Chanceler afirma que vôos com suspeitos de terrorismo pararam para abastecer na ilha de Diego Garcia
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Miliband, confirmou nesta quinta-feira, 21, que dois vôos do Serviço Secreto dos Estados Unidos (CIA) que transportavam suspeitos de terrorismo pararam para reabastecer em território britânico, na ilha de Diego Garcia.
A CIA admitiu nesta quinta a utilização do território britânico, apesar de garantias anteriores do governo dos EUA de que tais vôos nunca haviam usado espaço aéreo nem território britânico desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
O governo de Londres declarou que não tinha evidências de que o Reino Unido estava envolvido no programa dos EUA de transportar secretamente suspeitos de terrorismo detidos em diversas partes do mundo e que não estava ciente que seu território estava sendo utilizado desde 2001, quando o presidente George W. Bush visitou o governo britânico.
Segundo Miliband, oficiais dos Estados Unidos só informaram recentemente o Reino Unido sobre os vôos de 2002. "Nos dois casos, um avião dos EUA com um único detido a bordo reabasteceu em instalações dos EUA em Diego Garcia", afirmou.
O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, qualificou a revelação de "muito grave". "É claro que se trata de um caso muito sério", declarou Brown e uma entrevista coletiva nesta quinta em Bruxelas após uma reunião com a Comissão Européia. Brown disse ainda que os Estados Unidos pediram "desculpas" ao Reino Unido pela utilização do território britânico.
Denúncia
Em junho do ano passado, uma investigação da Associação de Chefes de Polícia não encontrou provas de que vôos desse tipo tivessem passado pelo Reino Unido, apesar das acusações do grupo defensor das liberdades civis Liberty de que tinham sido feitas mais de 210 escalas desde 2001.
Em janeiro de 2006, o então ministro de Exteriores, Jack Straw, informou o Parlamento de quatro solicitações dos Estados Unidos para utilizar o espaço aéreo britânico em 1998, das quais duas tinham sido aprovadas e duas, negadas.
O Parlamento Europeu aprovou em fevereiro de 2007 um relatório que denunciava os abusos da CIA na luta antiterrorista e considerava "inverossímil" que certos Governos europeus não estivessem cientes dessas atividades. O relatório, resultado de 12 meses de trabalho de uma comissão de deputados europeus, denunciou que os Estados Unidos empregaram "sistematicamente" um programa de "entregas extraordinárias" - detenção extrajudicial e encarceramento de suspeitos de terrorismo no exterior - após os atentados de 11 de setembro de 2001.
A entidade pediu aos governos envolvidos que apresentassem as informações disponíveis e reivindicou que fossem realizadas "investigações governamentais, parlamentares e/ou judiciais" nos Estados da União Européia que não as tivessem feito.
Segundo o relatório, entre 11 de setembro de 2001 e o fim de 2005 foram computados "pelo menos 1.245 vôos" operados pela agência de inteligência americana que fizeram escalas em aeroportos europeus, apesar de nem estarem envolvidos em detenções extrajudiciais. O documento citou uma dezena de casos que envolveram 21 cidadãos ou residentes da UE e atribuiu o conhecimento ou conivência com algum deles às autoridades de Itália, Reino Unido, Suécia, Áustria e, fora da UE, Macedônia e Bósnia-Herzegovina.
A CIA admitiu nesta quinta a utilização do território britânico, apesar de garantias anteriores do governo dos EUA de que tais vôos nunca haviam usado espaço aéreo nem território britânico desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
O governo de Londres declarou que não tinha evidências de que o Reino Unido estava envolvido no programa dos EUA de transportar secretamente suspeitos de terrorismo detidos em diversas partes do mundo e que não estava ciente que seu território estava sendo utilizado desde 2001, quando o presidente George W. Bush visitou o governo britânico.
Segundo Miliband, oficiais dos Estados Unidos só informaram recentemente o Reino Unido sobre os vôos de 2002. "Nos dois casos, um avião dos EUA com um único detido a bordo reabasteceu em instalações dos EUA em Diego Garcia", afirmou.
O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, qualificou a revelação de "muito grave". "É claro que se trata de um caso muito sério", declarou Brown e uma entrevista coletiva nesta quinta em Bruxelas após uma reunião com a Comissão Européia. Brown disse ainda que os Estados Unidos pediram "desculpas" ao Reino Unido pela utilização do território britânico.
Denúncia
Em junho do ano passado, uma investigação da Associação de Chefes de Polícia não encontrou provas de que vôos desse tipo tivessem passado pelo Reino Unido, apesar das acusações do grupo defensor das liberdades civis Liberty de que tinham sido feitas mais de 210 escalas desde 2001.
Em janeiro de 2006, o então ministro de Exteriores, Jack Straw, informou o Parlamento de quatro solicitações dos Estados Unidos para utilizar o espaço aéreo britânico em 1998, das quais duas tinham sido aprovadas e duas, negadas.
O Parlamento Europeu aprovou em fevereiro de 2007 um relatório que denunciava os abusos da CIA na luta antiterrorista e considerava "inverossímil" que certos Governos europeus não estivessem cientes dessas atividades. O relatório, resultado de 12 meses de trabalho de uma comissão de deputados europeus, denunciou que os Estados Unidos empregaram "sistematicamente" um programa de "entregas extraordinárias" - detenção extrajudicial e encarceramento de suspeitos de terrorismo no exterior - após os atentados de 11 de setembro de 2001.
A entidade pediu aos governos envolvidos que apresentassem as informações disponíveis e reivindicou que fossem realizadas "investigações governamentais, parlamentares e/ou judiciais" nos Estados da União Européia que não as tivessem feito.
Segundo o relatório, entre 11 de setembro de 2001 e o fim de 2005 foram computados "pelo menos 1.245 vôos" operados pela agência de inteligência americana que fizeram escalas em aeroportos europeus, apesar de nem estarem envolvidos em detenções extrajudiciais. O documento citou uma dezena de casos que envolveram 21 cidadãos ou residentes da UE e atribuiu o conhecimento ou conivência com algum deles às autoridades de Itália, Reino Unido, Suécia, Áustria e, fora da UE, Macedônia e Bósnia-Herzegovina.
Fontes: Agências Internacionais
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