sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Voo sem pilotos na aviação comercial está próximo de se tornar realidade

Reliable Robotics e FAA trabalham em projeto que poderá tornar realidade no futuro próximo o voo sem pilotos na aviação comercial.

Projeto inicialmente planeja aumentar a segurança através de voo semi-autônomo
A aviação comercial sem pilotos está próxima de se tornar realidade, com o avanço do processo de certificação do sistema semi-autônomo de voo da Realiable Robotics, voltado para o Cessna 208 Caravan.

O projeto inicial é um sistema que reduza a ocorrência de acidentes, através de uma melhor navegação e gestão de recursos do avião. O projeto vai permitir o engajamento contínuo do piloto automático em todas as fases da operação da aeronave, incluindo táxi, decolagem, cruzeiro, pouso, frenagem e corte do motor, com um único piloto a bordo que deverá assumir apenas em caso de procedimentos anormais. Por fim, ao ser considerado seguro o bastante será possível retirar os pilotos da cabine.

Por ora, o projeto prevê viabilizar a instalação de um sistema que permita o avião ampliar sua capacidade de voo através de avançada automação que devera reduzir quase a totalidade dos acidentes de voo controlado para o terreno e a perda de controle, respectivamente a primeira e segunda causa de acidentes fatais em aeronaves de pequeno e médio porte.

O sistema avançado de automação da Realiable Robotics promete reduzir a ocorrência desses acidentes e trarão um nível de segurança sem precedentes à aviação comercial por meio de navegação de precisão, planejamento de voo sofisticado e controles de voo robustos.

Embora o projeto não seja radicalmente diferente de conceitos e sistemas já em uso em aeronaves da aviação geral, como monojatos, turboélices e aviões monomotores a pistão, por ser dedicado a operação comercial, as autoridades exigem um grau de confiabilidade superior e maior redundância.

A base de certificação, através do documento G-1 da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, que abre o caminho para o início do processo de homologação do sistema autônomo através de uma STC (acrônimo em inglês para Certificação de Tipo Suplementar).

Embora envolva uma grande alteração de projeto, já que inclui mudanças significativas nas características operacionais ou características de aeronavegabilidade, os processos realizados pela Reliable Robotics foram considerados adequados e dentro do padrão de segurança aeronáutica.

“Esta base de certificação culmina os anos de trabalho com a FAA e representa um passo fundamental para trazer sistemas avançados de navegação e voo automático para aeronaves de categoria normal”, explicou Mark Mondt, Diretor de Certificação da Reliable Robotics.

Alguns testes de voo completamente autônomo foram conduzidos com sucesso pela empresa, que tem sede em Mountain View, na Califórnia, um dos berços da indústria de alta tecnologia, conhecido como Vale do Silício.

Cessna 172S Skyhawk já realizou voos sem piloto com sistema da Realiable Robotics.
Note a ausência de pilotos no avião
Um Cessna 172S Skyhawk já realizou voos sem piloto, onde todo o processo do acionamento do motor, até o pouso e corte do motor, foi feito apenas através de um sistema de voo remoto.

A expectativa é que seja possível, em um primeiro momento, pilotar de forma remota aviões comerciais, até o ponto que a inteligência artificial estiver pronta para assumir completamente toda a operação.

“Estamos ansiosos para continuar nosso trabalho juntos à medida que avançamos para a próxima fase do processo de certificação”, disse Mondt.

Por Edmundo Ubiratan (Aero Magazine) - Fotos: Realiable Robotics/Divulgação

Pneus de aviões duram menos de um mês e podem ser recauchutados até 11 vezes

Aviões comerciais têm pneus projetados para suportar dezenas de toneladas e variações térmicas severas.

(Foto: Thiago Vinholes)
O pneu de um carro de passeio é projetado para rodar entre 40 mil e 60 mil quilômetros, dependendo do estilo de direção do condutor. Considerando a média de rodagem anual dos automóveis no Brasil, a troca dos pneus acontece a cada cinco ou seis anos. É um período bastante elástico comparado ao ritmo de substituição dos jogos de pneus de um avião comercial, que precisam passar pela “borracharia” a cada 20 dias.

“Mensuramos a durabilidade dos pneus da nossa frota em quantidade de pousos. A durabilidade média observada na nossa frota é de 200 pousos para o pneu do trem de pouso principal e 120 pousos para o pneu do trem de pouso do nariz”, diz Fabio Pinto, gerente das oficinas de componentes da Gol Aerotech, unidade de negócios da companhia aérea Gol especializada em manutenção de aeronaves e componentes.

