Por muito tempo os especialistas julgaram que os aviões soviéticos não passavam de cópias inferiores aos seu rivais da OTAN. Com a entrada em cena do MiG29 "Fulcrum" tiveram de reformular seu julgamento.
Tendo voado pela primeira vez em 1977 e entrado em serviço 1983, o Mikoyan Gurevich MiG-29 foi o primeiro de uma nova geração de supercaças soviéticos.
Projetado para combater aviações como o General Dynamics F-16 Fighting Falcon, o "Fulcrum" introduziu novos padrões de manobrabilidade e performance.
Descoberta
Foi em 1986 que os ocidentais descobriram o MiG-29, quando seis deles fizeram uma visita de cortesia à Finlândia.
Embora o MiG-29, com sua dupla deriva e configuração bimotora, seja bem parecido com outros caças americanos como o F-14 TomCat, o F-15 Eagle e o F/A-18 Hornet, ele se diferencia por alguns detalhes. A aerodinâmica muito limpa, ele também é muito poente. Belyakov, projetista da MiG afirmou brincando, que se fosse necessário aliviar a fuselagem, seria o piloto o primeiro a ser retirado!
O "Fulcrum" tem um possante radar com alto desempenho de busca e um detector IV (Infravermelho) que incorpora um telêmetro laser.
Projetado para ser um caça ligeiro de superioridade aérea, o MiG-29 evoluiu até transformar-se num caça multifuncional de alto desempenho, capaz de atacar alvos em terra com a mesma eficiência do combate aéreo. Os mais recente MiG-29M são equipados com comandos de acionamento elétrico em uma nova cabine com telas de múltiplas funções. Seu radar é mais poderoso e seu rastreador IV integra uma câmera de TV e um telêmetro laser.
A - Cabine:
A cabine é um dos itens em que os MiGs não podem ser comparados aos seus rivais ocidentais. A visibilidade não é tão boa quanto a de um F-15 ou um F-16, embora seja bem melhor que a dos caças russos dos anos 60 e 70.
B - Combustível:
Originalmente o MiG-29 transportava até 4.300 litros de combustível, repartidos em 4 reservatórios na fuselagem e 2 nas asas. Mesmo assim, seu raio de ação era limitado. Seus dois possantes motores bebem combustível o que não permitia mais de 2 horas de vôo ao Fulcrum. As versões mais recentes levam muito mais combustível.
C - Propulsão:
O "Fulcrum" é impulsionado por duas turbinas Klimov/Sarksov RD-33. Embora emitam mais gases que suas equivalentes ocidentais, elas tem notável tolerância às variações de fluxo. Os pilotos podem reduzir ou acelerar violentamente o fluxo com ou sem pós-combustão, e sem com que isso cause instabilidade no vôo.
Armamento:
O míssil padrão de curto alcance é o R-73, batizado AA-11 "Archer" pela OTAN. Para combates a meia distancia, usa-se o R-29 (AA-10 "Alamo"), mais volumoso, tanto na versão guiada por radar como na automática, de infravermelho. E essas armas são consideradas mais eficientes do que suas rivais americanas AIM-9 Sidewinder e AIM-7Sparrow.
Ponto fraco:
Os computadores do Mig são mantidos em terra, de onde os controladores guiam os pilotos, enviando-lhes ordens em código. Assim os pilotos têm de voar com os olhos grudados nas mensagens do painel, em vez de esquadrinhar o espaço em busca do inimigo. Foi essa, aliás, a razão do fracasso do MiG-29 na Guerra do Golfo. As forças aliadas conseguiram destruir os controles em terra dos MiGs iraquianos, deixando os pilotos sem orientação. Depois, foi só abate-los um a um.
MiG Embarcado
Quando a Mikoyan foi consultada para estudar um caça apto a pousar no porta-aviões soviético Tbilissi (atualmente Almirante-Kuznetsov), ela criou uma versão modificada do "Fulcrum", o MiG-29K (K para Korabl, ou naval). Ele possuía todos avanços tecnológicos do MiG-29M, além de asas dobráveis, trem de pouso reforçado e um gancho retrátil.Embora seu rival Sukhoi Su-27M tenha sido o primeiro avião russo a descer num porta-aviões, o MiG foi o primeiro a decolar de um.
Finalmente, o escolhido foi o Sukhoi, embora o MiG permaneça como alternativa viável, não por seu desempenho multifuncional, mas porque, sendo menor, embarca com maior facilidade.
Fonte: Iron Eagles