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terça-feira, 6 de junho de 2023

Avião usado é opção favorita para substituir o Aerolula

Chegada do Airbus presidencial, apelidado de Aerolula, à Base Aérea de Brasília em 2005
(Foto: Sérgio Lima - 15.jan.2005/Folhapress)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para trocar de avião, propondo assim o modelo comprado por ele mesmo em seu primeiro mandato, em 2005. Ele já foi a nove países em seis meses de mandato, e prevê ao menos mais sete viagens neste ano.

É mais um fim anunciado da carreira do Aerolula, o executivo Airbus ACJ319 empregado pelos mandatários desde então. Em outras duas ocasiões, nos governos de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (MDB), a mudança acabou não ocorrendo por motivos diversos.

Agora, contudo, parece que vai. Lula determinou à FAB (Força Aérea Brasileira) que apresentou opções para a substituição, e pediu um avião maior e com mais autonomia. Os militares têm como plano preferencial comprar um avião com configuração VIP usado.

Os olhos recaem para a versão executiva do Airbus A330. Embora um avião zero quilômetro possa sair por mais de US$ 250 milhões (R$ 1,23 bilhão), por baixo, um aparelho usado pode sair significativamente mais barato —talvez menos que US$ 40 milhões (quase R$ 200 milhões), a depender da barganha.

Além disso, o modelo tem comunalidade com os dois A330 comprados pela FAB no ano passado por US$ 80 milhões (R$ 393 milhões) da Azul, que ainda esperam a conversão final para serem transformados em aviões de reforço aéreo.

Eles são o plano B da FAB para o pedido de Lula, debatido na reunião que o presidente teve com o Alto-Comando da Aeronáutica na quarta passada (31), conforme revelou o UOL. Neste caso, um dos aviões teria de ser totalmente reconfigurado, um processo que ainda não teve o preço estimado, mas que desagradou os militares.

A aeronave, que foi batizada de Santos Dumont em homenagem ao aviador, ganhou o apelido de AeroLula e custou US$ 56,7 milhões aos cofres públicos. Sua compra à época foi alvo de duras críticas, principalmente por parte da oposição ao governo no Congresso (Foto: Rogério Cassimiro - 19.jan.2005/Folhapress)
Isso porque a instalação de uma suíte com chuveiro, sala de reuniões e todo o sistema de comunicação e internet do modelo o deixaria em solo por até dois meses, e a FAB tem usado com frequência os dois A330 em missões.

O Planalto diz que não há decisão sobre o novo avião, mas discordou que o assunto tenha sido tema no encontro de Lula com os brigadeiros, o que não é verdade segundo presentes ao encontro.

A compra dos A330 não foi sem debate, dado que ocorreu no mesmo momento em que a Força acompanhou sua encomenda de aviões de transporte e reabastecimento Embraer KC-390, de 28 para 19 unidades. O então comando da FAB alegou que as missões das aeronaves são distintas, dada a capacidade e autonomia do A330.

Isso é o cerne das queixas com o Aerolula desde sua compra. O ACJ319 novo, adquirido por US$ 56,5 milhões à época (US$ 88 milhões em valores deflacionados hoje, ou R$ 433 milhões), é todo equipado para uma viagem confortável para até 39 passageiros — mas tem alcance limitado a 8.500 km.

O A300 foi o primeiro avião da Airbus e também a primeira aeronave de fuselagem larga com dois motores (naquela época, esse tipo de avião costumava ter quatro). Seu nome era formado pela inicial da fabricante e a capacidade máxima de passageiros segundo o projeto original, depois reduzida para 266 em esquema de duas classes. Ele entrou em operação em 1974, com a Air France, e foi produzido até 2007 (Foto: Divulgação/Airbus)
Com isso, toda viagem para destinos mais distantes na Europa obriga uma parada, em Cabo Verde ou Portugal. Missões mais distantes obrigatoriamente demandam duas escalas, como foi o caso das viagens de Lula à China e ao Japão.

Lula queixou-se do cansaço, assim como a primeira-dama, Janja da Silva. O A330 na configuração atual da FAB voa até 12.500 km, e um modelo VIP A330-200 chega a 13.300 km. Isso lhe dá autonomia para viagens intercontinentais sem escala e com apenas uma parada para destinos longíquos na Ásia ou Oceania.

O petista parece disposto, segundo militar a par das conversas , a absorver o ônus político da aquisição, mesmo em meio ao debate sobre a austeridade dos gastos subsidiados. Foi isso que derrubou a compra, na forma de um avião de uso misto militar e VIP, por Dilma — um processo iniciado por Lula quando a petista estava eleita, em 2010, mas abortado.

No caso de Temer, pesou o fato de que o avião de transporte a ele oferecido , um Boeing-767 alugado por três anos em 2017, não tinha as comodidades do Aerolula.

De uma forma ou de outra, o novo avião presidencial implica necessariamente gastos com operações maiores. Enquanto o consumo médio do Aerolula seja de 2.800 kg de combustível por hora, o valor quase dobra com o A330 — aí considerando estimativas bem rudimentares, pois cada voo segue parâmetros diferentes.

Em 2005, Lula também foi criticado por não comprar modelos brasileiros da Embraer, respondendo então que eles tinham baixa autonomia — dois E-190 são usados ​​em voos domésticos ou na América Latina. Ironicamente, esse é o epitáfio do Aerolula agora.

Aviões presidenciais são sempre objeto de controvérsia, como a venda do Boeing-787 pelo mexicano Andrés Manuel López Obrador mostra. A defesa deles é mais ou menos intencionalmente: os chefes de Estado precisam de privacidade e segurança adicional em seus deslocamentos. No fim do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a opção por resistentes aluguéis de aeronaves por voo foi colocada na mesa, mas considerada antieconômica e pouco prática pelos militares.

Até a introdução da Aerolula, os aviões principais eram os chamados sucatões, modelos 707 de 1968 convertidos para uso de autoridades em 1986. Barulhentos e beberrões, eram motivo de piada diplomática e, em 1999, um deles quase protagonizou um acidente com então vice Marco Maciel a bordo.

