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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Saiba mais sobre o balão chinês misterioso


Na última quinta-feira (2), um balão chinês apareceu no céu do estado de Montana, nos Estados Unidos. Após dois dias, o artefato foi derrubado no mar no estado da Carolina do Sul, no leste do país.

Segundo o governo americano, o balão era do tamanho de três ônibus escolares e se moveu para o leste do país a uma altitude de cerca de 60 mil pés (18.600 metros).

Os dois países já apresentaram suas versões sobre o ocorrido. Enquanto os EUA acreditam que era um balão de espionagem, a China alega ser um instrumento meteorológico que desviou da sua rota e viajou até o território americano.

Via g1

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Primeiro vídeo em close do balão espião chinês sendo abatido nos EUA


Um caça militar dos EUA abateu o balão espião chinês que flutuava no espaço aéreo do país no sábado (4), enquanto se movia além da costa da Carolina do Sul e sobre o Oceano Atlântico.


A FAA restringiu o espaço aéreo a 60.000 pés sobre as Carolinas e suspendeu as partidas para os aeroportos de Wilmington, Myrtle Beach e Charleston.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, confirmou que os militares derrubaram o balão por ordem do presidente Joe Biden, dizendo em comunicado que o governo acredita que o dispositivo estava sendo usado pela República Popular da China “em uma tentativa de vigiar locais estratégicos no território continental dos Estados Unidos”.

Austin disse que oficiais militares determinaram que derrubá-lo em terra “representava um risco indevido” para os americanos e, em vez disso, fizeram planos para derrubá-lo com segurança em águas territoriais.


O balão, que as autoridades americanas descreveram como um “balão de vigilância de alta altitude”, entrou no espaço aéreo continental na terça-feira perto de Idaho antes de flutuar sobre Montana.

Via BNO News Live e Airlive

sábado, 4 de fevereiro de 2023

EUA derrubam suposto balão espião chinês no oceano

A China alega que o balão é apenas um “dirigível” de pesquisa meteorológica que se desviou do curso. Biden afirmou que soube na quarta-feira(1º) e pediu para que o objeto fosse derrubado "o mais rápido possível".


Os Estados Unidos derrubaram no sábado (4) um suposto balão espião chinês na costa dos estados da Carolina do Norte e do Sul depois que o equipamento atravessou locais militares sensíveis em toda a América do Norte e se tornou o mais recente ponto crítico nas tensões entre os EUA e a China.

Uma operação estava em andamento nas águas territoriais dos Estados Unidos no Oceano Atlântico para recuperar os destroços do balão, que voava a cerca de 60 mil pés e tinha o tamanho estimado de três ônibus escolares.

O presidente Joe Biden havia dito aos repórteres no início do sábado que iriam “cuidar disso”, quando questionado sobre o balão. Mais tarde, disse a repórteres que foi informado sobre o balão na quarta-feira (1º) e que pediu para que o objeto fosse derrubado "o mais rápido possível". O Pentágono então esperou o momento mais adequado para derrubá-lo sobre o mar. "Quero parabenizar os pilotos que cuidaram disso", completou o presidente norte-americano.

Balão é visto logo após ser abatido visto em Nakina, na Carolina do Norte (Foto: John Ball)
A Administração Federal de Aviação e a Guarda Costeira trabalharam para limpar o espaço aéreo e a água abaixo do balão quando ele alcançou o oceano.

Imagens de televisão mostraram uma pequena explosão, seguida pelo balão descendo em direção à água. Jatos militares dos EUA foram vistos voando nas proximidades e navios foram posicionados na água para montar a operação de recuperação.

As autoridades pretendiam cronometrar a operação para que pudessem recuperar o máximo possível de destroços antes que afundassem no oceano. O Pentágono havia estimado anteriormente que qualquer campo de destroços seria substancial.

O balão foi avistado na manhã de sábado sobre os estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul ao se aproximar da costa atlântica.

Em preparação para a operação, a Administração Federal de Aviação (FAA, sigla em inglês) fechou temporariamente o espaço aéreo na costa dos estados, incluindo os aeroportos de Charleston e Myrtle Beach, na Carolina do Sul, e Wilmington, na Carolina do Norte. A FAA estava redirecionando o tráfego aéreo da área e alertou para atrasos devido às restrições de voo.

A Guarda Costeira também aconselhou os marinheiros a deixarem imediatamente a área por causa das operações militares dos EUA “que apresentam um risco significativo”.

Biden estava inclinado a derrubar o balão sobre a terra quando foi informado pela primeira vez na terça-feira, mas as autoridades do Pentágono desaconselharam, alertando que o risco potencial para as pessoas no solo superava a avaliação dos possíveis ganhos da inteligência chinesa.

A divulgação da existência do balão nesta semana levou ao cancelamento de uma visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Pequim, marcada para domingo, para conversas com o objetivo de reduzir as tensões EUA-China. No sábado, o governo chinês procurou minimizar o cancelamento.

“Na verdade, os EUA e a China nunca anunciaram nenhuma visita, o fato de os EUA fazerem tal anúncio é assunto deles e nós respeitamos isso”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado na manhã de sábado.

A China continuou a alegar que o balão era apenas um “dirigível” de pesquisa meteorológica que havia sido desviado do curso. O Pentágono rejeitou isso imediatamente – assim como a alegação da China de que não estava sendo usado para vigilância e tinha apenas capacidade de navegação limitada.

O balão foi visto sobre Montana, que abriga um dos três campos de silos de mísseis nucleares dos Estados Unidos na Base Aérea de Malmstrom.

Balão voa no céu sobre Montana, nos EUA, em foto de 1º de fevereiro de 2023 (Foto: Chase Doak via Reuters)
O Pentágono também reconheceu relatos de um segundo balão sobrevoando a América Latina. “Agora avaliamos que é outro balão de vigilância chinês”, disse o brigadeiro general Pat Ryder, secretário de imprensa do Pentágono, disse em um comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre o segundo balão.

Blinken, que deveria partir de Washington para Pequim na sexta-feira, disse que disse ao diplomata chinês Wang Yi em um telefonema que enviar o balão sobre os EUA foi “um ato irresponsável e que a decisão (da China) de tomar essa ação em a véspera da minha visita é prejudicial para as discussões substantivas que estávamos preparados para ter.”

As reações de usuários na internet chinesa espelharam a posição oficial do governo de que os EUA estavam exagerando na situação. Alguns usaram isso como uma chance de zombar das defesas dos EUA, dizendo que não podiam nem se defender de um balão, e os influenciadores nacionalistas aproveitaram a notícia para zombar dos EUA.

A China negou qualquer alegação de espionagem e disse que é um balão de uso civil destinado a pesquisas meteorológicas. O Ministério das Relações Exteriores enfatizou que a jornada do balão estava fora de seu controle e instou os EUA a não “manchá-lo” com base no balão.

