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domingo, 25 de fevereiro de 2024

Latam facilita transporte de pets na cabine de aviões. Confira as novas regras


A Latam decidiu facilitar a vida dos tutores de pets pequenos mais pesadinhos. A companhia suspendeu a exigência de peso máximo para os animais que vão na cabine dos aviões. Antes, apenas pets de até 7 kg podiam voar a bordo. Mesmo que o animal fosse pequeno, se ultrapassasse esse peso, ia para o porão.

Com a mudança, a Latam passa a ser a única companhia aérea nacional sem limite de peso para pets. Mas atenção, a regra do tamanho da bagagem de transporte se mantém e será cobrada pela companhia.


O tamanho máximo da bolsa ou caixa de transporte deve ser de 25 cm de altura, 28 cm de largura e 40 cm de comprimento. Além disso, o animal precisa caber de pé dentro da caixa de transporte e ser capaz de se movimentar e girar naturalmente sem tocar as paredes. A novidade é uma ótima notícia aos tutores com peludos pesadinhos! 


O comunicado que divulga a alteração na regra também menciona os assentos que o passageiro pode viajar com seu pet, conforme cada modelo de avião, para que a compra do assento seja feita conforme as regras:


Além disso, os cães ou gatos pequenos podem viajar na cabine dos voos da Latam se cumprirem com os seguintes requisitos (tudo isso já valia antes):
  • A caixa ou bolsa deve cumprir as medidas e condições que garantam segurança durante o transporte;
  • O tutor deve estar viajando em Cabine Economy ou Premium Economy;
  • A viagem deve ser para destinos que permitam a entrada de animais domésticos;
  • Deve haver lugares suficientes na cabine do avião;
  • O serviço deve ser confirmado junto ao Contact Center (no Brasil, Central de Vendas e Serviços) antes de chegar ao aeroporto;
  • O animal de estimação não pode estar sedado e deve cumprir todos os requisitos de viagem;
  • Passageiros com animais de estimação não podem viajar nas primeiras fileiras e nem nas saídas de emergência.
É importante saber que o tutor precisa cumprir todas as regras, caso contrário, o animal não será embarcado. Para conferir outros detalhes, confira o site da Latam antes da sua viagem.


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Medo de voar? Saiba chance de um avião cair e as companhias mais seguras

A indústria da aviação registrou queda de 10% no número de acidentes envolvendo aviões entre 2020 e 2022.

(Imagem: Niels And Marco/Unsplash/Reprodução)
A viagem aérea é o meio de transporte mais seguro do mundo. Inclusive, o relatório mais recente da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) confirmou que 2023 foi o ano mais seguro da história recente da aviação. O documento também detalha as chances de um avião cair — que, adiantando, são bastante baixas.

Como reportado pelo site Simple Flying, a indústria da aviação registrou queda de 10% no número de acidentes envolvendo aviões entre 2020 e 2022. Além disso, as fatalidades provenientes de quedas de aeronaves diminuíram cerca de 65% no mesmo período.

Vale destacar que, ao longo do intervalo de dois anos, a quantidade de voos aumentou de forma exponencial. À medida que as restrições de locomoção da pandemia de Covid-19 eram derrubadas, mais voos decolavam e pousavam diariamente.

Andar de avião é mais seguro que dirigir um carro


O avião Embraer Legacy 650 é considerado seguro e moderno (Imagem: Embraer/Divulgação)
Segundo a ICAO, as melhorias aplicadas à segurança geral dos voos, assim como os novos acordos de segurança compartilhados por toda a indústria, ajudaram a diminuir os números de acidentes e fatalidades em viagens aéreas.

De acordo com um estudo da Universidade Harvard, um em cada 1,2 milhão de voos pode sofrer um acidente – com uma em 11 milhões de chances de ser fatal. Em comparação, as chances de um acidente de carro são 200 mil vezes maiores, chegando a uma em 5 mil.

Aqui no Brasil, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou 386 acidentes aéreos entre janeiro de 2021 e julho de 2023, segundo o g1. Porém, a maioria das ocorrências envolveu aviões de pequeno porte e helicópteros.

A própria queda que aconteceu em Itapeva envolvia um avião monomotor que não tinha autorização para prestar serviço de táxi aéreo, segundo Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Voos comerciais têm maiores exigências de segurança


O Embraer E190-E2 da Placar Linhas Aéreas usado pelo Palmeiras (Imagem: Embraer/Divulgação)
Em voos comerciais, existe não só maior fiscalização de equipamentos e licenças, como também há mais investimento no treinamento de pilotos, comissários de bordo e operadores de tráfego aéreo. Essas medidas fazem com que voar (da forma correta) seja bastante seguro.

Além disso, a indústria da aviação adota diversas inovações tecnológicas nas aeronaves, como o “glass cockpit”. Esse componente substitui os mostradores e indicadores analógicos por várias telas de LCD comandadas por um único sistema de gerenciamento de voo digital, diminuindo o risco de erros humanos.

A ANAC exige, no Brasil, que todos os pilotos tenham, pelo menos, 150 horas de voo antes de assumir um avião comercial. Algumas companhias aéreas, porém, podem exigir mais tempo em processos seletivos, podendo ultrapassar as 500 horas.

Enquanto isso, nos EUA, a exigência é de 1.500 horas de voo, antes de pilotar um avião comercial. Apesar das passagens caras e dos assentos cada vez mais desconfortáveis, a experiência de voar ainda é bastante segura.

