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terça-feira, 18 de julho de 2023

Avião militar russo cai no mar perto de Yeysk, perto da zona de guerra ucraniana


Um caça-bombardeiro russo Sukhoi Su-25 caiu no Mar de Azov, perto da cidade de Yeysk, na frente de turistas atônitos perto das linhas de frente ucranianas, nesta segunda-feira (17). O piloto foi ejetado com sucesso.

No momento do impacto, uma enorme pluma de água é vista subindo em direção ao céu enquanto turistas em uma praia próxima observam atordoados em silêncio.

Segundos antes de o caça mergulhar no mar, o vídeo parecia mostrar o jovem piloto ejetando-se do avião de guerra enquanto seu paraquedas descia sobre a água.

Relatórios de canais pró-guerra disseram que o piloto russo estava em sua primeira missão de combate quando caiu no mar. 

Autoridades da região de Krasnodar, na Rússia, disseram que o piloto, que não foi identificado, foi resgatado da água perto da cidade de Yeysk, que fica em frente à parte controlada pela Rússia da região ucraniana de Donetsk.

Quando o piloto se ejetou do avião, as linhas do paraquedas ficaram emaranhadas e ele quase se afogou, mas os socorristas o alcançaram bem a tempo. 

A mídia local afirmou que o piloto foi encontrado inconsciente e os médicos tentaram ressuscitá-lo na ambulância, enquanto outros relatos diziam que ele estava em estado crítico.

O piloto teria sido levado às pressas para o departamento de emergência de um hospital local, onde os médicos estão lutando para salvar sua vida.

O SU-25 acidentado estava saindo da água rasa da popular praia turística na região de Kradnodar após o acidente, informou a mídia local.  


Relatórios anteriores diziam que um 'mau funcionamento técnico' era o culpado pelo acidente, mas esta é a explicação padrão da Rússia para qualquer desastre aéreo.

A causa também foi dada como 'falha do motor' - mas isso foi antes de os investigadores falarem com o piloto.

Acredita-se que a aeronave tenha tido problemas logo após decolar de um aeroporto militar da cidade.

Uma teoria era que o piloto atrasou a ejeção para guiar a aeronave para longe de casas e pessoas.

Yeysk fica do outro lado do Mar de Azov, na parte controlada pela Rússia da região de Donetsk, na Ucrânia.

Via Daily Mail e g1

domingo, 16 de julho de 2023

Aconteceu em 16 de julho de 2022: Incêndio no motor causa a queda e explosão do voo Meridian 3032


Em 16 de julho de 2022, o avião de carga Antonov An-12BK, prefixo UR-CIC, da empresa Meridian (foto abaixo), realizava o voo 3032 (MEM3032), um voo cargueiro que transportava 11,5 toneladas (11.500 kg; 25.000 lb) de munições, levando a bordo oito tripulantes, todos cidadãos ucranianos.

A aeronave envolvida voou pela primeira vez em 1971. Ela foi adquirida pela transportadora de carga ucraniana Aviation Company Meridian em janeiro de 2022 e registrada novamente como UR-CIC.

O Antonov An-12BK, prefixo UR-CIC, da Meridian, envolvido no acidente
De acordo com o ministro da Defesa sérvio, Nebojša Stefanović , a carga da aeronave era de 11,5 toneladas de armas e munições de fabricação sérvia, incluindo morteiros.

O voo partiu de Niš, na Sérvia, com destino a Dhaka, em Bangladesh, com escalas na Jordânia, Arábia Saudita e Índia.

Às 19h09 UTC, a aeronave entrou na FIR grega através do waypoint RUGAS no FL198. Às 19h25, um dos tripulantes informou o ATC da necessidade de desligar o motor nº 4 devido a um visível vazamento de combustível. 

Após uma breve discussão entre a tripulação, eles decidiram retornar ao aeródromo de partida. Às 19h30, a aeronave girou 180º. Às 19h40, a tripulação desligou o motor nº 4, que pegou fogo. A tripulação iniciou o procedimento de combate ao incêndio do motor, que não teve sucesso.

Às 19h42, no FL143, a tripulação declarou Mayday devido ao incêndio no motor nº 4 e solicitou um voo para o aeroporto de Kavala e uma descida imediata do ATC. A tripulação fez uma curva à direita para um rumo de 090°. 


Às 19h46, a estação de radar registrou a última posição da aeronave a uma altitude de 5.600 pés, com velocidade de 222 nós. Antes do impacto com o solo, a aeronave colidiu com a copa de uma árvore, cabos de energia elétrica e um poste de linha de energia aérea, perto de Kavala, na Grécia. Todas as oito pessoas a bordo da aeronave morreram.


Relatos de testemunhas oculares e vídeos mostraram que o avião já estava pegando fogo antes de cair. Explosões secundárias foram ouvidas por até duas horas após o acidente. 


Moradores em um raio de dois quilômetros (1,2 mi) foram aconselhados a fechar as janelas e ficar em casa, enquanto equipes de emergência, especialistas em explosivos e funcionários da Comissão de Energia Atômica da Grécia não puderam inspecionar os destroços devido à incerteza sobre a natureza e o estado de qualquer carga e resíduos remanescentes. Em vez disso, drones foram usados ​​para examinar os destroços.


Em meio a especulações de que as armas eram destinadas à Ucrânia, o ministro da Defesa da Sérvia, Nebojša Stefanović, afirmou que o carregamento de armas não estava relacionado à Guerra Russo-Ucraniana, e as Forças Armadas de Bangladesh confirmaram que eram os destinatários pretendidos das armas, que eles compraram de uma empresa bosnia de propriedade polonesa BA-METALEXPORT.


Dada a política da Sérvia de oscilar entre o Ocidente e a Rússia e a indústria de armas e corrupção política da Sérvia, o cientista político Vuk Vuksanovic continuou a questionar se o avião estava de fato transportando armas sérvias para a Ucrânia.


