Avião da Vasp abandonado no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), no ano de 2013 (Imagem: Ricardo Lima/UOL) |
Quando uma empresa aérea quebra, além da tristeza dos funcionários e passageiros abandonados, começa uma corrida para levantar dinheiro com o patrimônio que restou em suas mãos (quando sobra).
Em diversas ocasiões, os aviões são os principais bens que podem ser monetizados. Em outros casos, as empresas nem são as proprietárias dos aviões, e ficam sem nada. Veja a seguir o que acontece com as aeronaves de uma empresa aérea falida.
De volta para os donos
Em muitos casos, as empresas não são donas dos próprios aviões. Elas uma espécie de contrato de aluguel, denominado leasing, ou arrendamento mercantil.
Quando uma empresa quebra, os arrendadores (ou lessores) pedem os aviões de volta. Em alguns casos, eles estão com a manutenção em dia e voltam para o acervo de seus verdadeiros donos.
Em outros casos, o avião ainda precisará passar por uma manutenção antes de ser entregue de volta. Nesse caso, quem paga a manutenção não é a empresa falida, já que não deve haver dinheiro para isso, mas os seus lessores ou a nova empresa que irá arrendar o avião.
Situações assim ocorreram com aeronaves da Avianca Brasil nos últimos anos. Quase todas as aeronaves da companhia voltaram para os arrendadores, enquanto algumas outras ficaram no Brasil.
Outras empresas
Outras empresas podem querer ficar com o avião para elas. Isso pode ser feito por meio de uma compra direta, caso a empresa que quebrou seja proprietária da aeronave, ou com o lessor original dela, que passará o bem para outra companhia.
Também é possível que sejam repassadas apenas peças dos aviões. Essa ato, de retirar partes de um avião e utilizá-las em outro, é chamado vulgarmente de "canibalismo".
A prática de retirada de peças de aviões em bom estado, entretanto, não ocorre apenas em empresas falidas. Companhias podem escolher por retirar partes de aeronaves suas mais antigas para garantir o pleno funcionamento de novas, o que funciona bem em situações de atrasos nas entregas.
Cemitério
O deserto de Alice Springs (EUA) abriga cerca de 140 aeronaves paralisadas devido à Covid-19 (Imagem: Reprodução/Youtube) |
Os aviões também podem ser levados para cemitérios, onde passarão tempos aguardando. Esses locais são depósitos ao ar livre e podem ter milhares de aeronaves de diversos tipos aguardando um destino.
Países como Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Espanha possuem estruturas do tipo. Muitas vezes, ficam em desertos, já que, devido ao clima seco desses locais, as aeronaves ficam preservadas por mais tempo.
Um caso desses é o de alguns aviões da Itapemirim Transportes Aéreos, que foram para um deserto nos EUA. Ali eles ficaram estocados até serem entregues para seus novos operadores.
Viram sucata
Duas aeronaves da massa falida da Vasp são desmanchadas em Recife em 2013 (Imagem: Leo Caldas/UOL) |
Os aviões de empresas falidas podem acabar abandonados ou serem leiloados. Este último processo, porém, pode demorar bastante, e muitos deles acabam se tornando obsoletos.
Isso ocorreu com várias aeronaves das falidas Vasp (Viação Aérea São Paulo) e Transbrasil. Muitas tiveram poucas peças reaproveitadas enquanto esperavam por um novo destino, e outras tantas ainda estão abandonadas ou foram sucateadas.
Elas ainda podem ser vendidas para colecionadores ou para criar atrações turísticas, como uma das aeronaves da Avianca, hoje localizada em Morretes (PR), ou dois Boeings da Vasp, em Araraquara (SP).
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