O Complexo Empresarial Andaraguá, em Praia Grande, poderá iniciar as primeiras atividades industriais, com transporte aéreo de cargas, dentro de três anos. Esta previsão mínima foi estabelecida a partir da autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para construção da pista de 1.600 metros, confirmada por ofício assinado pelo superintendente de Infra-estrutura aeroportuária do órgão, Luiz Kazumi Miyada.
O início das atividades depende, principalmente, do Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto no Meio Ambiente (Eia-Rima), que deverá levar entre 12 e 18 meses para ser concluído. A partir daí, serão necessários mais 24 meses para execução da primeira fase, quando cerca de 30% do empreendimento estarão ocupados.
Este e outros detalhes do projeto foram divulgados ontem pelo prefeito Alberto Mourão e pelo secretário municipal de Relações Empresariais, André Ursini, ao lado da diretoria do Grupo Sonda, que além de ser proprietário do terreno de quase 5 milhões de metros quadrados onde o complexo será implantado, pretende investir R$ 500 milhões no projeto, a longo prazo.
Segundo um dos executivos do Grupo Sonda, Roberto Longo Pinho Moreno, uma porcentagem significativa desse montante já foi aplicada. Isso porque a empresa detinha apenas parte do terreno e, ao tomar conhecimento da proposta da Prefeitura, de criar o complexo empresarial, decidiu adquirir o restante. ''Sonda não é só supermercado. Temos outros empreendimentos, como shoppings. Em Macaé, estamos construindo um empreendimento maior do que este de Praia Grande, em uma área de 22 milhões de metros quadrados''.
Moreno afirmou que o empreendimento será atrativo para empresas com perfis variados, voltadas à exportação de mercadorias de valor agregado. Isso porque oferecerá toda a infra-estrutura em um espaço com benefícios fiscais e aeroporto, a um custo zero nos pouso e decolagem dos aviões. ''Pelo custo baixíssimo que conseguiremos atingir, até empresas aeronáuticas estão pensando em fazer pátios de manutenção no local. Já fui consultado sobre isso''.
INEXPERIÊNCIA
Diretor do grupo, Idi Sonda revelou não ter qualquer experiência na área de logística e transporte aéreo e que decidiu apostar no projeto porque foi convencido da viabilidade por Ursini. ''O projeto está em andamento, aprovado pela Anac, mas depende de aprovação do Meio Ambiente, que carece de muito investimento. Não existe mistério. Se não for dentro da lei hoje, não funciona'', disse ele, referindo-se às dificuldades ainda existentes.
Conforme o prefeito Alberto Mourão, a área já tem partes degradadas por ocupações irregulares, agricultura e até extração de areia. ''Temos uma proposta de criar um grande parque para preservação ambiental em um terreno próximo ao do aeroporto''. Ursini completou afirmando que, além das compensações ambientais, estão previstas compensações sociais.
REALIZAÇÃO
Mourão não escondeu que a viabilização do Andaraguá é uma realização pessoal. ''E um projeto importante para a Baixada Santista, que perseguimos por quase oito anos. Foi difícil tirar do papel, até mesmo pelo momento econômico do País na época em que iniciamos os estudos. Felizmente, Idi Sonda tem visão diferente, investindo em patrimônio''.
Segundo Mourão, só a Prefeitura já investiu na proposta cerca de R$ 600 mil em estudos, além de usar recursos humanos próprios. ''A Baixada Santista tem sua vocação e que precisa ser incrementada por projetos de visão macro'', acrescentou. Acrescentou que não se trata de um porto seco, nem mesmo um aeroporto para competir com os civis de Guarujá e Itanhaém.
''Emprego não tem carimbo e empreendimento trará desenvolvimento econômico para toda a região, como ocorreu em Guarulhos'', concluiu, referindo-se aos 15 mil empregos diretos previstos.
Fonte: A Tribuna