O transporte de autoridades é de responsabilidade do Grupo de Transporte Especial da FAB, que opera o ACJ319, os dois E-190 e ao menos seis modelos menores da Embraer (ERJ-145, ERJ-135 e Legacy 600), além de helicópteros.

Via Igor Gielow (Folha de S.Paulo)

quarta-feira, 31 de maio de 2023

A inacreditável história do piloto da Força Aérea Brasileira que conseguiu pousar um avião de guerra com apenas uma asa intacta

Conheça a história do piloto brasileiro que conseguiu destruir vários alvos alemães enquanto sobrevoava a Itália, foi atingido severamente, e trouxe seu avião P-47 Thunderbolt de volta à segurança, mesmo após ter perdido quase uma asa inteira da aeronave!


Manchete do jornal O Globo noticiando o afundamento do Buarque
Embora tenha levado um certo tempo para o Brasil finalmente entrar na Segunda Guerra Mundial, nossas forças armadas deixaram marcas profundas na história da guerra. Nossa Aeronáutica, Marinha e Exércitos Brasileiros mostraram habilidades, força e determinação muito acima das expectativas de todos os combatentes, impressionando até mesmo seus próprios inimigos. Foi, sem dúvida, uma presença marcante no teatro europeu.

Nossa entrada na Segunda Guerra Mundial se deu após vários ataques a navios e portos brasileiros por submarinos alemães e italianos, alegadamente em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico. Trocando em miúdos, os acordos descritos na Carta do Atlântico previam o alinhamento automático brasileiro com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental. Essa adesão, sob a ótica alemã e italiana, tornava a dita neutralidade brasileira apenas teórica e, por isso, justificaria os torpedeamentos.

Os ataques à navios mercantes navios mercantes brasileiros duraram meses, levando ao afundamento de pelo menos 36 embarcações. No dia 22 de agosto de 1942 o Brasil finalmente resolveu dar um basta, juntando-se às forças aliadas e declarando guerra às forças do Eixo.

Começava o preparo do país para irmos a guerra na Europa. As tropas do país ficaram conhecidas coletivamente como Força Expedicionária Brasileira.

Propaganda brasileira anunciando a declaração de guerra
as potências do Eixo em 10 de novembro de 1943

Nascimento da Força Aérea Brasileira


A nossa Força Aérea Brasileira foi criada em 1941, mas o 1º Grupo de Aviação de Caça, o Jambock, só foi formado em dezembro de 1943. O treinamento começou no mês seguinte, com os pilotos brasileiros viajando para Orlando, Flórida. Lá, os pilotos passaram por um programa de aperfeiçoamento de 60 horas para se adequarem aos padrões da Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos (USAAF), praticando em aviões do tipo Curtiss P-40 Warhawks..

Em seguida, o Jambock viajou para Aguadulce, no Panamá, onde iniciou outro extenso programa de treinamento, ainda maior, com 110 horas de duração. Após isso, foram transferidos de volta para os EUA, onde terminaram seu treinamento no mais novo caça da USAAF: o incrível Republic P-47 Thunderbolt.

O caça-bombardeiro P-47 Thunderbolt era um avião de fabricação americana, usado por várias Forças Aéreas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo o Brasil. Na foto, um P-47 brasileiro, com o emblema “Senta a Púa” pintado no nariz do avião

Início da Campanha da Itália



Depois que os pilotos se familiarizaram com o P-47, o 1º Grupo de Aviação de Caça foi enviado para a Itália, no dia 6 de outubro de 1944. Imediatamente os homens começaram a trabalhar. Nem bem haviam chegado e já foram escalados para inúmeras missões de ataque, contra os mais diversos alvos: ferrovias, refinarias, depósitos, estruturas de apoio e até bases inimigas inteiras.

A Força Aérea Brasileira teve muito sucesso na Campanha da Itália mas uma missão específica se destacou como sendo particularmente lendária.

Aviador da Força Aérea Brasileira posa para a foto de cima de asa de avião de caça.
O emblema “Senta a Púa” pode ser visto logo ao lado do seu joelho

Piloto novato, habilidades de veterano


As nove horas da manhã do dia 27 de janeiro de 1945, um jovem tenente de apenas 20 anos de idade, Raymundo da Costa Canário, decolou de sua base no norte da Itália para cumprir uma missão ao lado das Forças Aéreas Aliadas do Mediterrâneo (MAAF). Objetivos: atacar (e destruir) o maior número possível de tanques alemães Tiger I, na época, um dos tanques mais avançados do mundo.

O tenente brasileiro voava no seu P-47 Thunderbolt, enquanto seus amigos das demais forças aéreas aliadas utilizavam Spitfires.

Nesse dia a visibilidade estava bastante fraca, mas isso não impediria o jovem aviador. Depois de encontrar seus alvos, o tenente se preparou pra realizar a primeira investida contra o inimigo. Quando fez a primeira passagem sobre os alvos, seu avião foi atingido por fogo terrestre, mas dois tanques foram destruídos. Confiante que os danos a seu avião ainda eram mínimos, Raymundo realizou um novo ataque, desta vez, destruindo um outro tanque. Sua fuselagem já não estava nas melhores condições, mas o avião ainda voava de maneira estável. Como ainda estava armado, o piloto, então, decidiu realizar uma terceira passagem. Desta vez, no entanto, cometeu um erro quase fatal.

Voando com menos do que “meia asa”


Foto mostra o caça P-47 do Tenente Raymundo da Costa Canário voando com
praticamente apenas uma das asas do avião intactas
Voando a baixa altitude, a margem de erro é sempre baixíssima. Como o tempo não estava lá essas coisas e visibilidade continuava muito baixa, o tenente Raymundo Canário acabou voando próximo demais de uma fábrica, atingindo uma das chaminés com a asa direita do seu avião. A chaminé cortou cirurgicamente quase dois metros da sua asa. Ao invés de levar a aeronave ao chão, contudo, o P-47, milagrosamente, continuou a voar como se nada tivesse acontecido. O tenente, então, achou que seria mais seguro ganhar altitude e tentar continuar voando até sua base, abrigando-se atrás dos Spitfires aliados que patrulhavam a região.

