Segundo este programa, "as ligações dinamarquesas da CIA", a central de espionagem norte-americana utilizou secretamente durante anos o espaço aéreo e os aeroportos da Gronelândia como ponto de trânsito para os seus aparelhos.
Estes aviões, explorados por sociedades fictícias, terão participado no programa de transferência de pessoas suspeitas de terrorismo, raptadas e enviadas à margem de qualquer legalidade para o Egipto, Jordânia, Roménia e Afeganistão.
"Há neste filme indícios que eu não vi antes e que mostram que os norte-americanos utilizaram aviões privados como aviões de Estado, é claro que é inaceitável, e vamos falar como os norte-americanos sobre este assunto", declarou à DR1 o ministro dos Negócios Estrangeiros, Per Stig Moeller.
"O que podemos dizer aos americanos é que eles fizeram promessas (de respeitar as convenções aéreas internacionais) que aparentemente não respeitaram. E queremos ter explicações sobre este ponto", acrescentou.
"Nem o espaço aéreo dinamarquês nem o espaço da gronelandês podem ser utilizados em violação das convenções" internacionais, sublinhou.
Um dos dois representantes da Gronelândia no parlamento dinamarquês, Lars Emil Johansen, do partido Siumut no poder, exigiu quarta-feira na televisão "uma investigação profunda" às violações do território gronelandês.
As estatísticas da aviação civil gronelandesa indicam que um terço dos 35 aviões privados operados por conta da CIA e suspeitos de transporte de prisioneiros pelo Conselho da Europa aterraram durante anos no aeroporto de Narsarsuaq, no sul da Gronelândia.
Francisco Louçã aludia ao relatório de uma organização de direitos humanos que há dias foi divulgado e acusa o Estado português de ter permitido o transporte de prisioneiros para a base norte-americana de Guantanamo, em Cuba, onde são mantidos os suspeitos de terrorismo.
"Eu rejeito e refuto em absoluto a acusação infundada ao nosso país, de que Portugal ajudou ou apoiou qualquer transporte de prisioneiros", declarou o primeiro-ministro.
Sócrates acrescentou que no Ministério dos Negócios Estrangeiros "não há nenhum registo que nos dê ideia de que tal tivesse acontecido".