“A título de curiosidade, podemos transformar essa quantidade de pousos em dia e o resultado seria de aproximadamente 25 dias para o pneu principal e 20 dias para o pneu de nariz”, afirmou.

O pneu de um avião comercial não tem vida fácil. Eles precisam ser resistentes o suficiente para suportar o peso do avião (um Boeing 737 MAX 8, como os operados pela Gol, pesa 82 toneladas) e variações térmicas severas.

Quem já viu um avião pousando deve ter notado a fumaça expelida dos pneus quando eles tocam a pista de tão forte que é o atrito e o calor gerado naquele momento. Por outro lado, quando a aeronave está voando em altitudes elevadas os pneus ficam sujeitos a temperaturas congelantes, mesmo recolhidos nos compartimentos do trem de pouso. Um pneu de carro jamais aguentaria todo esse “tranco”, nem por um dia.

Pneus são avaliados a cada pouso


Enquanto alguns motoristas praticamente esquecem de recalibrar com frequência os pneus de seus carros, na aviação o cuidado e a atenção são constantes. “Após cada pouso, os pneus são avaliados por um técnico de manutenção. Em caso de qualquer eventualidade, ele é substituído. Além disso, a cada 48 horas existe uma tarefa de manutenção programada, onde a pressão dos pneus é checada com um manômetro e registrada no livro de bordo”, disse o especialista da Gol Aerotech.

Aviões comerciais não contam com estepe, por isso, é comum que todas as companhias aéreas mantenham conjuntos reservas nas bases onde operam. A Gol, por exemplo, tem pneus sobressalentes e equipamentos para executar as trocas em todos os destinos (domésticos e internacionais) onde seus aviões pousam.

Pneus da Gol (Foto: Thiago Vinholes)

Aviões comerciais usam pneus recauchutados


Questionada pela reportagem, a Gol preferiu não comentar sobre quanto custa um pneu de avião. Mas uma coisa é certa: eles não são nada baratos. Por isso, é muito comum o uso de pneus recauchutados na aviação, tal como acontece nos carros. “Um pneu recauchutado chega a custar 30% do valor de um pneu novo”, informou Pinto.

Nossos pneus são recauchutados, em média, por até 5 vezes o principal e 11 vezes o de nariz. Durante o processo de recauchutagem, que é feito pelo próprio fabricante do pneu, a carcaça passa por um processo rigoroso de testes para garantir que ela ainda está em perfeitas condições de reutilização, declarou Fabio Pinto, gerente das oficinas de componentes da Gol Aerotech.

Ele ainda disse que a empresa não tem uma preferência por uma marca específica de pneus. “As escolhas dos fornecedores são feitas baseadas primeiramente em segurança, depois confiabilidade e durabilidade.”

E se o pneu do avião furar?


Por mais que sejam altamente resistentes, pneus de aviões comerciais podem furar. Incidentes como esse, embora raros, podem ocorrer, por exemplo, após um pouso “duro”, quando a aeronave toca a pista do aeroporto com força excessiva.

Mas não precisa ficar preocupado. As aeronaves são preparadas para lidar com esse tipo de situação, que, por sinal, é um incidente raro na aviação.

“Cada trem de pouso tem duas rodas. Essa redundância visa permitir que o avião opere normalmente caso alguma anormalidade ocorra com o pneu adjacente”, disse Pinto, referindo-se a configuração do Boeing 737.

Em aeronaves de grande porte, esse nível de redundância é ainda mais apurado. Um Boeing 777, por exemplo, conta com 12 rodas no trem de pouso principal, enquanto o Antonov An-225, o maior avião de todos os tempos, possui 28 rodas no trem principal e mais quatro no nariz. Não por acaso o An-225 é um dos raros aviões que transportam pneus sobressalentes em suas viagens.

Os pneus do An-225 (Foto: Thiago Vinholes)
O método para trocar o pneu de um avião não é tão diferente quanto o usado em carros. “Nós utilizamos um macaco hidráulico para a substituição de rodas e vale ressaltar que ele é dimensionado para suportar o peso da aeronave embarcada, carregada e abastecida”, disse.

“O macaco é posicionado embaixo do trem de pouso principal e a aeronave é erguida, com a roda fora do chão, soltamos uma porca única, posicionada no meio do eixo e removemos a roda, depois fazemos o processo inverso, instalando uma nova”, contou o especialista.