No entanto, o piloto logo percebeu que não apenas a asa de seu avião havia sido perdida: o rádio também já era. O aviador brasileiro não conseguia alertar os pilotos da sua situação, nem informar adequadamente sua posição, o que tornava tudo pior. Devido ao novo formato bizarro do P-47 do Tenente Raymundo, um avião de uma asa só, os Spitfires não o reconheceram de imediato e começaram a atirar. Somente após atingirem diversas vezes o P-47 é que os os Spitfires perceberam que se tratava na verdade de uma aeronave amiga. A essa altura, a cauda do avião do piloto brasileiro já havia sido severamente danificada.

Canário, no entanto, com muito custo e exímia habilidade, conseguiu levar seu P-47 de volta pra base, pousando a aeronave em segurança. De fato, o P-47, mais tarde, seria reconhecido mundialmente como uma aeronave extremamente robusta, resistente e confiável. Mas, naquele dia, esse não era o único diferencial: a habilidade e a confiança de um jovem aviador (e talvez um pouco da teimosia brasileira!) é que levaram tanto aeronave como seu piloto de volta pra casa, são e salvos.

O avião seria destinado ao ferro velho, mas o tenente insistiu que deveria ser consertado, e ele estava absolutamente certo: O lendário P-47 de uma asa só ainda voou por mais 50 missões.

Uma trajetória repleta de sucessos


Foto ao lado: Raymundo da Costa Canário – 2º Tenente Aviador

Raymundo da Costa Canário voou em 51 missões de combate, a primeira em 20 de janeiro de 1945 e a última em primeiro de maio do mesmo ano. Durante a sua 14ª missão, em 15 de fevereiro de 1945, foi abatido pela antiaérea inimiga, saltando de paraquedas e caindo em plena ‘terra de ninguém’. Foi resgatado justamente por uma Patrulha de Pracinhas Brasileiros e levado imediatamente para a base aérea de Pisa. Dois dias depois, o jovem aviador já estava voando novamente em combate.

Ao longo de sua vida, acumulou mais de 30 mil horas de voo e somente deixou a profissão aos 60 anos de idade.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

22 de maio: FAB celebra o Dia da Aviação de Patrulha


A Força Aérea Brasileira (FAB) comemora, hoje, 22 de maio, o Dia da Aviação de Patrulha. A data lembra a ação de pilotos brasileiros em meio à Segunda Guerra Mundial, quando atacaram, em 1942, a bordo de uma aeronave B-25 Mitchell, o submarino italiano Barbarigo, que, quatro dias antes, havia lançado torpedos contra o navio mercante brasileiro Comandante Lyra.

Atualmente, a FAB conta com três Esquadrões responsáveis por vigiar o território marítimo brasileiro, que corresponde a uma área de aproximadamente 3,5 milhões de km². Para cumprir tal missão, o Esquadrão Orungan (1°/7° GAV) possui em sua dotação as aeronaves P-3 AM Orion e RQ-1150 Heron; e os Esquadrões Phoenix (2°/7° GAV) e Netuno (3°/7° GAV), as aeronaves P-95 BM – Bandeirulha.

Esses aviões se destacam por possuir características específicas, tais como longo alcance e grande autonomia. Além disso, empregam modernos sensores capazes de ampliar as capacidades de seus tripulantes na proteção de nossas riquezas. Rotineiramente, os Esquadrões de Patrulha são engajados, dentre outras ações, em missões de acompanhamento do tráfego marítimo no litoral brasileiro, fiscalização contra a pesca ilegal e contra a exploração da biodiversidade, além de coibir a poluição das águas territoriais brasileiras e realizar a vigilância para inibir o contrabando e demais crimes transfronteiriços realizados no meio marítimo.

Pré-Sal


O Brasil está entre os países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, com grandes acumulações de óleo leve de excelente qualidade e com alto valor comercial. Toda essa riqueza se encontra no Oceano Atlântico, na Zona Econômica Exclusiva brasileira, cabendo à Aviação de Patrulha, por meio das aeronaves P-3 AM e P-95 BM, a responsabilidade pela vigilância dessa área.

Busca e Salvamento


Além da vigilância dessa área estratégica, a Aviação de Patrulha possui um papel determinante nas missões de Busca e Salvamento. Por força de acordos firmados com a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e a Organização Marítima Internacional (OMI), a área brasileira de responsabilidade SAR, do inglês Search And Rescue, abrange todo o território nacional e avança 3 mil km no Oceano Atlântico até o meridiano 10 W, totalizando 22 milhões de km².


Os Esquadrões de Patrulha da FAB também atuam em apoio aos países vizinhos, como ocorreu na Operação Paso Drake, quando houve envolvimento da aeronave P-3 AM nas buscas ao C-130 da Força Aérea Chilena que desapareceu a caminho da Antártida, em 2019; e no apoio à Marinha da Argentina para tentar encontrar o Submarino ARA San Juan, que desapareceu em 2017.

Reconhecimento


As aeronaves de Patrulha Marítima também realizam missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR). Para tanto, os tripulantes utilizam os sensores de Guerra Eletrônica aeroembarcados. A tecnologia de ponta empregada nesses equipamentos incrementa a capacidade de obtenção e interpretação de imagens e sinais eletromagnéticos, bem como auxilia na confecção dos relatórios oriundos das missões realizadas.

No ano de 2020, o 1º/7º GAV incorporou à sua dotação aeronaves remotamente pilotada, fato que representa um marco definitivo no emprego dos Esquadrões de Patrulha nas Ações de Força Aérea de Reconhecimento.

Onze anos do P-3 AM Orion


Neste ano, a FAB também celebra os onze anos da chegada do P-3 AM Orion. Operada pelo Esquadrão Orungan, a aeronave modernizou a Aviação de Patrulha e recuperou a capacidade da FAB de detectar, localizar, identificar e, se necessário, destruir submarinos, a chamada Guerra Antissubmarino (ASW, na sigla em inglês).

Além da capacidade ASW, o P-3 AM também carrega poderosos armamentos, como os mísseis antinavio Harpoon, capazes de neutralizar embarcações de guerra a uma distância além do alcance visual.


Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas. Além disso, possui modernos sensores eletrônicos embarcados, conferindo ao P-3 AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo alcance.