As companhias aéreas mais seguras do mundo


Se você tem medo de voar, escolha uma companhia aérea de qualidade. O site Airline Ratings, por exemplo, listou as 20 empresas mais seguras de 2023, com a Qantas Airways em primeiro lugar. Em ordem, os nomes são:
  • Qantas;
  • Air New Zealand;
  • Etihad Airways;
  • Qatar Airways;
  • Singapore Airlines;
  • TAP Air Portugal;
  • Emirates;
  • Alaska Airlines;
  • EVA Air;
  • Virgin Australia/Atlantic;
  • Cathay Pacific Airways;
  • Hawaiian Airlines;
  • SAS;
  • United Airlines;
  • Lufthansa/Swiss Group;
  • Finnair;
  • British Airways;
  • KLM;
  • American Airlines;
  • Delta Air Lines.
Entre as empresas que operam no Brasil, a GOL é a companhia aérea mais segura, segundo o Airline Ratings, seguida de Azul, LATAM, Avianca e Voepass.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

História: Richard Branson - Ele criou uma empresa aérea após ter o voo para ver a namorada cancelado

O excêntrico bilionário Richard Branson, um dos fundadores da Virgin Atlantic (Imagem: Virgin Atlantic)
Em 1982, por causa de um voo cancelado e a vontade de ver a então namorada o quanto antes, Richard Branson criou uma das maiores companhias aéreas do Reino Unido, a Virgin Atlantic. Branson já era dono da Virgin Records, uma gravadora de sucesso fundada na década anterior.

A ideia inicial


O hoje bilionário falou como teve a ideia de fundar uma companhia aérea durante um podcast da rede norte-americana CNBC:
  • Em 1982, Branson aguardava um voo que sairia de Porto Rico com destino às Ilhas Virgens Britânicas.
  • Ele estava indo visitar sua então namorada, Joan Templeman, com quem é casado hoje.
  • O empresário estava três semanas sem vê-la, e a saudade apertava.
  • Diante da dificuldade, ele resolveu fretar um avião para fazer o trajeto.
  • Ele escreveu em uma lousa o destino e o preço e foi até os passageiros do mesmo voo que havia sido cancelado para saber quem iria com ele.
  • Algumas pessoas se interessaram e embarcaram com Branson.
  • Após o pouso, uma delas disse que, se ele melhorasse um pouco o serviço oferecido a bordo, ele poderia entrar no ramo da aviação.
Branson relembra como foi aquele dia: "Fui para os fundos do aeroporto. Aluguei um avião. Dei a eles meu cartão de crédito, torcendo para que não fosse recusado, peguei emprestado uma lousa escrevi como uma piada: 'Virgin Airlines: voo só de ida para as Ilhas Virgens [Britânicas] por US$ 39'. Fui até os passageiros que não iriam mais voar e enchi meu primeiro avião."

Richard Branson (à direita) na década de 1980 (Imagem: Virgin Atlantic)

O começo: Um único 747


No dia seguinte, o bilionário ligou para fabricante Boeing dizendo que teve uma experiência ruim e que pensava em criar uma empresa chamada Virgin. "Vocês têm um Boeing 747 de segunda mão à venda?", disse.

Entretanto, ainda não seria agora que a empresa sairia do papel.
  • Branson foi contatado por um advogado dos Estados Unidos chamado Randolph Fields, que havia estruturado uma aérea chamada British Atlantic Airways em parceria com o piloto Alan Hellary.
  • Fields propôs ao fundador da Virgin participar da criação da nova empresa aérea.
  • Com os trabalhos já avançados dos criadores da British Atlantic, Branson aceitou a proposta e a empresa foi rebatizada de Virgin Atlantic.
  • Em 22 de junho de 1984, foi realizado o voo inaugural saindo da Inglaterra com destino ao aeroporto de Newark, cidade vizinha a Nova York, nos EUA.
  • O avião era justamente um Boeing 747, apelidado de Maiden Voyager (Dama Viajante).
  • Desde então, a empresa cresceu fortemente, se tornando uma das maiores do Reino Unido.
  • Após desentendimentos, Fields saiu da empresa.
A350-1000 da Virgin Atlantic (Imagem: Virgin Atlantic)

Vinda para o Brasil


A empresa chegou a anunciar que realizaria voos da Inglaterra para o Brasil a partir de março de 2020.
  • Com o avanço da pandemia de covid-19, os planos foram postergados.
  • Em maio de 2020, os contratos com as equipes brasileiras foram rescindidos, mesmo com o voo inaugural tendo sido remarcado para outubro daquele ano.
  • No segundo semestre de 2022, a empresa fez uma reunião com a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) mostrando interesse em retomar os planos de voar para o país.
Airbus A350-1000 da Virgin Atlantic, apelidado de Red Velvet (veludo vermelho), em 2019
 (Imagem: Divulgação/Virgin Atlantic)

A empresa hoje


Entre os números da empresa, se destacam:
  • Cerca de 3.600 pilotos e comissários (ao fim de 2021).
  • São 39 aeronaves ao todo: 17 Boeings 787-9, nove Airbus A350-1000, dez A330-300 e três A330-900.
  • Em 2019, último ano antes da pandemia, foram cerca de 5,7 milhões de passageiros transportados pela companhia.
  • A empresa hoje tem 49% de suas ações pertencentes à norte-americana Delta enquanto 51% permanecem em posse do grupo Virgin.
  • A empresa ficou em 19º lugar no ranking das melhores empresas aéreas de 2022 do World Airline Awards, considerado o Oscar da aviação mundial.
Os principais destinos partindo da Inglaterra são:
  • Barbados
  • Joanesburgo (África do Sul)
  • Los Angeles (EUA)
  • Miami (EUA)
  • Nova Déli (Índia)
  • Orlando (EUA)
  • Tel Aviv (Israel)
  • Washington (EUA)

Curiosidades


Imagem: Reprodução/Twitter
  • É necessário que os tripulantes usem relógio de pulso durante os voos e, se for um smartwatch, precisa ter um mostrador de ponteiros também.
  • Isso se deve ao fato de que alguns procedimentos de segurança da empresa precisam ser feitos em sincronia por toda a equipe.
  • Se um dos tripulantes estiver sem o relógio, pode até ser impedido de voar.
  • Para saber se a temperatura das refeições está adequada, os comissários usam uma espécie de palito sensível ao calor.
  • Se a comida não estiver na temperatura certa por dentro, ela volta para o forno.
  • Em todos os voos são feitos dois anúncios aos passageiros, um de boas-vindas e um próximo ao pouso.
  • O primeiro sempre é feito pelo piloto antes da decolagem, enquanto o segundo é feito faltando cerca de 40 minutos para o pouso por quem está no comando da aeronave naquele momento.
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Quais companhias aéreas devem ser lançadas em 2024?