Via g1 e WUSA9

Entenda o que é o balão de alta altitude da China que sobrevoa os EUA


O Pentágono divulgou na quinta-feira (2) a detecção de um balão de alta altitude chinês, visto como espião pelos Estados Unidos e avistado pela primeira vez nas ilhas Aleutas, no Alasca, antes de passar pelo Canadá e entrar outra vez no espaço aéreo americano.

Na quarta, o objeto sobrevoou Billings, no estado de Montana, onde fica uma base militar com silos de mísseis balísticos intercontinentais. Washington decidiu não derrubar o balão, sob o argumento de que o item tem capacidade limitada de coleta de informações e seus destroços poderiam cair sobre áreas civis.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou em comunicado que o instrumento tem origem civil, é usado para pesquisas sobretudo meteorológicas e desviou de sua rota devido a correntes de vento.

Segundo a imprensa americana, o chefe da diplomacia do país, Antony Blinken, resolveu adiar visita a China que faria neste fim de semana.

O que é exatamente o balão e como ele é operado?


Um balão de alta altitude usa correntes de vento para se locomover e pode conter radares e câmeras para monitoramento de 24 km a 37 km de altitude. Um avião comercial chega a no máximo 12 km de altitude. Não se sabe, ainda, o tamanho do balão usado pelos chineses. A altitude do objeto é controlada a distância para aproveitar correntes de ar. Ele pode funcionar com energia solar.

Por que um balão em vez de imagens de satélite?


Os balões de alta altitude que são usados para espionagem são uma alternativa barata aos satélites, cujo lançamento custa dezenas de milhões de dólares. Além disso, o aprimoramento recente de lasers pode cegar temporariamente os satélites, impedindo fotografias e eventualmente danificando os objetos.

Outra alternativa para bloquear os satélites artificiais, ainda que perigosa, é sua destruição. Em 2021, por exemplo, a Rússia lançou um míssil, partindo da Terra, que destruiu um de seus próprios maquinários espaciais em uma demonstração de força -movimento que já havia sido feito pela China, em 2007, e pela Índia, em 2019, além dos EUA. Outros satélites carregados de explosivos também podem fazer o ataque. As ações violentas, no entanto, podem causar acidentes com outros instrumentos espaciais civis.

O que os EUA estão fazendo a respeito?


Inicialmente, jatos F-22 da Força Aérea americana foram acionados para acompanhar o objeto, que não foi derrubado devido ao risco de que seus destroços pudessem cair sobre áreas civis, de acordo com uma autoridade de defesa que falou sob condição de anonimato.

O governo Biden diz ter buscado imediatamente Pequim para esclarecimentos, mas a China a princípio não se manifestou publicamente. Mais tarde, a chancelaria chinesa afirmou em nota que o objeto tem origem civil, é usado sobretudo para pesquisas meteorológicas e desviou de sua rota devido a correntes de vento.

A resposta de Pequim foge do que tem sido a regra em relação às rusgas recentes entre os países, em geral em tom mais quente e acusatório. Desta vez, o país asiático tenta amenizar o incidente.

John Culver, um ex-oficial da CIA, a agência de inteligência americana, publicou em seu perfil no Twitter que qualquer alternativa para derrubar o balão custaria milhões de dólares devido à altitude, o que dificulta o alcance e a precisão de mísseis, mesmo se lançados de aeronaves de combate.

Isso já aconteceu outras vezes no espaço aéreo americano?


Autoridades de defesa dos EUA afirmam que não é a primeira vez balões deste tipo são avistado no país, mas que dessa vez o tempo de permanência do objeto é mais longo do que em outras oportunidades. Outro funcionário, também sob anonimato, disse ao New York Times que o balão não apresentava riscos militares ou ameaça de danos físicos, além de ter capacidade limitada para coletar informações.

Esse tipo de instrumento foi bastante utilizado durante a Guerra Fria pela União Soviética e pelos próprios americanos, que tentavam monitorar testes nucleares dos soviéticos principalmente na década de 1950.

Qual o contexto em que o incidente atual acontece?


O balão chinês no espaço aéreo americano é mais um capítulo do aumento recente de tensões entre China e Estados Unidos, que vêm trocando farpas e fazendo movimentos diplomáticos e militares.

Na quinta-feira (2), Washington estendeu um acordo com as Filipinas para aumentar sua presença em bases militares do país asiático. A aliança permite maior monitoramento e capacidade de resposta a eventuais incursões chinesas em Taiwan, ilha ao norte das Filipinas que Pequim considera uma província rebelde.

Antes, um documento havia sido estrategicamente vazado com a previsão de uma guerra entre as duas potências, feita pelo general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea dos EUA e secundado pelo deputado republicano Michael McCaul, presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara.

O incidente com o balão também acontece pouco antes da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chefe da diplomacia americana, a Pequim, onde ele iria se encontrar com Xi Jinping, mas a visita foi adiada, segundo a imprensa dos Estados Unidos. Seria a primeira vez em quase seis anos que um secretário de Estado dos EUA se reúne com o líder chinês.

Via Folhapress e IstoÉ

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Aviões da OTAN rastreiam fragata russa armada com mísseis hipersônicos

Desde que deixou sua base, a fragata russa Admiral Gorshkov tem sido monitorada de perto pelos países da OTAN.


Em 4 de janeiro de 2022, a fragata voltou ao serviço na base naval de Severomorsk em Murmansk durante uma cerimônia com a presença do presidente russo Vladimir Putin e do ministro da Defesa russo Sergey Shoygu.

Do Mar de Barents, espera-se que o navio de guerra navegue até o Oceano Índico, passando pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo. No caminho, realizará diversos exercícios de treinamento.

“Os principais esforços durante a campanha serão focados em combater as ameaças da Rússia, mantendo a paz e a estabilidade regional junto com os países amigos”, explicou Shoygu.

Enquanto navegava para o sul ao longo da costa da Noruega em 6 de janeiro de 2022, a fragata foi monitorada de perto por uma aeronave de patrulha marítima P-3C Orion embaralhada pela Marinha Real Norueguesa.

“Ela está legalmente em águas internacionais – mas, como sempre, estamos monitorando de perto todos os movimentos e o faremos enquanto a fragata estiver em nossas áreas”, declararam as Forças Armadas da Noruega em um tweet.

A declaração foi acompanhada por uma foto em que o almirante Gorshkov pode ser visto exibindo um “Z” branco, símbolo da invasão russa da Ucrânia, pintado em seu funil.


Então, enquanto a fragata russa e seu petroleiro de apoio da classe Kaliningradneft “Kama” navegavam em direção ao Canal da Mancha, a Marinha Real Britânica substituiu a Marinha Real Norueguesa.