O Comandante do Esquadrão Orungan, Tenente-Coronel Aviador Marcelo de Carvalho Trope, destaca a contribuição da aeronave para o cumprimento da missão da FAB. “Desde sua chegada à FAB, o P-3 AM demonstrou ser um vetor aéreo com capacidade de emprego mundial. Com ele, foram realizadas missões de Patrulha Marítima em apoio a Cabo Verde, missões de treinamento com grande destaque para o desempenho de nossos tripulantes na Escócia e em Portugal, além de várias missões de Busca e Salvamento em apoio a nações amigas, como, por exemplo, Argentina e Chile”, afirmou.

Ainda exaltando a importância desse vetor aéreo para a FAB, o Tenente-Coronel Trope complementa: “As características desse avião garantem ao Brasil um grande poder dissuasório. Além disso, com o Orion, a FAB resgatou a capacidade de Guerra Antissubmarino, voltando a atuar em todas as vertentes do combate no Teatro de Operações Marítimo”.


Vídeo da FAB em homenagem ao Dia da Aviação de Patrulha


A Força Aérea Brasileira (FAB) homenageia aquela que tem por missão vigiar e proteger, 24 horas por dia, uma área de aproximadamente 13,5 milhões de quilômetros quadrados: a Aviação de Patrulha, lembrada no dia 22 de maio. No vídeo, a FAB mostra a evolução das aeronaves que compõem os esquadrões de Patrulha, que em 2023 completa 81 anos de atuação. 



Fonte: FAB - Fotos: Sargento Johnson Barros e Cabo Silva Lopes/CECOMSAER

domingo, 14 de maio de 2023

Hoje na História: Esquadrilha da Fumaça - 71 anos de legado na aviação brasileira

A Esquadrilha da Fumaça faz parte da história de muitos brasileiros incentivando e abrindo caminhos para a aviação.

A-29 Super Tucano é o mais mais moderno que já operou nas cores da fumaça
Ao logo destes 71 anos, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, colecionou muitas histórias e aeronaves. Tudo começou quando instrutores de voo da FAB, em suas horas de folga, treinavam acrobacias nos lendários T-6 Texan para incentivar os jovens cadetes da força aérea.

Coronel Braga, um dos pioneiros da fumaça, colecionou recorde mundial em horas voados no T-6
No dia 14 de maio de 1952, aconteceu a primeira exibição dos lendários T-6 pilotados por experientes pilotos. A partir dali uma história ímpar na aviação militar brasileira começava. Nesta época surgiram nomes que hoje regem a história como Mário Sobrinho Domenech, Martins da Rosa e o lendário Coronel Braga.

A iniciativa deu certo e logo começaram as primeiras apresentações e no ano seguinte foi instalado nos aviões um tanque de óleo exclusivo para a produção de fumaça, surgindo assim o nome de Esquadrilha da Fumaça.

Com o passar dos anos a Esquadrilha ganhou destaque não só no Brasil, mas também no exterior onde realizou diversas demonstrações. Em 1969, houve a primeira troca de aeronaves, passando para a celebrada Era ado Jato, quando foram utllizados os aviões franceses Fouga Magister.

Porém, o desempenho limitado dos jatos, incluindo uma autonomia baixa para as apresentações, levaram o Magister ser retirado de serviço em poucos anos.

Jato francês foi o único avião a reação utilizado pela equipe
O já lendário T-6 voltou para a Esquadrilha no ano de 1974, e voou na fumaça até 1976, após 1.272 demonstrações.

Após um período inativo, o EDA retornou com um novo avião, o brasileiro T-25 Universal, usado ainda hoje na formação básica dos cadetes. Assim como o Magister o Universal era limitado, mas neste caso por um desempenho fraco, o que tornava as apresentações lentas.

Após nova pausa, em 1983 a Esquadrilha da Fumaça voltou a pleno e com uma aeronave que consagrou o time, o icônico T-27 Tucano. O avião de treinamento avançado havia sido recém-lançado pela Embraer e na Esquadrilha se tornaria o maior garoto propaganda do genial projeto nacional. Até hoje o Tucano foi responsável pelo maior número de apresentações do EDA.

Na época do Universal a fumaça ficou conhecida como "Cometa Branco'
Nos anos 2000, as aeronaves ganharam novas cores, substituindo o vermelho e branco por cores inspiradas da bandeira nacional, com destaque para o azul que se tornou a cor predominante.

Os T-27 Tucano ficaram à frente do EDA até 2013, quando houve a troca para o A-29 Super Tucano, que entraram em operação na Fumaça em 2015. O novo avião teve uma pintura repaginada, com destaque para a bandeira brasileira pintada na cauda. Com o Super Tucano a Esquadrilha da Fumaça refez parte de seu show, tornando ainda mais complexo para os pilotos e mais empolgante para o público.

T-27 Tucano representou um grande salto para o EDA e foi o primeiro avião brasileiro no EDA
A equipe de habilidosos pilotos militares têm a companhia dos mecânicos que são carinhosamente chamados de Anjos da Guarda. O EDA tem um grupo oficial de médicos, oficial de relações públicas e demais servidores que coordenam áreas administrativas.

Ao todo, o EDA realizou 3.946 demonstrações desde sua criação em 14 de maio de 1952, que ao longo de 70 tem encantando o público no Brasil e no exterior, cumprindo a missão de incentivar a aviação aos mais jovens, divulgar o trabalho da FAB e ressaltar a eficiência dos aviões fabricados no Brasil.

Saiba Mais...


A Esquadrilha da Fumaça está há quase vinte anos no Guiness Book. Em 2006, doze T-27 Tucano fizeram um voo com o maior número de aeronaves voando em formação de dorso (investido) simultaneamente. Foram utilizados 12 aviões, superando a própria marca anterior da Esquadrilha, feito ainda hoje não superado por nenhuma outra força aérea do mundo.

O voo de doze aeronave em dorso e próximas exigiu muita técnica dos pilotos
"A margem de erro era menor e era necessário um trabalho mais preciso nos comandos e motor, por isso, a maior exigência nos treinamentos”, relatou Marcelo Gobett, ex-piloto da fumaça, em 2019.

