domingo, 19 de dezembro de 2021

O B-2 e como os aviões invisíveis enganam os radares?

O segredo é uma combinação complexa de revestimento especial com design inteligente. O objetivo de um avião invisível é entrar em território hostil, realizar sua missão e retornar em segurança sem ser detectado pelo inimigo. 

Para conseguir isso, não basta apenas escapar das ondas de rádio dos radares. Ainda é preciso ser silencioso, difícil de enxergar a olho nu e capaz de driblar sensores de calor. O mais famoso avião avião é o bombardeiro americano B-2 Spirit. 


Eles custaram aos Estados Unidos a fábula de 2,2 bilhões de dólares cada um. Se suas 150 toneladas foram transformadas em ouro puro, não dariam um quarto desse valor! Quando o B-2 foi projetado, na década de 70,


A partir dos anos 90, com a convivência mais pacífica entre os dois países, o bombardeiro foi adaptado para carregar bombas convencionais, podendo participar de menor porte. 

Além da invisibilidade, o que mais impressiona no B-2 é sua grande autonomia para um avião de guerra, conseguindo voar 11 mil milhas sem reabastecer. 

A estreia dele em combate aconteceu em 1999, durante os conflitos separatistas em Kosovo, província da antiga Iugoslávia. Enquanto outros aviões decolavam de porta-aviões e bases aéreas próximas da região, os B-2 vinham direto dos Estados Unidos, onde fica uma única base aérea capaz de cuidar de sua delicada manutenção. 

Numa nova guerra é provável que os B-2 sejam os primeiros aviões na linha de ataque, destruindo como defesas antiaéreas e abrindo caminho para outras aeronaves.

Efeito asa

Em vez de ter asas e cauda, como os aviões comuns, o B-2 inteiro é uma espécie de asa voadora. Isso melhora muito sua sustentação no ar, economizando combustível e permitindo ao B-2 alcançar distâncias intercontinentais em curto tempo, mesmo com seu peso imenso de 150 toneladas

Sem ar quente

Antes de sair pelos exaustores, o jato de gerado ar gerado pelos motores e que impulsiona o avião à frente passa por dutos de refrigeração. Assim, o ar deixa a nave com temperatura quase igual à ambiente, despistando mísseis e radares que seguem os rastros de calor

Motor discreto

As partes metálicas do B-2, como os trens de pouso e os quatro motores a jato, ficam enterrados no meio do avião, onde não refletem as ondas do radar. Esse esconderijo também serve para abafar o barulho do motor

Menor que um pássaro

O formato esquisito do B-2 foi planejado para desviar as ondas de rádio para longe do radar que adicionou, evitando que elas retornem ao equipamento e indiquem a posição do avião. 

Além disso, um aeronave é recoberta por materiais não-metálicos e uma camada de tinta especial (de composição secreta) capaz de absorver uma parte dessas ondas de rádio, do mesmo modo que um objeto negro consegue absorver uma luz. 

Graças à tintura misteriosa (que precisa ser renovada a cada voo) e ao seu formato, o B-2 é identificado pelos radares como um objeto menor que um pequeno pardal e por isso nem aparece na tela

Pego pelo radar

As ondas de rádio emitidas por um radar batem em objetos sólidos e são refletidas de volta. Cada objeto aparece de um jeito na tela do equipamento. Como grandes chapas de metal (como da fuselagem dos aviões) são excelentes refletores de ondas, estas retornam em alta frequência ao radar e as imagens comuns aparecem na tela.

Fonte: Superinteressante - Imagens: Reprodução

Como o piloto sabe a hora certa de iniciar a descida para pouso do avião?


Depois de voar por horas em uma mesma altitude, o avião inicia uma descida até chegar ao aeroporto de destino. O ideal é que essa descida ocorra de forma constante. Para isso, o piloto precisa calcular o ponto exato no qual o avião vai começar a perder altitude para não chegar nem muito alto nem muito baixo para o pouso.

Esse cálculo depende de diversos fatores, como altitude do avião e da pista de pouso em relação ao nível do mar, velocidade do avião e direção e velocidade do vento. Em aeronaves avançadas, o computador de bordo geralmente faz esse cálculo de forma automática, mas os pilotos também precisam fazer essa conta para confirmar os dados.

Nos dois casos, porém, a conta nem sempre é precisa. Isso porque a descida constante depende de diversos fatores, especialmente em relação ao controle de tráfego aéreo. Em horários de muito movimento, o controle pode determinar que o avião diminua sua razão de descida ou mesmo realize algum tipo de espera. Outra possibilidade é o controle encurtar a aproximação padrão para agilizar o tráfego. Nesse caso, o avião pode precisar aumentar sua razão de descida.

Como o piloto decide iniciar a descida? 

Embora haja diversas variáveis, o computador de bordo cria uma rampa ideal de descida baseada nas aproximações padrões dos aeroportos. O ponto em que começa a descida é chamado de TOD (top of descent, ou topo da descida). O piloto também consegue fazer um cálculo aproximado do melhor ponto para iniciar a descida para o pouso. 

O primeiro passo é verificar o quanto o avião precisa descer até chegar ao aeroporto de destino. Se a aeronave estiver em voo de cruzeiro a 36 mil pés de altitude e for pousar em um aeroporto localizado a 2.000 pés de altitude em relação ao nível do mar, será necessário descer 34 mil pés. 

Na aviação, todos os cálculos são feitos em pés (0,3 metro) para medidas verticais e milhas náuticas (1.852 metros) para medidas horizontais. 

A rampa ideal de descida é de cerca de 3 graus. Em geral, o avião se desloca na proporção de três por um. A cada 1.000 pés que perde de altitude, os aviões se deslocam três milhas náuticas para frente. Para descer os 34 mil pés, o avião precisa de 102 milhas náuticas. Esse cálculo ainda sofre a influência da velocidade do avião, que vai diminuindo durante a descida, e até do vento. 

Embora o computador de bordo tenha cálculos mais precisos sobre o ponto ideal para início da aproximação e de melhor razão de descida, esses cálculos bem aproximados feitos pelos pilotos ajudam a corrigir os imprevistos gerados pelo controle de tráfego, evitando que o avião chegue muito alto ou muito baixo. Assim, o piloto refaz essas contas ao longo de toda a descida. 

O que é necessário para o avião perder altitude? 

Para fazer o avião perder altitude, o piloto tem diversos recursos disponíveis. O primeiro deles é reduzir a potência dos motores. Com menos tração, a sustentação diminui e o avião começa a descer. Isso faz com que o avião também perca velocidade, o que é necessário para a configuração final de pouso. 