Em 2024, espera-se que mais de 27 novas companhias aéreas iniciem operações, representando um novo e diversificado capítulo na indústria da aviação.

Observe que as datas de lançamento e detalhes específicos dessas startups podem estar sujeitos a alterações.

Companhias aéreas devem ser lançadas em 2024

1. Air Japan, Japão


  • Data de lançamento: fevereiro de 2024
  • Foco: Rotas internacionais complementando a rede existente da ANA, oferecendo luxo acessível
  • Aeronave: Boeing 787 Dreamliners
  • Rotas iniciais: Tóquio Narita (NRT) para Honolulu (HNL), Bangkok (BKK) e San Jose (SJC), com planos de expansão adicional na Ásia e América do Norte
  • Base: Aeroporto Internacional de Narita
A Air Japan, a nova marca de companhia aérea revelada em março de 2022 para rotas internacionais de médio curso sob a ANA Holdings Inc., pretende começar a operar voos comerciais em fevereiro de 2024. A Air Japan operará rotas internacionais, complementando a rede doméstica e internacional existente da ANA.

A transportadora se concentrará em oferecer tarifas mais simples e acessíveis, mantendo altos níveis de segurança e serviço. O lema da Air Japan é “Voe conosco! Experimente o novo céu com padrões globais e hospitalidade japonesa.”

O Boeing 787 da Air Japan será configurado com 324 assentos na Classe Econômica feitos de couro sintético japonês premium, conhecido por sua textura leve, durável e macia.

2. Really Cool Airlines, Tailândia


  • Data de lançamento: segundo trimestre de 2024
  • Foco: Foco inicialmente em rotas asiáticas, como Japão, Hong Kong, Cingapura e Xangai
  • Aeronave: Quatro Airbus A330-300 arrendados
  • Rotas iniciais: detalhes completos serão revelados em breve, mas os destinos previstos incluem Tóquio Narita e Nagoya
  • Base: Bangkok Suvarnabhumi ou Aeroporto Internacional Don Mueang
Really Cool Airlines é uma nova companhia aérea tailandesa de serviço completo com lançamento previsto para o segundo trimestre de 2024. É fundada por Patee Sarasin, ex-presidente da companhia aérea de baixo custo da Tailândia - Nok Air, com a missão de revolucionar a aviação, o turismo e logística por meio de serviços inovadores. A transportadora tailandesa espera receber o seu certificado de operador aéreo no primeiro trimestre de 2024 e iniciar operações no segundo trimestre.

Espera-se que a Really Cool Airlines traga novas experiências aos passageiros e também participe na revitalização das indústrias de aviação e turismo da Tailândia. Com uma tripulação inicial de 130 pessoas, a empresa testará o mercado com voos fretados de março a maio, depois mudará para voos regulares e posteriormente expandirá para os mercados europeus.

3. Global Airlines, Reino Unido


  • Data de lançamento: segundo trimestre de 2024
  • Foco: Redefinir as viagens aéreas de luxo com conforto e serviço personalizado
  • Aeronave: Quatro Airbus A380
  • Rotas iniciais: Londres a Nova York e Los Angeles, com planos de expansão futura
  • Base: Londres Heathrow ou Aeroporto de Gatwick
Global Airlines é uma companhia aérea britânica que pretende iniciar operações de Londres a Nova York e Los Angeles na primavera de 2024, usando uma frota de quatro Airbus A380. A empresa supostamente comprou sua primeira aeronave A380 em maio de 2023, alegando ser a primeira nova companhia aérea a fazê-lo em anos. Ao implantar o A380 nos Estados Unidos, pretende se tornar a primeira nova companhia aérea a operar esse tipo de aeronave em oito anos.

Em novembro de 2023, a Global Airlines anunciou uma parceria com fornecedores para um programa de reforma que deverá começar na primeira aeronave da companhia aérea em janeiro de 2024. A startup com sede no Reino Unido também fez parceria com a HiFly, para acelerar o início de suas operações usando o A380.

4. Air Iveria (nova companhia aérea de bandeira da Geórgia)

  • Data de lançamento: segundo trimestre de 2024 (data exata ainda a ser confirmada)
  • Foco: Conectar a Geórgia ao mundo e o mundo à Geórgia, apresentando a hospitalidade georgiana
  • Aeronave: Airbus A320neo (inicialmente, com planos de incluir Airbus A330neo para destinos de longo curso)
  • Rotas iniciais: Aeroporto Internacional de Tbilisi (TBS) para os principais destinos europeus como Amsterdã (AMS), Frankfurt (FRA), Munique (MUC) e Paris (CDG), com planos de expansão futuros
  • Base: Aeroporto Internacional de Tbilisi
Air Iveria, a nova companhia aérea de bandeira da Geórgia, planeja iniciar operações em 2024, utilizando uma frota de aeronaves Airbus . Com base em Tbilisi, a companhia aérea pretende eventualmente converter Tbilisi num hub entre a Ásia, o Médio Oriente e a Europa.

A frota da Air Iveria será inicialmente constituída por três a quatro aviões alugados, com um investimento inicial de 20 milhões de euros.

