Tecnologia para transmissão de dados em tempo real já existe, mas custo alto e receio dos pilotos impedem que ela seja adotada pela aviação civil.
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O ano de 2014 ficará marcado negativamente na história da aviação. Em seis meses, cinco aviões comerciais caíram provocando a morte de 721 pessoas. Um deles, o voo MH 370, da Air Malaysia, desapareceu no Índico sem deixar sinal. E a causa permanece desconhecida porque a caixa-preta, o dispositivo instalado nos aviões que monitora e grava tudo que acontece a bordo, nunca foi encontrada.
As caixas-pretas são projetadas para que, mesmo em caso de destruição total da aeronave, continuem lançando um sinal de ultrassom — chamado ping — identificável a quilômetros de distância. Mas o sistema possui algumas falhas. No caso do avião desaparecido da Air Malaysia, por exemplo, todos os sistemas de comunicação da aeronave teriam sido desligados pelo próprio piloto.
A alternativa seria um sistema de transmissão dos dados em tempo real.
A tecnologia já existe, mas ainda não é usada em razão principalmente da relutância dos próprios pilotos. Em 2010, uma proposta que defendia a adoção do sistema foi rejeitada pelo sindicato dos pilotos dos EUA. “Existe certo receio, mas acho que é uma reação natural para uma mudança que pode parecer invasiva. Entretanto, é preciso considerar se há um interesse real das companhias aéreas, já que usar esse sistema significaria arcar com um custo muito elevado”, explica Giorgio Bergamini, piloto de uma das principais companhias brasileiras. Estimativas dão conta de que o custo de transmissão para todas as empresas do setor somadas seria de algumas centenas de milhões de dólares. Por dia.
Fonte: Sergio Bellomo (Revista Galileu) - Imagem: Rodrigo Damati/Editora Globo
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