A investigação constatou que em 19 de junho de 2022 (um mês antes do acidente), enquanto taxiava no aeródromo de Rzeszów (Polônia) seguindo o veículo de rastreamento FOLLOW ME, a fim de mudar de estacionamento, o AN-12B UR-CIC desviou para a direita da rota indicada pelo veículo FOLLOW ME e colidiu com o mastro direito das luzes de pátio. Como resultado do incidente, o bordo de ataque direito da asa foi danificado. A investigação está em andamento.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipedia, ASN e baaa-acro

domingo, 25 de junho de 2023

Avião Ilyushin Il-22М da Força Aérea Russa é abatido na região de Voronezh

As Forças Aeroespaciais da Federação Russa perderam um posto de comando aerotransportado Il-22М11.


Um vídeo da queda da aeronave Ilyushin Il-22M-11, prefixo RF-75917, da Força Aérea da Rússia, em chamas foi publicado nas redes sociais.

A aviação inimiga sofreu uma perda no céu sobre a região de Voronezh. 

O propagandista russo Ilya Tumanov postou informações sobre o número da cauda da aeronave perdida - RA-75917.

Este número pertence a um posto de comando aerotransportado Il-22М11, que é essencialmente um posto de comando aéreo do exército inimigo.

Sabe-se que nos últimos anos a Federação Russa vem modernizando essas aeronaves.

O Il-22М11 é um elo importante na construção de um sistema de campo de informações unificado no nível do grupo de tropas.


A causa do acidente é desconhecida ao certo.

No território da região de Voronezh há um confronto interno russo entre os mercenários rebeldes do PMC Wagner e as unidades militares das Forças Armadas Russas controladas por Moscou.

Anteriormente, os mercenários PMC Wagner já haviam abatido dois helicópteros Mi-8MTPR EW e um helicóptero de ataque Mi-35 .


Há evidências em vídeo dos lançamentos de mísseis antiaéreos contra o helicóptero Ка-52 em Voronezh.


Além do Strela-10 SAM, o PMC Wagner tem em serviço sistemas de mísseis e armas antiaéreas Pantsir-S1.

Via mil.in.ua e ASN

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Como os caças F-16 poderiam mudar a guerra na Ucrânia

As Forças Aéreas Ucranianas poderiam, em breve, voar com o F-16 Fighting Falcon nos céus dos territórios ocupados, já que o presidente estadunidense Joe Biden apoiou seu repasse, por países europeus, ao país invadido pela Rússia.


O F-16 Fighting Falcon é um avião de combate multiuso, desenvolvido pela empresa norte-americana General Dynamics (atualmente Lockheed Martin). É um caça leve e ágil, projetado para executar uma variedade de missões, incluindo superioridade aérea, ataque ao solo, interdição, reconhecimento e apoio aéreo aproximado.

O F-16 entrou em serviço na Força Aérea dos Estados Unidos em 1979 e foi posteriormente adotado por várias nações em todo o mundo. Ele se tornou um dos caças mais amplamente utilizados e bem-sucedidos da história, com mais de 4.600 unidades produzidas. A aeronave também é conhecida como “Viper” devido à sua semelhança com a serpente cascavel, além de ser chamada de “Falcão de Combate”.

Uma das características distintivas do F-16 é sua configuração monomotor, o que o torna mais leve e manobrável em comparação com muitos caças bimotores. Ele possui uma asa em delta, uma fuselagem compacta e um design aerodinâmico altamente eficiente. O avião é equipado com um motor a jato Pratt & Whitney F100 ou General Electric F110, que proporcionam um desempenho excepcional em termos de velocidade e capacidade de subida.

O F-16 é altamente manobrável e possui um sistema de controle de voo eletrônico fly-by-wire, o que significa que os comandos do piloto são transmitidos eletronicamente aos sistemas de controle da aeronave, em vez de serem transmitidos por cabos mecânicos. Essa característica torna a aeronave mais ágil e responsiva.

O avião possui uma ampla variedade de armamentos, incluindo mísseis ar-ar, mísseis ar-solo, bombas e foguetes. Também pode ser equipado com um canhão de 20 mm para combate a curta distância. Além disso, o F-16 pode ser equipado com pods externos que fornecem capacidades adicionais, como designação de alvos a laser, reconhecimento e guerra eletrônica.

Ao longo dos anos, o F-16 passou por várias atualizações e variantes, aprimorando suas capacidades. Algumas das variantes notáveis incluem o F-16C/D Block 50/52, F-16E/F Block 60 e o F-16V (Viper), este último sendo uma atualização de cockpit e sistemas para versões mais antigas do F-16.

Nota: os pilotos americanos também se referem ao F-16 pelo apelido “Viper”. Esse apelido é derivado da semelhança do avião com a serpente cascavel, conhecida como “viper” em inglês. A denominação “Viper” é amplamente utilizada como uma forma mais informal e encurtada de se referir ao F-16 Fighting Falcon entre os pilotos e entusiastas da aviação.

Como o F-16 pode impulsionar a capacidade da Ucrânia para uma Vitória na Guerra

Comentários do General Mark Milley: "O F-16 é um caça supersônico, desenvolvido na década de 1970, nos Estados Unidos, que atinge a velocidade de 1.235 quilômetros por hora. Entretanto, o presidente do Joint Chiefs General dos EUA, Mark Milley, afirmou, recentemente, que não seria uma “arma mágica”.":

“Os russos têm 1.000 caças de quarta geração”, disse o general Milley a repórteres do Pentágono, após terminar uma reunião virtual com o Grupo de Contato de Defesa Ucraniano.

Milley explicou que para obter superioridade aérea diante da Rússia, a Ucrânia precisaria de muitos caças de quarta e quinta geração.

Para ele, a coisa mais inteligente que os aliados da Ucrânia poderiam ter feito foi exatamente o que fizeram: fornecer as armas de defesa aérea certas.

Dois recursos principais


Em uma conversa com Amna Nawaz, da PBS News Hour, o tenente-general reformado Doug Lut explicou que havia duas capacidades que o F-16 poderia fornecer às forças ucranianas.

“Em primeiro lugar, no lado ofensivo, daria o apoio aéreo aproximado de precisão às tropas terrestres”, disse Lut.

Ele acrescentou ainda que isso seria muito importante para recuperar o território perdido em futuras ofensivas ucranianas.

“A segunda coisa que [o F-16] pode fazer no lado ofensivo é fornecer fogos profundos”, continuou Lut. Em outras palavras, a arma daria à Ucrânia a capacidade de ultrapassar as linhas inimigas.