5. Air Cahana, EUA


  • Data de lançamento: final de 2024
  • Foco: Viagens regionais sustentáveis ​​e personalizadas
  • Aeronave: Turboélices monomotores (inicialmente), em transição para turboélices ATR movidos por Combustível de Aviação Sustentável (SAF) e, eventualmente, propulsão elétrica a hidrogênio
  • Rotas iniciais: Conexões regionais na Califórnia e no oeste dos Estados Unidos, contornando os principais centros e conectando aeroportos menores
A Air Cahana, uma nova companhia aérea com sede na Califórnia, deverá ser lançada no final de 2024, com o objetivo de revolucionar a indústria com aeronaves movidas a hidrogênio. É a primeira companhia aérea a ser lançada exclusivamente com a missão de descarbonizar a aviação.

A transportadora com sede na Califórnia começará inicialmente com combustível de aviação sustentável (SAF) e adotará sistemas de propulsão com emissão zero à medida que a tecnologia entrar no mercado.

A Air Cahana fez parceria com a ZeroAvia, um desenvolvedor líder de tecnologias de aviação elétrica a hidrogênio, para garantir sua futura transição para voos com emissão zero. A transportadora também fez um pedido de 250 motores ZA2000 elétricos a hidrogênio.

6. NEOM Airlines, Arábia Saudita


  • Data de lançamento: quarto trimestre de 2024
  • Foco: Visão futurística das viagens aéreas dentro e fora da cidade NEOM
  • Aeronaves: Retrofit de aeronaves existentes (inicialmente), aeronaves elétricas, movidas a hidrogênio ou supersônicas no futuro
  • NEOM Airlines, com lançamento previsto para o final de 2024, é uma nova companhia aérea da Arábia Saudita que terá inicialmente base no Aeroporto NEOM Bay.
Eles aspiram fazer algo semelhante para a megacidade do NEOM que a Emirates fez para Dubai.

“Outras companhias aéreas estão focadas na viagem porque não participam do front-end ou do back-end da viagem. Para nós, as coisas serão diferentes. As companhias aéreas do Golfo fizeram isso até certo ponto, mas iremos levá-lo a um novo nível. Sem a Emirates, por exemplo, não existiria Dubai, certo? Esteja pronto para uma experiência de viagem completamente diferente”, declarou o ex-CEO da NEOM Airlines, Klaus Goersch.

7. P80 Air, Tailândia


  • Data de lançamento: quarto trimestre de 2024 (antecipado)
  • Foco: Conectando a Tailândia e as principais cidades da China
  • Aeronave: Jatos Boeing 737-800 NG para voos regulares e não regulares de passageiros
  • Base: Aeroporto Internacional de Mueang (antecipado)
A P80 Air é uma companhia aérea totalmente nova na Tailândia, aguardando seu lançamento oficial no último trimestre de 2024. Um porta-voz da companhia aérea disse que a empresa espera obter seu AOC nos próximos meses e iniciar a operação comercial no último trimestre deste ano.

Nos primeiros dois anos de operação, o P80 Air voaria principalmente para cidades secundárias na China usando quatro aeronaves Boeing B737-800 NG. É uma subsidiária da Thoresen Thai Agencies, que supostamente investiu mais de 2 bilhões de baht no negócio aéreo. A agência teria gasto 500 milhões de baht no estabelecimento desta nova companhia aérea.

De acordo com a Autoridade de Aviação Civil da Tailândia (CAAT), os cidadãos tailandeses vão lançar cinco novas companhias aéreas em 2024, com um investimento total de pelo menos 3,85 mil milhões de baht. Estas companhias aéreas estão de olho em uma fatia do crescente mercado de aviação da Tailândia, que se estima atingir 320 bilhões de baht em valor no próximo ano.

8. Avion Express, Brasil



A Avion Express Brasil iniciou seu processo para obtenção do Certificado de Operador Aéreo (COA) na ANAC no ano passado e hoje já desenha a chegada da sua primeira aeronave.

A Avion Express é uma líder mundial em serviços de ACMI (aluguel de aeronaves com tripulação, manutenção e seguros) e voos fretados.

O CEO da Avion Express, Darius Kajokas, enfatizou a intenção estratégica da empresa de expandir sua presença global em mercados que são resistentes à volatilidade econômica da Europa. Ele acrescentou que a empresa está buscando oportunidades na América Latina e no Sudeste Asiático, e considera o Brasil como o próximo passo natural na região.

A Avion Express pretende aplicar seu modelo de negócio ACMI, em que fornece aviões e equipes para outras companhias aéreas por meio de contrato, visando aumentar a eficiência operacional das operadoras brasileiras e ter um impacto positivo em sua estrutura financeira e fluxo de caixa.

A empresa pretende iniciar suas operações no Brasil até o quarto trimestre de 2024, utilizando parte de sua frota atualmente operada nos AOCs europeus para aproveitar a sazonalidade inversa dos mercados. A Avion Express tem planos de escalar rapidamente suas operações no Brasil, com a ambição de ter uma frota de 25 aeronaves até 2027/2028.

A Avion Express Brasil já contratou dois executivos com experiência em companhias aéreas sazonais locais para compor sua equipe de gerenciamento. A empresa continuará a expandir sua equipe com profissionais locais especializados em certificação e operações.

Todos os cinco primeiros aviões virão do próprio grupo Avia Solutions, que é dono da Avion, da SmartLyx e da KlasJet. Serão aeronaves Airbus A320ceo, sendo que a primeira deve chegar ao Brasil em junho próximo, com mais 4 vindo em seguida para estabelecer as operações iniciais da empresa no país.

Para o Certificado de Operador Aéreo (COA) ser emitido é necessário um voo de cheque com a aeronave já registrada no nome da empresa. Todos os aviões serão registrados no Brasil e operados por tripulação brasileira, como manda a lei.

As novas companhias aéreas do Uzbequistão


O Uzbequistão acolheu recentemente duas novas companhias aéreas: Air Samarkand e Humo Air. Ambas as companhias aéreas pretendem atender a diferentes segmentos do mercado, oferecendo perspectivas interessantes para os viajantes e para a indústria da aviação do Uzbequistão.