Via André Magalhães (Aero Magazine) - Fotos: Arquivo FAB

sábado, 13 de maio de 2023

Avião de pequeno porte sobrevoa Campina Grande (PB) em círculos e chama atenção da população


O avião de Embraer IU-50, prefixo FAB3602, da Força Aérea Brasileira, que saiu de Recife, ficou sobrevoando Campina Grande, nesta sexta-feira (12) em círculos, sem conseguir pousar no Aeroporto João Suassuna. O fato chamou atenção da população.


A aeronave, utilizada pela Força Aérea Brasileira, vem promovendo voos desde essa quinta-feira (11) em Campina Grande. O procedimento é executado pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (Geiv), da Força Aérea Brasileira (FAB).


A ação serve para testar os radares, utilizados pelos controladores de voos nos aeroportos da região, além de equipamentos de segurança e comunicação.

Nas redes sociais, moradores de Campina Grande relataram susto com a situação
O avião sobrevoando Campina Grande

terça-feira, 2 de maio de 2023

Restam apenas quatro aviões C-130 Hercules ativos na FAB

Aeronave turboélice de transporte está em serviço no Brasil desde 1964. Força Aérea planeja aposentá-la até o final deste ano, mas mudanças no programa KC-390 podem postergar plano.

Aviões C-130 Hercules da FAB. À frente, o FAB 2473, um dos poucos mantidos em operação (FAB)
Prestes a completar 60 anos em serviço na Força Aérea Brasileira (FAB), o turboélice de transporte Lockheed C-130 Hercules está perto da aposentadoria.

Das quase três dezenas que voaram pela FAB restam apenas quatro C-130 ativos, de acordo com dados do FlightRadar24. No entanto, esses aviões têm previsão de serem retirados de serviço no final de 2023, segundo um documento recente da Aeronáutica.

As aeronaves em questão, FAB 2462, 2472, 2473 e 2476, são as que ainda têm a Inspeção de terceiro nível programada (INPP) por vencer, estágio em que a FAB considerou como limite para retirá-los de serviço.

Dos quatro Hercules, um deles (2462) é do modelo KC-130H, que realiza rebastecimento aéreo. A FAB possuía dois deles mas o FAB 2461 teria sido desativado no ano passado.

A aposentadoria dos C-130 Hercules foi decidida em 2016, em linha com o andamento do programa KC-390, aeronave multimissão da Embraer que oferece maior capacidade, versatilidade e velocidade que o antigo turboélice.

O primeiro KC-390 da FAB foi entregue em setembro de 2019 e no momento cinco desses jatos estão em serviço, com uma sexta aeronave prestes a ser entregue pela Embraer.

Atração em resort

É justamente o KC-390 que pode postergar o fim da era do Hercules no Brasil. Pela programação da FAB, a retirada dos C-130 deve acompanhar a implantação da aeronave da Embraer.

“Caso necessário e oportunamente, reavaliar a necessidade de ajuste no prazo de desativação do C-130, em função dos resultados da implantação do KC-390 na FAB, em especial com relação à operação do MAFFS II“, explica nota do Estado Maior da Aeronáutica, citando o sistema de combate a incêndios, já aprovado no avião.

Desde o início do programa de desativação do Hercules, a FAB retirou de operação 17 desses turboélices, cinco deles entre 2021 e 2022 .

Nesse meio tempo, além dos cinco KC-390, a Força Aérea ganhou o reforço de dois Airbus A330-200, que foram designados KC-30 e assumiram parte das missões de transporte.

No entanto, a mudança no contrato de aquisição do KC-390, por iniciativa do ex-Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Junior, reduziu a encomenda de 28 para 19 aeronaves, além de prolongar o cronograma de entregas.

Quanto aos C-130 aposentados, um deles já foi preservado no Museu da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, o FAB 2453, enquanto ao menos três tornaram-se atrações turísticas no pequeno município de Cantagalo, no interior do Rio de Janeiro.

Os Hercules foram adquiridos por um hotel, onde são usados até como acomodação pelos hóspedes. Um fim mais digno para o “Gordo”, como o avião é conhecido na FAB.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Avião é interceptado no Tocantins após pousar em estrada de chão e levantar suspeita da Polícia Militar

Aeronave sobrevoou Guaraí, na região centro-norte do Tocantins, e ao invés de pousar no aeródromo, parou na estrada de um bairro. Piloto foi autuado por porte ilegal de arma, mas acabou liberado com fiança.

Avião foi interceptado pela polícia militar (Foto: PM/Divulgação)
Um avião de pequeno porte foi interceptado pela Polícia Militar em Guaraí, na região centro-norte do estado do Tocantins, após pousar em uma estrada de chão e levantar suspeitas. O caso foi registrado nesta quarta-feira (26) e o piloto acabou sendo autuado por porte ilegal de arma.

A Polícia informou que duas equipes foram enviadas para o local depois que o avião foi visto sobrevoando a área. Só que ao invés de pousar no aeródromo da cidade, o piloto aterrissou em uma rua não pavimentada de um setor próximo.

Durante as buscas foi encontrada uma pistola com dois carregadores cheios de munição. O piloto de 40 anos possuía o registro da arma na modalidade de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas segundo o relatório da PM não tinha autorização para o porte.

O avião não tinha nenhuma irregularidade.

Ainda segundo a PM, o homem foi levado para a delegacia da Polícia Civil e autuado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A PM descartou que o caso tenha qualquer relação com operações sendo realizadas no estado.

Arma apreendida com piloto do avião (Foto: PM/Divulgação)
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) confirmou que o piloto foi autuado, mas informou que ele foi liberado após pagar fiança. O caso será submetido à investigação da Polícia Federal por se tratar de crime de competência da esfera federal.

Via g1 Tocantins

domingo, 16 de abril de 2023

Saiba como funciona o Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas

O SICOFAA é composto por 21 Forças Aéreas do continente americano e completa 61 anos atuando na troca de experiências, conhecimentos e treinamentos que permitem o fortalecimento de suas capacidades operacionais e profissionais.

