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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Marinha afunda o porta-aviões desativado São Paulo, após meses de impasse

Em nota, força naval disse que procedimento foi feito com segurança e competência técnica, no final da tarde de sexta (3).

Foto do porta-aviões desativado São Paulo, capturada através de satélite pelo Greenpeace
(Foto: Divulgação/Greenpeace Brasil)
A Marinha afundou no final da tarde desta sexta-feira (3) o porta-aviões desativado São Paulo, que estava navegando há meses no mar depois de ser proibido de entrar no Brasil e no exterior.

"O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro", afirma a força naval, por meio de nota.

Nesta sexta, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) liberou que a Marinha afundasse o porta-aviões, rejeitando um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que via grave risco ambiental na decisão.

Três buracos no casco da embarcação fizeram com que o navio se enchesse de água, o que tornou o afundamento inevitável, segundo uma inspeção realizada pela Marinha do Brasil.

De acordo com o documento, se nada fosse feito, o porta-aviões iria afundar de forma descontrolada até meados de fevereiro.

Risco de dano ambiental


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avaliou que o afundamento do navio pode provocar os seguintes danos ambientais:
  • A liberação de materiais poluentes contidos na estrutura pode causar distúrbio na capacidade filtrante e dificuldade de crescimento em organismos aquáticos;
  • O impacto físico sobre o fundo do oceano pode provocar a morte de espécies e a deterioração de ecossistemas;
  • Emissão de gases (CFCs e HCFCs) usados no isolamento de salas contribuem, a partir da corrosão das paredes, para a degradação da camada de ozônio;
  • A carcaça pode atrair espécies invasoras prejudiciais para a biodiversidade nativa;
  • Microplásticos e metais pesados presentes em tintas da embarcação podem se tornar protagonistas de bioacumulação indesejável em organismos aquáticos.
Por causa disso, o Ibama pediu à Marinha informações para estudar alternativas de redução dos danos ambientais. O órgão ambiental também queria mapear a área de fundo do oceano onde o navio seria afundado.

Segundo o MPF, a sucata da embarcação tem 9,6 toneladas de amianto, substância que tem potencial tóxico e cancerígeno. O casco também conta com 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos.

De acordo com o Ibama, o navio não transportava carga tóxica, mas os materiais perigosos fazem parte "indissociável" de sua estrutura.

Um desses materiais é o amianto, uma fibra mineral considerada tóxica. Atualmente proibida em mais de 60 países, o amianto era utilizado em diversos segmentos industriais.
Desde 2017, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu totalmente o uso do amianto no Brasil.


A Marinha só assumiu a gestão do porta-aviões depois que a MSK, companhia que o transportou entre o Brasil e a Europa, ameaçou abandonar o casco no meio do oceano.

Área do afundamento



Na nota divulgada pela Marinha do Brasil, há a confirmação de que o antigo porta-aviões São Paulo foi naufragado em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), a 350 quilômetros costa brasileira e com profundidade aproximada de 5 mil metros.

O documento diz ainda que a área "foi selecionada com base em estudos conduzidos pelo Centro de Hidrografia da Marinha e Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira".

"As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas", diz o texto da Marinha.

Segundo a Marinha, esse local foi escolhido por cinco motivos:
  1. Localização dentro da área da Zona Econômica Exclusiva do Brasil;
  2. Localização fora de Áreas de Proteção Ambiental;
  3. Área livre de interferências com cabos submarinos documentados;
  4. Área sem interferência de projetos de obras sobre águas (ex: parques eólicos);
  5. Área com profundidades maiores que 3 mil metros.
Especialistas disseram que o porta-aviões poderia ser afundado com o uso de explosivos. Procurada. A Marinha não detalhou a operação.

Via g1 e CNN

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Grupo saudita oferece R$ 30 milhões por casco de porta-avião, e Marinha adia afundamento

Naufrágio estava previsto para ocorrer na quarta (1º); advogado diz que ainda não recebeu resposta sobre negociação.