Air Samarcanda

Air Samarkand é a única companhia aérea do Uzbequistão com sede em Samarcanda. Posiciona-se como uma transportadora regular/fretada, com foco inicial nas rotas fora de Samarcanda. Esta nova operadora visa atender viajantes de negócios e lazer que buscam conexões convenientes para os principais destinos internacionais.


Em dezembro do ano passado, a Air Samarkand inaugurou voos de passageiros, operando um voo charter para Istambul. O vôo foi operado usando seu único Airbus A330-300. Além disso, a Air Samarkand espera receber um Airbus A320 e um A321neo este mês.

“No curto prazo, vamos nos concentrar na construção de uma frota inteiramente Airbus, para garantir que entregaremos eficiência operacional e de manutenção para o negócio, então vocês nos verão apresentar mais Airbus A320 e A321neos para operações de curto/médio curso, e A330s para serviços de longo curso”, disse o CEO da Air Samarkand, Anton Khojayan, disse ao Simple Flying.

Humo Ar

A Humo Air é a nova companhia aérea de baixo custo do Uzbequistão, que iniciou operações em dezembro do ano passado, com uma frota de aeronaves Airbus A320. O LCC visa oferecer tarifas competitivas, concentrando-se em operações eficientes e de alta frequência para viagens domésticas e regionais dentro do Uzbequistão e países vizinhos.


“A Humo Air se esforçará para desenvolver o turismo doméstico no Uzbequistão. Mais importante ainda, a companhia aérea tenta dar às pessoas a oportunidade de estarem juntas tanto quanto possível”, declarou o porta-voz da HUMO Air.

A HUMO Air anunciou seu plano para operar uma frota totalmente Airbus de aeronaves Airbus A320 e A321. Atualmente opera dois Airbus A320 e pretende operar quatro aeronaves A320/A321 até o início de 2024 antes de lançar voos internacionais. Espera-se que sua frota cresça posteriormente para 18 aeronaves até o final de 2025.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

O que é necessário para certificar uma nova companhia aérea?

Abrir uma nova companhia aérea exige muito trabalho, desde encontrar um mercado até financiar operações. Mas o que é preciso para certificar uma nova companhia aérea? O que os reguladores procuram antes de dar permissão às companhias aéreas para voar e transportar passageiros e carga? Aqui está o que é necessário para certificar uma nova companhia aérea.

Certificar uma nova companhia aérea exige muito mais do que apenas
adquirir aeronaves para a missão (Foto: Getty Images)
Cada país tem um conjunto diferente de regras quando se trata de distribuir a licença mais crítica para uma companhia aérea: o Certificado de Operador Aéreo, ou AOC. O AOC é um requisito para qualquer operação de linha aérea e pode variar de bastante fácil a extremamente rigoroso, dependendo da jurisdição. Neste artigo, usaremos os requisitos de certificação da FAA para entender um esboço do processo.

Configurando a empresa


Antes de se candidatar a um AOC, as companhias aéreas iniciantes precisam atender aos requisitos de pessoal. O primeiro passo é começar a contratar a administração da companhia aérea e nomear “funcionários responsáveis,” que são os funcionários encarregados de lidar com todas as questões de segurança e serão responsabilizados em caso de quaisquer incidentes.

As companhias aéreas também devem manter fundos suficientes para provar que podem apoiar suas operações. Embora não haja um cálculo definitivo para um valor mínimo, as companhias aéreas geralmente precisam de dezenas de milhões de dólares para comprar aeronaves, contratar tripulantes e garantir slots.

Por exemplo, a JetBlue garantiu US $ 128 milhões antes de iniciar as operações em 2000, de acordo com o USA Today . O valor varia de acordo com o país e modelo de negócios, mas as principais companhias aéreas (operando aeronaves narrowbody) normalmente gastam US $ 5 a 10 milhões apenas nos custos iniciais.

Contratar a equipe certa e obter financiamento são as duas coisas mais importantes
antes de se inscrever para a certificação (Foto: Vincenzo Pace | JFKJets.com)
Depois que a companhia aérea monta sua equipe principal e decide para onde voar , ela chega à parte emocionante: escolher a aeronave para operar.

Aviões e tripulação


A FAA exige que as companhias aéreas que se candidatam à certificação tenham pelo menos uma aeronave em sua frota, comprada ou alugada exclusivamente por pelo menos seis meses. O tipo de aeronave varia de acordo com a certificação solicitada. Isso significa que as companhias aéreas regionais podem se inscrever com uma aeronave turboélice, enquanto as que visam rotas internacionais precisarão de aeronaves narrowbody ou widebody de longo alcance.

As companhias aéreas têm uma variedade de opções quando se trata de aviões. Eles podem arrendar novas aeronaves , comprar uma mais antiga ou simplesmente fazer um pedido em empresas como Boeing e Airbus. A maioria das companhias aéreas opta por alugar seus primeiros aviões e, posteriormente, reservar pedidos diretos.

Para ser certificada, uma companhia aérea precisa de pelo menos uma aeronave de
sua propriedade ou alugada exclusivamente por seis meses (Foto: Getty Images)
Além de comprar aviões novinhos em folha, há muito mais planejamento e despesas para lidar. A companhia aérea deve contratar tripulantes qualificados (pilotos e tripulação de cabine) e estabelecer um programa de manutenção rigoroso. O programa deve incluir a manutenção de rotina e de revisão das peças conforme especificação do fabricante, com documentação das mesmas.

A manutenção é uma parte importante do processo, pois os aviões devem estar continuamente em condições de aeronavegabilidade enquanto estão em uso. A FAA monitora atentamente os programas de manutenção, o que significa que as companhias aéreas devem apresentar seus planos antes mesmo de entrarem em ação. A manutenção pode ser terceirizada ou até mesmo feita internamente, se uma companhia aérea tiver aeronaves suficientes para investir em suas próprias instalações .

