Resgate foi organizado por apresentador de TV.
Erupção de vulcão na Islândia fechou o tráfego aéreo britânico.
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Fonte: G1 (com informações da AP) - Fotos: AP
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Bonhomme foi o vencedor da etapa inicial, em Abu Dhabi, mas desta vez não passou da terceira posição, apesar de liderar no geral, com 22 pontos. Arch, terceiro na classificação, ficou com o tempo de 1min26s51, seu melhor no fim de semana.
A segunda posição foi do australiano Matt Hall, que com a ajuda da torcida fez sua melhor posição na competição.
“Eu tive de lutar muito neste fim de semana. Não sabia se devia atacar ou apenas desacelerar. Estou satisfeito com o resultado”, disse o vencedor austríaco.
Aeroporto de Milão foi transformado em 'dormitório' para passageiros que não conseguem embarcar
Com a maioria dos aeroportos europeus fechados por conta da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, que espalhou nuvem por todo o continente, Portugal e Espanha são as “saídas” do continente para os brasileiros que precisam voltar ao país. De acordo com a Infraero, estatal que administra os aeroportos nacionais, os voos vindos desses países estão chegando normalmente.
Também não há registros de cancelamentos de voos vindos de Roma, onde o aeroporto se mantém aberto. Na Espanha, 11 aeroportos estão fechados – mas os voos para o Brasil partindo de Madri operam normalmente.
No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o principal do país, dez voos foram cancelados neste domingo, vindos de Milão, Frankfurt, Munique, Londres, Paris e Zurique. A Infraero ainda não tinha o balanço de voos cancelados no aeroporto do Rio de Janeiro.
Fonte: G1 (com informações de agências internacionais)
Menina aguarda voo no aeroporto dde Frankfurt, na Alemanha
O caos no transporte aéreo na Europa continua neste domingo sem previsão de término. Milhares de passageiros permanecem no aguardo de voos que vêm sendo cancelados há quatro dias, desde o início da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, que lançou uma nuvem de partículas vulcânicas na atmosfera.
A maioria dos aeroportos internacionais europeus continua inoperante e 18 países permanecem com o espaço aéreo totalmente fechado, enquanto a nuvem vulcânica não se dissipa. Segundo a Agência Europeia para a Segurança na Navegação Aérea (Eurocontrol), está totalmente restrito o tráfego aéreo da Bélgica, Estônia, Finlândia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Polônia, Croácia, Hungria, Suécia, Eslovênia, República Tcheca, Romênia, Suíça, Sérvia, Bulgária, Letônia e Eslováquia.
Há fechamentos parciais nos céus da Alemanha, Itália, França, Áustria, Irlanda, Noruega, Letônia e Ucrânia. Cerca de 20 mil voos foram ou serão cancelados hoje.
No sábado, cerca de 17 mil voos, três quartos dos voos previstos, foram cancelados. Passageiros estão buscando alternativas como trens, ônibus e barcas. O serviço Eurostar, que liga a Grã-Bretanha ao continente europeu está lotado até segunda-feira.
Especialistas acreditam que as cinzas expelidas pelo vulcão – uma mistura de partículas de vidro, areia e rocha – podem danificar seriamente os aviões, entupindo as turbinas e fazendo com que os motores parem de funcionar em pleno ar.
Nuvem está parada
Segundo o glaciologista britânico Matthew Roberts, que trabalha no serviço de meteorologia da Islândia, o vulcão já está produzindo menos cinzas. No entanto, meteorologistas afirmam que as condições meteorológicas continuam não colaborando para dissipar a nuvem de cinzas vulcânicas. De acordo com Brian Golding, chefe de pesquisa de previsão da Agência Meteorológica Britânica (Met Office), ela deve permanecer sobre o país "durante vários dias". "Precisamos de uma mudança na direção dos ventos que permaneça assim durante vários dias. E não há qualquer sinal disso no futuro imediato", disse Golding.