O NAe São Paulo (A-12) é um porta-aviões da classe Clemenceau, que esteve a serviço da Marinha do Brasil entre 2000 e 2014, tendo sido descomissionado em 2020 (Foto: Rob Schleiffert)
O grupo empresarial Sela, da Arábia Saudita, entrou em contato com a Marinha brasileira para apresentar uma oferta para a compra do casco do porta-aviões São Paulo.

A proposta foi feita na segunda-feira (30), após a Folha revelar que a Marinha planejava afundar a embarcação diante do avançado grau de degradação do antigo aeródromo.

O grupo saudita oferece cerca de R$ 30 milhões para a aquisição do casco — valor três vezes maior que o feito pelo estaleiro turco Sök Denizcilik and Ticaret Limited.

A companhia turca chegou a assinar o contrato de aquisição com a Marinha, mas decidiu devolver o porta-aviões após a Turquia vetar a entrada da expedição em seu território.

Com a proposta, a Marinha decidiu adiar o afundamento do casco, que estava previsto para ocorrer na quarta-feira (1º). Fontes militares não descartam a possibilidade de embarcar naufragar de forma involuntária, já que as condições de flutuabilidade do navio estão péssimas.

"Na qualidade de procuradores do grupo Sela da Arábia Saudita manifestamos interesse em comprar o casco da antiga embarcação ex-NaE São Paulo, assumindo assim todo e qualquer custo operacional com emergências perdidas e remoção de resíduos tóxicos", escreveu o advogado Alex Christo Bahov , contratado para representar os sauditas na negociação, em email para a Marinha.

"O grupo Sela está ciente dos problemas e elevados custos envolvendo o casco da antiga embarcação ex-NaE São Paulo, destinação final para estaleiro e desmanche com certificação 'green' bem como a necessidade de seguro e demais obrigações inerentes à operação com o casco em questão", continua.

No fim do e-mail, o advogado afirma que espera da Marinha com "brevidade", para iniciar as tratativas e enviar uma equipe de especialistas para a vistoria do casco "o quanto antes".

Em resposta, Bahov recebeu uma resposta curta: "Acuso receptor", escreveu o terceiro-sargento Leandro, lotado no gabinete do comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.

Procurado pela Folha, Bahov afirmou que a companhia saudita está disposta a realizar os procedimentos para evitar o afundamento da embarcação.

"O problema principal, que é o rasgo no casco, tem como solucionar. Podemos enviar um mergulhador, se não der você manda para um dique seco. Dá até para enviar um navio-plataforma, que afunda e coloca o porta-aviões no bojo . O que não dá é afundar um navio desses, com quantidade de material perigoso que está a bordo, como o amianto e outros produtos químicos que foram declarados no inventário", disse o advogado.

Ele acrescentou que o grupo saudita tem interesse econômico no porta-aviões, com o desmanche das peças, além de o casco representar um ativo para quem o adquirir.

"É a maior embarcação de guerra do Atlântico. É um navio grande, de desenho bonito, que tem história. Ele participou de testes nucleares quando ainda era a bandeira francesa. Há uma questão de empoderamento também em adquirir algo histórico como o porta-aviões. "

O porta-aviões São Paulo tem 266 metros de comprimento. Seu armamento era composto de três lançadores duplos de mísseis e metralhadoras de grosso calibre.

Inutilizado há décadas, o navio passou por um desmanche na França. Na década de 1990, ele chegou a passar por um processo de desamintação, que retirou 55 toneladas do produto tóxico.

Mesmo assim, o amianto ainda está presente nas paredes do porta-aviões —a substância era usada como isolamento térmico e acústico, para reduzir o barulho da decolagem das aeronaves para a tripulação.

O porta-aviões foi vendido pela Marinha ao estaleiro turco Sök Denizcilik and Ticaret Limited, especializado em desmanche de navios. O veículo deixou o Brasil no dia 4 de agosto, em viagem que gerou protestos pelo mundo e foi monitorado em tempo real pelo Greenpeace.

A Marinha diz que, após uma decisão de desmobilizar ou porta-aviões, optou pela venda do casco para "desmanche verde", um processo de reciclagem seguro para o qual o estaleiro turco Sök é credenciado e certificado.