As companhias aéreas devem apresentar um programa de manutenção para provar
que suas aeronaves permanecerão em condições de aeronavegabilidade
assim que começarem a voar (Foto: Getty Images)

Seguro e propriedade


Embora as etapas descritas acima possam ser familiares, os reguladores também têm regras sobre o funcionamento interno da companhia aérea. Todas as companhias aéreas devem apresentar comprovante de seguro de suas aeronaves e operações, também conhecido como Autoridade Econômica. O seguro obrigatório da companhia aérea garante que todas as vítimas de acidentes sejam devidamente indenizadas e a falência não afeta a indenização.

Alguns países também têm regras sobre quem pode ser proprietário ou operar uma companhia aérea naquele país. Nos EUA, o candidato ao AOC deve ser cidadão norte-americano e 75% do controle acionário da companhia aérea deve ser propriedade de um americano. Da mesma forma, a UE exige que os candidatos a um COA sejam residentes legais do estado específico a partir do qual estão se candidatando.

Muitos governos têm o cuidado de garantir que o controle das companhias aéreas
permaneça com seus cidadãos (Foto: Jay Singh - Simple Flying)
No entanto, a regra de propriedade não é uniforme entre os países. Muitos países encorajam investidores externos a abrir e operar companhias aéreas em seu país, fornecendo o capital necessário e impulsionando a companhia aérea. Isso explica várias subsidiárias de companhias aéreas estrangeiras ou investimentos consideráveis ​​de companhias aéreas fora de seus territórios de origem. No entanto, mesmo as subsidiárias precisam de seu próprio AOC.

AOC valioso


Embora as condições de um AOC possam não parecer muito desafiadoras no papel, sua implementação pode levar anos. As companhias aéreas podem esperar pelo menos 1-3 anos antes de iniciar as operações, dependendo do país em que desejam operar. O processo tende a ser árduo, cheio de obstáculos burocráticos e longos tempos de espera. Em outros países, o processo é rigidamente regulamentado, dando uma vantagem às companhias aéreas estatais e mantendo o início de empresas à distância.

Isso torna o AOC extremamente valioso; não é incomum que as companhias aéreas comprem subsidiárias apenas para seu AOC. Isso tende a acontecer no caso de empresas aéreas que vão à falência, permitindo que um concorrente maior compre o AOC por um preço menor.

A compra da AOC da Northwest mais tarde se tornou uma companhia aérea
subsidiária da Delta Connection (Foto: Getty Images)
Em 2005, a Northwest Airlines comprou a falida Independence Air apenas para seu AOC e iniciou uma nova subsidiária com ela. Outras companhias aéreas também fundiram ou compraram concorrentes para adquirir AOCs mais rapidamente .

As startups estão crescendo


Embora a aviação tenha tido um ano difícil em 2020, novas companhias aéreas estão surgindo em todo o mundo. Estimulados pelo menor custo das operações (aviões mais baratos, disponibilidade de tripulação, etc.), aqueles que podem garantir o financiamento aproveitaram a chance de montar suas companhias aéreas. Para todas as companhias aéreas que estão fazendo planos, garantir o AOC será uma etapa crucial.

As empresas iniciantes de companhias aéreas enfrentarão o desafio de garantir
um AOC, o que pode ser um obstáculo para muitos (Foto: Getty Images)
O processo de certificação da companhia aérea é rigoroso, com os reguladores procurando garantir que qualquer operadora mantenha os passageiros seguros. Embora possa ser difícil conseguir um AOC, uma vez que você tenha um, nada pode impedir uma companhia aérea de voar.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu com Simple Flying

Caviar, lagosta e camarão: como era o serviço de bordo da Varig?

Reprodução de propaganda antiga da Varig: Companhia aérea possuía excelência no serviço de bordo
Por corte de custos e medidas de segurança, muita coisa mudou na aviação. Uma delas é a alimentação, que teve uma transformação radical desde a década de 1950 até os dias atuais. Era muito mais sofisticada, e agora fica cada vez mais simples.

No Brasil, uma empresa se destacava pelo serviço de bordo, reconhecido internacionalmente: a Varig. 

Veja mais abaixo o que seu menu de luxo oferecia:
  • Camarão
  • Caviar
  • Churrasco
  • Ganso
  • Lagosta
  • Queijos franceses
  • Veado
Entre as bebidas, eram servidas:
  • Champanhe Dom Perignon
  • Champanhe Moet Chandon
  • Licor Cointreau
  • Licor Drambuie
  • Vinho Châteauneuf-du-Pape
  • Vodka Stolichnaya
Mesmo na classe econômica, era servido filé mignon. Na década de 1990, a empresa chegou a oferecer 25 mil refeições diariamente aos passageiros.

Entre os pratos, se destacavam:

  • Bife Wellington
  • Canapés quentes e frios
  • Cascata de camarão
  • Langouste en Bellevue
  • Supremo de faisão
  • Sushi
  • Variados hors d'oeuvre
As refeições tinham entrada, prato principal, salada, sobremesa, queijos e café. Eram servidos almoço, jantar e café da manhã nos voos. Todas elas eram preparadas antes de embarcar para facilitar o serviço a bordo.

A maior parte dos pratos era servida em porcelana japonesa Noritake. Os copos eram de cristal ou vidro e os talheres de aço inox.

A cozinha no RJ

No começo da década de 1990, a cozinha da Varig no aeroporto do Galeão era a maior da empresa e tinha números surpreendentes:
  • Dez mil refeições por dia
  • 6.000 sobremesas diárias
  • 1.100 funcionários
  • Trabalho 24 horas por dia, sete dias por semana

Qual a história desse requinte?


O presidente da Varig na década de 1950, Ruben Berta, queria melhorar o serviço de bordo. Nessa época, começaram os voos da companhia para Nova York (EUA) com o avião Constellation.