Esse trabalho normalmente é realizado por dois técnicos e leva algo em torno de 20 minutos

(Foto: Thiago Vinholes)

Pneus são inflados com gás nitrogênio


Uma parte interessante é a forma como os pneus de aviões comerciais são inflados. Em vez de ser enchidos de ar, usa-se o gás nitrogênio. “Trata-se de um gás inerte que possui uma taxa baixa de expansão. Na indústria não se utiliza o ar comprimido, pois ele contém oxigênio e umidade presente em sua composição, onde o oxigênio pode alimentar fogo e a umidade aumenta a taxa de expansão, podendo até causar a explosão do pneu por excesso de pressão”, afirmou.

Devido à alta demanda, a Gol Aerotech, instalada no Aeroporto de Confins (MG), tem sua própria oficina de pneus, algo como uma borracharia hi-tech. No local, são realizadas inspeções e testes nos pneus, revisão parcial (que inclui desmontagem, limpeza e inspeções de nível médio e montagem) e revisão geral (que repete as inspeções da revisão parcial e adiciona verificações mais rigorosas de todos os componentes do conjunto roda/pneu).

Por Thiago Vinholes/Colaboração para CNN

Revisados critérios para alterações em aeronaves na importação e validação de certificado de tipo estrangeiro

Atualizações normativas decorrem da modernização dos processos e de sugestões recebidas do setor regulado.


A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) revisou e publicou, no dia 25 de agosto, a Instrução Suplementar nº 21-010, Revisão E (IS nº 21-010E) –clique no link para acessar –, que dispõe sobre a validação no Brasil de projetos de aeronaves e produtos aeronáuticos estrangeiros e sobre a importação de quaisquer produtos aeronáuticos civis.

Nessa revisão, foram modificados os critérios para aceitação, sem necessidade de validação no Brasil, de certificados suplementares de tipo estrangeiros, ou Supplemental Type Certificates (STCs), incorporados em aeronaves no momento da importação.

Veja as alterações:


As mudanças acima são decorrentes de sugestão recebida no Programa Voo Simples, por meio do qual o setor regulado identificou que grandes aeronaves empregadas na aviação executiva dificilmente possuem 6.000 horas de voo totais e a Agência considerou, após extensa avaliação, que o critério poderia ser flexibilizado.

Uma segunda alteração relevante na IS foi a inclusão de critérios para definição do tipo de validação de certificados de tipo e do nível de envolvimento correspondente da ANAC. Tais critérios são continuidade do projeto “Modernização da Validação de Aeronaves e Produtos Aeronáuticos” do Programa Voo Simples, já objeto de atualização da IS 21-010 na revisão C em janeiro de 2022 (clique no link para visualizar a notícia).

Foram definidos agora três tipos de validação de certificados de tipo: padrão, simplificada ou expedita, variando o nível de envolvimento da ANAC, a depender do Estado de Projeto, da experiência operacional da aeronave e dos aspectos particulares do modelo, tais como questões relevantes de certificação, novidades ou especificidades de operação.

A IS também ajusta a terminologia utilizada na seção sobre “Aspectos aduaneiros da importação de produtos”, incluída na revisão D com base em projeto entre a ANAC e a Receita Federal do Brasil para evitar a importação irregular de produtos aeronáuticos para o Brasil, além de ter recebido outras melhorias e correções textuais.

Via ANAC

Conheça o helicóptero mais leve e mais barato do mundo

O Mirocopter SCH-2 é considerado o helicóptero mais leve e mais barato do mundo
(Foto: Divulgação / Mirocopter)
O Mirocopter SCH-2 é considerado o helicóptero mais leve e mais barato do mundo. De acordo com o fabricante, a aeronave é testada há mais de 10 anos e possui baixo custo operacional e de manutenção.

Com 113 kg, o helicóptero é equipado com peças de alumínio e de aço inoxidável e alimentado pelo motor a gasolina Fiate MZ202 de dois cilindros e ignição dupla. O motor, de apenas 30kg, pode fornecer mais de 60Hp/44kW de potência a 5800 rpm e tem partida elétrica, gerador elétrico, ignição dupla, sistema de exaustão e sistema de refrigeração do ventilador.

Via IstoÉ Dinheiro

Americana que trabalhava em aeroporto morre após cabelo enroscar em máquina de transportar bagagens

Jermani Thompson, de 26 anos, era formada em Sociologia pela Tougaloo College.

Imagem ilustrativa que mostra transportadora de correia para bagagens em aeroportos
(Foto: Divulgação / Pexels / cottonbro)
Uma funcionária do Aeroporto Louis Armstrong, em Nova Orleans, no estado americano de Louisiana, morreu aos 26 anos na última terça-feira após seu cabelo ficar enroscado numa máquina usada para levar bagagens a um avião ou retirar as malas dele, informou a empresa para a qual ela trabalhava, GAT Airline Ground Support, à emissora NBC WDSU. 