A velocidade do avião e a razão de descida podem ser ajustadas com a combinação de potência e altitude do avião. Ao baixar o nariz do avião, a aeronave desce mais rápido e ganha mais velocidade. Ao levantar o nariz, acontece o contrário. Com pouca potência, o avião perde mais rapidamente a velocidade e altitude. Para diminuir esse ritmo, basta aumentar a potência. 

Esse balanceamento é feito na maior parte do voo. Na fase final de aproximação, há ainda outros recursos. Ao baixar o trem de pouso, aumenta -se o arrasto do avião e diminui-se a velocidade. Há ainda os "speed brakes" (freios aerodinâmicos que aumentam o arrasto da asa) e os flapes (dispositivos que aumentam a área da asa dando mais sustentação e permitindo a aproximação em velocidades mais baixas).

Calcular o ponto ideal de início da descida e a rampa mais eficiente de aproximação é um ponto importante na fase final do voo. Ao conseguir fazer todo esse procedimento com potência reduzida, o piloto economiza combustível e deixa o voo mais confortável para os passageiros.

Edição de texto e imagem: Jorge Tadeu - Fonte: Vinícius Casagrande (Colaboração para o UOL) - Imagens: Reprodução

O que era o S-3 Viking da NASA?

A NASA aposentou seu último Viking em 2021 (Foto: Louis DePaemelaere, USAF/NASA)
A Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA) é conhecida, entre outras coisas, por ter uma ampla e interessante variedade de aeronaves à sua disposição. Embora suas missões espaciais tenham ganhado as manchetes ao longo dos anos, os aviões normais também desempenham um papel importante nas operações da NASA. Uma dessas aeronaves foi o Lockheed S-3B 'Viking'.

Quando a NASA adquiriu o Viking?


A Lockheed desenvolveu principalmente seu jato S-3 'Viking' para uso pela Marinha dos Estados Unidos no domínio da guerra anti-submarina. O tipo voou pela primeira vez em janeiro de 1972 e entrou no serviço ativo dois anos depois. Na década de 1990, seu foco operacional mudou para reabastecimento aéreo e guerra de superfície. Passando para a década de 2000, a Marinha dos Estados Unidos começou a abandonar seus vikings após três décadas.

Como essas aeronaves foram dispensadas do serviço militar, ficaram disponíveis para aquisição por empresas como a National Aeronautics and Space Administration. De acordo com a AINonline , a NASA obteve quatro ex-Navy S-3Bs em 2004. Um exemplo particular, o N601NA, foi submetido a uma conversão em 2006, resultando em várias funções interessantes

A conversão do N601NA em 2006 permitiu que ele realizasse uma extensa pesquisa para a NASA 

Para que era usado o S-3B?


O processo de conversão da aeronave poupou seu equipamento militar, substituindo essa tecnologia por recursos como comunicações por satélite e equipamentos de pesquisa. No caso do primeiro, a NASA foi capaz de usar o Viking como um teste para equipamentos de comunicação, pois ele voa continuamente em baixas velocidades e altitudes, proporcionando uma melhor conexão com as estações terrestres.

A NASA também é conhecida por usar o S-3B em domínios como monitoramento ambiental (em todos os tipos de terreno) e segurança da aviação. Um projeto de segurança particularmente interessante viu o S-3B implantado para estabelecer padrões de comunicação para aeronaves não protegidas no espaço aéreo dos EUA. 

Mike Jarrell, que lidera o projeto de Comando e Controle da NASA, afirmou: “ Esta aeronave antiga foi uma grande parte do lançamento do futuro da aviação. O S-3B tem sido uma combinação perfeita para nossa pesquisa. Tem um bom fundo plano onde podemos montar uma variedade de antenas.”

O voo de aposentadoria do Viking o levou de Cleveland a San Diego via El Paso (RadarBox.com)

O fim de uma era


Depois de mais de 16 anos de missões de pesquisa, a NASA eventualmente optou por aposentar seu (e na verdade o do mundo) último S-3B Viking em julho de 2021. A empresa confirmou que sua “pesquisa de comunicações em mobilidade aérea avançada continuará usando um Mentor T-34 aeronaves à medida que novos padrões são desenvolvidos para recomendar à Federal Aviation Administration.”

Tendo morado perto de Cleveland, no John Glenn Research Center, a última viagem do N601NA foi de Ohio à Califórnia. De acordo com dados do RadarBox.com , ele deixou o Aeroporto Internacional de Cleveland Hopkins às 8h48, horário local, e voou via El Paso, Texas.


Depois de parar no Aeroporto Internacional de El Paso, o Viking continuou para oeste. Ele pousou na Naval Air Station North Island de San Diego às 15h05, horário local. Agora em San Diego , será preservado como uma exposição no Air & Space Museum (SDASM) da cidade.

Helicóptero da Airbus e Mercedes-Benz chega ao Brasil; conheça

O modelo é equipado com o novo rotor de 5 pás.


Um novo helicóptero superluxuoso, fruto de uma parceria da Airbus Corporate Helicopters e a Mercedes-Benz, chega ao Brasil. Trata-se do ACH145 Mercedes-Benz Style Edition.

O modelo é equipado com o novo rotor de 5 pás, além de contar com 150kg adicionais de carga útil.

O helicóptero exclusivo foi adquirido por um cliente brasileiro do mercado civil e será utilizado para transporte executivo. Ele será equipado com todos os recursos opcionais disponíveis, como: avançado isolamento acústico da cabine, sistema de entretenimento conectado via Wi-Fi, aplicações em madeira no teto e piso e luzes reguláveis em cores e intensidade.

Desde o seu lançamento em 2011, 28 aeronaves do modelo exclusivo ACH145 Mercedes-Benz Style Edition foram vendidas no mundo. O helicóptero bi turbina acomoda até oito passageiros e dois pilotos, e um dos seus grandes diferenciais é a capacidade de decolar com 10 pessoas a bordo e tanque de combustível cheio.


Jean-Luc Alfonsi, Presidente da Helibras, subsidiária Airbus afirma: “Nossos clientes valorizam não apenas a versatilidade e potência, mas a personalização, o conforto, beleza e exclusividade. A versão ACH145 Mercedes-Benz Style Edition tem sido um sucesso desde o seu lançamento e para nós é uma grande conquista essa novíssima aeronave chegando ao mercado brasileiro, onde nossos produtos têm se destacado bastante nessa categoria”, em nota divulgada.

