domingo, 31 de agosto de 2014

Em teste, avião autônomo voa 11 dias sem parar



A francesa Airbus deu um importante passo no desenvolvimento de aeronaves com autonomia ilimitada ao testar, com sucesso, o Zephyr 7. O avião não-tripulado completou voo de 11 dias sem paradas para reabastecimento ou manutenção. A ideia é que, no futuro, veículos desse tipo sejam usados com fins de observação ou comunicações, como opção aos satélites, mas por uma fração do custo do lançamento de foguetes ao espaço.

Com o teste, o Zephyr 7 se tornou a primeira aeronave desse tipo a receber registro pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. Não é o primeiro voo de longa duração da aeronava. Em 2010, ela quebrou o recorde mundial de duração ao voar por 14 dias ininterruptos.

Montado com fibra de carbono, o Zephyr 7 tem envergadura de 22,5 metros, mas pesa apenas 50kg. A capacidade de carga da aeronave é de apenas 5kg, mas é suficiente para ser equipada com câmeras e sensores ou equipamentos de comunicação.

O avião voa a altitude de aproximadamente 20 mil metros, quase o dobro dos voos comerciais, ocupando o espaço entre drones tradicionais e os satélites. Por esse motivo, aeronaves desse tipo são batizadas como pseudo satélites de alta altitude (Haps, na sigla em inglês).

Paul Brooks, diretor de Negócios da Airbus, classificou os testes recentes como significativos porque o voo com mais de 250 horas foi conduzido durante o inverno, em um local secreto do Hemisfério Sul.

— É mais fácil conduzir voos longos no verão, quando temos 15 horas de sol e nove horas de escuridão — disse Brooks ao “Telegraph”. — Nós voamos em condições de inverno, o que foi um teste real.

As asas do Zephyr 7 são recobertas com células de captação de energia solar, que geram 1 mil watts/kg. O veículo é movido por motor de duas hélices e alcança velocidade de aproximadamente 60 km/h. 



Recentemente, empresas de tecnologia demonstraram interesse em aeronaves como o Zephyr 7. Em março, o Facebook comprou a fabricante de drones Ascenta, por US$ 20 milhões, e revelou planos de usar aviões de alta altitude para prover conexão à internet. Um mês depois, o Google comprou a Titan, que também opera no mesmo mercado.

Fonte: O Globo (com Agências Internacionais) - Fotos: Reprodução

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