Assim, segundo Lut, os ucranianos poderiam atingir importantes centros de comando e controle russos, bem como sedes-chave e locais de logística, em lugares que, atualmente, não podem alcançar, como a Crimeia e o Mar Negro.

No lado defensivo, os F-16 poderiam ser usados para enfrentar aeronaves não tripuladas, mas seriam muito mais úteis contra alvos como mísseis de cruzeiro direcionados à infraestrutura.

“Então, tanto no lado ofensivo quanto no lado defensivo, o F-16 pode realmente fazer a diferença”, explicou Lut, embora reconheça que a arma demoraria meses até ser usada.

Sem batalhas frente a frente

Onde não veríamos os caças F-16 fazendo a diferença seria nas trocas frontais com os sistemas de defesa aérea mais modernos da Rússia, como o S-400, de acordo com o Business Insider.

Em entrevista para o referido site, o Diretor Executivo do Mitchell Institute for Aerospace Studies, Douglas Birkey, observou que os ucranianos, provavelmente, teriam que ser criativos com seus novos caças para ver resultados reais no campo de batalha.

“As costas da Ucrânia estão contra a parede. Eles não podem vencer em uma guerra de desgaste centrada no solo”, explicou Birkey, acrescentando que a Rússia “acabaria vencendo essa luta e sangrando a Ucrânia até secar”.

Birkey disse também que o F-16 poderia quebrar o impasse no solo, mas depois observou que, para a aeronave ser eficaz, a Força Aérea Ucraniana precisaria adotar um conjunto de táticas muito específicas, que poderiam explorar as vulnerabilidades das defesas aéreas russas.

“Ninguém está a defender que a Ucrânia voe os F-16 cegamente contra as defesas russas. O uso eficaz do poder aéreo requer uma mistura de estratégia, tática, capacidade e tecnologia para obter os efeitos desejados”, disse Birkey.

Ele observou ainda que aeronaves não tripuladas podem ser usadas para sobrecarregar as defesas, dando aos F-16 da Ucrânia a oportunidade de atingir seus alvos.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

A feroz batalha pelo controle dos céus da Ucrânia

Pilotos ucranianos como Juice dependem de jatos da era soviética em sua batalha para controlar os céus do país.

Pilotos ucranianos como Juice dependem de jatos da era soviética em sua batalha
para controlar os céus do país
"Um lançamento foi detectado. Manobre!"

A ordem da equipe ucraniana em terra é clara — um avião de combate russo Su-35 disparou um míssil contra a aeronave de Silk. Ele sabe que tem que abortar a missão para sobreviver.

Silk, codinome do piloto, rapidamente mergulha seu caça bimotor MiG-29 tão baixo que consegue ver as copas das árvores. A antiga aeronave da era soviética começa a trepidar ao ser levada ao limite. Silk passa por torres e colinas que estudou meticulosamente no mapa enquanto se preparava para esta missão.

"Esses voos próximos à superfície são os mais difíceis", diz Silk. "Você tem que se concentrar muito. E, por causa da baixa altitude, você não tem tempo ou espaço para ejetar com segurança."

Jatos de combate como o pilotado por Silk acompanham aeronaves ucranianas de ataque ao solo durante suas missões de combate na linha de frente. O trabalho de Silk é fornecer cobertura contra mísseis ar-ar russos. Mas não há muita coisa que os jatos ucranianos possam fazer para detê-los.

"Nosso maior inimigo são os caças russos Su-35", diz outro piloto de MiG-29 cujo codinome é Juice.

"Conhecemos as posições da defesa aérea [russa], sabemos seus alcances. É bastante previsível, então conseguimos calcular quanto tempo podemos ficar [dentro da sua zona]. Mas no caso de caças, eles são móveis. Eles têm uma boa imagem aérea, e eles sabem quando estamos voando para a linha de frente."

Os mísseis russos podem voar muito mais longe do que os usados por pilotos ucranianos
As patrulhas aéreas russas são capazes de detectar a decolagem de um jato nas profundezas do território ucraniano. Seus mísseis R-37M podem atingir um alvo aéreo a uma distância de 150-200 km, enquanto os foguetes ucranianos só conseguem percorrer até 50 km.

Assim, os aviões russos podem ver as aeronaves ucranianas e derrubá-las muito antes de representarem qualquer ameaça.

Desde o início da invasão russa, a Força Aérea Ucraniana sofreu fortes baixas — embora não revele os números exatos.

A alegação da Rússia de que eles destruíram mais de 400 aviões ucranianos não parece plausível, dado que estimativas independentes do tamanho da frota ucraniana apontam para pelo menos metade desse número.

O relatório Military Balance 2022, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), afirma que a Força Aérea Ucraniana tinha 124 aeronaves com capacidade de combate antes da invasão russa em grande escala.

Para acabar com a superioridade da Rússia no ar, a Ucrânia quer que seus parceiros ocidentais forneçam jatos mais modernos, como o F-16 fabricado nos Estados Unidos.

"Nossos pilotos voam no fio da navalha", diz o coronel Volodymyr Lohachov, chefe do departamento de desenvolvimento de aviação da Força Aérea Ucraniana.

"Mas os jatos F-16 nos permitiriam operar além dos sistemas de defesa aérea do inimigo."

E seus mísseis podem ser eficazes em uma distância de até 150 km, o que permitiria a eles atacar também jatos russos.

"É claro que ainda seremos alvos", diz Juice. "Mas será uma luta igualitária. No momento, não temos nenhuma resposta a eles."

Os F-16 possuem radares melhores que podem detectar mísseis disparados contra eles. Atualmente, a equipe que monitora os radares em solo precisa comunicar verbalmente os pilotos sobre as ameaças que eles enfrentam.

"Nossos jatos não têm um sistema para avisar sobre lançamentos [de foguetes russos]", diz um piloto de jato de ataque Su-25 cujo codinome é Pumba.

"É tudo baseado no visual. Se você os vê, simplesmente tenta escapar disparando armadilhas de calor e manobrando."

A superioridade aérea da Rússia significa que a Ucrânia pode se dar ao luxo apenas a uma mobilização limitada da sua aviação militar perto da linha de frente, o que pode ter um grande impacto no sucesso de qualquer futura operação de contra-ataque. De acordo com Juice, eles realizam até 20 vezes menos missões do que a Força Aérea Russa.