Mas, diante de denúncias sobre a exportação ilegal de amianto, o governo turco revogou a autorização para entrada da expedição no dia 26 de agosto, quando o navio se aproximava do Estreito de Gilbraltar, em viagem feita com o auxílio de um rebocador.

A decisão atendeu a denúncias de organizações como o Greenpeace e a ONG Shipbreaking Platform, que protestavam contra o recebimento do navio.

Análises feitas pela ONG Shipbreaking em um porta-aviões gêmeos ao São Paulo identificaram 760 toneladas de amianto na embarcação. Diante disso, a organização passou a questionar se, de fato, o casco enviado pelo Brasil teria as 10 toneladas da substância tóxica como previsto no inventário.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) suspendeu a licença de exportação e determinou o retorno do navio ao Brasil.

Em águas brasileiras, os rebocadores turcos perderam o casco do porta-aviões e a Marinha voltou a assumir o controle da embarcação.

O relatório de uma inspeção técnica da Marinha realizada na embarcação em 13 de janeiro constatou rasgos no casco, aumento no nível de alagamento e resistência.

"Pode ser constatado o aumento crítico da deterioração da segurança do casco, quer seja pela perda das condições de flutuabilidade, quer seja pela perda irreversível da estabilidade mínima em avaria para navegação em mar aberto, além do aumento da extensão da avaria do casco", alertam os técnicos, em documento obtido pela Folha .

Até meados de janeiro, cerca de 2.787 metros cúbicos de água entraram no casco. O limite para navegação em segurança é de 3.530 metros cúbicos.

"É possível afirmar que se pode garantir a segurança da navegação que se chegue ao limite ou estabelecer o embarque de mais 743 m³ de água, previsto para acontecer, nas melhores hipóteses, em, no máximo, quatro semanas", adverte.

Sem empresas no Brasil para realizar o desmanche verde previsto no contrato e com o imbróglio com a empresa turca, a Marinha planejava o afundamento controlado da embarcação.

A técnica utilizada envolvia uma série de explosões para abrir rasgos no casco, o que levaria ao oceano também como mais de nove toneladas de amianto presentes na embarcação.

O porta-aviões tóxico do Brasil será afundado no Oceano Atlântico?

(Foto: Alcluiz/Wikimedia Commons)
A Marinha do Brasil pode estar planejando afundar seu porta-aviões São Paulo e os materiais perigosos que ele contém, apesar dos protestos do ministro do Meio Ambiente do país.

O destino do navio de guerra estava no limbo desde 8 de setembro de 2022, quando voltou ao Brasil após uma viagem abortada à Turquia, onde teve de ser sucateado.

Em 13 de janeiro de 2022, uma nova inspeção do São Paulo constatou uma nova brecha e um aumento de corrosão e inundações em comparação com o último exame realizado quatro meses antes.

Os militares brasileiros estão agora considerando um naufrágio controlado do porta-aviões de 266 metros de comprimento na costa do Brasil, conforme noticiado pelo jornal Folha de São Paulo. O São Paulo está atualmente perto do porto de Suape, no estado de Pernambuco, no leste do Brasil. Foi proibido de atracar no porto por ordem judicial.

Embora a decisão esteja nas mãos da Marinha, a Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, expressou sua preocupação com os possíveis danos ambientais.

O que aconteceu?


O NAe A-12 São Paulo começou sua vida como o Foch, um porta-aviões francês da classe Clemenceau, construído no final dos anos 1950 e comissionado em 1963. O navio operava uma asa de 40 caças (Dassault Etendard e depois Super-Etendard).

Em 2000, foi vendido ao Brasil por 12 milhões de euros, servindo como nau capitânia da Marinha do Brasil com uma flotilha de 22 caças A-4 Skyhawk.

Em 2017, foi retirado de serviço e desativado um ano depois. Em 2021, o porta-aviões foi vendido para ser sucateado no estaleiro de demolição turco SÖK Denizcilik.

Sua jornada começou em 4 de agosto de 2022, quando o porta-aviões deixou o Rio de Janeiro rebocado pelo rebocador holandês Alp Centre. Tinha como destino o estaleiro de Aliağa, na costa oeste da Turquia, onde seria desmantelado.