Veja 20 curiosidades sobre o Airbus A380 superjumbo, que não será mais produzido

Modelo possui um compartimento secreto, quilômetros de fios e é possível encontrar alguns com chuveiros.

Airbus A380 é o maior avião para transporte civil já produzido (Daniel Eledut/Unslash)
Amado pelos passageiros por seu espaço e conforto, mas detestado pelas companhias aéreas por causa de seus custos operacionais, o Airbus A380 já entrou em seus anos de decadência, embora tenha sido lançado comercialmente há apenas 14 anos.

Seu capítulo final foi colocado em foco nesta semana, quando a Airbus entregou o último A380 já produzido para seus novos proprietários, a Emirates, encerrando 18 anos de produção da aeronave.

O superjumbo foi concebido em uma época em que aviões maiores transportando centenas de passageiros entre grandes cidades eram uma proposta atraente, mas na época em que começou a voar, um modelo de negócios diferente – aviões menores conectando aeroportos menores – havia assumido o controle da indústria de aviação.

O maior avião comercial já produzido, no entanto, acumulou seguidores, e, embora uma parte significativa da frota não sobreviverá à pandemia, a notícia do avião voltando ao ar eletrificou aqueles que procuram especificamente por ele ao fazer reservas de voos.

Agora, várias companhias aéreas – incluindo Emirates, British Airways e Singapura – estão oferecendo voos de longo curso no superjumbo novamente.

Quer você planeje pegar um voo em um A380 enquanto ainda tem chance ou não, aqui está nossa seleção dos 20 fatos mais interessantes sobre esta aeronave única.

1. Maior possível

Como a única aeronave de passageiros de dois andares completa já construída, o A380 é tão grande que poderia, em teoria, transportar um máximo de 853 passageiros se todos os assentos fossem da classe econômica. No entanto, nenhuma companhia aérea jamais equipou um A380 assim. A maior capacidade registrada é de 615 pessoas, em uma configuração de duas classes (econômica + executiva).

2. Fios por quilômetros

Cada A380 contém mais de 400 quilômetros de cabos elétricos e fiação, e sua instalação foi tão desafiadora que alguns dos atrasos iniciais na produção da aeronave foram atribuídos especificamente à fiação. Em 2009, a Airbus simplificou as operações ao acelerar a instalação dos suportes que prendem a fiação – são até 80 mil em cada aeronave.

3. Ar turbulento

O tamanho e o peso do superjumbo podem causar problemas aos aviões menores que o seguem – um fenômeno conhecido como “esteira de turbulência”. Em 2017, um pequeno jato particular virou no ar quando cruzou com um A380. Diretrizes recentes sugerem que aeronaves leves devem esperar quatro minutos antes de decolar ou pousar na mesma pista que acabou de ser usada por um A380.

4. Um trabalho de pintura grande

São necessários 950 galões de tinta para cobrir toda a superfície de 3.530 metros quadrados de um A380. Uma camada regular de tinta adiciona mais de 600 quilos de peso ao avião. O processo geralmente leva cerca de duas semanas.

5. Não há necessidade de levar pouca bagagem

O porão de um A380 pode carregar até 3.000 malas, e duas correias de carga – uma na frente e outra atrás – podem ser usadas simultaneamente para agilizar o processo.

6. Um verdadeiro globalista

Cada A380 é feito de 4 milhões de componentes individuais, produzidos por 1.500 empresas de 30 países diferentes. Todos convergiam por via rodoviária, aérea e marítima para Toulouse, no sul da França, onde foi montada a última aeronave.

7. Possibilidade de ter chuveiros

Um bar totalmente abastecido com bancadas de ônix no convés superior é uma visão relativamente comum no A380. Mais incomum são os chuveiros totalmente funcionais instalados nas suítes de primeira classe nos Emirates e Ethiad A380s, ou a cama de casal de tamanho normal que Singapura introduziu em suas suítes duplas.

8. Mais espaço do que uma quadra de basquete

Com seu deck duplo de comprimento total, o A380 oferece quase 557 metros quadrados de espaço útil, cerca de 40% a mais do que o segundo maior avião comercial, o Boeing 747-8.

9. Amado pela Emirates

De longe, a maior operadora do A380 é a Emirates, sediada em Dubai, com 123 pedidos, seguida pela Singapore Airlines com 24. No total, 14 companhias aéreas encomendaram e voaram o A380. Quando a Emirates cancelou um pedido de 39 A380 no início de 2019, a Airbus decidiu interromper totalmente a produção da aeronave até o final de 2021.


10. Você pode ter um pedaço de um

Embora tenha acabado de receber o último A380 já fabricado, a Emirates já aposentou o primeiro que adquiriu há 14 anos e o entregou para ser reciclado e transformado em itens de mobiliário. Entre os itens listados para pré-encomenda no Dubai Airshow em novembro estavam mesas de centro feitas de rodas, relógios feitos de painéis de combustível de asas e toda a cauda de 24 metros do avião. Também à disposição estava a elegante barra do convés superior do avião.

11. Compartimento secreto

Com uma tripulação na cabine de três pilotos e até 21 comissários de bordo, o A380 tem as maiores tripulações de qualquer avião. A área da cozinha tem espaço suficiente para cinco pessoas trabalharem simultaneamente, e os tripulantes podem descansar em uma área “secreta” localizada no terceiro convés (o de carga na parte inferior), completa com beliches e banheiro privativo.

12. Não é para todos

O A380, devido ao seu tamanho, não pode ser operado em todos os aeroportos, e muitos tiveram que fazer modificações para poder operar o superjumbo. Em Munique, portas de hangar especiais precisaram ser construídas para acomodar a cauda da aeronave. A Airbus afirma que 140 aeroportos em todo o mundo são compatíveis com o avião e mais de 400 podem aceitá-lo em caso de pouso de emergência.

13. O voo mais longo

A Emirates opera o voo regular de passageiros mais longo do A380: Dubai a Auckland, 14.162 quilômetros e mais de 17 horas no ar. Em 2019, a Qantas voou com um de seus A380 de volta para a base em Sydney de Dresden, Alemanha, após a reforma. O avião estava vazio e voou por mais de 18 horas e cerca de 16.093 quilômetros.

14. O voo mais curto

A Singapore Airlines anunciou que oferecerá o novo voo A380 mais curto do mundo: um salto rápido de apenas 289 quilômetros entre o aeroporto de Changi em Singapura e Kuala Lumpur, na Malásia. Anteriormente, a Emirates detinha esse recorde com um voo de Dubai para Muscat, em Omã, que atingiu cerca de 337 quilômetros.

