Empresas aeroespaciais usam softwares de modelagem em terceira dimensão para desenvolver e testar peças de aeronaves antes de fabricá-las para o mercado.
Softwares 3D facilitam o desenvolvimento de peças aeroespaciais
Imagem: Reprodução/Mecaplex
Não faz muito tempo que falamos do Giza3D, um sistema online e tridimensional das Pirâmides de Gizé, situadas no Egito. Pois a Dassault Systèmes, empresa responsável pela criação desse software educacional, realizou um evento hoje (31), em São Paulo, para apresentar as novidades de sua linha de soluções para indústrias de diversos segmentos.
Entre os estudos de caso apresentados se destaca o da empresa suíça Mecaplex, que fabrica, entre outros produtos, o vidro acrílico usado em cabines de aviões e helicópteros. A qualidade dessa peça é imprescindível, já que é através dela que pilotos de caças e aeronaves comerciais enxergam para onde estão voando. Por isso, qualquer distorção nessa janela curva pode causar um grave acidente.
Como se não bastasse, esses vidros devem ser resistentes a ponto de aguentar impactos ocasionais de pássaros que se chocam contra a cabine, mas frágeis o suficiente para que não sirva de obstáculo para o piloto em casos ejeção de emergência, em que a cadeira do profissional é expelida para fora do avião.
Não muito tempo atrás, a Força Aérea Turca pediu para a Mecaplex alterar o vidro do Hürkuş, avião desenvolvido pela Turquia para servir como veículo de treinamento e de ataques ar-terra. Além de uma distorção presente na janela, os oficiais também solicitaram que a empresa tornasse o vidro mais transparente.
Softwares 3D modelando o mundo real
Vidros precisam ser resistentes ao impacto de pássaros
Imagem: Reprodução/Mecaplex
Como é de se esperar, testes físicos são muito caros, afinal, demandam, além da pesquisa, a construção de equipamentos que muitas vezes são completamente destruídos. Por isso, em vez de partir logo para a prática, a indústria aeroespacial costuma fazer testes virtuais, com modelos científicos muito precisos.
Portanto, a peça foi recriada com os softwares da Dassault e, a partir desse modelo 3D, a falha pode ser detectada, corrigida e testada no computador antes de partir a produção. De acordo com os representantes das empresas presentes no evento, esse tipo de processo diminui custos e agiliza o desenvolvimento de produtos e ideias inovadoras.
Fabricação brasileira de aviões
Legacy 500/450 e fuselagem desenvolvida em softwares da Dassault Systèmes
Imagem: Reprodução/Akaer
No Brasil, há empresas que também fazem uso desse tipo de solução, sendo que a mais famosa delas é a Embraer. Porém, outra empresa de aviação brasileira também trabalha da mesma forma.
Localizada em São José dos Campos, São Paulo, a Akaer é uma empresa com faturamento anual de US$ 10 milhões e que também faz uso das soluções 3D na hora de construir peças para seus clientes. Entre os projetos em execução pela empresa estão as fuselagens de aviões como o Legacy 500/450, Gripen NG e Embraer KC-390.
Para o diretor global de negócios aeroespaciais e de defesa, Michel Tellier, os softwares da Dassault Systèmes, como o ENOVIA e CATIA, também servem para trazer mais conforto para voos comerciais. Tellier conta que, a princípio, passageiros não são levados em conta durante a construção de um avião, já que o objetivo dos engenheiros é o de fazer uma aeronave que não apresente falhas e funcione com segurança.
Sendo assim, ambientes de representação e simulação em 3D poderiam ajudar a indústria a criar aviões mais confortáveis, sem colocar em risco a vida de tripulantes e civis.
Fontes: Akaer, Mecaplex e Dassault Systèmes via Felipe Arruda (tecmundo.com.br)
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