O uso de meios e capacidades militares em missões de ajuda humanitária tem sido de grande importância para garantir a sobrevivência e a integridade da população. No entanto, as barreiras naturais e as distâncias geográficas são obstáculos que, na maioria das vezes, só podem ser superadas por meio do poder aéreo. Para atuar em cenários complexos para salvar vidas, a união entre as Forças Aéreas do continente americano formaram o Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA).

O Sistema tem a missão de promover a troca de experiências, conhecimentos e treinamentos que permitam o fortalecimento das capacidades das Forças Aéreas, de forma a dar suporte às necessidades de seus membros, além de construir laços de cooperação mútua e de interoperabilidade que garantam a eficácia em responder a uma situação de emergência de forma combinada, atendendo às intenções diplomáticas entre os países do continente.

A Força Aérea Brasileira (FAB), que é membro do SICOFAA, já atuou em diversas missões de ajuda humanitária, sendo uma delas em 2017, no Peru. O fenômeno El Niño atingiu a costa do país, o que resultou em alagamentos e transbordamentos de rios em diversas regiões, deixando pessoas desabrigadas. Foram transportados mantimentos, água e medicamentos, além de pessoas. No mesmo ano, a Força Aérea ajudou também no combate aos incêndios no Chile. Foram mais de 500 mil litros de água lançados sobre os focos de incêndio localizados, principalmente, na região de Bío-Bío. O incêndio devastou uma área de mais de 400 mil hectares e deixou mais de 4.000 desabrigados.


Recentemente, a FAB transportou ao Haiti equipes de especialistas e peritos em busca e resgate, medicamentos e insumos estratégicos para assistência farmacêutica emergencial. O país caribenho foi devastado por um terremoto que deixou milhares de pessoas desabrigadas. O acionamento para a ajuda ao Haiti foi solicitado pela República Dominicana, país integrante do SICOFAA.

Mas, como funciona o SICOFAA?


Como foi criado esse Sistema para atender às emergências? A intenção de reunir os Comandantes das Forças Aéreas Americanas nasceu em 1961 e foi sugerida pelo então Chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), General Thomas D. White, em uma ideia que se cristalizou na primeira Conferência de Chefes das Forças Aéreas Americanas (CONJEFAMER), na Base Aérea de Randolph, no Texas (EUA). No encontro, foram discutidos os objetivos de fortalecimento das relações interinstitucionais, bem como o planejamento de uma efetiva cooperação profissional entre países. Já em 1964, a Força Aérea Peruana propôs a criação de uma organização que tivesse uma relação profissional mútua voluntária e apresentou, para apreciação, o documento intitulado “Bases e procedimentos para um sistema de cooperação entre as Forças Aéreas Americanas”, aceito na Conferência de 1965, que mais tarde se tornou a Primeira Carta Constitutiva do SICOFAA.

O Sistema foi desenvolvido para ser uma organização interamericana, de caráter voluntário, com a finalidade de promover e fortalecer os laços de amizade que unem seus membros, por meio da coordenação e da cooperação das Forças Aéreas quando houver a necessidade de agir em conjunto, com ajuda de seus respectivos governos. Os países cujas Forças Aéreas são membros do SICOFAA são: Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.


Com o passar do tempo, verificou-se a necessidade de implantar no Sistema níveis de funcionamento, com a Reunião de Planejamento Prévio (PREPLAN) a cada CONJEFAMER, composta por delegados dos chefes de cada Força Aérea, que se reúnem com o objetivo de estudar os temas propostos e implantar Comissões e Simpósios especiais, constituídos por especialistas, para tratar os problemas atribuídos em cada encontro. Segundo o Comodoro Pablo Ribnikar, da Força Aérea Argentina, atual Secretário-Geral Adjunto do SICOFAA, a união e a cumplicidade entre os países são fundamentais para que as ações designadas pelo Sistema sejam realizadas com sucesso. “O Sistema é um braço armado, logístico, de resposta imediata a quem necessitar. Estamos em alerta para atuar a qualquer momento e a qualquer hora”, ressaltou.

O SICOFAA tornou-se um modelo de organização e cooperação e, desde 2015, vem compartilhando suas experiências no continente africano. São 54 países na África com idiomas diversos, o que dificulta a criação de uma doutrina, a execução de exercícios, dentre outros obstáculos. O continente segue, agora, o modelo do SICOFAA, mas como Associação de Forças Aéreas Africanas, com os idiomas padronizados: inglês e francês. A Carta Constitutiva e o plano estratégico também foram desenvolvidos com o apoio do SICOFAA.

Exercício Operacional para salvar vidas


Todos os anos, os comandantes das Forças Aéreas americanas se reúnem para tratar de assuntos relativos à cooperação entre os membros que participam do SICOFAA, principalmente para o planejamento de ações de ajuda humanitária em situações de desastres naturais. Essa reunião é denominada Conferência dos Comandantes das Forças Aéreas Americanas (CONJEFAMER). Durante a realização da Conferência, também é definida a organização de Comitês para a discussão de temas específicos ligados às áreas de Operações ou de Logística, aos Exercícios de Cooperação, dentre outros assuntos.


Durante a 60ª CONJEFAMER, em setembro de 2020, realizada virtualmente devido à COVID-19, foram definidos os procedimentos do sétimo exercício internacional de ajuda humanitária, realizado na Colômbia em setembro deste ano. Sob o lema “Unidos para salvar vidas”, o Exercício Cooperación VII reuniu militares de 15 países que treinaram próximo ao real, combinando as capacidades das delegações, quando necessário, em operações humanitárias de grande escala nos países do continente. O Exercício visou o aperfeiçoamento dos pontos fortes e habilidades operacionais dos membros do SICOFAA, além de se tornar o espaço ideal para a troca de experiências, métodos, táticas e conhecimentos para o desenvolvimento eficaz de operações de combate a incêndio, de evacuações aeromédicas e de busca e salvamento. Foram registradas mais de 175 horas de voo, cerca de 700 militares envolvidos, 12 aeronaves empregadas, 170 missões realizadas e mais de 80 pacientes atendidos.

O então Oficial de Ligação da Força Aérea Brasileira junto ao SICOFAA, Coronel Aviador Arthur de Souza Rangel, acrescentou a relevância dos treinamentos. “Nenhum dos nossos países está imune a desastres naturais. O exercício nos deu a oportunidade de conhecer e treinar juntos em cenários realistas, estando preparados para responder juntos a qualquer emergência desse tipo”, completou.

