terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Em 2005, avião que caiu e matou advogado teve “danos graves” em sua estrutura

Aeronave já havia sofrido acidente com algumas semelhanças com o do último sábado.


Apesar de estar em dia com os requisitos de manutenção da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não foi a primeira vez que o monomotor Cessna 206, de prefixo PT-JSM, que caiu na manhã do último sábado (6), provocando a morte do advogado Marco Tulio Murano Garcia, 44 anos, e do piloto Gênese Pereira, 55, envolveu-se em outro acidente. Em 2005, um pouso de emergência causou “danos graves” à estrutura da Aeronave, segundo o órgão federal.

Conforme os registros da própria Anac, e também do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em 26 de fevereiro de 2005, o avião sofreu um acidente, com algumas semelhanças com o do último sábado. No acidente de 2005, conforme o relatório, “logo após a decolagem, a aeronave perdeu potência, embora não fosse percebida pelo piloto qualquer alteração significativa nos parâmetros do motor. Como perdesse altura, o piloto decidiu por um pouso de emergência em uma área à sua frente”.

Os relatos do último sábado também indicam uma situação parecida. O avião em que estavam o advogado e o piloto caiu 13 minutos após decolar do aeroporto Santa Maria. Mesmo aeroporto, aliás, de onde decolou em 2005. Também há suspeitas de pane no motor, que ocasiona perda de potência e, por consequência, de sustentação.

Sobre o acidente de 2005, a Anac fez uma anotação importante: “após o toque no solo, a aeronave colidiu sua asa esquerda com uma árvore, sofrendo danos graves em sua estrutura”. Naquela ocasião, havia seis pessoas no avião, sendo que o piloto e um passageiro tiveram ferimentos leves, e os demais ocupantes saíram ilesos.

O Cenipa vai investigar o acidente ocorrido no último sábado. Conforme a Anac, a data de validade do Certificado de Aeronavegabilidade é 3 de julho de 2020, e a inspeção de manutenção mais recente ocorreu em julho último. O registro está em nome do empresário e pecuarista Jamil Name, para o qual Marco Túlio teria vendido a aeronave recentemente.

Fonte: Eduardo Miranda e Lucia Morel (correiodoestado.com.br) - Foto: Lucimar Couto

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