O mais curioso do X47-B não é ser um drone-bombardeiro stealth de combate autônomo, capaz de decolar, atacar um alvo, voltar, pousar e não colocar em risco a vida de um caríssimo piloto, a não ser que ele esteja tomando um café no bar da base em Pyongyang.
O curioso é que construíram essa coisa linda e não há planos de torná-lo operacional. Ele é uma plataforma de testes e certificação de novas tecnologias. Dado o custo envolvido, a Marinha dos EUA achou melhor criar um drone mais barato, atulhar de sistemas novos e somente depois de tudo aprovado, licitar um projeto de verdade.
Com as restrições orçamentárias dos últimos anos o projeto tem sofrido atrasos, mas por outro tem sido feito sem pressa, o que evita problemas como o programa do F35, que tem sido uma tragédia tão grande que faz até sentido aparecer no filme do Lanterna Verde.
O X47-B já taxiou em porta-aviões, já pousou e decolou em decks simulados em terra, agora deu mais um passo para a dominação da humanidade pela Skynet: Decolou de um porta-aviões de verdade.
Dia 14 de maio, do deck do USS George H.W. Bush o X47-B se tornou a primeira aeronave não-tripulada a decolar de forma autônoma de um navio. Claro, não foi a primeira decolagem automatizada. Se você reparar pilotos de F18 sequer mantém a mão nos controles durante a decolagem, o computador cuida de tudo e a função do homem ali é sair do caminho.
Chamado pelo codinome Cachorro Salgado 502, o drone fez várias passagens pelo navio, simulou pousos e passou pelo deck a menos de 20 metros de altura, executando manobra de abortar pouso. Depois seguiu para Maryland, onde executou um pouso normal em terra.
Os dados serão checados e rechecados, e essa tecnologia, que inevitavelmente chegará à aviação civil logo permitirá que missões muito mais ousadas sejam planejadas, sem risco para tripulações.
O lado ruim mesmo, pior que Skynet, é que o X47-B pode induzir algum executivo de Hollywood a produzir uma continuação para Stealth, aquela bomba com a Jessica Biel.
Fonte: Carlos Cardoso (meiobit.com) - Fotos: Reprodução