Desaparecimento completou seis meses sem que investigadores tenham concluído o que aconteceu com aeronave que ia de Kuala Lumpur a Pequim.
Seis meses já se passaram desde que um avião da Malaysia Airlines desapareceu sem deixar vestígios. A falta de pistas sobre o que aconteceu com o Boeing 777 faz com que uma série de teorias conspiratórias persistam depois de todo esse tempo. O que aconteceu de fato com a aeronave que ia de Kuala Lumpur para Pequim com 239 pessoas a bordo, no entanto, segue sendo um mistério.
No caso do voo MH370, as especulações não se apoiam nem mesmo na habitual desconfiança de versões oficiais, já que não há uma versão oficial sobre o acidente. As equipes que ainda buscam sinais da aeronave o fazem a partir de dados que apontam o Oceano Índico como local da queda. Ainda não se sabe o motivo.
A rede britânica BBC reuniu algumas das principais teorias conspiratórias que ainda circulam sobre o avião desaparecido da Malaysia Airlines. Uma delas envolve até mesmo o outro avião da companhia aérea, abatido por um míssil ao sobrevoar o leste da Ucrânia. Confira:
Derrubado em um exercício militar
Um livro lançado recentemente pelo autor anglo-americano Nigel Cawthorne aponta que o avião foi derrubado durante um exercício militar conjunto entre Estados Unidos e Tailândia. Os dois países teriam se unido para abafar a história, defende o autor.
Incidentes assim, de fato, já aconteceram. Em 1988, um foguete disparado por um míssil americano abateu acidentalmente um avião comercial iraniano. A URSS, por sua vez, abateu em 1983 um Boeing 747 no leste do país. No entanto, é difícil sustentar que um segredo desses sobreviveria por seis meses. Além disso, Cawthorne recorre a artifícios sempre presentes em teorias conspiratórias, implicando forças militares e envolvendo uma operação oficial para acobertar o 'erro'. Desta forma, a própria teoria se apoia na impossibilidade de prová-la.
MH370 e MH17. Dois voos, o mesmo avião
Alguns usuários de fóruns da internet sugerem uma das teorias mais absurdas: o voo MH370 que desapareceu em algum lugar do oceano Índico e o voo MH17 que foi abatido no leste da Ucrânia quatro meses depois foram feitos pelo mesmo avião. De fato, os aviões eram da mesma companhia, a Malaysia Airlines, e do mesmo modelo. Os conspiracionistas, no entanto, tentam ignorar o fato de que as aeronaves haviam sido fabricadas com cinco anos de diferença, e apresentavam diferenças na fuselagem.
Os separatistas pró-Moscou que tomaram o leste da Ucrânia acabaram alimentando essa teoria ao declararem nas primeiras horas após a derrubada da aeronave que os corpos encontrados no local da queda pareciam estar mortos há muito tempo, e que, portanto, a queda do avião teria sido uma encenação. Outro absurdo, é claro.
Desviado para o Paquistão
O general americano da reserva Thomas McInerney afirmou em entrevistas que acredita que o avião foi desviado para uma área controlada pelos terroristas do Talibã no Paquistão. O motivo? Usar a aeronave em um ataque contra os EUA ou Israel no futuro. "Se o governo do Paquistão não se posicionar sobre isso, ele poderá vir a ser implicado como cúmplice", disse McInerney, que é analista da rede americana Fox News. Segundo ele, o avião também pode ser usado para transportar armas de destruição em massa. O empresário Rupert Murdoch fez uma especulação semelhante em um post em seu perfil no Twitter, dizendo que a aeronave poderia ter sido escondida no norte do Paquistão, "como Bin Laden". Só que a teoria entra em conflito com dados de satélite indicando que o avião que ia de Kuala Lumpur a Pequim tomou a direção do sudoeste, caindo em algum lugar do Oceano Índico, na costa australiana.
Abatido por um submarino chinês
O advogado britânico Michael Shrimpton afirmou em um blog que um submarino chinês disparou um míssil contra o avião quando ele sobrevoava o litoral sul do Vietnã. A teoria afirma que os chineses tinham como missão eliminar uma pessoa que estava a bordo -- o alvo, obviamente, não foi revelado. No entanto, foi nessa área do Vietnã que as buscas se concentraram inicialmente, sem que nenhum sinal da aeronave fosse encontrado.
Sequestro de funcionários
Funcionários de uma empresa americana de semicondutores que produz tecnologia inclusive para setores de defesa estavam a bordo da aeronave e transportavam segredos industriais importantes. Conspiracionistas acreditam que os EUA queriam impedir que os funcionários fossem cooptados pelos chineses e, por isso, resolveram sequestrar o avião e levá-lo para uma base americana em Diego Garcia, no Oceano Índico. Uma variante dessa teoria afirma que, na verdade, foram os chineses que sequestraram o avião para poder interrogar os funcionários.
A empresa afirmou que os funcionários a bordo eram técnicos que estavam viajando para inspecionar algumas unidades, e não tinham acesso a informações relevantes. Além disso, é bom lembrar que, no total, o Boeing 777 da Malaysia Airlines carregava 239 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Se apenas alguns poucos a bordo trabalhavam para a companhia, qual teria sido o destino dos demais?
Ação de hackers
Uma das teorias mais malucas baseia-se na crença de que hackers podem assumir remotamente o controle do piloto automático de um avião. Após o desaparecimento, um especialista em terrorismo chamado Sally Leivesley afirmou que o avião poderia ter sido "tomado" a partir de um programa em um telefone celular ou até mesmo um dispositivo USB.
Mas os aviões são mesmo passíveis de terem seus controles assumidos por um hacker? A Autoridade Federal de Aviação dos EUA diz que nenhum hardware certificado é suscetível à invasão. Além disso, o piloto de uma aeronave pode sempre desligar o piloto automático ou comunicar aos controladores de tráfego aéreo se perceber alguma mudança de rota inesperada.