A fragata Type 23 HMS Portland foi implantada junto com seu helicóptero marítimo Merlin, “equipado com sonares de ponta, sensores e torpedos para operações especializadas”.

“Ao manter uma presença visível e persistente, a Marinha Real garante o cumprimento da lei marítima e impede atividades malignas para proteger os interesses de nossa nação”, disse o comandante de Portland, Ed Moss-Ward, em comunicado. “Escoltar o grupo de trabalho russo ao lado de forças de nossos aliados da OTAN demonstrou o compromisso do Reino Unido com a aliança e com a manutenção da segurança marítima.”

Como esperado, os dois navios russos finalmente chegaram ao Oceano Atlântico em 12 de janeiro de 2022. Ao entrarem no Golfo da Biscaia, a fragata multimissão francesa (FREMM) Bretagne e uma aeronave de patrulha marítima Atlantique 2 (ATL2) foram enviadas para rastrear eles.


A fragata supostamente deixou a área de responsabilidade da França em 13 de janeiro de 2022, ao se aproximar da costa da Espanha. A AeroTime enviou um pedido de comentário à Marinha Espanhola.

O que é a fragata russa Almirante Gorshkov?



A fragata russa Admiral Gorshkov é o navio líder de sua classe, que deverá eventualmente compreender dez fragatas. Encomendado em 28 de julho de 2018, com a Frota do Norte da Rússia, é um dos navios de guerra mais modernos da Marinha Russa.

Com uma velocidade máxima de 30 nós, a fragata está armada com 16 células de sistema de lançamento vertical. Essas plataformas podem lançar o míssil de cruzeiro hipersônico movido a zircon scramjet que pode atingir velocidades de até Mach 9 (mais de 11.000 quilômetros por hora).

“O navio está equipado com o mais recente sistema de mísseis hipersônicos”, disse Putin em uma transmissão antes da viagem. “Tenho certeza de que essas armas poderosas protegerão a Rússia de forma confiável de possíveis ameaças externas.”

Além do míssil Zircon, o comandante de Gorshkov, capitão Igor Krokhmal, disse que o navio também transporta mísseis de cruzeiro subsônicos Kalibr. Essas armas foram fortemente utilizadas durante os bombardeios da Ucrânia pelos militares russos.

Com informações do Aerotime Hub

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

China divulga vídeo a partir de caça J-11 que interceptou o RC-135V da USAF que “fazia manobras perigosas”


Era um avião espião RC-135 dos EUA que se envolveu em manobras perigosas contra um caça J-11 da Marinha do Exército Popular de Libertação da China (PLA), que monitorava a aeronave dos EUA durante o reconhecimento próximo do último sobre o Mar da China Meridional, “com os EUA enganando intencionalmente o público”, disse o Comando do Teatro do Sul do PLA no sábado, divulgando um vídeo documentando o incidente.

“A declaração dos EUA desconsiderou a verdade e é pura calúnia e exagero”, disse o coronel sênior Tian Junli, porta-voz do Comando do teatro Sul do PLA, em um comunicado no sábado.

A declaração de Tian é uma resposta a uma recente declaração militar dos EUA alegando que um caça J-11 da Marinha do PLA chegou a seis metros de uma aeronave RC-135 da Força Aérea dos EUA sobre o Mar da China Meridional em 21 de dezembro, forçando a aeronave dos EUA a realizar manobras evasivas para evitar uma colisão no espaço aéreo internacional, informou a Reuters na sexta-feira.

Uma aeronave RC-135 dos EUA conduzia um reconhecimento intencional na costa sul da China e nas Ilhas Xisha de Hainan, província de Hainan no sul da China, em 21 de dezembro, disse o comunicado.

Apesar dos múltiplos alertas do lado chinês, a aeronave norte-americana alterou repentinamente sua posição de voo, empurrou a aeronave chinesa para a esquerda em um perigoso movimento de aproximação, o que comprometeu seriamente a segurança de voo da aeronave militar chinesa, violou severamente as Regras de Conduta para Segurança de Encontros aéreos e marítimos entre a China e os EUA, bem como leis e práticas internacionais relacionadas, disse o porta-voz.


Um vídeo documentando o incidente da perspectiva do caça chinês J-11 foi anexado à declaração de Tian, que mostrava que o RC-135 dos EUA alterou intencionalmente sua posição de voo em uma abordagem perigosa em direção à aeronave chinesa às 11h25 do dia 21 de dezembro.

Pelo vídeo divulgado pelo lado chinês, é óbvio que a aeronave dos EUA manobrou ativamente para a esquerda em direção à aeronave chinesa, verificando que foi o lado dos EUA que se envolveu em movimentos perigosos, disse um especialista militar chinês ao Global Times no sábado.

Por outro lado, o vídeo divulgado pelos EUA apenas mostrou a aeronave chinesa voando ao lado da aeronave americana sem fazer manobras perigosas, disse o especialista.


O piloto chinês tomou medidas profissionais e padrão de acordo com as leis e regulamentos, refletindo plenamente a atitude responsável dos militares chineses em relação à segurança regional e à segurança do pessoal da linha de frente, disse Tian.

“O lado dos EUA intencionalmente enganou o público, chamado de preto e branco, culpando a China enquanto os próprios norte americanos são culpados e tentaram confundir a opinião internacional”, disse ele.

“Exigimos severamente que os EUA restrinjam os movimentos de suas forças marítimas e aéreas da linha de frente, cumpram estritamente as leis internacionais e acordos relacionados e evitem acidentes marítimos e aéreos”, disse Tian.

Os militares chineses estão em alerta máximo o tempo todo, pois cumprirão resolutamente seus deveres e missões, salvaguardando a soberania e a segurança nacionais, disse o porta-voz.


Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse em uma coletiva de imprensa regular na sexta-feira em resposta ao incidente que, por um longo tempo, os EUA frequentemente mobilizam aeronaves e embarcações para reconhecimento próximo à China, que representa um sério perigo para a segurança nacional da China.

Os movimentos provocativos e perigosos dos EUA são a causa raiz dos problemas de segurança marítima, disse Wang.

“A China pede aos EUA que parem com tais provocações perigosas e parem de desviar a culpa para a China. A China continuará a tomar as medidas necessárias para defender resolutamente sua soberania e segurança e trabalhar com os países da região para salvaguardar firmemente a paz e a estabilidade no Mar da China Meridional”, disse Wang.

Via Fernando Valduga (Cavok) - Imagens: Reprodução

sábado, 31 de dezembro de 2022

EUA acusam China de passar com caça a 3 metros de aeronave americana; veja

Incidente teria ocorrido no mar do Sul da China, palco de exercícios militares de Pequim e Washington.