Berta convidou o chef austríaco Max von Stuckart, que havia fugido da Segunda Guerra Mundial e vindo ao Brasil. Desde então, os pratos alcançaram outro patamar, concorrendo com aqueles servidos em restaurantes e outras empresas aéreas.

Os menus eram dos mais variados, e continham diversas opções, não apenas o "carne ou massa" de hoje em dia. Veja imagens de alguns pratos do serviço de bordo da Varig de antigamente.





Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo) - Fontes: Cláudia Musa Fay e Gianfranco Betting

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira

Para especialistas, a reestruturação financeira na Justiça dos EUA é muito usada por empresas brasileiras pela maior facilidade de negociar dívidas em dólar, menor burocracia processual e pelas categorias de dívida que ficam suspensas durante o processo.

(Foto: Divulgação/Gol)
O Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, ou "chapter 11", voltou a ser tema do mercado na última quinta-feira (25). O instrumento foi acionado pela Gol Linhas Aéreas, nos Estados Unidos, com o objetivo de reestruturar as obrigações financeiras de curto prazo da empresa e "fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo".

As dívidas da companhia são estimadas em R$ 20 bilhões. O mecanismo é usado para suspender a execução de dívidas e permitir que a empresa proponha um plano de reestruturação sem que precise parar de operar. É semelhante ao processo de recuperação judicial brasileiro, mas com pequenas diferenças.

O que é o Capítulo 11 da Lei de Falência dos EUA?


O Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana é um mecanismo que pode ser acionado tanto por empresas que estejam com dificuldades financeiras, quanto por seus credores.

O instrumento é usado para suspender a execução de dívidas e permitir que a empresa proponha um plano de reestruturação financeira e operacional, de maneira que a companhia siga operante e consiga mais tempo para pagar seus credores.

Segundo informações do Tribunal dos EUA, a empresa devedora mantém todos os seus ativos, podendo continuar com a operação, negociar um possível adiamento de suas dívidas e, com aprovação judicial, até mesmo conseguir um novo empréstimo.

Um plano de reestruturação deve ser proposto pela empresa devedora e precisa ser aprovado pelos credores. Toda essa negociação é feita sob mediação da justiça.

“A escolha por ingressar com este procedimento visa também, em curto prazo, quitar os credores, bem como fortalecer sua estrutura de capital no longo prazo, com vistas a novos financiamentos”, afirma a advogada especialista em reestruturação empresarial do Luchesi Advogados Camila Crespi.


Qual a diferença entre o Capítulo 11 e a recuperação judicial no Brasil?


Segundo especialistas consultados pelo g1, ambos os processos de recuperação são bastante semelhantes — o Capítulo 11, inclusive, inspirou a alteração da lei de recuperações judiciais no Brasil.

Especialistas, contudo, apontam três principais diferenças.

➡️ A primeira delas é o fato de que, no Capítulo 11, tanto as pessoas físicas quanto jurídicas podem buscar esse benefício legal. Por aqui, não.

“No Brasil, apenas as sociedades empresariais — sociedades limitadas, microempresas ou sociedades anônimas — podem ingressar com a recuperação judicial”, afirma Crespi, do Luchesi Advogados.

Ela lembra, ainda, que apenas com uma alteração recente da lei brasileira que se permitiu que o produtor rural que exerce atividade empresarial também pudesse aderir ao processo.

➡️ Segundo, é a exigibilidade dos créditos dentro do Capítulo 11. Nos EUA, os débitos são automaticamente suspensos, incluindo aqueles relacionados a arrendamento e contratos de leasing, por exemplo.

Já no Brasil, créditos relacionados a operações com garantia fiduciária, arrendamento mercantil, compra e venda com reserva de domínio, entre outros, não se submetem aos efeitos da recuperação judicial.

➡️ Por fim, as empresas também preferem a maior fluidez do processo nos tribunais americanos em relação ao observado no Brasil.

Segundo o advogado empresarial e sócio do escritório Morais Advogados, Carlos Yury de Morais, a legislação brasileira foi atualizada com cerca de 30 anos de diferença em relação à atualização feita no país norte-americano.

“Lá [nos Estados Unidos] já existe uma jurisprudência consolidada, o que torna o procedimento bem mais seguro do que aqui. Seguro no sentido de saber que o procedimento já tem regras específicas, segue determinado rito e que ele não vai ter dificuldade, por exemplo”, diz.

Por que algumas empresas preferem o Capítulo 11 do que a recuperação judicial no Brasil?


A Gol não foi a primeira companhia fora dos Estados Unidos a optar pelo Capítulo 11. Só na América do Sul, por exemplo, outras empresas aéreas – como a Latam e a colombiana Avianca – também já optaram pelo benefício legal proposto pela Lei de Falências norte-americana.

Para especialistas, isso acontece por uma série de fatores, tais como:
  • A maior facilidade dos devedores em negociar suas dívidas em dólar;
  • A menor burocracia processual vista no Capítulo 11;
  • A exigibilidade das dívidas que ficam suspensas durante o processo;
  • A cultura norte-americana mais voltada para o empreendedorismo; entre outros.
Segundo Fabio Melo, advogado da Goulart Penteado, apesar de o Capítulo 11 exigir um formulário em que alguns requisitos também precisam ser preenchidos, o processo acaba sendo “menos burocrático do que pedir recuperação judicial aqui no Brasil”.

“A cultura norte-americana é diferente da nossa, e a abrangência dos créditos no pedido de recuperação dos EUA é maior”, afirma Melo.

“Lá nos EUA, o pedido suspende automaticamente os créditos, incluindo aqueles de arrendamento e relacionados a contratos de leasing, que é o ponto principal das companhias aéreas como a Gol, por exemplo, porque as aeronaves são arrendadas”, acrescenta.

Com isso, diz ele, a principal parcela da dívida, que é junto aos arrendadores, é suspensa — o que ajuda a explicar a preferência de algumas empresas, principalmente do setor aéreo, em abrir um pedido de recuperação judicial pelo Capítulo 11.