Na ocasião, Jermani Thompson, formada em Sociologia pela Tougaloo College, no Mississippi, retirava bagagens de um voo da Frontier Airlines em uma área com aviões estacionados, segundo o portal local NOLA.

— Estou sem palavras, não consigo nem pensar — disse Angela Dorsey, mãe de Jermani, ao NOLA, descrevendo a filha como uma atleta talentosa que jogou basquete no ensino médio e na faculdade. — Ela adorava basquete. Ela era minha garotinha. Todo mundo a amava.

Jermani Thompson, de 26 anos, morreu após cabelo enroscar em transportadora de bagagens
no aeroporto de Nova Orleans, nos EUA, em 30 de agosto de 2022 (Foto: Facebook / Reprodução)
Em comunicado enviado ao WDSU, o diretor de aviação Kevin Dolliole chamou Jermani de parte da "família" do aeroporto.

“Estamos profundamente tristes com a trágica perda do membro da equipe de suporte terrestre da GAT Airline, Jermani Thompson”, disse ele. "O Aeroporto Internacional Louis Armstrong de Nova Orleans estende suas sinceras condolências à sua família e amigos, e também aos nossos parceiros da GAT e da Frontier Airlines. Jermani fazia parte da nossa família Airport e continuaremos a nos apoiar de todas as maneiras que pudermos durante esse período difícil”.

Mike Hough, CEO da GAT, disse ao NOLA que a empresa entrou em contato com a família da funcionária. "Estamos com o coração partido e apoiamos sua família e seus amigos da melhor maneira possível", disse Hough.

Via O Globo

Avião "capota" no Aeroporto de Orlando com mau tempo e deixa 1 morto e 1 ferido

Aeronave bimotor taxiava no “Aeroporto de Orlando” quando foi atingida por uma rajada de ventos fortes.


Uma pessoa morreu e outra ficou ferida depois que aeronave bimotor capotou durante a decolagem durante o mau tempo, no “Aeroporto Executivo de Orlando”, na tarde de quinta-feira (1), segundo as autoridades

O bimotor Diamond DA42 NG Twin Star, prefixo N43RG, da empresa fabricante da aeronave, a Diamond Aircraft Sales USA, que transportava duas pessoas capotou durante a decolagem no Aeroporto Executivo de Orlando, em meio ao mau tempo, que dificultava a visibilidade. De acordo com autoridades da aviação, uma pessoa morreu e outra ficou ferida no acidente que ocorreu na tarde da quinta-feira, quando o piloto taxiava para a partida

Disse a diretora de assuntos públicos da “Greater Orlando Aviation Authority”, Carolyn Fennell, que o acidente com a aeronave bimotor aconteceu por volta das 17h, quando o Corpo de Bombeiros foi acionado.


Testemunhas no local disseram que o avião capotou no lado norte do hangar 11, fazendo com que outras aeronaves no solo colidissem umas com as outras. Os hangares do aeroporto sofreram danos durante o incidente. Uma investigação continua depois que uma pessoa foi morta e outra ficou ferida quando um avião capotou em Orlando. “Na verdade, a aeronave que taxiou para a decolagem foi atingida por severas rajadas de vento, muito fortes, que realmente capotou o avião”, complementou Carolyn Fennell.

A meteorologia confirmou que havia rajadas de vento de 100 km/h no aeroporto quando a tempestade passou pela área. Os investigadores não divulgaram os nomes dos envolvidos no incidente. A “FAA” e o “National Transportation Safety Board” estão investigando o incidente.

Via ASN e Nossa Gente - Foto: Reprodução

Queda de avião deixa uma pessoa morta em Eldorado do Sul (RS)

Aeronave caiu em uma área alagadiça de uma propriedade rural do município. Uma pessoa ficou ferida.

Avião caiu em região alagadiça em Eldorado do Sul
(Foto: Corpo de Bombeiros Voluntários de Eldorado do Sul/Divulgação)
Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após a queda do avião de pequeno porte Storm 300B, prefixo PU-MMM, em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira (1º), conforme o Corpo de Bombeiros Voluntários (CBV) e Brigada Militar. O avião caiu em uma área alagadiça de uma propriedade rural do município. As identidades dos ocupantes não foram divulgadas.

O sobrevivente foi levado ao Hospital Regional de Guaíba e, depois, encaminhado para o Hospital Cristo Redentor, de Porto Alegre. O homem de 52 anos teria sofrido traumatismos no crânio, tórax e abdome. O paciente está sob avaliação, segundo o Grupo Hospitalar Conceição.