A erupção do vulcão se mantém estável e nas últimas 36 horas não foi registrado o aumento das águas por causa do derretimento da geleira. O derretimento estava acontecendo, embora em menor velocidade, em quantidade suficiente para que a água alcançasse o magma e causasse explosões. Entre 100 e 150 milhões de metros cúbicos tinham derretido até ontem, cerca de 10% a 15% do gelo depositado na base do vulcão.
A fissura vulcânica tem uma longitude de cerca de um quilômetro e se estende do norte ao sul na parte sudoeste do alto da cratera.
Veja fotos da situação nos aeroportos
Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia
Os espaços aéreos da Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia continuavam fechados neste domingo. A entidade estatal que controla a navegação aérea na Dinamarca, a Naviair, estendeu hoje as restrições totais até às 22h (de Brasília). Na Finlândia, o fechamento total do espaço aéreo foi prorrogado até às 13h da segunda-feira. A Agência de Administração da Aviação Civil sueca limitou as restrições até às 10h de hoje, incluindo algumas regiões do norte do país que tinham estado abertas de forma limitada durante algumas horas os últimos dias. Já a Avinor, estatal que controla o tráfego aéreo e os aeroportos noruegueses, decretou a abertura de uma ampla área, desde Kristiansund, no centro do país, até Berlevag, na província de Finamarca, fronteira com a Rússia.
Grã-Bretanha, Irlanda, República Tcheca e Itália
A proibição de voos na Grã-Bretanha foi estendida até as 19h deste domingo (15h, no horário de Brasília. As autoridades afirmaram que a decisão foi tomada após consultar a última previsão do Escritório de Meteorologia, que mostram que a nuvem de cinzas continua cobrindo a prática totalidade do espaço aéreo britânico. O tráfego aéreo está fechado no Reino Unido desde a manhã da quinta-feira.
O professor Brian Golding, chefe de previsões do Escritório Meteorológico britânico, disse que é provável que a nuvem vulcânica permaneça sobre o Reino Unido durante vários dias mais.
"Em termos de fechamento de espaços aéreos, isso é pior que 11 de setembro. A interrupção é pior do que qualquer coisa que já vimos", disse um porta-voz do órgão que regulamenta a aviação na Grã-Bretanha, a Civil Aviation Authority.
Outros países que confirmaram hoje o fechamento de todos os aeroportos para pousos e decolagens até segunda-feira foram República Tcheca e Irlanda. O espaço aéreo de ambos não abrirá antes do início da tarde de amanhã (na hora local).
Enquanto isso, os aeroportos do norte da Itália continuavam fechados, o que levou a um excesso da demanda do serviço ferroviário, que ficou lotado. Segundo a Sociedade Aeroportuária de Milão, citada pelo "Corriere della Sera", calcula-se que ao redor de 50 mil pessoas tiveram que perder a viagem até agora. O Ente Nacional de Aviação Civil italiano (Enac) dispôs ontem o fechamento dos aeroportos do norte do país até a segunda-feira 19 de abril.
Suíça, Bélgica, Holanda e Alemanha
O espaço aéreo suíço permanecerá fechado, pelo menos, até as 14h (9h, Brasília) de segunda-feira, segundo anunciou hoje o Escritório Federal de Aviação Civil. A decisão amplia ainda mais a proibição de voos na Suíça, que ainda hoje tinha sido estendida até a manhã de segunda-feira. O espaço aéreo da Suíça permanece fechado desde a meia-noite de sexta-feira (19h de quinta).
Na Bélgica, o fechamento do espaço aéreo foi prolongado até pelo menos às 10h.
Já a Holanda prolongou o fechamento de seu espaço aéreo até, pelo menos, as 10h horas (Brasília). O aeroporto de Schiphol de Amsterdã, um dos que operam mais voos na Europa, vai continuar fechado "até novo aviso".
O espaço aéreo alemão permanecerá fechado pelo menos até às 16h de hoje (horário de Brasília) como consequência da nuvem de cinzas de um vulcão islandês que afeta ao tráfego aéreo europeu, informaram hoje as autoridades aeroportuárias. O bloqueio afeta os 16 aeroportos internacionais do país assim como todos os regionais.