15. A versão de carga que nunca existiu

Quando a Airbus lançou o A380 em dezembro de 2000, ofereceu uma versão de carga chamada A380F, projetada para competir com os modelos equivalentes apenas de carga do Boeing 747. A UPS e a FedEx inicialmente fizeram pedidos para o avião, mas depois que seu lançamento foi adiado, eles cancelou-os, levando ao cancelamento do próprio programa A380F.

16. Asas flexionadas

Durante a decolagem, as asas do A380 vibram tanto que se flexionam para cima em até 4 metros. É muito, mas não tanto quanto aeronaves com uma quantidade maior de materiais compostos, como o Boeing 787, cujas asas podem bater até 7,62 metros.

17. Depreciação jumbo

O preço de lista de um Airbus A380 era de cerca de US$ 450 milhões, sem levar em consideração os descontos, que são comuns. O valor atual da frota, no entanto, despencou: uma estimativa diz que um modelo de 2005 vale agora apenas US$ 77 milhões, e um A380 como novo construído em 2019, apenas US$ 276 milhões.

18. Dois por asa

Os quatro motores do avião são um de seus fatores mais distintos e uma desvantagem, pois exigem mais combustível do que os jatos bimotores. Eles são fabricados pela Rolls-Royce no Reino Unido ou pela Engine Alliance nos Estados Unidos e podem elevar o peso máximo de decolagem do avião de 650 toneladas até a altitude de cruzeiro em 15 minutos.

19. Nenhum comprador dos EUA

Uma das principais razões pelas quais o A380 nunca foi um sucesso comercial é o fato de que nenhuma companhia aérea dos Estados Unidos jamais comprou o avião. Grandes transportadoras europeias, como Air France, British Airways e Lufthansa, sim, mas em pequeno número. Na época em que o A380 estava disponível, as transportadoras americanas já haviam abandonado os aviões jumbo e adotado aeronaves bimotoras mais econômicas, como o Boeing 787 e o Airbus A350.

20. Um retorno parcial

A pandemia atingiu duramente a indústria da aviação e o A380 com mais força. A Lufthansa e a Air France nunca colocaram seus A380s de volta em serviço depois que pararam, decidindo aposentar todas as suas frotas, enquanto o Catar enviou metade de sua frota para armazenamento permanente. Por outro lado, Qantas, British Airways, Emirates, Qatar, Cingapura, All Nippon e Korean Air anunciaram que estão reiniciando o serviço do A380.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Dono da Itapemirim é acusado de golpe com vendas de criptomoeda

O empresário e proprietário do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, enfrenta mais uma turbulência após a suspensão por tempo indeterminado das operações da ITA Linhas Aéreas. Dessa vez, a Itapemirim é acusada por centenas de investidores, ao lado das empresas Extrading Exchange & Trading Platform e Future Design Solutions Ltda (FDS), de não devolver cerca de R$ 400 mil investidos nas criptomoedas CrypTour, moeda digital lançada em julho deste ano pelo grupo de transporte, e de não terem mais acesso à plataforma da Extrading, que foi retirada do ar, para pedir o resgate ou simplesmente ter acesso a informações sobre o destino do dinheiro.


De acordo com a apresentação do negócio da Cryptour, o objetivo da Itapemirim era vender 30 milhões de tokens ao valor de 1 dólar cada, prospectando, assim, 30 milhões de dólares. O negócio prometia uma valorização de 600% a cada 1 dólar investido no token nos primeiros seis meses, e 3600% após doze meses. O plano de negócio das criptomoedas previa também um programa de afiliados, onde as pessoas deveriam indicar novos investidores com a possibilidade de ganhar ate 21% sobre as operações das pessoas indicadas, como um espécie de pirâmide.

Ao Congresso em Foco, com exclusividade, Sidnei Piva nega que a Cryptour seja da Itapemirim, apesar de diversos documentos e vídeos de divulgação do criptoativo explicitarem a relação com a empresa. Um trecho do Whitepaper da CTur, que é um documento oficial da empresa que serve de informe ou guia aos investidores, traz a imagem do empresário e diz claramente que “o projeto CrypTour nasceu como uma iniciativa interna de inovação em tecnologia na Itapemirim Airlines.” Piva também nega qualquer relação com as empresas Future Design Solutions e com a Extrading Extrading Exchange & Trading Platform. A FDS aparece no diretório Whois como proprietária do domínio do site da Cryptour na internet.

“Entrei em um golpe como vários”, disse Piva, em conversa com a reportagem pelo Whatsapp. “Temos um boletim de ocorrência na delegacia especializada.”

A reportagem solicitou a cópia do boletim de ocorrência mencionado pelo empresário mas até o fechamento dessa reportagem não obteve o documento.

Veja aqui Sidnei Piva apresentando a Cryptour:


O empresário Luiz Tavares, diretor comercial da Extrading, que aparece ao lado de Piva em dez vídeos no canal oficial da Cryptour no Youtube desmente o dono da Itapemirim e diz Grupo Itapemirim é sim o dono do negócio. O Congresso em Foco fez o download de todos os vídeos que estão no canal.

“É 85% do Piva e 15% da Future Design Solutions Ltda”, aponta Luiz Tavares, que também nega ser o diretor da Extrading. “Fui colocado assim nos vídeos por sugestão do Furlan [Adilson Furlan, vice-presidente da Itapemirim] para passar credibilidade. Sou um empresário na área de tecnologia com uma empresa em Dubai, a Connect Black.”

Perguntado se a Connect Black teria um CNPJ, algum site, Tavares disse que, no momento, não tem.

Pagamento em conta de terceiros


Encantados com a aura de credibilidade do negócio, os investidores que compraram as criptomoedas da Itapemirim, porém, nunca estranharam que os pagamentos pelos tokens eram sempre feitos via depósito para a conta da Future Design Solutions (FDS) e jamais tiveram um contrato assinado sequer pela transação.

A FDS, de propriedade José Carlos de Mello Mas, foi alvo, em setembro de uma operação conjunto entre a GAECO Sorocaba e o Ministério Público de São Paulo por crimes de estelionato, organização criminosa e indícios do crime de lavagem de dinheiro. A operação resultou no bloqueio de bens da esposa de Carlos, Nathaly Brites Mandelli, que aparece como a proprietária da empresa. A investigação resultou na prisão de Mas, apontado por Luiz Tavares, da Extrading, como sócio de Piva na Crytpour, em setembro.