Técnicos analisam estrutura de ultraleve após queda em Eldorado do Sul
(Foto: Reprodução/RBS TV)
O avião tentou pousar em uma escola de aviação nas redondezas. A polícia ainda não sabe de onde a aeronave havia decolado. Equipes da Aeronáutica estiveram no local avaliando tanto a estrutura do avião como a área.

A aeronave é um ultraleve Storm 300B fabricada em 2001, de prefixo PU-MMM, conforme o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O g1 entrou em contato com a empresa operadora do avião, que disse não ter detalhes da ocorrência.

Aeronave caiu em banhado de propriedade em Eldorado do Sul
(Foto: Corpo de Bombeiros Voluntários de Eldorado do Sul/Divulgação)

Em maio deste ano, um avião de pequeno porte caiu em uma lavoura nas proximidades do km 120 da BR-290, também em Eldorado do Sul. Na ocasião, duas pessoas ficaram feridas.

Por Gustavo Foster, Gustavo Chagas e Juliano Castro, g1 RS e RBS TV

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Aconteceu em 1 de setembro de 2018: Acidente com o voo 579 da UTair durante o pouso em Sochi, na Rússia


Em 1 de setembro de 2018, o voo UTair 579, um voo doméstico programado de Moscou para Sochi, na Rússia, com 164 passageiros e 6 tripulantes, invadiu a pista e pegou fogo ao pousar em Sochi, ferindo 18 ocupantes. Um funcionário do aeroporto morreu de ataque cardíaco.


A aeronave envolvida no acidente era o Boeing 737-8AS (WL), prefixo VQ-BJI (registro das Bermudas), da empresa UTair (foto acima), foi entregue em 2002 à Ryanair e operou até ser aposentado em 2009. Posteriormente, foi alugado pela Atlant-Soyuz Airlines em 2010. A companhia foi rebatizada como Moscow Airlines no mesmo ano e encerrou as operações logo depois em janeiro de 2011. Finalmente, A UTair alugou a aeronave desde meados de 2011.

O capitão de 51 anos tinha 13.995 horas de voo, incluindo 6.391 horas no Boeing 737. O primeiro oficial de 53 anos tinha 12.277 horas de voo, com 5.147 delas no Boeing 737. Ambos os pilotos foram classificados em ambos as variantes do Boeing 737 Classic e Next Generation e concluiu o treinamento de gerenciamento de recursos de tripulação. O primeiro oficial também passou por treinamento de vento em maio de 2018.

O voo partiu do aeroporto de Vnukovo, em Moscou, às 12h30, horário local, com 166 passageiros e seis tripulantes. O voo transcorreu sem incidentes até a aproximação a Sochi.

A tripulação de voo abortou as duas primeiras aproximações de Sochi antes de se comprometer com uma terceira que resultou na excursão da pista. 

A aeronave pousou às 2h57 na pista 06, a ultrapassando e pousando no leito do rio Mzymta. O avião pegou fogo em seguida e uma evacuação de emergência foi imediatamente realizada. Alguns passageiros em pânico saíram pelas janelas de emergência sobre as asas e depois saltaram para o solo. 


Dezoito ocupantes ficaram feridos. Os ferimentos incluíram queimaduras e envenenamento por monóxido de carbono. O ministro dos Transportes, Yevgeny Dietrich, confirmou que um funcionário do aeroporto morreu de ataque cardíaco durante a resposta de emergência.

Tempestades foram relatadas em Sochi no momento do acidente. A aeronave sofreu danos na barriga, asas e motores. O operador do aeroporto informou que o incêndio foi extinto em oito minutos.


Uma investigação de acidente foi lançada pelo Comitê de Aviação Interestadual (IAC) da Rússia. Dois dias após o acidente em 3 de setembro, o IAC informou que os gravadores de voo foram recuperados da aeronave, os dados foram recuperados com sucesso e seriam analisados. 


A comissão concluiu o exame do local do acidente e estava fazendo os preparativos para mover a aeronave. O Conselho Nacional de Segurança de Transporte dos Estados Unidos , representando o Estado de Projeto e Estado de Fabricação da aeronave, e o Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido, representando o Estado de Registro, foram convidados a participar da investigação.


O Comitê Investigativo da Rússia também lançou uma investigação sobre o acidente, com um funcionário do Departamento de Transporte do Sul afirmando que "uma investigação criminal foi aberta no desembarque de emergência sob suspeita de serviços inadequados com risco para a saúde dos clientes." O IAC divulgou um relatório preliminar em 6 de novembro de 2018.