E as armas que as aeronaves de ataque ucranianas possuem são do estoque de antigas bombas e foguetes não guiados da era soviética, que estão se esgotando rapidamente devido aos suprimentos limitados.

Mas não se trata apenas de apoio aéreo para tropas terrestres. Os jatos ocidentais também poderiam melhorar os sistemas de defesa aérea da Ucrânia, de acordo com os pilotos.

"Nossas aeronaves têm radares antigos que não detectam mísseis de cruzeiro [russos]. Somos como gatos cegos quando tentamos derrubá-los", explica o coronel Lohachov.

O alcance das armas ocidentais do F-16 permitiria que eles interceptassem mísseis de cruzeiro "de longa distância diretamente em nossas fronteiras, em vez de tentar pegá-los em algum lugar em áreas centrais da Ucrânia", observa Juice.

Os caças MiG-29 que a Polônia e a Eslováquia transferiram para a Ucrânia recentemente não resolvem seus principais problemas, dizem os pilotos ucranianos. Esses aviões têm as mesmas armas antigas e capacidade limitada da frota ucraniana.

Mas o governo dos EUA descartou o envio de jatos F-16 para a Ucrânia. Muitos temem que fornecer aeronaves ocidentais à Ucrânia só vai escalar o conflito, atraindo os EUA e a Europa diretamente para a guerra.

Nem sequer o treinamento de pilotos ucranianos para pilotar esses aviões foi aprovado. Na verdade, Colin Kahl, subsecretário de políticas de defesa do Pentágono, disse que "o cronograma mais rápido" para a entrega dos F-16 seria de 18 meses e, portanto, não fazia sentido treinar pilotos com antecedência.

No entanto, as autoridades ucranianas esperam obter esses jatos de países europeus, o que ainda exigiria o consentimento dos EUA, mas seria muito mais rápido de entregar.

Quanto ao treinamento de pilotos, "só conseguimos enviar um certo número de pessoas por um período limitado num dado momento. Precisamos evitar reduzir nossas capacidades militares aqui", diz o coronel Lohachov.

Portanto, a melhor opção, segundo ele, é começar a enviar pequenos grupos agora para ter pilotos treinados suficientes quando os aviões chegarem.

Está claro, no entanto, que esses jatos não serão entregues a tempo para a esperada contra-ofensiva da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já anunciou que esta operação vai seguir adiante sem esperar pelas aeronaves ocidentais.

Alguns especialistas questionam o impacto que os F-16 poderiam ter nesta guerra.

A Ucrânia precisaria reformar todos os seus aeródromos para receber os jatos F-16,
 já que essas aeronaves precisam de pistas mais longas para decolar
O professor Justin Bronk, pesquisador do Royal United Service Institute (RUSI), diz que esses jatos forneceriam uma camada extra de defesa, mas "não reverteriam a guerra por conta própria".

Até mesmo com os jatos F-16, "os pilotos ucranianos ainda teriam que voar muito baixo em qualquer lugar perto das linhas de frente por causa da ameaça terrestre da Rússia, e isso limitaria o alcance efetivo dos mísseis", explica Bronk.

"E também significa que empregar o poder aéreo da maneira que o Ocidente fez em guerras como do Iraque, Líbia, Afeganistão, não é possível na Ucrânia."

Os desafios logísticos levantam questões sobre se vale a pena enviar os jatos F-16 para a Ucrânia. Não se trata apenas de treinar pilotos e mecânicos — a infraestrutura precisa ser aprimorada também.

Os F-16 são projetados para pistas muito suaves e longas. A Ucrânia terá que adaptar seus aeródromos atuais para atender a esses requisitos — pavimentá-los, esvaziá-los e ampliá-los.

"Mas fazer isso será visível para os russos do espaço e por meio de fontes de inteligência humana", argumenta Bronk.

"E se você fizer apenas uma ou duas bases e tentar estabelecer apoio terrestre para operar os F-15 ou F-16, os russos vão ver e vão atacá-las."

"Você teria que fazer então várias delas. E esbarra na seguinte questão — vale a pena o número de profissionais qualificados e a quantidade de esforço político e apoio logístico que poderia ser usado para outras coisas, como tanques e artilharia, ou sistemas de defesa aérea terrestres?"

Por enquanto, pilotos ucranianos como Pumba, Silk e Juice vão ter que contar com seus antigos caças e jatos de ataque da era soviética.

Quando um alarme convoca para uma nova missão de combate, eles correm em direção a sua aeronave. Fazem um sinal de joia para os mecânicos para confirmar que todos os sistemas a bordo estão funcionando.

Alguns deles participaram de mais de 100 missões de combate. Mas eles sabem que cada voo pode ser o último.

Via BBC

quarta-feira, 1 de março de 2023

Por que o Antonov An-225 Mriya era um fenômeno

Embora a maior aeronave do mundo tenha sido infelizmente destruída, seu legado permanecerá vivo nos próximos anos.

(Foto: Getty Images)
O enorme avião de carga An-225 'Mriya' de Antonov vem dominando as manchetes nos últimos dias, em que completou no dia 27 de fevereiro um ano de sua destruição em meio a guerra na Ucrânia. 


Embora o gigante de seis motores muitas vezes tenha despertado significativa atenção da mídia, o tom dos relatórios recentes foi bem menos comemorativo. De fato, o An-225 parece ter sido destruído em meio à invasão russa da Ucrânia. Vamos dar uma olhada no que tornou essa aeronave única um fenômeno.

Tamanho importa


A coisa mais notável sobre o Mriya , cujo nome significa 'sonho' ou 'inspiração' em ucraniano, é o tamanho da aeronave. Isso fica imediatamente evidente nas fotos do cargueiro descomunal, e certamente ainda mais para aqueles que tiveram a sorte de ver o avião pessoalmente. Mas quão grande era, exatamente?

Em termos de comprimento, o An-225 se estendia confortavelmente até mesmo os mais longos aviões comerciais modernos em quase 10 metros. Ele atingiu 84 metros de comprimento, em comparação com 76,7, 76,4 e 75,4 para o Boeing 777-9, 77-8 e Airbus A340-600, respectivamente. A aeronave de transporte mais próxima em comprimento é o Lockheed C-5 Galaxy, com 75,3 metros.