Um caça J-11 da Marinha chinesa é registrado voando perto de uma aeronave RC-135 da Força Aérea dos EUA no espaço aéreo internacional sobre o mar do Sul da China - Governo dos EUA (Foto: Reuters)
Um avião militar da China passou a 3 metros de uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos durante exercícios no mar do Sul da China na semana passada, afirmou Washington nesta quinta-feira (29). Segundo essa versão, o episódio forçou militares americanos a realizar manobras evasivas para evitar uma colisão no ar.

O incidente teria acontecido no último dia 21, envolvendo um caça a jato J-11 da Marinha chinesa e uma aeronave RC-135 da Força Aérea americana. Um porta-voz militar dos EUA disse que o jato chinês chegou a 3 metros da asa e a 6 metros do nariz do avião.

São incertas as circunstâncias do incidente, mas uma eventual colisão certamente aumentaria as tensões entre Washington e Pequim, aprofundadas pelos acenos frequentes da Casa Branca a Taiwan, ilha que os chineses consideram uma província rebelde.


A viagem da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé em agosto colocou ainda mais lenha na fogueira e deu início a uma série de exercícios militares da China nas proximidades da ilha. Na última segunda (26), Pequim realizou a maior incursão aérea da história em 24 horas contra as defesas da ilha.

Ao comentar o episódio da semana passada, Washington acusou a China de intensificar comportamentos cada vez mais perigosos com suas aeronaves. "Esperamos que todos os países do Indo-Pacífico usem o espaço aéreo internacional com segurança e de acordo com a lei internacional", escreveu a Força Aérea.

Os EUA entraram em contato com o regime chinês para falar do caso, segundo disse uma autoridade americana à agência de notícias Reuters —o conteúdo da conversa, porém, não foi revelado. A embaixada chinesa em Washington não havia se pronunciado até a última atualização deste texto.

Aviões e navios militares dos EUA realizam rotineiramente operações de vigilância pela região, considerada prioridade pela Casa Branca. Nos últimos meses, a China já vinha alertando que a tática americana poderia prejudicar a paz da região. Em junho, Pequim acusou Washington e outras potências ocidentais de transformar o disputado mar do Sul da China em "arena de combate e campo de caça", pedindo que nações da região ajudem a repelir a interferência estrangeira.

A ditadura reivindica vastas áreas do mar do Sul da China que se sobrepõem a zonas econômicas exclusivas de Vietnã, Malásia, Brunei, Indonésia e Filipinas. Trilhões de dólares em comércio fluem todos os anos pela região, que também contém áreas de pesca e campos de gás.

Em uma reunião com seu homólogo chinês em novembro, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, levantou a necessidade de melhorar a comunicação em momentos de crise e destacou o que chamou de comportamento perigoso dos aviões militares chineses.

Apesar das tensões, militares dos EUA há muito procuram manter linhas de diálogo abertas com os chineses para mitigar o risco de picos de tensão e lidar com possíveis acidentes.

O Departamento de Defesa da Austrália disse em junho que um caça chinês interceptou perigosamente um avião de vigilância militar do país na região no mês anterior. Na ocasião, Camberra afirmou que o jato chinês ainda liberou um "pacote de palha" contendo pequenos pedaços de alumínio que entraram no motor da aeronave. Militares do Canadá fizeram acusação semelhante também em junho.

sábado, 19 de novembro de 2022

Os aviões do apocalipse: a tríade do juízo final

Estados Unidos e Rússia contam com aviões destinados a controlar uma guerra nuclear.

Caças escoltam o Il-80 Maxdome durante show aéreo em Moscou (Foto: Divulgação)
Criados para oferecer uma chance de os chefes de Estado das duas maiores potências nucleares do mundo manterem o controle do país em caso de uma guerra mútua, os chamados doomsday planes (aviões do apocalipse) são uma extensão do gabinete presidencial de russos e norte-americanos para casos extremo.

Os Estados Unidos e a antiga União Soviética (hoje Rússia) sempre tiveram projetos análogos como resposta às ações de um em relação ao outro como medida de segurança. A estratégia valeu para quase todas as categorias de aeronaves militares e incluiu uma das mais peculiares: a dos chamados doomsday planes ou aviões do apocalipse, em tradução livre. Eles são uma extensão do gabinete presidencial das duas maiores potências nucleares do mundo. A ideia é dar aos chefes de Estado de cada um dos países a possibilidade de continuar no comando de suas respectivas nações no caso de uma guerra mútua.

Ilyushin Il-80 Maxdome



Vítima de um roubo recente de componentes ultrassecretos, o quadrimotor Ilyushin Il-80 “Maxdome” é utilizado pelos russos como plataforma avançada de comando. Maxdome é um codinome usado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para se referir ao avião, que dá ao líder do país a oportunidade de se manter à frente da nação diante de uma situação crítica. Ele é o doomsday plane dos russos.

Derivado do widebody Il-86, o Maxdome recebeu uma série de mudanças estruturais e sistêmicas capazes de mantê-lo operacional mesmo diante da conflagração de uma guerra nuclear. O avião conta com uma enorme antena montada sobre a fuselagem (daí o sugestivo nome de Maxdome), com 9,5 metros de comprimento e 1,3 metro de diâmetro, que oferece a seus ocupantes capacidade de se comunicar com qualquer instalação militar da Rússia por meio de redes de comunicação em solo, no mar e no espaço (via satélite).

Além disso, o Il-80 possui um escritório de crise para o alto comando russo se reunir com o presidente e traçar uma estratégia de resposta, incluindo um contra-ataque nuclear. A aeronave ainda dispõe de proteção contra pulso nuclear, que usualmente causa severas avarias em sistemas elétricos e eletrônicos. Os sistemas embarcados oferecem também comunicação em frequências ultrabaixas, as VLF (very low frequency), permitindo aos tripulantes do avião se comunicar com os submarinos do arsenal da marinha russa.

Boeing E-4B AACP



Os Estados Unidos, por sua vez, ostentado um poderio econômico e militar vastamente superior (são bilhões de dólares disponíveis para gastos em equipamentos militares), possuem nada menos que dois modelos de doomsday plane. O mais famoso é o E-4B AACP (Advanced Airborne Command Post), derivado do Boeing 747-200. A USAF, a força aérea dos Estados Unidos, conta com quatro aviões E-4B, que foram entregues quase simultaneamente aos dois VC-25A (também derivados do Boeing 747-200), os famosos Air Force One.

Um dos destaques do E-4E é sua capacidade de ser reabastecido em voo, o que virtualmente dá ao avião alcance e autonomia ilimitados – na verdade, limitados pela capacidade do óleo dos motores em resistir ao uso por dezenas de horas. O avião também conta com uma grande antena montada sobre o upper deck, que parece menor do que a do Il-80 pela proporção do 747. Os sistemas do avião asseguram uma comunicação integral com o Air Force One.