A trajetória do pouso do voo 579 da UTair
Em 12 de dezembro de 2019, o IAC divulgou seu relatório final sobre o acidente. A causa do acidente foi a tripulação de voo ignorar avisos repetitivos de vento quando a aeronave experimentou vento horizontal de baixo nível e a decisão da tripulação de pousar na pista quando suas condições no momento do acidente proibiram fazê-lo.


Os fatores contribuintes incluem violação dos procedimentos de operação padrão, uso impróprio do piloto automático, treinamento deficiente de gerenciamento de recursos da tripulação e lançamento tardio dos spoilers.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN, The Aviation Herald e baaa-acro)

Aconteceu em 1 de setembro de 2006: Acidente com o voo 945 da Iran Air Tours após o pouso no Irã


Em 1 de setembro de 2006, a aeronave Tupolev Tu-154M, prefixo EP-MCF, da Iran Air Tours (foto acima), realizava o voo 945 entre o Aeroporto Bandar Abbas e o Aeroporto Mashhad, ambos no Irã. A bordo da aeronave estavam 137 passageiros e 11 tripulantes.

A aeronave estava em serviço ativo desde 1988 e teve aproximadamente 19.000 horas de voo em cerca de 2.200 voos. Era originalmente propriedade da Aeroflot. O avião foi alugado pela Iran Air Tours em agosto de 2005, após ter sido operado por várias outras companhias aéreas.

O voo transcorreu sem intercorrências até seu destino final. Às 13h45 (hora local), após pousar na pista 14L do aeroporto de Mashhad, o pneu do nariz estourou. A tripulação perdeu o controle do avião que saiu da pista e parou, explodindo em chamas.

Das 148 pessoas a bordo, 28 passageiros morreram, enquanto outros 54 ficaram gravemente feridos e 66 escaparam ilesos. A aeronave foi destruída.


A causa específica do acidente não é conhecida, mas acredita-se que o pneu do trem do nariz que estourou durante o pouso tenha sido um fator contribuinte importante para a ocorrência.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro)

Boeing 737-200 aposentado fica preso sob ponte em rodovia na Argentina

A aeronave foi adquirida por um empresário que queria transformar a peça histórica em um bar temático.


A situação bastante peculiar aconteceu no dia 30 de agosto por volta das 16h00, e a fuselagem da aeronave pertencia a um Boeing 737-200 abandonado, registrado pela última vez como LV-ZZC


Com quase 48 anos de idade, o LV-ZZC tinha uma longa história antes de ser conhecido como o avião preso debaixo de uma ponte, já que sua data de primeiro pedido foi em 7 de novembro de 1974, destinada à Eastern Provincial Airways.

Então, em 2 de julho de 1975, o LV-ZZC decolou para seu primeiro voo e foi posteriormente entregue à companhia aérea em 10 de outubro, com a matrícula C-GEPB. Menos de um ano depois, em maio de 1967, a aeronave foi registrada novamente como N4039W e operada pela Wien Air Alaska antes de retornar à Eastern Provincial Airways em 10 de outubro. 


A aeronave acabou passando por várias frotas aéreas, como Aloha Airlines em 1977 e Aer Lingus nos anos 70 e 80.

O LV-ZZC também fazia parte da NordAir sob o registro C-GNDD, então Air Florida em 1984 como EI-BDY. Eventualmente, o LV-ZZC voou para sua última companhia aérea, a agora extinta Southern Winds, sob este registro em novembro de 2002, antes de ser retirada de uso em agosto de 2005. A aeronave foi armazenada e posteriormente abandonada no Ingeniero Aeronáutico Ambrosio LV Taravella de Córdoba Aeroporto Internacional.


Depois de 17 anos acumulando poeira no aeroporto, o Boeing 737-200 foi finalmente leiloado e adquirido pelo empresário Oscar Scorza, que pretendia dar uma nova vida à aeronave antiga. O plano era que o avião fosse transportado do Aeroporto Ambrosio Taravella até a cidade argentina de Oncativo, onde a fuselagem da aeronave seria reformada e usada como bar temático.


Um caos no trânsito foi gerado na tarde de terça-feira na Avenida Circunvalación na altura da variante Juárez Celman, depois que naquele local, os caminhões que transportavam as partes do avião - que vai para a cidade de Oncativo - tiveram que parar porque a aeronave ficou "presa na ponte". Embora a aeronave tenha sido empurrada para trás, o tráfego continuou complicado no setor.


