Causa provável do acidente foi explosão e incêndio no motor lateral.
O acidente com um avião da Spanair no aeroporto de Barajas, em Madri, nesta quarta-feira (20), matou 153 pessoas e deixou 19 feridas. De acordo com reportagem do jornal "El País", dois dos feridos estão em estado "muito grave" e 12 encontram-se em estado "grave".
Veja as fotos do resgate
O avião levava 172 pessoas, segundo o site da empresa aérea Spanair. Em uma entrevista coletiva às 13h de Brasília, o porta-voz da empresa, Sergio Allard, havia dito que o vôo levava 164 passageiros, dois bebês e nove tripulantes. Segundo informações do Secretário de Interior e Justiça da Comunidade de Madri, os dois bebês estão vivos e recebendo atendimento médico em hospitais da capital espanhola.
Segundo o "El País", uma das vítimas em estado "muito grave" é uma mulher de 45 anos. Muitos dos feridos tiveram queimaduras e fraturas. A reportagem afirma que duas crianças, de oito e 12 anos, estão entre os internados e que perguntam freqüentemente por seus pais.
A empresa Spanair divulgou por volta das 23h (horário local, 18h em Brasília) a lista com os nomes de passageiros que estavam no vôo JK-5022 (clique para ler).
Causas e investigação
O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, concedeu uma entrevista coletiva em Barajas. Muito abalado, ele disse que "uma comissão começa a trabalhar imediatamente pra determinar as causas e circunstâncias deste trágico acidente."
O acidente já é o pior na história do aeroporto. Desde 1985 não morriam tantas pessoas em um acidente aéreo na Espanha. O vôo JK-5022 da companhia aérea Spanair que saía da capital espanhola em direção a Las Palmas de Gran Canaria, um dos destinos preferidos do verão europeu, se acidentou por volta das 14h45 (horário local, 9h45 de Brasília).
A causa mais provável do acidente é uma explosão que provocou um incêndio no motor lateral esquerdo. Existe a possibilidade de que o avião tenha saido da pista e se partido em dois já em uma região fora do aeroporto e isolada na cidade. Era a segunda tentativa do vôo de decolar. A primeira tinha sido abortada por motivos técnicos.
De acordo com o porta-voz da companhia aérea, o avião modelo MD-82 passou por uma revisão geral em janeiro deste ano e encontrava-se em plenas condições mesmo com seus quase 14 anos de vôo. A lista completa de passageiros ainda não foi divulgada.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQq3_fYKduoI8FzyI98TIeMMUTt3WJxuBHCpedRsSF6bQMXX18TSh6uJynnIs7hwYNOQr8FxC-936yWpwC5Ri7kT3RFnPra31y_o2HJVzQkxcV_YgeK5MFBrFLcdq2Bv-pCaPXKVqy1P9n/s320/0,,15327123-FMMP,00.jpg)
Às 21h30 (horário local) havia 35 chegadas atrasadas no terminal T4 do aeroporto de Barajas. Nos outros três terminais 60 vôos estavam atrasados e outros sete cancelados. Nenhum dos vôos que partia ou chegava ao terminal em que aconteceu o acidente era do Brasil.
Cerca de 300 profissionais estão envolvidos nos trabalhos de resgate e identificação dos corpos, que por enquanto são armazenados em um centro de convenções ao norte da cidade. De acordo com Francisco Granados, um grupo de quase 100 psicólogos está à disposição da família das vítimas. A Spanair anunciou que fretou um vôo para os familiares dos mortos e feridos que estão em Las Palmas chegarem a Madri.
'Não ouvimos nada'
A acústica do Terminal 4 do aeroporto de Barajas, o maior e mais moderno da Espanha, impediu que os trabalhadores do local e os passageiros de outros vôos que se preparavam para embarcar ouvissem a explosão na hora que ocorreu.
"Só soubemos do que aconteceu quando a televisão noticiou, quando parentes nos ligaram para perguntar se estava tudo bem conosco. Vimos a fumaça, mas achamos que era algo pequeno, como os que de vez em quando há por aqui. Só depois percebemos que era sério desta vez", diz o vendedor português Roger da Silva, que há 11 anos trabalha em uma loja do free shop do T4. "A vida aqui dentro continua normal. Só diminuiu o número de clientes. Ninguém quer viajar em dia de acidente aéreo", completa.
Fonte: G1