E foi justamente a partir de setembro que os investidores começaram a enfrentar as primeiras dificuldades para resgatarem os valores investidos na criptomoeda da Itapemirim.

“Convencido pela ‘live’ do presidente da Itapemirim”


O engenheiro eletrônico João Antunes*, de 65 anos, viu numa live apresentada pelo empresário e presidente do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, em julho de 2021, a oportunidade segura de investir no mercado de criptoativos. Na transmissão, Piva divulgava o lançamento da CrypTour, um token de turismo que, dentre outras coisas, prometia “possibilitar a criação de novos fundos de investimentos e alavancagem financeira.”

“Fui convencido a investir principalmente pela fachada de vitrine da Itapemirim, pelo Whitepaper e também pela live do presidente da Itapemirim falando juntamente com o representante da Extrading, (Luiz) Tavares”, conta Antunes que pagou R$ 250 por 50 tokens e nunca mais conseguiu reaver o dinheiro.

A psicóloga paulista Catarina Dias* decidiu investir R$ 1000 na Cryptour após a indicação de um amigo que também havia apostado nos criptoativos da Itapemirim. Encantada com a promessa de alto rendimento de um produto criado pelo Grupo Itapemirim, Catarina ficou tranquila e sequer imaginava o prejuízo que viria.

“Acreditando na Ctur, coloquei no site R$ 1.000,00 para comprar a moeda, porém, não consegui comprar porque o suporte disse que teve problemas jurídicos e que o dinheiro seria devolvido. Fiz o depósito em 15 de setembro e até agora não recebi a devolução. Desativaram o suporte do site tanto no chat on line, quanto no Whatsapp. No site consta como se eu tivesse recebido, não tem mais nada lá”, conta a psicóloga.

Os investidores que se sentiram lesados criaram um grupo de Whatsapp para trocarem informações e, principalmente, tentarem encontrar uma solução para reaver o prejuízo.

“Vamos procurar a polícia e prestar queixa contra o dono da Itapemirim e contra os donos das outras empresas. É uma vergonha se aproveitarem da boa fé das pessoas que acreditaram na imagem na Itapemirim para tirar dinheiro da gente”, desabafou um das pessoas prejudicadas, que pediu sigilo. “Agora que a gente lê as notícias da empresa quebrando chego a não acreditar que terei meu dinheiro de volta.”

Vídeo. Passageiros ficam “presos” em avião da ITA: “Não está fácil”

Após atraso de 10h, aeronave da Itapemirim ficou mais de uma hora na pista com passageiros dentro e sem informações. Veja vídeo.


O cancelamento de voos da Itapemirim Transportes Aéreos continua a causar transtornos para os passageiros. Um dos voos chegou a atrasar 10h para decolar. Passageiros ficaram mais de uma hora dentro da aeronave, enquanto ela taxiava na pista do aeroporto de Brasília, com destino a São Paulo.

Mariana Ribeiro estava dentro desse voo e contou para o Metrópoles o sufoco que passou com outros passageiros, durante a manhã, tarde e noite dessa sexta-feira (17/12).

“O voo era para ter saído às 9h20, e não saiu. Aí, passaram para as 14h20, mas não saiu. Passaram para as 17h20 e pagaram jantar para a gente. Agora, a gente está na aeronave há uma hora e 10 minutos, e o voo não sai”, relatou a passageira, de dentro do avião.


Ela contou que os passageiros começaram a se levantar, e alguns pediram para sair da aeronave, mas não houve permissão. Uma família, formada por um casal e duas crianças, decidiu deixar o voo, mesmo assim. Isso tudo com os passageiros sem informação sobre o real motivo do atraso.

“Viram que as pessoas estavam filmando e tirando foto, aí, apagaram as luzes. O piloto, coitadinho, só está falando assim: ‘Não está fácil gente, nós estamos saindo para trabalhar’, mas não explica o que é. Primeiro, disseram que era problema no plano de voo, depois, que era problema no carregamento”, contou. O avião decolou depois de 10h de atraso, segundo Mariana.

A Itapemirim Transportes Aéreos anunciou nesta sexta que suspendeu temporariamente as suas operações no Brasil. A empresa afirma em um comunicado que a decisão foi tomada para que seja feita uma reestruturação interna.

Segundo a companhia, os passageiros com viagens programadas para os próximos dias devem entrar em contato pelo e-mail da empresa: falecomaita@voeita.com.br. A operação de ônibus da Viação Itapemirim continua normal.

Por Thalys Alcântara e Carlos Carone (Metrópoles)

Sessão de Sábado - Filme "Asas de Águia (dublado)

Oficial da marinha obcecado por aviação, Frank W. Wead (John Wayne) vê seu casamento ruir pois Min (Maureen O'Hara), sua mulher, se sente muito só. Ele fica paralítico ao cair de uma escada e isto sacramenta a separação, mas com o tempo ele se recupera e se torna um roteirista e teatrólogo de sucesso. Frank quer reatar com Min e eles decidem tentar de novo, mas nesse meio tempo os japoneses atacam Pearl Harbor.


("The Wings of Eagles", EUA, 1957 ‧ Clássico / Ação / Guerra)

Vídeo: Blackbox 1 - Acidentes Aéreos

Aqui vamos relembrar, comentar e explicar, de forma sucinta, acidentes aéreos das últimas décadas. Alguns foram tragédias devastadoras. Outros são acidentes com grande número de sobreviventes e – mais importante – grandes lições a serem aprendidas.

Nova playlist do Canal de Gianfranco Beting (Panda), consultor de marketing, especialista em aviação e um dos fundadores da companhia aérea Azul, comentando acidentes aéreos.

Para acessar o Canal, clique AQUI.

Aconteceu em 18 de dezembro de 2003: Voo FedEx Express 647 - Falha do piloto causa grave acidente


O voo 647 da FedEx Express (FedEx) foi um voo entre o Aeroporto Internacional Metropolitano de Oakland (OAK), Oakland, Califórnia e o Aeroporto Internacional Memphis (MEM), Memphis, Tennessee, que caiu durante o pouso em 18 de dezembro de 2003.

Aeronave e tripulação de voo 



A aeronave envolvida no incidente era o McDonnell Douglas MD-10-10F, prefixo N364FE, da FedEx Express (foto acima). O MD-10 é uma variante melhorada do DC-10 McDonnell Douglas três motores de aeronaves wide-body. No momento do acidente, a aeronave tinha um total de aproximadamente 65.375 horas de voo.