O NAe São Paulo pouco antes de sua partida (Foto:: Marinha do Brasil)
Porém, em 26 de agosto de 2022, quando o navio e seu rebocador estavam na costa marroquina e se preparando para entrar no mar Mediterrâneo por meio de Gibraltar, o comboio parou.

Em nota oficial, o Ministério do Meio Ambiente da Turquia, Murat Kurum, disse que a entrada do porta-aviões nas águas do país foi suspensa, condicionada a um novo relatório de inventário de materiais perigosos.

Um relatório inicial transmitido pelo Brasil à Turquia foi considerado duvidoso, com grandes diferenças na quantidade de materiais perigosos identificados em relação a navios da mesma classe e período.

O que contém o NAe São Paulo?


Em seu relatório, as autoridades brasileiras relataram apenas 9,6 toneladas de amianto. No entanto, o Clemenceau, navio irmão do Foch, continha pelo menos 600 toneladas desse material cancerígeno anteriormente usado para proteção contra incêndio e isolamento acústico.

A Marinha do Brasil afirma que uma parte do amianto foi removida quando o Foch ainda estava em serviço na Marinha Francesa.

“Na década de 1990, a Marinha Francesa realizou uma extensa remoção dos compartimentos de propulsão, catapulta, máquinas auxiliares e geradores a diesel, culminando na remoção de aproximadamente 55 toneladas de amianto”, disse a Marinha do Brasil em comunicado enviado por e-mail ao AeroTime quando o navio foi imobilizado em setembro de 2022. “Além disso, é relevante mencionar que o amianto atualmente existente no antigo NAe São Paulo não oferece riscos à saúde, no estado em que se encontra.”

Além do amianto, a ONG Ban Abestos France observou que o Foch estava envolvido na segurança dos testes nucleares atmosféricos franceses no Oceano Pacífico na década de 1960.

“A presença de 170 toneladas de tinta de chumbo/cádmio que podem reter contaminação radioativa, bem como a falta de informação sobre a remoção prévia de equipamentos radioativos, levantam receios de que o navio esteja contaminado apesar de alegações em contrário”, escreveu a ONG em uma afirmação.

Finalmente, a pesquisa inicial não detectou PCBs, um material comumente usado em isolamento na década de 1950 antes de ser banido internacionalmente na década de 1970 por ser altamente cancerígeno. Lá novamente, 165 toneladas de PCBs foram encontradas no Clemenceau.

Via Aerotime Hub

domingo, 22 de janeiro de 2023

Vídeo mostra o treinamento das tripulações do helicóptero de guerra anti-submarina Kamov Ka-27


Um vídeo publicado pelo ministério de defesa russo (veja mais abaixo), mostra o treinamento de seu helicóptero guerra anti-submarina Kamov Ka-27.

O grupo aéreo da fragata “Almirante Gorshkov” da Frota da Russa realizou os voos do helicóptero Ka-27 do navio em difíceis condições hidrometeorológicas no Oceano Atlântico.


O treinamento do piloto foi planejado. Durante os voos, foram realizados reconhecimentos aéreos a fim de revelar a situação aérea e de superfície ao longo da rota de travessia da fragata.


Ainda durante o turno de voo, a tripulação decolou e pousou no heliporto da fragata em movimento, a fim de manter o nível de treinamento da tripulação de voo.

Os voos decorreram com ondas do mar até 3 pontos e velocidades do vento de cerca de 15 metros por segundo.


A fragata “Almirante Gorshkov” da Frota Russa é um navio multifuncional moderno com armas de mísseis guiados projetadas para resolver problemas nas zonas marítimas e oceânicas distantes. Inicio o serviço na Marinha Russa em 2018 e modernizada em 2021 para o uso de mísseis hipersônicos Zircon.


Via Ricardo Fan (defesanet) - Imagens: Reprodução

sábado, 21 de janeiro de 2023

Mistério e surpresa: porta-aviões brasileiro estaria rumando para águas internacionais; Marinha não se pronuncia

Informações extraoficiais dão conta que o casco, impedido de atracar em todos os portos do Brasil, estaria se movendo em direção a aguas internacionais.


