Inframérica pode ser multada em até R$ 1,6 milhão ao dia, diz agência.
Falta de energia de duas horas e meia causou fila e atrasos em voos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuou a concessionária Inframérica por causa do apagão no aeroporto JK, em Brasília, que causou filas para check-in e atrasos na decolagem de voos neste sábado (2). De acordo com a Anac, a empresa que administra o terminal poderá ser multada em até R$ 1,6 milhão ao dia por não ter assegurado a adequada prestação do serviço.
Além da penalidade, a Anac afirmou que exigirá do concessionário a apresentação de um plano de contingência para evitar que a falta de energia prejudique as operações do aeroporto. O concessionário terá sete dias para entrega do plano, sob pena de outra multa.
A assessoria da Inframérica afirmou que o consórcio não vai se pronunciar sobre a autuação da Anac neste momento.
O salão de embarque do aeroporto JK ficou lotado na manhã deste sábado (2),
por causa de um apagão - Foto: Alex Souza/VC no G1
Às 18h, dos 121 voos que saíram do aeroporto JK neste sábado, 61,2% tiveram atraso de mais de 30 minutos; cinco voos foram cancelados.
O consórcio Inframérica afirmou em nota que o terminal tem sofrido picos de energia por problemas estruturais das linhas de transmissão.
Conforme a Inframérica, quando assumiu o controle operacional do aeroporto de Brasília, o consórcio mapeou todo o sistema elétrico do aeroporto e concluiu que havia necessidade da instalação de um sistema de automação de quadro elétrico. O sistema pode prevenir problema como o vivenciado neste sábado e resolvê-lo de maneira rápida, diz a nota.
Outra medida para evitar a instabilidade no fornecimento é alimentação elétrica do aeroporto por uma linha de transmissão exclusiva que sairá da subestação Hípica, mudança prevista para ocorrer até o fim deste ano.
A Inframérica diz que o apagão deste sábado não causou qualquer problema no sistema elétrico de controle de voos, não afetando em momento algum a segurança do tráfego aéreo. A interrupção foi no sistema do terminal de passageiros, diz a empresa em nota.
O consórcio Inframérica assumiu as operações do aeroporto JK em 1º de dezembro do ano passado. Durante esses três meses, a empresa trabalhou sob supervisão da Infraero. Desde esta sexta (1º), a concessionária assumiu integralmente a gestão, manutenção e o funcionamento de todos os serviços do aeroporto.
Companhias aéreas
A Anac informou ainda que é dever das companhias aéreas prestar informações aos passageiros, em solo e embarcados em aeronaves, sobre as alterações de voos, o motivo e a previsão do horário de partida, independentemente da causa dessas modificações.
Também é dever das companhias prestar assistência material aos passageiros. Nos atrasos superiores a uma hora, a companhia deve fornecer facilidades de comunicação (telefone, internet e outros). Para atrasos superiores a duas horas, os passageiros devem receber alimentação adequada. Nos casos de atrasos superiores a quatro horas, os passageiros têm direito à acomodação em local adequado, traslado e, quando necessário, serviço de hospedagem.
Transtornos
Passageiros relatam que por volta das 8h20 deste sábado as filas para check-in eram gigantescas. Algumas companhias realizaram o procedimento manualmente. Em alguns casos, a marcação de assentos não foi possível.
Também havia longa fila na área de embarque. No salão onde os passageiros aguardam para entrar nos aviões, os painéis e as luzes estavam apagados e não era possível ter informações sobre as decolagens.
Paineis que indicam chegadas e partidas de voos ficaram
apagados na manhã
deste sábado, no aeroporto JK, em
Brasília - Foto: Káthia Mello/G1
Os passageiros do voo TAM JJ 3821, com destino ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ficaram ao menos uma hora presos dentro do avião. Uma passageira contou que o comandante do voo não soube informar o motivo do atraso.
"Ele [o comandante] falou: ‘Estou de mãos atadas aqui em Brasília. Esta é a estrutura dos nossos aeroportos. Desculpem o desabafo’", disse a passageira.
A Anac orienta que, caso os passageiros se sintam prejudicados ou tenham seus direitos desrespeitados, devem procurar as empresas para reivindicar seus direitos como consumidor. Além disso, o usuário poderá encaminhar à Anac, aos órgãos de defesa do consumidor e ao Poder Judiciário as tentativas de solução do problema para os quais a empresa não apresentar resultado.
Fonte: G1 DF
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