O voo contou com uma tripulação experiente: o capitão tinha cerca de 21.000 horas de comando no total, incluindo 2.602 horas de voo nas séries de aeronaves MD-10 e MD-11, e o primeiro oficial tinha cerca de 15.000 horas de voo total, incluindo 1.918 horas no MD-10/MD-11. O voo 647 também tinha a bordo 5 membros da tripulação da FedEx fora de serviço com destino a Memphis.

O voo e o acidente


Em 18 de dezembro de 2003, o voo 647 estava programado para partir de Oakland para Memphis às 8h10, horário padrão central, e após um breve atraso devido a um problema de classificação de pacotes, partiu para Memphis às 8h32. A partida de Oakland e o cruzeiro entre Oakland e Memphis foram tranquilos.

O voo pousou por volta das 12h26 na pista 36R e quase imediatamente o trem de pouso direito colapsou. O avião mudou para o lado direito da pista, pegando fogo ao fazê-lo. 


A copiloto sofreu ferimentos leves ao evacuar a aeronave, assim como um dos cinco pilotos da FedEx que estavam a bordo como passageiros. 


Posteriormente, foi descoberto que o piloto passageiro que ativou o escorregador de saída de emergência não havia sido adequadamente treinado para operá-lo. A alça que foi puxada liberou o escorregador como parte de um projeto para usar o escorregador como uma jangada no caso de um pouso na água, e o escorregador posteriormente se soltou do avião. 


Investigação


O NTSB conduziu uma investigação completa do acidente. Ele descobriu que, embora a aeronave tenha encontrado um vento cruzado durante o pouso, as condições estavam dentro das capacidades de segurança da aeronave. 


O primeiro oficial não alinhou adequadamente o avião antes do toque, nem diminuiu a velocidade do avião adequadamente antes do toque, de modo que o avião pousou com muita força. 

Quando o avião pousou, o vento cruzado fez a asa direita cair cerca de seis graus. Isso estava além das capacidades de projeto para o trem de pouso principal direito e, como resultado, ele quebrou. O NTSB também citou o capitão por não verificar o trabalho do primeiro oficial.


O NTSB concluiu ainda que a Ordem FAA 8400.10 (Manual do Inspetor de Aviação de Transporte Aéreo) foi deficiente na seção que trata da garantia de treinamento de evacuação para a tripulação de voo.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro.com)

Aconteceu em 18 de dezembro de 1992: A trágica queda de um avião em Billings, em Montana (EUA)

Era hora de parar na noite de sexta-feira, 18 de dezembro de 1992. Phil Frank estava saindo pela porta do Corpo de Bombeiros Billings 1, a caminho de uma festa de Natal quando os alarmes começaram a ser transmitidos pelo rádio a partir do despacho. Um jato tinha acabado de bater em um armazém a nordeste do centro de Billings, matando todas as oito pessoas a bordo.


Chefe assistente dos bombeiros da cidade na época, Frank disse que o esforço de combate a incêndios que se seguiu foi o incidente mais intenso que ele experimentou em seus 32 anos no Corpo de Bombeiros de Billings.

"Isso você não esquece", disse ele no domingo. "Eu tive alguns grandes, mas esse foi o maior."

O jato estava carregando cinco funcionários do escritório federal de Billings das Administrações de Energia da Área Ocidental, junto com outro homem que trabalhava sob contrato com a agência federal e dois pilotos da área de Denver. Todos os seis passageiros eram residentes do Billings.

Voando para o Aeroporto Internacional Billings Logan de sua parada anterior em Watertown, Dakota do Sul, o bimotor Cessna 550 Citation II, prefixo N6887Y, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, vinha seguindo um Boeing 757 muito de perto, uma investigação de acidente determinaria mais tarde. O Cessna ficou preso na turbulência após a aeronave maior, fazendo-o cair repentinamente do céu e bater em um armazém do Distrito Escolar 2 no bloco 200 da North 12th Street.


Então, uma professora da Billings Senior High School, Sandra Corey estava terminando seu dia na sala de aula e se preparando para pegar seu marido Dale no aeroporto, ela disse no domingo.

"O zelador entrou e disse: 'Oh, você ainda está trabalhando?' Ele disse que as pessoas que vieram para o jogo de basquete feminino estão falando sobre um acidente de avião ", lembrou Corey. "Eu disse: 'Um acidente de avião? Estou esperando meu marido lá.'"

Ela foi para a sala dos professores, onde um colega de trabalho confirmou que o avião de Dale acabara de cair. Corey ligou para a filha e disse que ela estava vindo buscá-la. Quando voltaram para casa, vários funcionários do escritório de seu marido já os esperavam.

"Foi quando eu soube que havia um acidente de avião real", disse ela. "Provavelmente era meia-noite que eles disseram que ninguém havia sobrevivido."

Primeira página do Billings Gazette de 1992 mostra a queda do jato

Corey foi apenas uma das seis famílias do Billings que perderam entes queridos no trágico acidente de avião há 25 anos. Mas Lew Anderson, um antigo funcionário das Escolas Públicas do Billings e atual gerente de títulos do distrito, observou no domingo que a devastação poderia ter sido muito pior. 

Todos, exceto três dos 18 ou mais funcionários e motoristas do depósito, já haviam partido naquele momento. Todos os que permaneceram escaparam sem ferimentos graves.

"Poderia ter sido apenas uma catástrofe se tivesse acontecido uma ou duas horas antes", disse Anderson.


Uma quarta funcionária, Sue Brewer, acabava de chegar ao carro no estacionamento enquanto se preparava para passar o dia em casa. De repente, um avião passou 30 pés acima de sua cabeça, de acordo com uma história publicada no dia seguinte no The Billings Gazette.

"Eu o vi chegando e parecia que estava com problemas", disse Brewer na época. "Então eu percebi, 'Oh meu Deus, vai atingir o prédio."

Ela descreveu uma "bola de fogo" explodindo quando o avião atingiu o solo, seguida pela fumaça saindo do prédio de aço destruído.

"Detritos estavam voando por toda parte, passando pela minha cabeça e ao redor do meu carro", disse Brewer. "Eu estava tão perto disso. Me assustou até a morte. É difícil acreditar que ainda estou vivo."


O acidente de avião foi relatado pela primeira vez às 16h48. Cerca de 15 minutos depois, Nick Tafoya recebeu uma ligação do chefe de sua esposa, informando-o de que um avião que transportava Magdalena Tafoya - ou "segunda-feira", como seu marido e colegas a chamavam - havia partido enquanto se aproximava do aeroporto.