Na Alemanha e na Holanda, as companhias aéreas Lufthansa e KLM realizaram voos de teste e estudam as aeronaves para detectar qualquer problema que possa ter sido provocado pelas partículas vulcânicas. As empresas ainda não divulgaram conclusões definitivas sobre as experiências.
A holandesa KLM afirmou que uma de suas aeronaves, um Boeing 737, atingiu a sua altitude máxima de cruzeiro, sobrevoando a Holanda a cerca de 13 km, e não registrou problemas durante o voo.
Na Alemanha, a Lufthansa afirmou ter realizado dez voos entre Frankfurt e Munique. "Todos os aviões foram inspecionados ao pousar em Frankfurt, mas não detectamos danos às janelas da cabine dos pilotos ou à fuselagem e nenhum impacto sobre os motores", disse um porta-voz.
Mesmo assim, a previsão é que o espaço aéreo da Holanda e da Alemanha permaneça fechado até as 14h e 19h, respectivamente. As autoridades aéreas só vão liberar os voos no país depois de extensos testes técnicos em terra para detectar qualquer possível avaria aos sistemas.
Bulgária, Estônia, Letônia e Lituânia
A Bulgária fechou indefinidamente seu espaço aéreo desde as 9h hora local (3h de Brasília) de hoje informou à Efe em Sófia fontes do Ministério de Transporte. Essas fontes acrescentaram que devido à nuvem de cinzas todos os aeroportos do país balcânico permanecerão fechados, por isso que não haverá nem aterrissagens nem decolagens.
O espaço aéreo de Estônia, Letônia e Lituânia continuará fechado pelo menos até a tarde de hoje. Fontes da Direção de Aeronáutica da Lituânia informaram que a medida vai ficar em vigor até as 16h local (12h de Brasília). Restrições similares foram impostas pelas autoridades da Letônia e Estônia, as outras duas repúblicas bálticas que fizeram parte da extinta União Soviética. O espaço aéreo dos países bálticos permanece fechado desde a sexta-feira passada.
Funeral afetado
Os funerais e o enterro do presidente polonês, Lech Kaczynski, e sua esposa Maria, mortos há oito dias em acidente aéreo, acontecem hoje na Cracóvia com a ausência em massa da maioria dos estadistas mundiais que tinham anunciado sua presença nas exéquias.
A nuvem de cinza vulcânica que paralisa o tráfego aéreo em uma grande parte da Europa causou a suspensão da viagem à Cracóvia do presidente americano, Barack Obama, e também de lideres geograficamente mais próximos como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, o rei Juan Carlos da Espanha, o príncipe de Gales e o rei Carl Gustav da Suécia.
A princípio tinham anunciado sua presença nos funerais do presidente polonês altas representações de 98 países, embora desde as primeiras horas da tarde do sábado começaram a acontecer os cancelamentos, começando pelos países mais afastados como foi o caso da Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul, Paquistão e Índia.
Prejuízos milionários
Somados às dificuldades enfrentadas por milhares de pessoas, estão prejuízos milionários provocados pela nuvem vulcânica. Além dos voos europeus, a grande maioria dos voos transatlânticos – apenas 55 de 337 viagens previstas foram realizadas – também está sendo cancelada, bem como os voos da China para a Europa.
Em cidades como Bangcoc e Cingapura, cujos aeroportos são muito usados como escalas para voos da Ásia para a Europa, as informações são de que a ocupação dos hoteis está próxima de sua capacidade máxima.
A estimativa é que o caos aéreo esteja provocado prejuízos de cerca de US$ 200 milhões (cerca de R$ 350 milhões) por dia às companhias aéreas. Para os passageiros ilhados, a conta pode incluir despesas imprevistas com diárias de hotel, extensão de seguros de viagem, médicos e com alimentação, entre outros.