O presidente estará sempre, ou preferencialmente sempre, a bordo do VC-25A, enquanto o alto comando militar embarca no E-4B, cumprindo a função de Pentágono alado. Assim, o avião pode se comunicar com submarinos, silos nucleares e navios da marinha através de doze canais de voz criptografados, além de poder estabelecer contato via rádio entre 14 kHz e 8.4 GHz, ou seja, quase todo espectro de radiofrequência. O avião dispõe de uma ampla área de reuniões, datalink em vídeo para manter contado com o presidente, proteção contra pulso nuclear, área de descanso para todos a bordo, cozinha completa e assim por diante.

Recentemente, o Pentágono cogitou substituir os dois aviões E-4B pelo Northrop Grumman E-10 MC2A, uma aeronave multimissão de comando e controle baseada na fuselagem de um Boeing 767-400ER. A intenção era substituir também os RC-135 Rivet Joint, E-3 Sentry e E-8 Joint Stars, permitindo realizar missões de reconhecimento, alerta e controle aéreo (AWACS, na sigla em inglês), vigilância terrestre aerotransportada, gerenciamento de batalha e comando e controle. O programa deveria ter sido conduzido em paralelo ao KC-46 Pegasus, mas foi cancelado em meados de 2008.

Boeing E-6 Mercury



A Marinha dos Estados Unidos também possui aviões com a mesma função básica do E-4B. São 16 quadrimotores E-6 Mercury, baseados no Boeing 707, que podem se tornar aviões do apocalipse. A diferença é que estas aeronaves da Marinha têm como prioridade a comunicação com a frota norte-americana de submarinos de ataque nuclear.

Por Edmundo Ubiratan (Aero Magazine)

Coreia do Norte lançou o maior míssil intercontinental de todos os tempos com 'potencial para atingir todo o continente americano'

Veículos militares norte-coreanos carregando mísseis durante um desfile para o festival 'Dia do Sol' na Praça Kim Il Sung em Pyongyang, Coreia do Norte, 15 de abril de 2017 (Foto: EPA)
A Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental com alcance suficiente para atingir o continente americano, disse o ministro da Defesa do Japão. O míssil caiu no mar cerca de 210 km (130 milhas) a oeste de Hokkaido.

Os EUA condenaram o lançamento, enquanto a Coreia do Sul ordenou medidas de dissuasão mais fortes contra o Norte.

Na quinta-feira, o FM norte-coreano Choe Son Hui alertou para uma resposta “mais feroz” a qualquer aumento da presença militar dos EUA na região. Também lançou um míssil balístico de curto alcance no mesmo dia.

Isso se seguiu à reunião de domingo entre o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, no Camboja, no qual os três países concordaram em aumentar sua cooperação militar.

Na sexta-feira, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que Biden foi informado e que os EUA consultariam parceiros.

A Coreia do Norte disparou mais de 50 mísseis nos últimos dois meses, a maioria deles de curto alcance. Esses lançamentos de longo alcance são mais raros e representam uma ameaça direta aos EUA, pois os mísseis são projetados para transportar ogivas nucleares para qualquer lugar no continente americano.

O último míssil balístico intercontinental (ICBM) foi disparado às 10h15, horário local (02h15 GMT), perto da capital norte-coreana, Pyongyang, disseram chefes militares em Seul.

Atingiu uma altitude de 6.100 km em uma trajetória elevada e viajou 1.000 km (621 milhas), atingindo uma velocidade de Mach 22, disseram os militares da Coreia do Sul.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Avião espacial secreto da China lança objeto misterioso após 90 dias em órbita

(Imagem: NASASpaceFlight)
O avião espacial reutilizável da China implementou pela segunda vez um objeto em órbita, de acordo com o rastreamento da Força Espacial dos EUA. Lançado em 4 de agosto, o veículo secreto está na orbitando a Terra há 90 dias.

A nave espacial chinesa CSSHQ foi lançada no foguete Long March 2F a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, do deserto de Gobi. Essa é a segunda missão de teste do veículo e especula-se que seja semelhante ao Boeing X-37B, da Força Espacial dos EUA.


Não se sabe que tipo de objeto foi lançado do avião, mas ele foi detectado pelo 18º Esquadrão de Defesa Espacial da Força Espacial dos EUA e adicionado em um banco de dados no dia 31 de outubro. Ele está aparentemente se mantendo "preso" à nave principal usando propulsores para acompanhá-la, ou amarras, informa o Orbital Focus.

De acordo com as informações, ele está muito próximo da espaçonave. Por isso, não há muita certeza sobre o dia que foi liberado — o objeto só entrou no banco de dados quando havia certeza que se tratava de um objeto separado do avião. Pode ter sido lançado da nave entre os dias 24 e 31 de outubro.

Abaixo, a carenagem do foguete Long March 2F que lançou o CSSHQ é levada para exibição na escola de ensino médio Henan Jiyuan. As peças dão algumas pistas sobre o tamanho do avião: ele pode ser maior que 4,2 m, de acordo com a análise do CNSA Watcher.


Um objeto também foi lançado do avião espacial chinês durante sua primeira missão, em setembro de 2020. Na ocasião, o veículo permaneceu em órbita durante dois dias e o objeto implementado por ele transmitiu sinais em banda S por algumas semanas.

A China não divulgou informações sobre a nave, tampouco sobre os objetivos da missão ou a natureza do objeto deixado por ela na órbita terrestre. É provável que se trate de um pequeno satélite para monitorar o avião ou uma carga útil de algum parceiro comercial.

Se ele de fato for semelhante ao Boeing X-37B, a nave chinesa é um tipo de avião parecido com os extintos ônibus espaciais, lançados ao espaço por um foguete e pousando como um avião convencional ao voltar à Terra.

Maiores detalhes sobre o X-37B também são segredo de estado. Não há evidências para suspeitar que os dois veículos tenham natureza militar.

Via Daniele Cavalcante | Editado por Patrícia Gnipper (Canaltech) com SpaceNews

sábado, 27 de agosto de 2022

Belarus reformou aviões para carregarem armas nucleares, diz presidente

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko (foto ao lado via AP), disse que aviões de guerra do país foram reformados para conseguirem de carregar e lançar armas nucleares, segundo a agência estatal “Belta”. 

O líder disse que os aviões de guerra SU-24 foram modificados e que Minsk reagiria imediatamente se o ocidente lhe causasse algum problema.

Lukashenko disse que concordou com a modernização da tropa aérea do país após conversas com o presidente, Vladimir Putin, um dos principais aliados de Belarus no cenário internacional, segundo a “Belta”. O presidente não deu detalhes de como seria a transferência de tecnologia e armas nucleares da Rússia para Belarus.