"Naquela época, eu entrei em uma espécie de concha. Fiquei em choque", disse Tafoya no domingo. "Você realmente passa por todos aqueles estágios de luto, a parte da negação, eu só não acreditei que fosse ela."

O resto da noite foi um borrão, disse ele. Ele ligou para um amigo próximo e começou a reunir seus filhos, a maioria dos quais morava com eles no Billings. Seu filho mais velho, um calouro na Montana State University, conseguiu uma carona para casa de Bozeman naquela noite, com amigos que se recusaram a deixá-lo dirigir sozinho.


A certa altura, Tafoya disse aos amigos e familiares reunidos em sua casa que queria ir até o local do acidente. Eles desaconselharam, disse ele, mas ele foi insistente.

"Dirigimos até lá e não conseguimos chegar perto do lugar, mas dava para ver que havia um grande incêndio e muitos policiais", disse Tafoya. "Foi quando eu disse que só queria sair e ficar com meus filhos."

Ao longo da noite, dezenas de bombeiros do Billings lutaram contra o incêndio em temperaturas de um dígito, girando em turnos de quatro horas e parando na altura das coxas devido a um duto de água que explodiu durante a colisão.

"Eu sabia naquele momento que tinha que ser por cima das botas e dentro das botas do bunker", lembrou Frank, o ex-chefe dos bombeiros assistente. "O calor estava tremendo ... Ficou óbvio que tudo o que podíamos fazer era ficar lá e bater nele com água para manter as chamas baixas."


O calor produzido pelo incêndio foi tão intenso, disse ele, que os cabos de transmissão adjacentes, a cerca de 15 metros do solo, começaram a ceder visivelmente.

"Eu ia mandar a Montana Power cortar essas linhas e cortar a energia até descobrir que ela abastecia todo o extremo leste do estado", disse Frank. "Então, colocamos canos disparando o máximo de água possível para mantê-los frios."

Demorou 38 horas para que o BFD finalmente declarasse o incêndio, permitindo que os investigadores do National Transportation Safety Board comecem a determinar a causa do acidente. Mas não acabou para as famílias que perderam entes queridos naquela noite.


A Western Ranch Supply armazena equipamentos para gado em um lote que era o antigo armazém da escola, onde um acidente de jato matou oito pessoas na esquina da 12th Avenue North com a 2nd Avenue North.

Além de Dale Corey, 51, e Magdalena Tafoya, 41, os outros passageiros a bordo eram Gary Miller, 45; Robert Nordmeier, 30; Richard Schirk, 53; e Tracy Erger, 28.

Curt Schwarz, 39, de Westminster, Colorado, e Dan Arnold, 22, de Louisville, Colorado, foram os pilotos.


Nick Tafoya acredita que a experiência o aproximou mais dos filhos, mas admitiu que o processo de luto não foi fácil.

"Principalmente minha filha. Ela e sua mãe eram muito próximas", disse ele. "Eu estava perdido, não sabia como lidar com um jovem de 16 anos que acabou de fazer".

Sandra Corey, que agora mora no Arizona, disse que seus filhos, ambos com cerca de 20 anos na época, os ajudaram a lidar com a perda. Mas foi o apoio que receberam da comunidade do Billings que realmente os ajudou nos dias e semanas seguintes.

A North 12th Street e a 2nd Avenue North são agora um lote da Western Ranch Supply
que foi o local de um acidente que matou oito pessoas em Billings em 1992

No dia seguinte, as pessoas estavam trazendo comida e outros suprimentos para ela e as famílias das outras vítimas. Mercearias montaram potes de doação, com a arrecadação dividida entre as famílias. "Foi avassalador", disse ela.

No domingo, Tafoya estava em Denver com sua família para um Natal antecipado e para marcar o aniversário da morte de Magdalena. Ele também se lembrou de uma onda imediata de apoio da comunidade e dos colegas de trabalho de sua esposa.

“Na manhã seguinte eles estavam retirando a neve da calçada, as pessoas traziam comida - quero dizer, tínhamos comida para 100 pessoas”, disse ele. "A demonstração de amor e apoio verdadeiro, eu não diria que foi um milagre, mas eu diria que não poderíamos ter feito isso sem esse apoio."

Placa dedicatória no armazém do Distrito Escolar 2 lista os nomes dos mortos no acidente de 1992

Por Jorge Tadeu (com ASN e billingsgazette.com)

Aconteceu em 18 de dezembro de 1977: Voo 730 da SA de Transport Aérien - Acidente na Ilha da Madeira


O Voo SA de Transport Aérien 730 era um voo charter operado pelo Sud Aviation SE-210 Caravelle 10R, prefixo HB-ICK (foto acima), que ligava Genebra, na Suíça, ao Funchal, na ilha da Madeira, em Portugal, programado para o dia 18 de dezembro de 1977. 

Durante a aproximação para o pouso no aeroporto do Funchal, a aeronave ultrapassou o ponto de aterrissagem e caiu no mar. Dos seus 57 ocupantes, 35 passageiros e uma assistente de bordo (aeromoça) morreram afogados enquanto que 17 passageiros e os 4 tripulantes restantes sobreviveram ao desastre.

Após o lançamento do de Havilland Comet, o primeiro jato comercial do mundo, o governo francês incentivou sua indústria local a projetar uma aeronave a jato similar. Assim surgiu o Caravelle. O primeiro voo da aeronave foi efetuado em 27 de maio de 1955. 

O primeiro Caravelle foi lançado em 1955

Após o sucesso dos testes, a aeronave foi vendida para diversas companhias aéreas do mundo, tendo entrado em serviço primeiro pela SAS em 1959. 

Durante a década de 1960, o Caravelle era, ao lado do Boeing 707 e do Douglas DC-8, um dos principais jatos comerciais do mundo. Na década seguinte, começou a ser retirado de serviços pelas principais companhias aéreas, que o substituíram pelo Boeing 727, que o comercializaram com companhias menores ou convertiam as aeronaves para o transporte de cargas. 

A Sud Aviation construiu 282 exemplares do Caravelle, de diversas versões, sendo que a última aeronave foi retirada de serviço apenas em julho de 2005 pela companhia aérea africana Waltair.