Via La Voz (Argentina)

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Korean Air 007 - Aeronave Abatida


Aconteceu em 1 de setembro de 1983: O abate por míssil soviético voo 007 da Korean Airlines


No dia primeiro de setembro de 1983, um Boeing 747 da Korean Airlines, a caminho de Anchorage, Alasca, nos EUA, para Seul, na Coréia do Sul, entrou no espaço aéreo soviético devido a um erro de navegação dos pilotos. 

Confundindo o jato com um avião espião dos EUA, um piloto de caça soviético abateu a aeronave com um míssil ar-ar, enviando o 747 aleijado a uma aterrorizante descida de 10 minutos ao largo da costa da Sibéria antes que se partisse e colidisse com o mar, matando todas as 269 pessoas a bordo. 

O abate se transformou em um dos momentos mais tensos da Guerra Fria, levando os Estados Unidos e a União Soviética à beira do conflito enquanto os dois lados montavam suas próprias operações frenéticas para encontrar as caixas pretas. 

Embora a tragédia tenha causado mudanças na segurança da aviação, alguns dos detalhes do que aconteceu naquela noite podem nunca ser conhecidos. Esta é a história, até onde sabemos, sobre o abate do voo 007 da Korean Airlines.


O voo 007, foi realizado pelo Boeing 747-230B, prefixo HL7442, da Korean Airlines (foto acima), um voo noturno de longo curso do JFK de Nova York para o Aeroporto Internacional Seul Gimpo com uma escala intermediária em Anchorage, Alasca. 

A bordo estavam 246 passageiros e 23 tripulantes, incluindo seis que estavam “sem saída” ou viajando para fazer conexão com os voos nos quais estavam programados para trabalhar. Entre os passageiros estava o congressista americano e democrata sulista Larry McDonald (foto ao lado). 

Ele estava viajando com outros membros da John Birch Society anticomunista para participar de uma conferência em Seul. Outro congressista dos Estados Unidos e dois senadores estavam a bordo de outro jato da Korean Airlines, o voo 015, que estava poucos minutos atrás do voo 007.

A primeira etapa do voo, de Nova York a Anchorage, transcorreu normalmente. Depois de reabastecer em Anchorage, o avião decolou novamente com destino a Seul. O corredor aéreo entre Anchorage e Seul, conhecido como R-20, contornava a distância de 28 km do Espaço Aéreo Soviético de Kamchatka e das Ilhas Curilas. 


O Boeing 747 seguiria esse corredor rastreando a direção de uma bússola magnética na decolagem e, em seguida, travando em uma série de pontos de referência que assumiriam a tarefa de guiar o curso do avião. 

No entanto, após decolar de Anchorage e serem orientados com a bússola, os pilotos simplesmente se esqueceram de desligar o computador de voo da direção da bússola e colocá-lo no modo Sistema de Navegação Inercial (INS). Como resultado, o piloto automático continuou a rastrear a direção da bússola magnética em vez dos waypoints.


O problema de navegar com base na direção de uma bússola magnética é que isso causa “deriva” em latitudes elevadas. Como o pólo magnético norte não se alinha exatamente com o pólo norte verdadeiro, usá-lo para navegar por longas distâncias nas latitudes norte fará com que a trajetória de voo se desvie para o norte ao voar para o oeste (no entanto, desde 1983, o polo magnético mudou, e o padrão de deriva agora é um pouco diferente).

Como resultado, o voo 007 lentamente começou a sair do corredor R-20, desviando-se para o norte de sua trajetória de voo planejada e em áreas onde aviões comerciais não tinham permissão para voar. Os pilotos não perceberam isso porque o computador de voo continuou a exibir os waypoints conforme programado, mesmo que eles não os estivessem cruzando.


Havia uma pista que poderia ter alertado os pilotos de seu erro. Enquanto conversavam com o voo 015, que supostamente estava voando no mesmo curso 15 minutos atrás deles, os pilotos do voo 015 mencionaram um forte vento de cauda. 

Naquela época, o voo 007 estava passando por um vento contrário. Essa discrepância teria sido impossível se os aviões estivessem realmente próximos um do outro. Infelizmente, o capitão do voo 007 não percebeu essa pista, e o avião continuou se desviando cada vez mais do curso. Às 2h51, horário local, o avião cruzou o espaço aéreo soviético sobre a Península de Kamchatka.


Naquela época, um avião espião Boeing RC-135 da Força Aérea dos Estados Unidos estava fazendo loops lentos na costa de Kamchatka, ouvindo as comunicações soviéticas em torno de um teste de míssil que seria realizado em breve. 

Oficiais da Força Aérea Soviética estavam monitorando este avião de perto para garantir que ele não entrasse no espaço aéreo soviético, quando de repente avistaram o voo 007 cruzando caminhos com o avião espião e prosseguindo para sobrevoar Kamchatka. 