Su-24 (Foto: Bartek Kozłowiec / Wikipedia)
Segundo a “Belta”, Lukashenko citou uma potencial ameaça futura da vizinha Polônia, membro da Otan, para a modernização dos aviões, mas disse estar confiante que os militares poloneses, ao contrário dos políticos de Varsóvia, entendem como Minsk poderia responder a um possível ataque ao país.

"Eles (o Ocidente) devem entender que, se optarem pela escalada, nenhum helicóptero ou avião os salvará", disse Lukashenko segundo a agência de Belarus. "Não é uma boa ideia escalar as coisas com Belarus porque isso seria uma escalada com o Estado da União (da Rússia e da Belarus) que tem armas nucleares. Se eles começarem a criar problemas, a resposta será imediata."

Via Valor Econômico

domingo, 14 de agosto de 2022

Um satélite espião russo foi lançado no exato momento em que o misterioso americano USA-326 passou sobre o cosmódromo


Na segunda-feira, 1º de agosto, um foguete decolou no meio da noite do cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia.

Sua missão, colocar em órbita o satélite militar Kosmos-2558. Se seu papel preciso for mantido em segredo, é muito provável que seja um satélite espião: seus sensores não estão voltados para a Terra, mas para outra espaçonave.

A melhor pista para o propósito deste misterioso lançamento de satélite é outro satélite ainda mais misterioso. O USA-326, que foi lançado a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9 em 2 de fevereiro, é um modelo novo e ainda sabemos pouco sobre ele.

Este novo satélite de reconhecimento de alta tecnologia despertou a curiosidade dos oficiais de contra-inteligência russos. O Kosmos-2558 decolou assim no exato momento em que o USA-326 passava sobre o cosmódromo de Plesetsk, e deve ser colocado em uma órbita quase idêntica à do americano para cumprir seu papel de 'inspetor'.

“As duas órbitas são extremamente próximas, a única diferença são algumas dezenas de quilômetros de altitude orbital”, explica Marco Langbroek, especialista em satélites espiões, ao Gizmodo. o Kosmos-2558 está, portanto, perto o suficiente para obter algumas fotos interessantes do recém-chegado americano. “Assumimos que [o satélite russo] tem sensores otimizados que lhe permitem observar outros satélites, ao contrário dos habituais satélites de observação, equipados para captar imagens do solo”, especifica Marco Langbroek.


Enquanto a máquina inimiga permanecer a uma distância suficiente para que não haja risco de colisão, essa perseguição não é absolutamente ilegal. Os Estados Unidos já se surpreenderam com essa prática quando, em 2017, o satélite militar USA-276 se aproximou a meros 6 quilômetros da Estação Espacial Internacional.

Mais recentemente, em 2020, outra sonda Kosmos foi enfiar o nariz eletrônico nos assuntos de um satélite espião dos EUA. Esses dois, definitivamente, não se abandonam.

sábado, 6 de agosto de 2022

China lança seu misterioso "avião espacial"

Aparelho parece ter design e propósito similares ao Boeing X-37B norte-americano, que recentemente bateu um recorde de permanência no espaço.


Segundo observadores internacionais, a China lançou nesta semana um misterioso avião espacial (ou "espaçoplano") reutilizável, com desenho e propósito que parecem similares ao Boeing X-37B operado pela força espacial dos EUA.

O veículo foi levado ao espaço por um foguete Long March 2F (CZ-2F), que é normalmente usado para enviar astronautas à estação espacial Tiangong a bordo das espaçonaves Shenzhou. O local de lançamento foi o centro de satélites de Jiuquan, mas o horário da decolagem não foi informado.


Há poucas informações oficiais sobre o aparelho. Segundo o governo chinês ele é uma "espaçonave reutilizável que será usada na exploração pacífica do espaço e validação de tecnologias em órbita".

Sabe-se que o veículo tem propulsão, mas não se sabe que tipo, ou qual sua capacidade de alterar sua própria órbita. O pouso deve acontecer em uma data ainda não especificada na China. Um possível local é Lop Nur, um lago seco na mongólia que abriga uma antiga base de testes nucleares.


Em 7 de julho o espaçoplano norte-americano X-37B bateu seu próprio recorde de permanência no espaço ao completar 785 dias (dois anos, um mês e 25 dias) em órbita da Terra. Ainda não se sabe qual será a contagem final, já que o veículo continua no espaço e uma data para retorno não foi informada.

Desenvolvido pela Boeing, o X-37B é um veículo não tripulado que se parece com uma versão em miniatura dos ônibus espaciais, medindo 8,8 metros de comprimento, 2,9 metros de altura e com envergadura de 4,6 metros. Durante o lançamento ele pesa apenas 4,5 toneladas.

Assim como os ônibus espaciais, o X-37B é lançado a bordo de foguetes como o Falcon 9 e pousa como um avião em uma pista de pouso convencional. Mas em contraste com sua fonte de inspiração, a espaçonave não é tripulada, sendo operada remotamente por uma equipe em solo.

Via Rafael Rigues (Terra) com informações da NASASpaceFlight

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Em números: conheça os aviões de caça da Força Aérea de Taiwan

Pilotos de caças F-16V da Força Aérea de Taiwan (ROCAF) corem para seus aviões
durante um treinamento (Foto: I-Hwa Cheng/Bloomberg)
A recente visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de de Representantes dos EUA, em Taiwan esfriou ainda mais as relações entre Taipé, Pequim e Washington. A presença de Pelosi foi suficiente para a China iniciar uma série de exercícios militares na Província de Fujian, distante algumas centenas de quilômetros da ilha vista pelos chineses como um território rebelde.

Como de praxe, a Força Aérea de Taiwan, oficialmente chamada de Força Aérea da República da China (ROCAF), despachou alguns de seus 384 aviões de caça e deixou outros de prontidão para conter qualquer agressão mais grave de Pequim.

F-16V da ROCAF com mísseis anti-navio Harpoon e mísseis ar-ar AMRAAM e Sidewinder (Foto: ROCAF)
Dessa maneira, a ROCAF e seus aviões de ataque e interceptação voltaram a serem alvos de holofotes, especialmente em comparação com os aviões da China. Neste artigo, vamos conhecer quais e quantos jatos de caça a Força Aérea Taiwanesa possui em sua frota.

General Dynamics/Lockheed Martin F-16A/B/V Fighting Falcon


O General Dynamics F-16 norte-americano é, atualmente, o caça mais numeroso na ROCAF, que possui entre 138 e 142 unidades em serviço, distribuídas em duas bases aéreas. Além das aeronaves já em operação, Taiwan adquiriu mais 66 na versão F-16V Block 70.