O poderoso An-225 era mais largo do que comprido (Foto: Getty Images)
Quando se tratava da envergadura do An-225, esse número era ainda maior do que o comprimento significativo do Mriya. Suportando seis motores turbofan, as asas do avião se estendiam 88,4 metros de largura, superadas apenas pelo Hughes H-4 Hercules e Scaled Composites Stratolaunch . O An-225 também foi a aeronave mais pesada já construída, com um peso máximo de decolagem de 650 toneladas, incluindo 250 toneladas de capacidade de carga.

Vários recordes mundiais


Estatisticamente, podemos ver que o An-225 era difícil de vencer quando se tratava de suas dimensões. Essas foram as principais razões de por que era tão popular entre os entusiastas da aviação, que podiam sair em massa para ver o avião onde quer que fosse. No entanto, também foi um artista excepcional e deteve vários recordes mundiais.

Inicialmente projetado para transportar naves espaciais na forma de orbitadores 'Buran', o An-225 experimentou um hiato prolongado após o colapso da União Soviética. Retornando ao serviço no século 21, ele se viu sendo usado para transportar uma gama cada vez mais diversificada de carga em uma base comercial. Isso permitiu que ele quebrasse os referidos recordes.

Por exemplo, em junho de 2010, transportou a carga aérea individual mais longa do mundo (42,1 metros) quando transportou duas pás de turbinas eólicas da China para a Dinamarca. O An-225 também estabeleceu a referência em categorias como o item mais pesado de carga aérea (um gerador de 189 toneladas) e a carga útil total mais pesada (quatro tanques totalizando 253,82 toneladas, um número que parece exceder sua carga útil máxima teórica).


O que o futuro guarda?


Na semana passada, logo após a Rússia iniciar sua invasão da Ucrânia, começaram a surgir relatos de que o An-225 havia sido destruído em combates no Aeroporto Hostomel de Kiev (GML). Vários dias depois, a Ucrânia foi ao Twitter para confirmar o triste destino da enorme aeronave . Ao fazê-lo, o país afirmou desafiadoramente que " vamos reconstruir o avião ".

Um segundo An-225 permanece incompleto. Esta poderia ser a chance da aeronave renascer?
 (Foto: Getty Images)
Os planos da Ucrânia para colocar o An-225 de volta no ar fornecem um vislumbre de esperança em um momento preocupante e incerto. Como isso será feito ainda não está claro, mas talvez faça uso da segunda fuselagem inacabada do An-225 para obter uma vantagem inicial no projeto. A aeronave está cerca de 60 a 70% concluída.

Por Jorge Tadeu com informações do Simple Flying e Wikipedia

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Raro avião radar russo teria sido destruído por opositores bielorrussos ainda em solo

Um ataque de drones supostamente coordenado por civis pode ter destruído um avião radar Beriev A-50 da Rússia que estava estacionado no país vizinho, a Bielorrússia.

(Foto por Dmitry Terekhov)
A aeronave severamente danificada tem matrícula RF-50608 e código de chamada “Bort 43 Vermelho”. Ela era um dos IL-76 modificados para a função de alerta aéreo antecipado, com um grande radar na parte superior de sua fuselagem.

Este avião cargueiro militar modificado é o único da Rússia capaz de alertar sobre aeronaves inimigas à distância, sendo uma ferramenta essencial para a invasão da Ucrânia, que após um ano de conflito não tem superioridade aérea estabelecida por nenhum dos dois lados.

A aeronave estava na Base Aérea de Machulishchy, próxima da capital bielorrussa de Minsk. Ela estava próxima de caças MiG-31 e helicópteros Mil Mi-8 Hip, Mi-24 Hind e Mi-28 Havoc, todos das forças aeroespaciais russas, que estavam realizando exercícios conjuntos com seus pares de Belarus.

Imagem de satélite de uma aeronave russa A-50U na Bielo-Rússia antes do ataque ao aeródromo de Machulishchi, fotografada em 19 de fevereiro de 2023 (Foto: Planet Labs)
Inicialmente, a informação era de que o A-50 fora atacado por drones ucranianos, mas depois a Bypol, uma organização formada por antigos membros do setor de segurança pública de Belarus para combater o ditador e presidente Lukashenko, assumiu a autoria do ataque.

Segundo a resistência bielorrussa, o ataque foi realizado por drones civis que explodiram o radar e cabine do Beriev, deixando a aeronave sem condições de voo. Civis reportaram ao jornal Belsat que ouviram explosões próximo do aeroporto, muita movimentação da polícia, que inclusive estaria fazendo varreduras nos apartamentos próximos da região, possivelmente procurando os autores do ataque.

A Bypol informa que o plano chamado de “Vitória” foi executado com sucesso e que os perpetradores já saíram do país. Até o momento, tanto a Rússia como a Belarus não comentaram o fato.


Via Carlos Martins (Aeroin) e nv.ua

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Um ano de guerra: as perdas aéreas de Rússia e Ucrânia em 365 dias de conflito


Na última sexta-feira (24) completou-se 365 dias que as tropas da Rússia cruzavam as fronteiras da Ucrânia, iniciando uma guerra que até mesmo as autoridades norte-americanas acharam que duraria apenas 72 horas. O conflito que completou um ano na sexta-feira (24) abalou fortemente a geopolítica mundial, mudou a maneira de se guerrear e matou um incontável número de civis e militares.

Os meios aéreos foram amplamente empregados desde as primeiras da “Operação Militar Especial”, como Moscou chama a invasão na Ucrânia. Desde então, os dois países juntos acumulam 265 aviões, helicópteros e drones de combate (UCAV) perdidos ou capturados no combate. Se somarmos os pequenos (e amplamente empregados) drones de reconhecimento, esse número sobe para 517 abates ou capturas.

Destroços de Su-30 que caiu em um campo na Ucrânia (Foto: Andriy Tsaplienko)

Rússia


Após meses de tensão elevada por conta do acumulo de milhares tropas nas fronteiras do país vizinho, a madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022 ficou marcada pelo discurso do presidente russo Vladimir Putin, gravado ainda antes da ação, mas transmitido enquanto a Ucrânia começava a ser atacada.