O Exercício Cooperación VII foi configurado em dois cenários simulados de terremoto e tsunami, em Puerto Salgar (Cundinamarca) e Coveñas (Sucre), respectivamente. Foram realizadas missões de busca, resgate e evacuação aeromédica, utilizando as capacidades das tripulações e aeronaves participantes para treinar, avaliar e padronizar os procedimentos estabelecidos para atendimento em situações de emergência.


O Secretário-Geral do Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA), Coronel Michael Douglas Ingersoll, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), destacou o empenho dos que atuaram no Exercício. “O Cooperación VII é um instrumento muito importante para praticar os enlaces de comunicação e exercer nossas capacidades. Tivemos 15 países nessa edição. Foi a maior participação em toda história do SICOFAA, que contou com o envolvimento do mais novo avião da FAB, o KC-390. O apoio da aeronave superou as expectativas nesse exercício”, destacou.

O Subdiretor da Secretaria Permanente do SICOFAA, Doutor Alberto Moreno Bonet, comentou sobre as considerações captadas durante o exercício. “Essa coleta de informações é uma doutrina recente no SICOFAA. Com essa metodologia, foi criada uma ferramenta, a OLA – Observações e Lições Aprendidas, que são bases de dados que nos permitem consolidar e realizar as análises de processos e convertê-las em lições aprendidas que são compartilhadas com o país que será o anfitrião do próximo exercício e com todos os membros do SICOFAA”, explicou.

Os próximos eventos relativos ao ciclo 2022-2023 do Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA) estão previstos para serem realizados na Argentina e no Peru, respectivamente.

KC-390 Millennium: missão cumprida com 100% de disponibilidade



Vislumbrado durante o treinamento pela operabilidade e versatilidade, o KC-390 Millennium conclui sua participação no Exercício Cooperación VII com todos os objetivos alcançados. Operado pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT) – Esquadrão Zeus, o avião contabilizou mais de 25 horas de voo, realizando missões de transporte aéreo logístico e lançamento de paraquedistas, apresentando 100% de disponibilidade para atender os acionamentos no exercício.

O então Chefe do Estado-Maior da Ala 2, Tenente-Coronel Luiz Fernando Rezende Ferraz, descreveu a participação do KC-390 Millennium no treinamento. “Neste Exercício, tivemos a oportunidade de, pela primeira vez, testar o KC-390 no ambiente de interoperabilidade com várias Forças Aéreas dos países participantes; realizar o lançamento de paraquedistas estrangeiros, que nos permitiu identificar as doutrinas e peculiaridade dos países; e operar a aeronave em pistas na Colômbia, com mais de sete mil pés de altitude. Todos os voos ocorreram de acordo com o planejado e cumprimos todas as missões solicitadas”, frisou.


O primeiro KC-390 Millennium foi entregue à Força Aérea em setembro de 2019, e, após cerca de um ano e meio operando a aeronave multimissão, a FAB atualmente conta com quatro KC-390 em sua frota realizando missões fundamentais para o País, como a Operação COVID-19, de apoio ao enfrentamento à pandemia do novo Coronavírus, e nas missões de assistência humanitária à República Libanesa e ao Haiti.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Raquel Alves / Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Oliveira Lima / Fotos: Força Aérea Colombiana/FAC; Esquadrão Zeus/1ºGTT; Tenente Raquel Alves/CECOMSAER

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Como é o controle do espaço aéreo Yanomami?


A Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) controla "todos os tipos de tráfego aéreo suspeito ilícito". A zona é composta por uma área reservada (Área Branca); uma área restrita (Área Amarela); e uma área proibida (Área Vermelha).

No último caso, somente as aeronaves envolvidas na Operação Escudo Yanomami 2023 serão autorizadas. A Terra Yanomami está em emergência de saúde desde o dia 20 de janeiro e desde então órgãos federais auxiliam no atendimento aos indígenas.

Desde o dia 6 de fevereiro deste ano, agentes da Força Nacional, Ibama, Fundação Nacional dos Povos indígenas (Funai), Ministério da Defesa e Polícia Federa atuam na Terra Yanomami contra garimpeiros ilegais.

A fiscalização ocorre para retomar o controle da região, com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.

Via g1 Roraima - Imagem: FAB/Divulgação

Segundo avião é incendiado após fim dos corredores aéreos nas Terras Yanomami

Cinco dias após o fechamento dos corredores aéreos pela Força Aérea Brasileira (FAB), outra aeronave clandestina é localizada e destruída em Roraima.


Mais uma aeronave utilizada para o transporte ilegal de garimpeiros e escoamento de minérios na Terra Indígena Yanomami foi incendiada durante a madrugada desta quarta-feira (12/04), em uma ação conjunta do Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz); do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O avião foi localizado em uma pista de pouso clandestina situada a aproximadamente 100 quilômetros ao sul de Boa Vista (RR). Um helicóptero H-36 da FAB, utilizando um equipamento chamado Óculos de Visão Noturna (NVG, do inglês Night Vision Googles), sobrevoou a área e identificou a aeronave, possibilitando que os fiscais do IBAMA e PRF executassem a ação. Não foram encontradas pessoas no local.

A destruição da aeronave dá continuidade às ações de combate ao tráfego aéreo ilegal. Os corredores aéreos nas terras indígenas Yanomami foram desativados no dia 06 de abril para impedir o tráfego de aeronaves não autorizadas na área.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), só é permitido nessa região o tráfego aéreo de aeronaves militares ou a serviço dos órgãos públicos envolvidos na Operação Yanomami, desde que previamente submetidas ao processo de autorização de voo.

A fim de proporcionar uma melhor compreensão dos fatos, a imagem expõe, em paralelo, dois registros fotográficos da aeronave incendiada, um através do NVG e outro sem o uso da tecnologia.