A história do F-16 em Taiwan começa na década de 1970, quando o país inicialmente demonstrou interesse pelo caça leve, que na época representava o estado da arte em termos de aviação de combate.

F-16A de Taiwan interceptando um bombardeiro chinês H-6 (Foto: Força Aérea Taiwanesa)
No entanto, Taiwan só conseguiu adquirir o F-16 em 1992, quando o então presidente dos EUA George Bush autorizou a venda 150 aviões sob o programa Peace Fenghuang.

As aeronaves eram da versão F-16A/B, mas atualizadas para o padrão Block 20. Upgrades posteriores nos radares, sistemas de autoproteção, armamentos e computadores de voo tornaram os F-16 Block 20 taiwaneses similares aos F-16 MLU encontrados na Europa.

F-16V com bombas GBU-12 e mísseis AIM-9X e AIM-120C
(Foto: Tsungfang Tsai via Scramble Magazine)
Em 2018 a ROCAF recebeu o primeiro F-16A atualizado para o padrão F-16V, e o primeiro esquadrão com os F-16 modernizados foi posto em serviço em novembro de 2021.

Taiwan quer atualizar todos os seus Vipers para essa versão, que traz capacetes com mira/display integrado, radar APG-83 AESA, novas armas e aviônicos. Ademais, a ROCAF também comprou ouros 66 F-16V novos de fábrica.

F-16 recebendo mísseis AIM-9, AIM-120 e AGM-84 nas instalações subterrâneas
da Base Aérea de Chiashan (Foto: ROCAF)
Os F-16 taiwaneses são operados por sete esquadrões, sendo três na Base Aérea de Chiayi e quatro na base de Hualien. Eles podem usar mísseis ar-ar AIM-7 Sparrow, AIM-120 AMRAAM e AIM-9 Sidewinder, bombas guiadas das séries JDAM e Paveway, sensores eletro-ópticos e mísseis antinavio Harpoon.

AIDC F-CK-1 Ching-Kuo


O primeiro e único caça desenvolvido em Taiwan, o Ching-Kuo nasceu da necessidade da ROCAF para um caça moderno depois da negativa dos EUA em vender o F-20 Tigershark e o F-16 na década de 1980, bem como a aproximação entre Washington e Pequim.

Mesmo tendo uma grande parceria com os Estados Unidos, ficou evidente que os taiwaneses precisavam desenvolver suas próprias tecnologias.

Corte esquemático do F-CK-1 (Arte: Mike Badrocke)
Mesmo assim, Washington ajudou no desenvolvimento da aeronave, que tem claras semelhanças com caças F-16 e F/A-18 Hornet. As companhias General Electric, General Dynamics e Honeywell estiveram diretamente envolvidas no design do jato taiwanês. Os tanques subalares também são os mesmos do F-5E/F Tiger II, outro modelo usado por Taiwan.

O Ching-Kuo, também chamado de IDF (Indigenous Defense Fighter), foi projetado e fabricado pela Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), maior empresa aeronáutica de Taiwan. Apesar de ter produzido aviões sob licença e ter desenvolvido aeronaves de treinamento anteriormente, o F-CK-1 foi o primeiro caça de alta performance desenhado no país.

F-CK-1 Ching-Kuo com mísseis ar-ar Sky Sword I e II. O F-CK-1 também usa os
mesmos tanques subalares de 275 galões do F-5 Tiger II (Foto via Cavok Brasil)
A aeronave fez seu primeiro voo em 1989 e entrou em serviço em 1992 como F-CK-1A/B. Os EUA não quiseram fornecer motores avançados desenvolvidos para aeronaves de combate, como o F404 do F/A-18. Dessa forma, a AIDC seguiu com o Honeywell F125-GA-100, uma versão militarizada do turbofan Garrett TFE731 usado em jatos executivos como o Dassault Falcon e Cessna Citation.

O F-CK-1 pode atingir Mach 1.8 (1,8 vezes a velocidade do som) e é certificado para empregar mísseis AIM-9 Sidewinder, Sky Sword I e II, AGM-65 Maverick, Wan Chien e Hsiung Feng II. Cerca de 129 aeronaves estão em operação na ROCAF, divididos em duas bases aéreas (Tainan e Ching Chuan Kang) e cinco esquadrões. Destas, 26 são da versão F-CK-1D de treinamento.

Dassault Mirage 2000-5


Ao mesmo tempo em que buscava comprar o F-16, Taiwan também se voltou para outro fornecedor: a França. A ROCAF adquiriu em 1992 um total 60 caças, sendo 48 Mirage 2000-5EI e 12 2000-5DI, este último de dois assentos. A compra também marcou Taiwan como o primeiro cliente do Mirage 2000-5, na época a versão mais nova e capaz do Mirage 2000.

(Foto: Tsungfang Tsai via Scramble Magazine)
A compra, bastante protestada pela China, também incluiu 960 mísseis MICA de médio alcance, 480 Magic II de curto alcance, pods ASTAC de inteligência eletrônica e casulos de canhão DEFA 554 30mm para os Mirage 2000-5D, que não contam com armamento orgânico.

As aeronaves entraram em operação com a ROCAF a partir de 1997, com a entrega dos primeiros aviões. Apesar de terem apresentado problemas estruturais e de baixa disponibilidade, seguiram em operação após reparos da Dassault.

Caças Mirage 2000 e F-CK-1 da Força Aérea Taiwanesa (Foto: Ministério da Defesa Taiwanês)
Hoje, 55 aviões permanecem em serviço na Base Aérea de Hsinchu, divididos entre dois esquadrões operacionais e um de treinamento.

Northrop F-5E/F Tiger II


Taiwan é um dos maiores e mais famosos operadores do lendário F-5 da Northrop. As primeiras aeronaves, ainda das versões F-5A/B Freedom Fighter, foram entregues em 1965, mas passaram a dar lugar aos F-5E Tiger II a partir de 1973, quando a AIDC começou a produção local das aeronaves sob o programa Peace Tiger.

F-5F Tiger de Taiwan (Foto: Autor desconhecido)
Taiwan executou seis programas Peace Tiger, construindo um total de 308 caças F-5, sendo 242 F-5E e 66 F-5F de dois assentos. A ROCAF também optou por customizações nos caças, como a capacidade para empregar quatro mísseis AIM-9, ao invés de dois, e a compatibilidade com o AGM-65 Maverick. Sete aviões foram convertidos para a versão RF-5E Tigerye, de reconhecimento fotográfico.

Os mais de 300 F-5 Tiger II da ROCAF foram divididos em seis alas de caça, operando nas bases de Taitung, Tainan, Hualien e Chiayi. Com a chegada dos F-CK-1, F-16 e Mirage 2000 na década de 1990, a ROCAF começou a se despedir de vários F-5.