Os ataques de mísseis de cruzeiro e demais armas de precisão neutralizaram várias unidades ucranianas, mas as primeiras horas do conflito já fariam suas primeiras vítimas do lado invasor, com a resposta das tropas de Kiev, derrubando aviões e helicópteros das forças armadas de Moscou.

Desde então, a Rússia perdeu 74 aviões, 78 helicópteros, sete UCAVs e 186 aeronaves remotamente pilotadas (ARPs) de reconhecimento, incluindo unidades capturadas, danificadas e/ou destruídas em ações fora do combate.


As perdas são variadas, incluindo vetores mais modernos, como o Ka-52 Alligator e o Su-35 Flanker-E, ou veteranos como os jatos de ataque Su-25 Frogfoot, sobre o qual falaremos com mais detalhes em seguida.

Embora acumulem um número significativo de perdas, aliado à uma cadeia logística problemática, as Forças Aeroespaciais Russas (VKS), Aviação do Exército e aviadores do Grupo Wagner de mercenários seguem impondo uma ameaça real e eficaz contra a aeronáutica ucraniana e tropas em solo.

Restos de um Su-35S Flanker-E da VKS, abatido na Ucrânia em 30/04.
O Su-35 é o jato mais moderno que a Rússia perdeu no conflito (Foto: Reuters)
Outro fator importante é a densa defesa aérea, que nega o uso do espaço aéreo por meio de camadas de sistemas de curto, médio e longo alcance. Isso força os pilotos a realizar voos rasantes, o que também os expõe aos mísseis antiaéreos portáteis (MANPADS). Cabe destacar, no entanto, que essa realidade também existe para os russos, uma vez que a OTAN tem enviado sistemas antiaéreos cada vez mais avançados aos ucranianos.

Ucrânia


Assim que os militares russos começaram a invasão, uma série de bases aéreas, sítios de mísseis antiaéreos (SAM) e prédios de manutenção da Ucrânia se tornaram alguns dos primeiros alvos. Muitos aviões foram destruídos ainda em solo, enquanto boa parte foi salva dos ataques.

A velha mas capaz Força Aérea Ucraniana (UAF) deu a resposta, com uma série de vídeos virais mostrando caças MiG-29 e Su-27 e jatos de ataque Su-24 e Su-25 voando baixo e armados, na caça ao inimigo. No meio da confusão do conflito, uma lenda urbana de um Ás da Força Aérea Ucraniana também surgiu, indo até mesmo aos grandes jornais da mídia tradicional, mas desmentida somente meses depois.


Ainda assim, os números do lado azul e amarelo também são consideráveis. Kiev perdeu 59 aviões, 30 helicópteros, 17 UCAVs e 66 ARPs, também somando unidades capturadas ou danificadas.

Embora fortemente abalada, a UAF segue lutando contra o inimigo que é numericamente e tecnologicamente superior, que dispõe de caças de 5ª geração e armas de precisão. Generais ucranianos já reconheceram que a luta pelo espaço aéreo é favorável à Rússia, que realiza patrulhas aéreas de combate com aviões armados com mísseis de longuíssimo alcance, e que operam dentro da proteção do pesado guarda chuva antiaéreo.


Dessa forma, Kiev tem suplicado ao Ocidente pela transferência de caças modernos, como o Saab Gripen, F/A-18 Hornet, Mirage 2000 e F-16 Viper. Após vários meses de negociação, esta realidade pode estar cada vez mais próxima, com aliados sinalizando positivamente para esses pedidos.

Por outro lado, os MiG-29 e Su-27 foram adaptadas para carregar mísseis antirradiação norte-americanos, que já acumulam vitórias sobre alvos russos. É possível que logo também carreguem as bombas inteligentes JDAM, inclusas nos últimos pacotes de auxílio militar.

Avião mais abatido


Dentre os dados compilados pelo portal Oryx, um avião se destaca como o modelo mais abatido somando as perdas de ambos os lados: o Sukhoi Su-25 Frogfoot.

O Su-25 foi desenvolvido especificamente para missões de ataque ao solo e suporte aéreo aproximado, como uma resposta ao A-10 Thunderbolt II norte-americano, operações o expõe aos MANPADS, SAMs de curto alcance e artilharias antiaéreas de cano. Isso reflete no número de aviões perdidos/danificados no conflito: 43, sendo 16 para a Ucrânia e 27 para a Rússia.

Su-25 russo com danos após ser atingido por um míssil terra-ar ucraniano
De qualquer forma, o Grach, como é chamado na Rússia, é amplamente reconhecido por sua robustez (assim como o A-10), capaz de retornar à base mesmo seriamente danificado. É o caso de um Frogfoot russo que pousou após ser atingido por um míssil ucraniano, logo nos primeiros meses da guerra. Isso também foi reforçado no final de janeiro em um incidente na África, entre Congo e Ruanda.

Outros aviões também são proeminentes na lista, como o MiG-29 Fulcrum, aeronave mais destruída no lado ucraniano, com 17 vetores (apenas um a mais que o Su-25). Para a Rússia, o Su-25 lidera o número de abates, enquanto o Su-34 Fullback também chama atenção nesse quesito, com 18 aeronaves destruídas. O moderno caça-bombardeiro de longo-alcance também caiu para a defesa aérea ucraniana ainda no primeiro mês do conflito.

Helicóptero Ka-52 Alligator derrubado perto de Hostomel no primeiro dia da guerra entre Rússia e Ucrânia (Foto via UAF)
No todo, a maior vítima dentre as aeronaves russas é o helicóptero de ataque Ka-52 Alligator, com 31 abates. Helicópteros em geral tem sido “alvos fáceis” para os MANPADS de ambos os lados.

Sem luz para um fim


A guerra aérea no leste europeu trouxe uma série de lições para o mundo todo, sendo fruto para a produção de artigos noticiosos e estudos mais aprofundados, seja em nível amador ou acadêmico/profissional. À medida que o conflito avança e as táticas se atualizam, as formas de emprego dos vetores aéreos também mudam. Com a possível chegada de novos aviões de caça nas mãos dos ucranianos, a situação se torna ainda mais preocupante.