Via FAB - Foto: Cmdo Op Cj Amz

sábado, 1 de abril de 2023

Última enfermeira da Força Expedicionária Brasileira morre aos 105 anos

Nascida no Rio, Virgínia foi a última enfermeira que esteve em solo italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero era a última enfermeira brasileira da
Segunda Guerra viva (Foto: Divulgação)
O Comando Militar do Leste comunicou nesta quinta-feira (30) a morte da última enfermeira que participou da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero. Ela morreu nesta quarta-feira (29) de causas naturais em Araruama, na Região dos Lagos.

"Nascida na cidade do Rio de Janeiro, em 1917, ela escolheu uma vida diferente da maioria das jovens de sua época, dedicando-se a zelar pela vida e a saúde de outros jovens brasileiros feridos no campo de batalha durante a Segunda Guerra Mundial", diz o comunicado do CML.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero com outras militares (Foto: Divulgação)
Segundo o CML, durante a Segunda Guerra Mundial, Virgínia Portocarrero apresentou-se voluntariamente para a FEB, na Diretoria de Saúde do Exército, no prédio do então Ministério de Guerra, hoje Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio de Janeiro.

Realizou, então, o Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército, de janeiro a abril de 1944, sendo convocada como Enfermeira de 3ª Classe. Em junho de 1944, seguiu de avião para a Itália, vindo a servir nos hospitais norte-americanos, na Seção brasileira. Em agosto, por determinação do Comandante da FEB, junto com as demais companheiras enfermeiras, foi classificada no posto de 2º tenente.

Virgínia Portocarrero durante a Segunda Guerra (Foto: Divulgação)
Durante seu serviço na guerra, Virginia Portocarrero foi uma das cinco enfermeiras precursoras no serviço e a última que esteve em solo italiano na Segunda Guerra. "Ela cuidou dos soldados feridos com muito zelo e responsabilidade, tratando-lhes o físico e o moral, e transmitindo-lhes paz e conforto, apesar do sofrimento que testemunhou", escreveu o Exército em comunicado.

Por sua participação na Segunda Guerra Mundial, ela recebeu a Medalha de Campanha e a Medalha de Guerra.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero (Foto: Divulgação)
Após a guerra, Virginia foi licenciada do Serviço Ativo e retornou à Prefeitura do Distrito Federal, onde serviu até 1957. Neste ano, por dispositivo legal, foi convocada para o Serviço Ativo do Exército, retornando no posto de 2º tenente e classificada na Policlínica Central do Exército. Em 1962, foi promovida ao posto de 1º tenente Enfermeira. Em 1963, deixou o Serviço Ativo, quando foi promovida a capitão, ingressando na Reserva de 1ª Classe.

"A história de Virginia Portocarrero é um exemplo de dedicação e coragem, sua memória será sempre lembrada com respeito e gratidão pelo Exército e pelo povo brasileiro", finalizou o Comando Militar do Leste.

Montagem do CML sobre Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero (Foto: Divulgação)
Virginia será velada e enterrada no Mausoléu da FEB, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. O horário não foi divulgado pela família.

Via g1 Rio

segunda-feira, 27 de março de 2023

Vídeo: Entrevista - Histórias de um caçador veterano da FAB


O Coronel Ajax é um aviador honrado, não tem meias conversas, e nesse estilo ele conta com misto de humor e seriedade suas histórias como aviador da Força Aérea Brasileira.

Via Canal Porta de Hangar de Ricardo Beccari

sexta-feira, 17 de março de 2023

Vídeo: Estrada do Galeão fica interditada depois de manobra de avião da FAB

Congestionamento na via, que é o único acesso e saída da Ilha do Governador, durou cerca de duas horas.

Avião da FAB atravessado deixou Estrada do Galeão interditada nos dois sentidos
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Vídeos que circulam nas redes sociais registraram o momento em que uma manobra deixou um avião do tipo Hércules, da Força Aérea Brasileira (FAB), atravessado na Estrada do Galeão, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. O caso aconteceu por volta das 10h desta terça-feira (14), na altura da Basea Aérea, e deixou os dois sentidos da via interditados, provocando transtornos para quem trafegava na região. Confira abaixo.




Motoristas enfrentaram um congestionamento de aproximadamente duas horas, já que o fluxo só foi totalmente liberado próximo das 12h. De acordo com a FAB, foi realizada a retirada de peças de uma aeronave leiloada na Base Aérea, mas o transporte "ocorreu sob total responsabilidade da empresa que arrematou o material", não havendo qualquer atribuição à corporação no processo.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Nas redes sociais, moradores se queixaram da manobra, já que a Estrada do Galeão é o único acesso e saída da Ilha do Governador. "Sim, a FAB simplesmente achou que 10h da manhã era o horário ideal para manobrar um avião no meio da pista da Estrada do Galeão, único acesso e saída da Ilha do Governador. Sério, não dá, gente", reclamou uma pessoa. "Um lugar que tem uma entrada e uma saída e, no horário da saída dos insulanos, um avião interdita a estrada do Galeão", se queixou outra.



Via O Dia

sábado, 4 de março de 2023

FAB intercepta em Mato Grosso avião com 400 quilos de cocaína

Aeronave está em condições normais de operação
Uma aeronave bimotor Sêneca foi interceptada por aeronaves A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde de quarta-feira (1º) no interior de Mato Grosso. O avião, que fazia voo clandestino, transportava 400 quilos de cocaína. A operação conjunta reuniu a FAB, Polícia Federal, PMMT, Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) e do Grupo Especial de Fronteira (GEFRON) em Mato Grosso.

Ao detectar a entrada do avião não identificado em espaço aéreo brasileiro, a FAB acionou um avião-radar E-99 e caças A-29 para monitorar e interceptar o invasor. Após a interceptação, o piloto da aeronave Embraer 810 com matrícula aparente PT-VGK, pousou em uma pista clandestina na região de Alta Floresta e fugiu.

As Forças de Segurança em solo fizeram a abordagem e apreenderam o carregamento de cocaína. Esta é a segunda aeronave do narcotráfico interceptada pela FAB em menos de um mês. A última aconteceu no interior de São Paulo.

A Aeronave apreendida está cadastrada na Agência Nacional de Aviação Civil como propriedade de uma mulher, mas com outro operador. Com todas as licenças em dia, válidas até julho deste ano. A aeronave PT-VGK é homologada para operação noturna.