óleo) e de que os destroços encontrados em alto mar seriam da aeronave foram criticadas nesta sexta-feira por especialistas ligados à área militar e a questões de relações internacionais. As falas causaram constrangimento e o ministro foi criticado em emissoras de televisão francesas por ter sido "precipitado".
Para o especialista em assuntos estratégicos Geraldo Cavagnari, o ministro cometeu uma "mancada" ao comentar questões puramente técnicas, relativas às buscas. Na visão dele, o ideal seria que apenas a Força Aérea Brasileira (FAB) se pronunciasse em relação aos destroços. Depois de anunciar a localização de partes do Airbus, os familiares, esperançosos, tiveram de ouvir da FAB que o material recolhido do mar não pertencia à aeronave francesa.
"Foi uma mancada, ele é o único interlocutor do Brasil e disse uma besteira. Agora, parece que decidiu deixar as autoridades da Aeronáutica se pronunciar a respeito, porque sobre questões técnicas, cabe à FAB se pronunciar", explicou o professor. Na avaliação do especialista, a "infelicidade" só ocorreu porque o ministro quis tomar para si o mérito das buscas terem chegado a algum resultado.
"Nessa parte toda de buscas está tudo andando direito sob a supervisão de técnicos. Mas ele gosta dos holofotes, de luzes que iluminem seu rosto. Ele tem aspectos positivos, mas essa preocupação em aparecer é exagerada", disse.
Já uma fonte ligada ao setor militar afirma que foi a "truculência" do ministro Jobim que acabou gerando um constrangimento na relação entre o Brasil e a França. Segundo a fonte, apesar da delicadeza da situação, tudo vinha correndo bem, graças ao comprometimento e à isenção da FAB em todo o processo, até o ministro se precipitar em suas declarações.
"Desde o dia seguinte do desaparecimento do avião, em todas as entrevistas concedidas, os representantes da FAB deixavam claro que tudo ainda precisava ser checado com cautela. Mas Jobim é um homem truculento, não admite que ninguém fale coisas assim importantes sem ser ele", afirmou. "Por outro lado, nesse caso, até eu tinha certeza de que os destroços eram da aeronave", ponderou. Para o funcionário ligado ao setor militar, Jobim "desmoralizou" o Brasil no processo de buscas e na relação com a França.
O especialista Geraldo Cavagnari ressaltou o ponto de uma entrevista coletiva concedida por ele onde o ministro sinalizou que a região onde o avião teria caído é repleta de tubarões.
"O ministro se precipitou de forma assustadora, inclusive falando sobre tubarões. Ele falou muita bobagem, desmoralizou um pouco o Brasil que vinha tão bem nesse episódio. Agora temos que engolir essa e seguir com as buscas", avaliou.
Para o especialista em assuntos estratégicos, no entanto, apesar de "constrangedora", a situação não vai atrapalhar a boa relação entre os dois países. Cavagnari ainda reconhece aspectos positivos na atuação de Jobim.
"Não chega a atrapalhar as relações, cria apenas um constrangimento. Ele é um bom ministro da Defesa. Comparando com os anteriores, é o que demonstra maior interesse em recuperar as Forças Armadas", afirmou.
Procurado, o Ministério da Defesa informou que não vai se pronunciar em relação às críticas. Fontes próximas ao ministro, no entanto, avaliam que ele foi "mal interpretado".
A explicação é de que todas as declarações feitas por Jobim se deram de forma genérica, ou seja, o ministro disse que eram destroços da aeronave os diversos pontos avistados pela FAB, e não apenas o único que foi colhido pelo navio e que depois foi comprovado que não era do Airbus.
Fonte: Marina Mello (Terra) - Foto: Roosewelt Pinheiro (Agência Brasil)
Para o especialista em assuntos estratégicos Geraldo Cavagnari, o ministro cometeu uma "mancada" ao comentar questões puramente técnicas, relativas às buscas. Na visão dele, o ideal seria que apenas a Força Aérea Brasileira (FAB) se pronunciasse em relação aos destroços. Depois de anunciar a localização de partes do Airbus, os familiares, esperançosos, tiveram de ouvir da FAB que o material recolhido do mar não pertencia à aeronave francesa.
"Foi uma mancada, ele é o único interlocutor do Brasil e disse uma besteira. Agora, parece que decidiu deixar as autoridades da Aeronáutica se pronunciar a respeito, porque sobre questões técnicas, cabe à FAB se pronunciar", explicou o professor. Na avaliação do especialista, a "infelicidade" só ocorreu porque o ministro quis tomar para si o mérito das buscas terem chegado a algum resultado.
"Nessa parte toda de buscas está tudo andando direito sob a supervisão de técnicos. Mas ele gosta dos holofotes, de luzes que iluminem seu rosto. Ele tem aspectos positivos, mas essa preocupação em aparecer é exagerada", disse.
Já uma fonte ligada ao setor militar afirma que foi a "truculência" do ministro Jobim que acabou gerando um constrangimento na relação entre o Brasil e a França. Segundo a fonte, apesar da delicadeza da situação, tudo vinha correndo bem, graças ao comprometimento e à isenção da FAB em todo o processo, até o ministro se precipitar em suas declarações.
"Desde o dia seguinte do desaparecimento do avião, em todas as entrevistas concedidas, os representantes da FAB deixavam claro que tudo ainda precisava ser checado com cautela. Mas Jobim é um homem truculento, não admite que ninguém fale coisas assim importantes sem ser ele", afirmou. "Por outro lado, nesse caso, até eu tinha certeza de que os destroços eram da aeronave", ponderou. Para o funcionário ligado ao setor militar, Jobim "desmoralizou" o Brasil no processo de buscas e na relação com a França.
O especialista Geraldo Cavagnari ressaltou o ponto de uma entrevista coletiva concedida por ele onde o ministro sinalizou que a região onde o avião teria caído é repleta de tubarões.
"O ministro se precipitou de forma assustadora, inclusive falando sobre tubarões. Ele falou muita bobagem, desmoralizou um pouco o Brasil que vinha tão bem nesse episódio. Agora temos que engolir essa e seguir com as buscas", avaliou.
Para o especialista em assuntos estratégicos, no entanto, apesar de "constrangedora", a situação não vai atrapalhar a boa relação entre os dois países. Cavagnari ainda reconhece aspectos positivos na atuação de Jobim.
"Não chega a atrapalhar as relações, cria apenas um constrangimento. Ele é um bom ministro da Defesa. Comparando com os anteriores, é o que demonstra maior interesse em recuperar as Forças Armadas", afirmou.
Procurado, o Ministério da Defesa informou que não vai se pronunciar em relação às críticas. Fontes próximas ao ministro, no entanto, avaliam que ele foi "mal interpretado".
A explicação é de que todas as declarações feitas por Jobim se deram de forma genérica, ou seja, o ministro disse que eram destroços da aeronave os diversos pontos avistados pela FAB, e não apenas o único que foi colhido pelo navio e que depois foi comprovado que não era do Airbus.
Fonte: Marina Mello (Terra) - Foto: Roosewelt Pinheiro (Agência Brasil)
2 comentários:
Pobres militares com um ministro de Defesa como este! Totalmente insensível e incompetente!
sr anonimo se vc n leu a reportagem inteira,ele é ótimo em comparação com os anteriores!!
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