Os especialistas afirmam, no entanto, que o uso do instrumento depende da estratégia de cada empresa. Mesmo após o pedido, a empresa continua a operar normalmente.

“O objetivo desse processo é superar a situação de crise e permitir que a empresa mantenha a operação e preserve seus ativos, conseguindo tempo para negociar com credores em um ambiente supervisionado pelo judiciário. É isso o que vai trazer segurança para a operação”, completa Melo.

Via g1

Justiça dos EUA aceita parte de pedido da Gol, que acusa Latam de tentar tomar aviões e pilotos

A alegação foi apresentada ao Tribunal de Falências do Sul de Nova York, o mesmo em que a Gol pediu recuperação judicial em janeiro.

 (Foto: Morio via Wikimedia Commons)
A Justiça dos Estados Unidos aceitou parcialmente o pedido em que a Gol faz demandas contra a Latam, principal concorrente no mercado aéreo brasileiro. Na sexta-feira, 9, a empresa aérea brasileira acusou a Latam de "ação predatória" para obter aeronaves, pilotos e lessores (empresas que arrendam as aeronaves, como bancos e financeiras).

A alegação foi apresentada ao Tribunal de Falências do Sul de Nova York, o mesmo em que a Gol pediu recuperação judicial em janeiro. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo Estadão.

Na decisão, o juiz autorizou o processo de "discovery", o que significa que a Latam terá que prestar explicações e apresentar as cartas enviadas aos lessores. Também determinou que três executivos da companhia aérea chilena prestem depoimento por um total de cinco horas, mas ainda não foi definido quais serão as pessoas ouvidas.

A Gol havia pedido mais depoimentos do que os três. Entre as pessoas solicitadas para os esclarecimentos, estavam Jerome Cadier (presidente da Latam Brasil), Roberto Alvo (presidente global da Latam), Ramiro Alfonsin (diretor financeiro da Latam) e Sebastian Acuto (vice-presidente de Frota e Projetos).

Todos os depoimentos serão confidenciais, e apenas advogados das duas partes poderão ter acesso.

A Gol pediu recuperação judicial nos Estados Unidos no dia 26 de janeiro. Desde então, segundo a companhia aérea, tomou conhecimento de que a Latam estava tentando adquirir seus arrendadores, aviões e pilotos, por meio de contatos com parceiros comerciais nos quais "distorce a capacidade financeira da Gol".

Na comunicação com o Tribunal, a Gol anexou um e-mail de Sebastian Acuto, enviado em 26 de janeiro a lessores, no qual o executivo reforça que a Latam continua "buscando por aeronaves" e que a afiliada brasileira "está no mercado de maneira normal e se esforçará para aumentar a oferta de voos no País e na região".

Na mensagem, a Latam afirma que quer comprar entre 20 e 25 aviões, com disponibilidade imediata, dos modelos Airbus A-320, Airbus A-321, ou Boeing 737.

A Gol cita a divulgação de vagas de empregos para pilotos, registradas em 29 de janeiro, nas quais a Latam afirma que busca profissionais para atuar no Brasil e que ter licença para voar com aeronaves Airbus e Boeing, incluindo o modelo 737, é um diferencial.

Também anexou uma entrevista de Jerome Cadier, CEO da Latam, ao jornal Folha de S.Paulo, na qual Cadier diz que a Latam poderia colocar aviões parados da Gol para voar e que qualquer outra companhia aérea tentaria fazer o mesmo.

A Gol relata que, no momento, opera apenas aviões do modelo Boeing 737, enquanto a Latam voa principalmente com os da fabricante Airbus em rotas curtas, e com os modelos 787, 777 e 767 da Boeing para as viagens longas.

Assim, para a Gol, a única explicação para a conduta da Latam seria de que ela "esperava se aproveitar da Gol".

Ao Estadão, a Gol afirmou estar satisfeita com a decisão, que permitirá que as ações da concorrente sejam esclarecidas, além de identificar se "descumprem a lei de falências dos EUA e das proteções legais relativas aos ativos da empresa".

A Latam afirmou que não tem informações adicionais sobre o caso no momento e reencaminhou nota já enviada anteriormente, na qual diz que está sempre em contato com as "partes interessadas relevantes em matéria de frota" e que está ativa no mercado há vários meses visando "garantir a capacidade necessária para atender às necessidades contínuas e de longo prazo, em um contexto de desafios globais na cadeia de suprimentos e falta de aeronaves ou motores".

Via Estadão Conteúdo

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Nova empresa aérea brasileira, Avion Express Brasil deverá ter inicialmente 5 aviões Airbus

A mais nova companhia aérea brasileira receberá ainda neste semestre o seu primeiro avião para dar curso ao processo de certificação.


A Avion Express Brasil iniciou seu processo para obtenção do Certificado de Operador Aéreo (COA) na ANAC no ano passado e hoje já desenha a chegada da sua primeira aeronave. Fontes próximas da empresa deram detalhes sobre os próximos passos a serem tomados.

Como o AEROIN tem relatado em primeira mão, a empresa da Lituânia é especializada em fretamentos para outras aéreas (o chamado ACMI ou wet-leasing), assim como agências de viagens e grupos turísticos.

Todos os cinco primeiros aviões virão do próprio grupo Avia Solutions, que é dono da Avion, da SmartLyx e da KlasJet. Serão aeronaves Airbus A320ceo, sendo que a primeira deve chegar ao Brasil em junho próximo, com mais 4 vindo em seguida para estabelecer as operações iniciais da empresa no país.

Para o Certificado de Operador Aéreo (COA) ser emitido é necessário um voo de cheque com a aeronave já registrada no nome da empresa. Todos os aviões serão registrados no Brasil e operados por tripulação brasileira, como manda a lei.

Via Carlos Martins (Aeroin) - Foto: DepositPhotos