Se já era incerto o destino do ex-porta-aviões da Marinha (NAe São Paulo), impedido de atracar em todos os portos e estaleiros do Brasil, agora o caso ficou misterioso. Informações extraoficiais são de que a embarcação estaria se movendo em direção a águas internacionais sem nenhum aviso da Marinhas às empresas MSK Maritime Services & Trading e a SÖK, que eram responsáveis pelo casco, mas que decidiram renunciar a propriedade na semana passada.

As empresas disseram que desde a renúncia da propriedade em favor da União, não receberam nenhuma notificação da Marinha, e que a movimentação do ex-porta-avião para águas internacionais causa surpresa. A MSK e a SÖK estão tentando apurar o caso. Também não se sabe a quem pertence o rebocador que estaria levando o casco.

A renúncia de propriedade do ex-porta-aviões da Marinha fez com que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reagisse chamando a medida de “ato de abandono definitivo” e em seguida entrando com uma ação na Justiça Federal, que acatou o pedido para que o casco não fosse abandonado. As empresas não usam o termo “abandonar” para não atrair ainda mais problemas, e dizem que a embarcação, apesar da renúncia, “estava segura”.

Em 2020, o ex-porta-aviões foi vendido à SÖK para desmanche e reciclagem em um estaleiro na Turquia. Em outubro deste ano, quando rumava ao destino, levado por um rebocador da holandesa MSK, um alerta do Greenpeace foi emitido devido ao fato do casco conter centenas de toneladas de amianto, material potencialmente cancerígeno, além de mercúrio. Daí, a embarcação teve que retornar ao Brasil.

A Marinha ordenou a atracação acontecesse no Porto de Suape, em Pernambuco, mas o Governo local buscou a justiça para isso não ocorresse, devido ao risco sanitário, ambiental e à própria operação portuária. O caso ganhou repercussão e nenhum porto quis receber o casco até que a situação pudesse ser resolvida. Começava, então, uma série de brigas judiciais e polêmicas até hoje sem fim envolvendo aquele que já foi o maior navio de guerra da Marinha do Brasil.

Embarcação sempre causou polêmica desde que chegou ao Brasil em 2000



O que era para ser o maior patrimônio das Forças Armadas brasileira, na verdade sempre foi um grande causador de prejuízos e polêmicas ao longo do tempo. O porta-aviões São Paulo pertencia à França, então foi comprado pelo Brasil no ano de 2000 por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

A embarcação serviria para modernizar e fortalecer as operações conjuntas da Marinha e Força Aérea Brasileira. Com 266 metros de cumprimento, uma boca de mais de 50 metros e capacidade de deslocar cerca de 30 mil toneladas, se tornou o maior navio de guerra do hemisfério sul.

Nos primeiros três anos da embarcação sob posse da Marinha, pelo menos 500 lançamentos de aeronaves e diversos outros exercícios militares foram realizados. Os capítulos sujos do navio começaram em maio de 2004, quando 3 tripulantes morreram após uma explosão no sistema de vapor.

Uma grande reforma foi feira após esse fato. Todos os sistemas de circulação de água, vapor e combustível foram substituídos, além de atualizações no sistema elétrico e modernização no sistema de propulsão, entre outras melhorias nos sistemas de defesa.

Em 2012, ainda sem voltar a operar, um incêndio elétrico resultou na morte de um tripulante e deixou outros mais gravemente feridos, mesmo com as reformas. O navio, então, voltou ao estaleiro para novas reformas. Em 2015, com a embarcação ainda fora de operação, o Governo Federal anunciou outra grande obra de modernização.

O objetivo era estender a vida útil do São Paulo até, pelo menos, 2039, podendo receber novas aeronaves recentemente adquiridas. Mas o governo desistiu da ideia devido ao custo estimado: R$ 1 bilhão. Os gastos já acumulavam US$ 150 milhões, e hoje o que era para ser o maior patrimônio da Defesa brasileira, virou uma grande sucata, sem rumo e que ainda causa muitas polêmicas.

