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Florianópolis possui na região do Campeche um dos vestígios mais preservados da atuação da Compagnie Génerale Aéropostale no Brasil, empresa de correio aéreo francesa para a qual trabalhou o piloto Antoine de Saint-Exupéry. O registro dessa passagem pela comunidade do Sul da Ilha de Santa Catarina pode se tornar patrimônio histórico universal com o tombamento da rota intercontinental feita pelo famoso aviador e escritor francês, autor do livro O Pequeno Príncipe. O projeto está na pauta da visita do representante da comissão superior dos monumentos históricos e Presidente do Colégio de Expertise do Patrimônio Aeronáutico da França, Max Armanet, que esteve na comunidade nesta terça-feira (29).
Armanet conheceu o patrimônio histórico aeronáutico do Campeche e o lugar onde fica o casarão de passagem dos pilotos da extinta companhia francesa, chamado de “Popote” pelos pescadores locais. Também conheceu o projeto “De Saint-Exupéry a Zeperri”, que propõe o restauro do velho casarão e instalação de um memorial da companhia de aviação. O imóvel é a única estrutura ainda de pé, remanescente da atuação da Aéropostale no Brasil, cujas escalas iam de Natal a Pelotas. O terreno abrigava ainda um hangar, transferido para o aeroporto Hercílio Luz, e redes de comunicação sem fio que foram desativadas. A vinda do especialista francês – que também é diretor do Jornal Libération e Presidente da Comissão do Patrimônio do Aeroclube da França – foi articulada pelo governador Luiz Henrique da Silveira e prefeito Dário Berger durante viagem internacional à Europa, em outubro. A ideia é promover a recuperação de todo o complexo ainda existente, e que integra o antigo campo de pouso do Campeche, transformando a área num parque urbano para a cidade.
Patrimônio universal
Um projeto para tombamento da “Ligne” – a rota intercontinental da Aéropostale – como patrimônio imaterial da humanidade está em estudo para ser apresentado à Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura (Unesco) e pode incluir a região do Campeche, não apenas pela estrutura física ainda existente no bairro como também pela convivência amigável surgida entre os pilotos e moradores da comunidade.
A Compagnie Génerale Aéropostale foi pioneira no serviço de correio aéreo entre a Europa, África e América do Sul, contando com o trabalho de pilotos veteranos da Primeira Guerra Mundial para acelerar a comunicação entre os países e romper as fronteiras entre os continentes. A importância da empresa para o desenvolvimento da aviação internacional, aliada à grandiosidade dos feitos dos pilotos que arriscavam suas vidas nos primórdios da aviação, ganhou mais visibilidade pela obra de um deles, que também foi escritor: Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro Pequeno Príncipe, entre outros sucessos editoriais.
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O Campeche foi palco de várias aventuras dos aviadores da Aéropostale entre as décadas de 1920 e 1930, guardando traços da inusitada convivência dos pilotos franceses com pescadores ilhéus. Os ases da pilotagem, tais como Jean Mermoz, Henri Guillaumet, Saint-Exupéry e outros, tiveram passagens pela Ilha de Santa Catarina registradas aleatoriamente, mas eternizadas em livros, como as memórias de Paul Vachet, em Avant les Jets (1964), onde o autor conta sobre a compra do terreno de aviação e a relação com os “compadres” catarinenses.
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A iniciativa conta com apoio da Prefeitura de Florianópolis, Governo do Estado de Santa Catarina, Succession Saint-Exupéry e Air France, empresa que incorporou a Aéropostale. Já a realização do documentário é coordenada por Branca Regina Rosa, com participação de Delmar Gularte nas filmagens. A coordenação do projeto “De Saint-Exupéry a Zeperri” está sob responsabilidade de Mônica Cristina Corrêa, doutora em Língua e Literatura Francesa pela USP.
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Fontes: ABN - Agência Brasileira de Notícias / Blog Correcaminhos - Arte: IstoÉ