De acordo com o editor de economia da BBC Robert Peston, os problemas podem se transformar em um "grande desastre econômico", já que várias companhias aéreas vinham atravessando dificuldades financeiras mesmo antes do caos vulcânico.
Peston afirma que, segundo informações de executivos das empresas aéreas, se os problemas continuarem por muito mais dias, várias delas vão afundar em dificuldades financeiras e talvez precisem de socorro dos governos.
Fonte: UOL Notícias (com agências internacionais) - Foto: AP
A NASA controla o avião acima usando um computador
O piloto permaneceu sentado em uma cadeira, em um compartimento sem janelas, no deserto de Mojave, monitorando o voo autônomo do Global Hawk através de uma série de telas de computador.
Os Global Hawks foram projetados para atuação em grandes altitudes, durante muito tempo e em missões inteligentes da Força Aérea, que entregou à NASA três versões durante o projeto de desenvolvimento.
Este mês, a NASA começou a testar um deles pela primeira vez em vôos em grandes áreas do Pacífico, para demonstrar sua utilidade científica.
"Ela nunca foi usada por uma agencia civil e nunca foi usada para estudos científicos da Terra”, disse David W. Fahey, pesquisador da National Oceanic and Atmospheric Administration.
Com seu nariz largo, em forma de baleia e cauda em V, o Global Hawk tem 44 pés de comprimento e suas asas se estendem por 35 metros — quase a envergadura de um Boeing 737.
Capaz de carregar mais de 450 kg em instrumentos científicos, o Global Hawk pode operar em altitudes de mais de 20 km e permanecer 30 horas no ar, voando mais de 20 mil km. Isso permite que ele observe regiões remotas da atmosfera como o equador e os árticos, disse Fahey.
"Com seu alcance e duração, podemos estar longe desses locais e ainda assim operar uma plataforma que recolhe amostras necessárias”, ele disse.
O Global Hawk é um híbrido entre um satélite e uma nave, disse Paul Newman, cientista sênior do Goddard Space Flight Center.
"Este avião voa naturalmente na atmosfera, então é uma plataforma perfeita para estudos de ozônio”, disse. No outono, um Global Hawk será testado em pesquisas de furacões do Atlântico. A aquisição da nave marca a mais nova conversão de tecnologia militar em uso civil pela NASA.
A Agência Espacial voa um avião espião U-2 convertido, rebatizado de ER-2, e um Predator B não tripulado batizado de Ikhana. Nos anos 90, a NASA usou dois aviões espiões de alta velocidade Air Force SR-71 Blackbird para pesquisas.
Um dos objetivos da NASA é aumentar o desenvolvimento dos Global Hawks, disse Newman . "os militares geralmente voam a uma altitude constante, ele sligam seus instrumentos quando chegam a um alvo, e os desligam quando o alvo sai”, disse.
A ideia dos cientistas é ligar os instrumentos em terra e mantê-los ligados até que a aeronave retorne, mas muitos problemas impedem que isso aconteça agora.
A Federal Aviation Administration permite que os Global Hawks operem somente sobre os oceanos, enquanto a segurança das aeronaves em solo americano é estudada.
O Global Hawk testado esta semana deveria voar pelo norte do Pacífico e costa da América do Norte, virando depois seu rumo. Abaixo do Havaí, a nave deveria virar a leste e passar próxima de um aglomerado de satélite que observam a área.
Isso permitiu uma amostragem da atmosfera que os satélites medem remotamente do espaço, já que o laser a bordo é idêntico a um dos instrumentos do espaço. “Assim, podemos provar que os satélites estão funcionando corretamente”, disse Newman.
O primeiro voo do Global Hawk em seu teste no Pacífico durou 14 horas e mais três vôos estão programados.
Fonte: AP via INFO Online - Foto: AP/NASA
A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) divulgou nesta sexta-feira imagens de satélite que mostra a propagação das plumas de fumaça geradas pelo vulcão da geleira de Eyjafjallajoekull, na Islândia. Mais de 50% dos voos programados para hoje na Europa foram cancelados por causa de uma nuvem de cinzas expelidas pelo vulcão.