F-5E Tiger II aggressor da ROCAF (Foto: Hsu Chunyuan)
Taiwan chegou a desenvolver um programa de atualização para seus Tigers, chamado de Tiger 2000/2001. Um avião protótipo chegou a receber a modernização, mas a ROCAF optou por não seguir em frente.

Cerca de 62 F-5E/F permanecem em serviço com a Força Aérea de Taiwan, todos alocados aos três esquadrões do 7º Grupo de Caça Tático da Base Aérea de Taitung.

Via Gabriel Centeno (Aeroflap) - com informações de World Air Forces 2022, Taiwan Air Power, Global Fire Power.

Taiwan diz que 27 aviões chineses entraram na zona de defesa aérea da ilha

Em encontro com presidente de Taiwan, presidente da Câmara dos EUA disse que americanos “não abandonarão” ilha.


Taiwan enviou jatos nesta quarta-feira (3) para alertar 27 aeronaves chinesas em sua zona de defesa aérea, afirma um comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan sobre o recente aumento nas tensões na ilha.

O governo taiwanês disse que 22 aeronaves chinesas cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan. A televisão estatal chinesa mostrou, na noite desta quarta, imagens de exercícios militares conduzidos pelo Comando de Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular perto de Taiwan.

A Reuters não pôde verificar de forma independente onde ou quando os exercícios ocorreram. A CCTV mostrou planos militares decolando, navios de guerra navais em patrulha, veículos militares e armas de mísseis participando de exercícios.

Os exercícios visavam “chocar e impedir a grande escalada das recentes ações negativas dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan e um sério aviso às forças de independência de Taiwan”, disse o porta-voz do Comando do Teatro Oriental, Shi Yi.

As tensões entre a China e Taiwan aumentaram após a visita à ilha autogovernada pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi. Pelosi deixou Taiwan depois de pedir solidariedade e saudar sua democracia, deixando um rastro de raiva chinesa por sua breve visita à ilha que Pequim reivindica como sua.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que não viu seus exercícios militares em torno de Taiwan causando problemas de liberdade de navegação.

Nancy Pelosi deixa Taiwan e encerra visita que enfureceu China

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira (3) depois de se comprometer com a solidariedade e saudar sua democracia, deixando um rastro de raiva chinesa por sua breve visita à ilha autogovernada que Pequim reivindica como sua.

Pelosi, cuja delegação fez uma parada não anunciada, mas observada de perto, em Taiwan na noite de terça-feira (2) após visitas a Singapura e Malásia, estava programada para continuar sua turnê asiática com paradas na Coreia do Sul e no Japão.

Seu avião decolou de um aeroporto na capital Taipé por volta das 18h, horário local (7h, no horário de Brasília).

Em encontro com presidente de Taiwan, Pelosi diz que EUA “não abandonarão” ilha

A presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, disse que quer deixar “inequivocamente claro” que os EUA não abandonarão Taiwan, em discurso no escritório presidencial em Taipé nesta quarta-feira (3).

“Hoje, nossa delegação veio a Taiwan para deixar inequivocamente claro que não abandonaremos nosso compromisso com Taiwan e estamos orgulhosos de nossa amizade duradoura”, disse Pelosi, ao lado da presidente Tsai Ing-wen, após receber a mais alta honraria civil de Taiwan.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, recebe a Ordem das Nuvens Propícias com Grande Cordão Especial, a mais alta honraria civil de Taiwan, da presidente da ilha Tsai Ing-wen, no escritório da Presidência (Foto: Getty Images)
“Agora, mais do que nunca, a solidariedade da América com Taiwan é crucial e essa é a mensagem que estamos trazendo aqui hoje”, afirmou ela. “Estou ansiosa para exibir esa honraria no Gabinete da Presidência (da Câmara), ou usá-lo no Capitólio como um símbolo de nossa preciosa amizade”, disse Pelosi sobre a honra civil.

A presidente da ilha agradeceu a Pelosi pela visita e disse que Taipé fará “o que for preciso” para fortalecer sua capacidade de autodefesa.

“Enfrentando ameaças militares deliberadamente intensificadas, Taiwan não vai recuar. Defenderemos firmemente a soberania de nossa nação e continuaremos a manter a linha de defesa da democracia”, disse Tsai no escritório presidencial.

“Ao mesmo tempo, desejamos cooperar e trabalhar em unidade com todas as democracias ao redor do mundo para salvaguardar conjuntamente os valores democráticos”.

Tsai disse que está comprometida em “manter a paz e a estabilidade” no Estreito de Taiwan e prometeu tornar a ilha uma “força estabilizadora chave” para a segurança regional e o desenvolvimento do comércio global.

Ela agradeceu a Pelosi por “expressar a política consistente dos EUA de apoio à autodefesa de Taiwan” e a saudou como uma das “amigos mais dedicados” da ilha democrática.

“Taiwan é um parceiro cooperativo confiável e confiável dos EUA. Continuaremos a trabalhar com o Congresso americano, bem como com o governo, para fortalecer a cooperação em áreas como segurança do Indo-Pacífico, desenvolvimento econômico, cultivo de talentos e cadeias de suprimentos, de modo a elevar ainda mais as nossas relações”, acrescentou.

China classifica visita de Pelosi a Taiwan como “uma farsa completa”

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, atacou a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, nesta quarta-feira (3), chamando sua visita a Taiwan de “farsa completa” e alertando que “aqueles que brincam com fogo perecerão”.

“Os Estados Unidos estão violando a soberania da China sob o pretexto da democracia”, disse Wang a repórteres durante uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) no Camboja.

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Bali, na Indonésia
(Foto: Stefani Reynolds/Pool via Reuters)
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores chinês criticou Pelosi por “descaradamente” prosseguir com sua visita, alegando que “infringe maliciosamente a soberania da China e se envolve descaradamente em provocações políticas”.

“Isso prova mais uma vez que alguns políticos dos EUA se tornaram ‘encrenqueiros’ das relações China-EUA”, disse o comunicado.

O Escritório de Assuntos de Taiwan da China também disse em um comunicado separado na quarta-feira que Pequim adotará “medidas de punição criminal” para aqueles que forem “obstinados” em apoiar a independência da ilha.

Antes da visita de Pelosi, a China emitiu uma série de alertas furiosos, prometendo tomar “medidas resolutas e vigorosas” se a viagem à ilha prosseguisse.

Após a chegada da líder da Câmara a Taipé na terça-feira (2), os militares da China disseram que iniciariam exercícios em torno de Taiwan e lançariam uma série de “operações militares direcionadas para neutralizar a situação”, segundo declarações do Comando Oriental da China e do Ministério da Defesa.

Via Reuters / CNN