Os eventos mais recentes não indicam nenhuma resolução para a sangrenta guerra entre Ucrânia e Rússia no curto prazo. Dessa forma, o número de aeronaves derrubadas deve crescer. Infelizmente, o mesmo serve para as vidas inocentes.

Via Gabriel Centeno (Aeroflap) - Imagens: g1 e Wikipedia

Vídeo: Antonov An-225: avião destruído pelos russos começa a ser desmontado

Repórter ucraniana posta vídeo com os restos do Antonov An-225. Ex maior avião do mundo será desmontado pela empresa.


Desde março do ano passado, jornalistas e autoridades têm visitado o aeroporto de Gostomel para testemunhar um ícone da aviação: o Antonov An-225 Mryia, que sofreu danos significativos durante a guerra entre Ucrânia e Rússia. O confronto completou um ano nesta semana.

A cada nova visita de redes de televisão ou jornalistas, as imagens da destruição são renovadas através de novos pontos de vista e perspectivas cinematográficas. Um exemplo recente disso foi um vídeo publicado pela jornalista ucraniana Hrystyna Velychanska em seu perfil no Instagram.


A jornalista visitou os restos do gigantesco avião no aeroporto de Gostomel, onde eles permanecem no mesmo lugar há mais de um ano. A Ucrânia optou por manter o local praticamente intacto para que possíveis perícias pudessem ser realizadas, mas não se sabe por quanto tempo mais os restos daquela que já foi a maior aeronave comercial do mundo permanecerão ali.

De acordo com a repórter, os funcionários da Antonov estão prontos para remover as asas do hangar dentro de algumas semanas. Algumas partes do avião serão preservadas, mas a maior parte da fuselagem será retirada do aeródromo de Gostomel.

Enquanto isso, os visitantes continuam chegando. O avião, que fez seu primeiro voo em 1988, foi um símbolo de orgulho para a Ucrânia e ainda não há informações concretas sobre a possibilidade de ser construído um segundo exemplar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Um avião de ataque russo Su-25 caiu perto da fronteira com a Ucrânia


Nesta quinta-feira (23), o caça Sukhoi Su-25SM3, número de cauda RF-95143 37 Y, da Força Aérea da Rússia
caiu na região de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, disse o governador da região, Vyacheslav Gladkov.

Segundo informações preliminares, o acidente ocorreu no distrito da cidade de Valuysk, nos arredores da vila de Orikhove. A causa da queda do avião militar pode ser um defeito técnico.

"Um avião do Ministério da Defesa caiu no distrito da cidade de Valuysk. Uma equipe de investigação e funcionários do Ministério de Situações de Emergência estão trabalhando no local. A razão do que aconteceu está sendo esclarecida", escreveu Gladkov.


Segundo a mídia local, a aeronave de ataque caiu em um celeiro com feno, após o que começou um incêndio, a estrutura queimou, mas o piloto ejetou e foi levado ao hospital. No entanto, o piloto logo morreu devido aos ferimentos incompatíveis com a vida.

O Ministério da Defesa do país agressor informou que o motivo da queda da aeronave de ataque Su-25 foi uma falha técnica. Numa das fotos publicadas nas redes sociais é possível verificar que se tratava de um avião com a matrícula RF-95143 com a placa número 37 “amarelo”.

Avião de ataque russo Su-25SM3
O Su-25 é uma aeronave de combate altamente protegida. Os sistemas vitais da aeronave de ataque são duplicados e blindados. Atenção especial é dada à proteção de componentes e elementos críticos - a cabine do piloto e o sistema de combustível.

Em 2001, a Rússia iniciou um programa para atualizar aeronaves de ataque Su-25 para a versão Su-25SM. A aeronave atualizada recebeu melhores capacidades de combate.

Via ASN e mil.in.ua

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Como pilotos ucranianos com falta de armas estão combatendo a Rússia em antigos helicópteros soviéticos: “É melhor que nada”


O horizonte desaparece por um momento à medida que o nariz do helicóptero recua. Há um barulho ligeiro à medida que os mísseis traçam o arco de fumo castanho à frente. Os bancos da aeronave são como que atirados para o lado por uma força exterior.

Mergulhando de volta para terra, ele lança chamas da sua cauda para “distrair” mísseis que procuram calor.

Em algum lugar na batalha pela cidade ucraniana oriental de Bakhmut, soldados russos estão a ser despedaçados, e queimados, à medida que o próprio solo irrompe quando os mísseis encontram o seu alvo. Não há tempo para refletir - o resultado dos mísseis será passado aos pilotos mais tarde. A sua tarefa agora é permanecerem vivos.

As perdas da Ucrânia são um segredo nacional. Mas os pilotos e a tripulação aérea da Brigada Sikorsky, todos perderam amigos próximos para os russos SAM (Mísseis Superfície Aéreos). Muitas vezes lançados aos ombros, os mísseis portáteis podem atirar um helicóptero para uma bola de chamas em segundos.

Eles estão a ser caçados. Quer seja por via aérea ou não. A força aérea e os pilotos do exército da Ucrânia, juntamente com os seus aviões e helicópteros, são presas prioritárias para os mísseis da Rússia. Eles estão provavelmente no topo da lista do Kremlin.

Um helicóptero do exército ucraniano regressa de uma missão de combate perto de Bakhmut, descrita pelo residente Zelensky como sendo, atualmente, “a mais difícil de todas” as áreas na Ucrânia (Foto: Sarah Dean/CNN)
A CNN passou algum tempo integrada na Brigada Sikorsky, no leste da Ucrânia, operando a partir de uma base secreta. Lá existe um punhado de helicópteros e pilotos, conduzindo missões de combate contra as forças russas.

Dada a enorme vantagem que a Rússia goza sobre a Ucrânia em termos de aviões e pilotos, é espantoso que a Ucrânia ainda possa ameaçar as forças russas. Na verdade, é desconcertante que quase um ano após o início do conflito, a Ucrânia ainda tenha uma força aérea e uma frota de helicópteros, dado o esforço para os destruir.

“Ficamos sempre surpreendidos por estarmos aqui. Mas, bem, estamos e nunca vamos parar”, diz o vice-comandante da Brigada Sikorsky - o seu nome e localização são segredos militares.