O temor dos especialistas é de que cinzas contidas na fumaça entrem nos motores de aviões entupindo as turbinas o que pode provocar a parada do motor em pleno voo.
Diferente da fumaça suave da queima de vegetação, cinzas vulcânicas carregam finíssimas partículas pontiagudas de rocha que, se sugadas pelas turbinas, podem danificar o motor.
Os radares meteorológicos da aeronave não conseguem registrar as cinzas vulcânicas em suspensão. Desde ontem, os aeroportos de várias cidades europeias estão fechados por causa dessa nuvem. A Europa tem, diariamente, cerca de 28 mil voos programados.
Fonte: Zero Hora - Foto: NASA
Autoridades de aviação fecharam o espaço aéreo britânico até às 24h local (20h de Brasília) deste sábado por conta do perigo oferecido pelas cinzas e fumaça decorrentes da erupção de um vulcão na Islândia.
Aeroportos franceses são fechados
O Governo francês anunciou também neste sábado, 17, que os três aeroportos de Paris, Roissy-Charles de Gaulle, Orly e Le Bourget, permanecerão fechados até a próxima segunda-feira às 8h locais.
O anúncio, confirmado à Agência Efe por fontes oficiais, foi feito depois da reunião que aconteceu na manhã deste sábado na sede do Governo, em Paris, na qual participaram o primeiro-ministro, François Fillon, e vários ministros.
Anteriormente, as autoridades de aviação civil francesa tinham anunciado que os três aeroportos da capital permaneceriam fechados até as 20h locais de hoje, além de outros 23 aeroportos da França. Além disso, os aeroportos de Grenoble e Bordeaux serão fechados a partir das 16h locais e os do sul do país "permanecerão abertos até as 20h de hoje", segundo o comunicado, que não deu mais detalhes.
Já o aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, um dos mais movimentados da Europa, anunciou que permanecerá fechado por tempo indeterminado.
"Infelizmente, neste momento não sabemos quando poderemos retomar o tráfego aéreo", informa um comunicado do aeroporto.
Fontes: Reuters e EFE via Estadão - Foto: Steve Parsons/AP
QUEM É
Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem 64 anos.
A CARREIRA NO EXECUTIVO E NO JUDICIÁRIO
Assumiu o Ministério da Defesa em julho de 2007. Antes, foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso e presidente do Supremo Tribunal Federal.
A CARREIRA NO CONGRESSO
Foi deputado federal entre 1987 e 1995. Exerceu as funções de sub-relator da Assembleia Nacional Constituinte, de líder do PMDB na Câmara e de relator da Revisão Constitucional em 1993.
ÉPOCA – Como vai ficar a defesa nacional do Brasil no futuro?
Nelson Jobim – Os políticos e os governos civis viam a defesa com certa distância. Na época da Constituinte, a defesa se confundia com repressão política. Com isso, militares tinham de tomar certas decisões que, a rigor, eram decisões de governo civil. Exemplo: quais as hipóteses de emprego (das Forças Armadas) que politicamente interessam ao país? Isso é um misto de política internacional com defesa. Cabe ao poder civil definir o que os militares devem fazer em termos de defesa. Os militares decidem a parte operacional.
ÉPOCA – Isso aconteceu no governo Lula?
Jobim – Tudo é um processo. Não acontece assim, bum! Começou no governo Fernando Henrique, com a criação do Ministério da Defesa, em 1999, nas condições possíveis naquele momento. No governo Lula, avançou-se um pouco no início, com o ministro Viegas (José Viegas, primeiro ministro da Defesa de Lula). Os avanços mais doutrinários são consolidados pelo vice-presidente (José Alencar) que o sucedeu e, depois, pelo Waldir Pires. Quando assumi, decidi que precisávamos realizar uma mudança de concepção para dar mais musculatura ao Ministério da Defesa.
ÉPOCA – Como assim?