A aeronave destruída no acidente foi fabricada em 1965, tendo realizado seu primeiro voo (utilizando o registro provisório F-BNFE) em 3 de dezembro daquele ano. Adquirida pela Royal Jordanian Airlines, foi entregue em 25 de fevereiro de 1966. Na Jordânia, a aeronave foi registrada JY-ACT e recebeu da companhia aérea o nome Jerusalem. 

Após voar nas cores da Alia por cerca de sete anos, onde foi empregada em rotas regionais no Oriente Médio e ocasionalmente na ligação entre a Eupora e o Oriente Médio, a aeronave foi vendida para a empresa suíça SA de Transport Aérien (SATA), tendo sido entregue a sua nova proprietária em 21 de março de 1973, quando foi registrada HB-ICK. Até o momento do acidente, o Caravelle HB-ICK tinha 21 134 horas de voo e havia passado por recente revisão.

Acidente


O Voo 730 da SA de Transport Aérien foi idealizado por diversas agências de viagem suíças que vendiam pacotes turísticos para a Ilha da Madeira. Após o fechamento dos pacotes de viagem, o voo foi programado para ocorrer no dia 18 de dezembro de 1977. 

Neste dia, o Sud Aviation Caravelle 10B, prefixo HB-ICK decolou do aeroporto de Zurique e pousou em Genebra as 14h30 (GMT). Após o embarque de todos os passageiros, a aeronave foi autorizada a taxiar as 15h30, tendo recebido autorização da torre de controle para decolar 4 minutos mais tarde. 

Durante as verificações de rotina, a tripulação identificou um problema em uma bomba hidráulica (que necessitou ser substituída), o que levou ao cancelamento da decolagem. 

Após a substituição da peça danificada e dos respetivos testes e verificações, a aeronave recebe nova autorização da torre de controle do aeroporto de Genebra e taxia pelas pistas auxiliares do aeroporto as 16h15. Nove minutos mais tarde, a decolagem foi autorizada e o Caravelle decola, iniciando o voo 730.

Nenhuma anormalidade foi identificada durante o voo, que transcorreu de forma tranquila, de forma que o Caravelle alcançou a região da Madeira por volta das 19h. O tempo era calmo e permitia aproximação por meios visuais. A torre de controle do Aeroporto da Madeira vetoriza o voo 730 para o pouso na pista 06. 

Por volta das 20h11, a torre de controle perguntou aos tripulantes sobre as luzes de pouso, tendo os mesmo informado que já as avistavam e se preparavam para o pouso. Essa foi a última comunicação travada entre a torre de controle do aeroporto e o voo 730. A aeronave passou próximo a pista de pouso e caiu no mar, cerca de 4 km da cabeceira da pista 06.

O impacto com as águas foi, de certa forma, suave. Os tripulantes e passageiros só perceberam que algo errado estava acontecendo quando a água começou a entrar pelas janelas da cabine de comando e por um imenso rombo no teto do salão de passageiros.

Esse dano na fuselagem fez com que a aeronave afundasse rapidamente. Alguns passageiros e tripulantes conseguiram sair da aeronave antes que a mesma afundasse pouco mais de dois minutos após amarar.

Provável ponto da queda, sengundo o Relatório Final do Acidente

Ao mesmo tempo, as autoridades lançavam lanchas de resgate e intimavam as demais embarcações próximas a realizar o resgate dos sobreviventes. Essas embarcações recolheram 17 passageiros e 4 tripulantes (incluindo piloto e o copiloto). Os demais ocupantes da aeronave (1 tripulante e 35 passageiros) acabaram afundando com a aeronave, de forma que seus corpos (assim como a aeronave) não foram recuperados na época.

Jornal do Brasil, 20.12.1977

Investigações


O Aeroporto da Ilha da Madeira em 1990

Aeroporto da Ilha da Madeira em 1990.Os acidentes com as aeronaves da TAP e da SATA obrigaram as autoridades portuguesas a realizar, na década de 1980, obras de ampliação da perigosa pista de 1600 m para 1800 m. Após novas obras realizadas no início da década de 2000, a pista foi ampliada para os atuais 2781 m.

O Aeroporto da Ilha da Madeira, após ter sua pista de pouso ampliada

A Direção-Geral da Aeronáutica Civil de Portugal iniciou as investigações, porém não conseguiu recuperar a caixa preta da aeronave, que encontra-se a 105 m de profundidade, dividida em dois grandes pedaços. Com base nos testemunhos da tripulação, dos controladores de voo do aeroporto da Ilha da Madeira e com os dados obtidos por equipamentos de radar do aeroporto, a comissão de investigação concluiu que o acidente ocorreu por conta de falha humana , agravada pelos seguintes motivos: 

  • Inexperiência da tripulação em operações noturna no aeroporto da Ilha da Madeira;
  • Problemas nos cintos de segurança dos passageiros, segundo o testemunho de alguns sobreviventes (que encontraram grande dificuldade em desafivelar seus cintos). A Sud Aviation demonstrou, em testes na França, que os cintos podiam emperrar caso algum corpo estranho penetrasse na fivela de travamento dos mesmos;

“O acidente resultou duma amaragem involuntária que aconteceu durante a aproximação. A passagem do avião abaixo da ladeira (rampa) de descida pode ter origem na falta de coordenação entre os pilotos e na ilusão sensorial da tripulação preocupada com a procura dos sinais visuais”

O acidente com o voo 730 ocorreu menos de um mês depois do desastre com o Voo 725 da TAP. No dia seguinte, um comandante da TAP se recusou a pousar no aeroporto, pousando o Boeing 727 que comandava no Aeroporto do Porto Santo.

Esses acidentes trouxeram questionamentos a segurança do aeroporto da Madeira, considerado a época um dos mais perigosos do mundo. A sua pista curta acabou sendo ampliada diversas vezes na década de 1980 até à realização da grande obra de ampliação da pista, projetada pelo engenheiro António Segadães Tavares e inaugurada em 2004.

A queda da aeronave e as consequentes indemnizações aos passageiros e ou seus familiares levaram a empresa aérea suíça a falência no ano seguinte.


A fuselagem da aeronave foi encontrada por uma equipe de mergulhadores esportivos em outubro de 2011.

Os mergulhadores encontraram os destroços a 33 metros de profundidade e fizeram as primeiras imagens em 34 anos.


A maior parte do avião estava intacta. As fileiras de assentos ainda podiam ser vistas e havia coletes salva-vidas e máscaras de oxigênio no local, além de roupas dos passageiros.

Clique AQUI e acesse o Relatório Final do acidente (em português).

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN, baaa-acro.com, G1 e BBC)