Os pilotos de helicóptero da Ucrânia têm de voar tão baixo que estar a bordo de um deles é como andar sobre uma pedra atirada a saltar sobre a água.

Serhiy e Hennady são ambos pilotos de meia-idade com mais de duas décadas de voo atrás de si. Passaram grande parte do início dos anos 2000 a voar para as Nações Unidas em missões de manutenção da paz na Libéria, Serra Leoa, Sul do Sudão e na República Democrática do Congo (RDC).

Mísseis carregados dentro das cápsulas estão prontos para a missão destes pilotos
do exército ucraniano (Foto:. Sarah Dean/CNN)
A experiência, dizem eles, tinha sido inestimável. Ela manteve as suas horas de voo atualizadas e deu-lhes a experiência de voar baixo e em circunstâncias difíceis - como a guerra civil em curso na RDC.

Ainda esta semana, Serhiy, que comanda um voo de dois Mi-8 cada um voando cerca de três combates por dia, disse à CNN que “cortou” uma árvore. Três das cinco lâminas do rotor foram danificadas e causaram uma aterragem forçada - uma queda de cerca de seis metros. Os veneráveis Mi-8s - todos produzidos antes do colapso da União Soviética - têm mais de três décadas, os seus lados estão cobertos de preto, com fumo de escape e óleo.

Perigosamente perto da linha da frente, ele não podia ficar no chão, pelo que, após uma rápida inspeção, descolou usando as lâminas danificadas. Voou para um local na retaguarda onde os engenheiros podiam trocar o equipamento danificado por três outros retirados a um helicóptero diferente.

As forças armadas da Ucrânia estão a fazer o mesmo. Recebe mais equipamento ao capturá-lo das tropas russas do que ao ser doado pelos aliados.

Depois de terem atingido uma árvore, os engenheiros trabalham para substituir as lâminas
do helicóptero Mi-8 de construção soviética (Foto: Sarah Dean/CNN)
O Presidente Volodymyr Zelensky pediu à NATO e a outros aliados, entre outras coisas, jatos e outros aviões. Até agora, a resposta tem sido quase nula.

O Reino Unido ofereceu-se para impulsionar a frota de helicópteros da Ucrânia com um punhado de antigos aviões Sea King que foram desativados pelos militares. Portugal, entretanto, deu seis aviões de fabrico russo Ка-32А11VS - nenhum dos quais é sequer aeronavegável e que, segundo o seu ministro da defesa, a Ucrânia teria de arranjar.

“O que mais podemos nós fazer?”


Para Serhiy, o piloto ucraniano, o equipamento pode não chegar a tempo. Falando à CNN na base de operações da brigada, ele diz: “É claro que precisamos de helicópteros mais recentes porque temos naves da era soviética. Estamos os espremendo com tudo o que é possível e impossível.”

“Seria bom se nos fossem dados alguns novos tipos de helicópteros, incluindo os Apaches. Aprenderíamos a usá-los muito rapidamente, porque temos a motivação”.

A sua equipe montou locais temporários perto da linha da frente, onde escondem combustível e munições. As tripulações de apoio escondem-se de vista. A segurança de perímetro existe, mas é invisível.

“São aviões velhos, com certeza. Mas são melhores do que nada - que mais podemos fazer?” pergunta Hennady.

Ao regressar de uma missão, Serhiy, um piloto com 22 anos de experiência, diz que a Ucrânia precisa de novos helicópteros de ataque e de novos jatos com armas de longo alcance para que possam atingir a defesa aérea e os jatos da Rússia (Foto: Sarah Dean/CNN)
Os pilotos ucranianos perderam muitos amigos nesta guerra de atrito. A sua principal arma é, sem dúvida, uma motivação maior do que a dos seus inimigos russos. Eles querem aviões ocidentais como se as suas vidas dependessem disso – coisa que fariam.

Yuri é um piloto mais jovem, que está emparelhado com um copiloto mais experiente, mas no entanto tem um total de mais de 100 missões de combate só este ano. “Tudo o que temos são pilotos habilidosos que pilotam helicópteros velhos”, diz ele. “Se tivéssemos novas máquinas, seríamos capazes de cumprir muito melhor as tarefas. Apoiaríamos melhor a infantaria durante o combate, e é claro que haveria menos baixas. Porque o sistema que protege o helicóptero é muito melhor nos modelos ocidentais de helicópteros”.

Os Mi-8s neste voo foram concebidos como helicópteros de transporte nos anos 60, mas são agora montados com mísseis. Ao contrário dos helicópteros de ataque modernos, ou mesmo da era soviética, eles não têm armadura para proteger os pilotos.

Também não dispõem de sistemas sofisticados de mira. A utilização eficaz dos seus mísseis é uma combinação de esperança e experiência.

O piloto de helicóptero ucraniano Hennady obteve a sua formação na Rússia e serviu como oficial russo durante três anos. Nunca imaginou que um dia precisaria de lutar contra eles. (Foto: Sarah Dean/CNN)
Depois de uma saída esta semana contra as tropas russas que se reuniam para um ataque perto de Bakhmut, Serhiy disse: “Atingimos o alvo - estou satisfeito”.

Mas ele teve de esperar 24 horas para saber isto com os operadores de drones ucranianos que o chamaram para lhe dar a notícia. Porque quando os seus mísseis atingiram o chão, ele já estava a correr abaixo da altura das árvores.

“Os russos podem encontrar-nos e atingir-nos a mais de 30 km de distância. Temos radares que podem segui-los, por isso por vezes sabemos que estão a disparar contra nós e que podem aterrar ou esconder-se atrás de colinas”, explica ele.

“Contra-medidas eletrônicas” para distrair os SAM modernos da Rússia e foram instalados mísseis ar-ar - mas esses sistemas também são antigos.

“Não sabemos se funcionam de todo", diz Hennady, "mas se funcionam a 2%, isso é melhor do que nada".

“É melhor do que nada” terá de chegar por agora aos pilotos que se veem a si próprios como defensores da Europa contra os invasores russos.

A dor do luto, no entanto, permanece crua. “Em Dezembro, morreu um amigo muito chegado”, diz Serhiy. “Muitas pessoas que eu conhecia, amigos, já morreram, infelizmente. É muito doloroso, estou muito incomodado... Não posso seguir em frente”.

Via CNN Portugal