Jobim – O orçamento, por exemplo. Antes, as Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica) se acertavam entre si dentro do limite fixado pelo Ministério do Planejamento. O ministro (da Defesa) não tinha participação. Também foi aprovado na Câmara o projeto de alteração da Lei Complementar nº 97. O Estado-Maior de Defesa passa a ser o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Será chefiado por um oficial de quatro estrelas escolhido pelo presidente, indicado pelo ministro da Defesa. Vai ter a mesma precedência dos comandantes de Força. Ao assumir, vai para a reserva. Hoje, ele volta para a Força de origem.
ÉPOCA – Qual é o problema?
Jobim – Dá constrangimentos. Às vezes, precisa tomar decisão contrária ao interesse da Força de origem e tem dificuldade. Outra mudança é na política de compras, que hoje é fixada pelas Forças, mas será fixada pelo ministério em função do que o poder civil considera relevante. Precisamos de monitoramento e controle, mobilidade e presença. O monitoramento deve ser feito, por satélite, na Amazônia Legal e na Plataforma Continental, onde o Brasil tem soberania.
ÉPOCA – São planos de longo prazo?
Jobim – Ah, uns 20 anos...
ÉPOCA – O senhor, então, não espera grandes mudanças se o próximo presidente for Dilma Rousseff ou José Serra?
Jobim – Eu não espero.
ÉPOCA – A Defesa está acima das questões políticas?
Jobim – Tudo que estou falando foi discutido com todos os partidos. Fiz reuniões com o PT, o PMDB e com o DEM. Fui ao Instituto Fernando Henrique Cardoso. Estava cheio de gente lá, todos os ministros dele, todos meus colegas, e várias outras pessoas, intelectuais também.
ÉPOCA – Não há ideologia nessa área?
Jobim – Eu quis descolar, mostrar que não é um programa do governo. É um programa do Estado.
ÉPOCA – O que mais mudou?
Jobim – Tem uma mudança doutrinária. Saímos do conceito de operações combinadas para o conceito de operações conjuntas. Na combinada, cada Força tem seu comando próprio. Na conjunta, tem um comando só para as três Forças. O comandante da operação vai depender do teatro de operações. Se for a Amazônia, o comandante da operação vai ser do Exército. Se for no mar, vai ser um almirante.
ÉPOCA – O que, de fato, interessa ao Brasil em termos de defesa?
Jobim – O Brasil não é um país com pretensões territoriais, não vamos atacar ninguém. Então, devemos ter um poder dissuasório. Temos três coisas fundamentais. Uma é energia, que tem o pré-sal e também energia alternativa, energia limpa, entre elas a energia nuclear. Segundo, o Brasil tem as maiores reservas de água potável do mundo: a Amazônia e o Aquífero Guarani. E, terceiro, temos a maior produção de grãos. São coisas que, progressivamente, o mundo vai demandar mais.
ÉPOCA – Na América do Sul, quais são as maiores preocupações?
Jobim – A estabilidade política e econômica. Quanto mais desenvolvido o país, mais estável será. Quando o Brasil paga mais pelo excedente de energia elétrica do Paraguai, ajuda a criar condições para que o Paraguai se estabilize. Um país que tem a dimensão do nosso não pode botar o pé em cima dos outros.
ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre a relação do Brasil com a Venezuela?
Jobim – É boa. A Venezuela viveu sempre do óleo. A elite se apropriou dessa riqueza e não investiu no país. Ficou um conjunto de pessoas muito pobres. Aí, surgiu o presidente Hugo Chávez, que lidera esse setor. Está conseguindo avançar. Agora, o Chávez é um homem, digamos, de uma retórica forte. Isso não atrapalha. Faz parte do hispano-americano. É preciso ter paciência. Boa sorte à Venezuela.
ÉPOCA – E com os Estados Unidos?
Jobim – Estamos muito bem. Com a vitória do presidente Obama, mudou muito. Concluímos um acordo de defesa para criar novas perspectivas de cooperação bilateral. Vai nos permitir, por exemplo, vender aviões da Embraer para eles sem licitação.