Via Junior Aguiar (CPG) - Imagens: Reprodução

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Aviões da OTAN rastreiam fragata russa armada com mísseis hipersônicos

Desde que deixou sua base, a fragata russa Admiral Gorshkov tem sido monitorada de perto pelos países da OTAN.


Em 4 de janeiro de 2022, a fragata voltou ao serviço na base naval de Severomorsk em Murmansk durante uma cerimônia com a presença do presidente russo Vladimir Putin e do ministro da Defesa russo Sergey Shoygu.

Do Mar de Barents, espera-se que o navio de guerra navegue até o Oceano Índico, passando pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo. No caminho, realizará diversos exercícios de treinamento.

“Os principais esforços durante a campanha serão focados em combater as ameaças da Rússia, mantendo a paz e a estabilidade regional junto com os países amigos”, explicou Shoygu.

Enquanto navegava para o sul ao longo da costa da Noruega em 6 de janeiro de 2022, a fragata foi monitorada de perto por uma aeronave de patrulha marítima P-3C Orion embaralhada pela Marinha Real Norueguesa.

“Ela está legalmente em águas internacionais – mas, como sempre, estamos monitorando de perto todos os movimentos e o faremos enquanto a fragata estiver em nossas áreas”, declararam as Forças Armadas da Noruega em um tweet.

A declaração foi acompanhada por uma foto em que o almirante Gorshkov pode ser visto exibindo um “Z” branco, símbolo da invasão russa da Ucrânia, pintado em seu funil.


Então, enquanto a fragata russa e seu petroleiro de apoio da classe Kaliningradneft “Kama” navegavam em direção ao Canal da Mancha, a Marinha Real Britânica substituiu a Marinha Real Norueguesa.

A fragata Type 23 HMS Portland foi implantada junto com seu helicóptero marítimo Merlin, “equipado com sonares de ponta, sensores e torpedos para operações especializadas”.

“Ao manter uma presença visível e persistente, a Marinha Real garante o cumprimento da lei marítima e impede atividades malignas para proteger os interesses de nossa nação”, disse o comandante de Portland, Ed Moss-Ward, em comunicado. “Escoltar o grupo de trabalho russo ao lado de forças de nossos aliados da OTAN demonstrou o compromisso do Reino Unido com a aliança e com a manutenção da segurança marítima.”

Como esperado, os dois navios russos finalmente chegaram ao Oceano Atlântico em 12 de janeiro de 2022. Ao entrarem no Golfo da Biscaia, a fragata multimissão francesa (FREMM) Bretagne e uma aeronave de patrulha marítima Atlantique 2 (ATL2) foram enviadas para rastrear eles.


A fragata supostamente deixou a área de responsabilidade da França em 13 de janeiro de 2022, ao se aproximar da costa da Espanha. A AeroTime enviou um pedido de comentário à Marinha Espanhola.

O que é a fragata russa Almirante Gorshkov?



A fragata russa Admiral Gorshkov é o navio líder de sua classe, que deverá eventualmente compreender dez fragatas. Encomendado em 28 de julho de 2018, com a Frota do Norte da Rússia, é um dos navios de guerra mais modernos da Marinha Russa.

Com uma velocidade máxima de 30 nós, a fragata está armada com 16 células de sistema de lançamento vertical. Essas plataformas podem lançar o míssil de cruzeiro hipersônico movido a zircon scramjet que pode atingir velocidades de até Mach 9 (mais de 11.000 quilômetros por hora).

“O navio está equipado com o mais recente sistema de mísseis hipersônicos”, disse Putin em uma transmissão antes da viagem. “Tenho certeza de que essas armas poderosas protegerão a Rússia de forma confiável de possíveis ameaças externas.”

Além do míssil Zircon, o comandante de Gorshkov, capitão Igor Krokhmal, disse que o navio também transporta mísseis de cruzeiro subsônicos Kalibr. Essas armas foram fortemente utilizadas durante os bombardeios da Ucrânia pelos militares russos.

Com informações do Aerotime Hub