ÉPOCA – O Irã é o maior ponto de divergência entre Brasil e Estados Unidos?
Jobim – A posição do presidente Obama não é nesse sentido. Há setores nos EUA, principalmente no governo Bush, que demonizam o islã. O islã é pacífico. A posição do Brasil é assegurar a legitimidade do enriquecimento do urânio para fins pacíficos. Nós temos tecnologia para isso e temos urânio. Ainda precisamos completar a parte industrial.
ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares?
Jobim – É assimétrico. Divide os países em nucleares e não nucleares. Os nucleares assumiram compromisso de reduzir as armas e transferir tecnologia nuclear com fins pacíficos para os não nucleares. Não fizeram nem uma coisa nem outra. O Brasil só desenvolveu tecnologia de urânio com luta própria, com cientistas militares brasileiros.
ÉPOCA – Quais são os interesses do Brasil na área de defesa em Israel?
Jobim – Temos interesses em Veículos Aéreos Não Tripulados, os Vatns, para fazer monitoramento. Algumas empresas israelenses produzem. Estou examinando a possibilidade de produzirmos no Brasil, com uma empresa brasileira associada a uma israelense.
ÉPOCA – E a compra dos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), quando se resolve?
Jobim – Pretendo terminar em abril uma exposição de motivos para o presidente, com uma opção. O presidente convoca o Conselho de Defesa Nacional, que emite um parecer e, aí, o presidente decide.
ÉPOCA – Como estão as buscas dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia?
Jobim – A segunda etapa já começou.
ÉPOCA – A irmã de um guerrilheiro desaparecido encontrou ossadas. Isso ajuda?
Jobim – Sim. Qualquer pessoa que encontrar ossos tem de chamar a polícia e identificar. Se isso estiver no âmbito de execução da sentença penal que estamos cumprindo com as buscas, vamos ter de aproveitar isso. Não há um conflito.
ÉPOCA – O senhor foi nomeado para resolver o caos aéreo do Brasil. Considera a missão cumprida?
Jobim – Vou falar o que fizemos. A primeira medida foi substituir a direção da Infraero, despartidarizar. Formulamos a Política Nacional de Aviação Civil. Ela foi aprovada. Pretendemos oferecer um tratamento diferente para a aviação regional. Vamos enviar um projeto de lei ao Congresso. Em 2005, instituímos liberdade de rota e liberdade tarifária. Esse sistema funciona para a aviação doméstica, mas não para a regional, que precisa de estímulos. Vamos investir nos aeroportos regionais.
ÉPOCA – Nossa estrutura de aeroportos estará preparada para as Olimpíadas do Rio em 2016?
Jobim – Sim. Tem um calendário da Infraero para as obras necessárias. Temos um crescimento anual médio de 10% na aviação civil. Na Copa do Mundo, terá um aumento de 2% em dois meses. Mas nossa preocupação não é só com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Tem muito mais gente viajando, os preços caíram. Em 2002, o quilômetro voado custava R$ 0,71. Em 2009, custa R$ 0,49.
ÉPOCA – E em relação aos passageiros?
Jobim – Incentivamos uma resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre a responsabilidade das empresas em relação a atrasos, overbooking. É o que a Anac podia fazer dentro da legislação. Paralelamente, nós mandamos para o Congresso um projeto que cria um dever de indenização por parte das empresas se os atrasos forem devidos a qualquer agente. Se o atraso for decorrente da Infraero, a empresa se ressarce do que entregou ao passageiro.
ÉPOCA – E se for culpa da meteorologia?
Jobim – Nesse caso, não tem ressarcimento.
ÉPOCA – Dá trabalho ser ministro da Defesa?
Jobim – Na época das demissões da Infraero, recebi críticas de amigos meus porque eu demiti pessoas indicadas por eles. Fiz exatamente o que eu precisava fazer. Como não sou candidato a coisa nenhuma e sempre gostei de confusão, não teve problema.
Fonte: Eumano Silva - Foto: Adriano Machado - Revista Época