No início daquele ano, oficiais da Força Aérea Soviética foram demitidos por não terem derrubado várias aeronaves dos EUA que violavam o espaço aéreo soviético nas ilhas Curilas, e estavam determinados a não cometer o mesmo erro novamente. Quatro caças MiG-23 foram escalados para interceptar o avião.


No entanto, para consternação dos oficiais comandantes, os caças não conseguiram interceptar o avião antes que ele voltasse para fora do espaço aéreo soviético e entrasse em águas internacionais sobre o mar de Okhotsk. 

No entanto, o general Valery Kamensky, o oficial comandante das Forças Soviéticas de Defesa Aérea do Extremo Oriente, foi inflexível para que fosse abatido de qualquer maneira, enquanto se aguardava a confirmação dos pilotos de caça de que não era uma aeronave civil. 

No entanto, o comandante da Base Aérea Dolinsk-Sokol na Ilha Sakhalin, o próximo trecho do território soviético ao longo de sua trajetória de voo, estava convencido de que não era um avião civil e, portanto, foi designado como um alvo militar. Como tal, os comandantes da Força Aérea esperaram para ver se isso violaria o espaço aéreo soviético novamente.


Por volta das 3h30, o voo 007 cruzou de volta para o espaço aéreo soviético sobre a Ilha Sakhalin. A Força Aérea imediatamente embaralhou três caças Su-15 da Base Aérea Dolinsk-Sokol para derrubar o avião antes que escapasse em águas internacionais. 

No comando de um desses lutadores estava o major Gennady Osipovich; ele foi o único a fazer contato visual com o voo 007. 

Um interceptor Sukhoi Su-15 soviético
Ele voou ao lado do avião e o reconheceu como um Boeing 747, e que tinha algumas características de um avião civil, como luzes piscando e janelas iluminadas da cabine. 

No entanto, isso não foi suficiente para convencê-lo de que não era um avião espião, já que esses recursos poderiam ser um disfarce inteligente. Ele disparou vários tiros de advertência, mas não tinha rastreadores, então os pilotos do voo 007 não puderam vê-los.


General Kornukov (para o Quartel-General do Distrito Militar-Gen. Kamensky) / (5:47): "...simplesmente destrua [ele] mesmo que seja em águas neutras? As ordens são para destruí-lo em águas neutras? Certo."

Kamensky: "Precisamos descobrir, talvez seja alguma nave civil ou Deus sabe quem."

Kornukov: "Que civil? [Ele] sobrevoou Kamchatka! [Veio] do oceano sem identificação. Estou dando a ordem de atacar se cruzar a fronteira do Estado."

Osipovich contatou seu comandante, que lhe disse para "destruir o alvo". Ele não mencionou que o avião era um Boeing 747 e não o esperado RC-135. Quando questionado por que ele não transmitiu essa observação, ele disse que “eles não me perguntaram”. 

Osipovich também não tentou entrar em contato com o avião por rádio. Ele tinha menos de um minuto antes que o avião escapasse e sabia que não compartilhava uma linguagem comum com a tripulação, com a qual pudesse comunicar um aviso. 

Naquele exato momento, os pilotos do voo 007 solicitaram permissão ao controlador japonês para subir de 33.000 pés para 35.000 pés. O pedido foi atendido e o avião começou a subir, desacelerando no processo. Isso forçou Osipovich a ultrapassar o 747 porque seu caça a jato não conseguia voar devagar o suficiente para corresponder à sua velocidade.


Com cerca de 25 segundos restantes antes do voo 007 entrar em águas internacionais, Osipovich deu uma volta e se alinhou atrás do avião para abatê-lo. Ele acertou o alvo e disparou dois mísseis K-8. Um dos mísseis explodiu logo atrás da empenagem. 

Míssil K-8 (o tipo disparado em KAL 007) montado na asa de um Sukhoi Su-15
Osipovich pensou que o outro míssil decolou da asa esquerda, mas na verdade causou poucos danos. Ainda assim, a explosão causou uma descompressão explosiva, destruiu três dos quatro sistemas hidráulicos do avião e danificou os elevadores. Máscaras de oxigênio caíram na cabine e os passageiros correram para colocá-las.

Devido ao elevador desativado, o avião entrou em uma subida descontrolada enquanto os pilotos lutavam para recuperar o controle da aeronave gravemente danificada. Nota para leitores móveis: não se esqueça de expandir os 9 slides restantes!


O avião subiu a 38.000 pés, momento em que o capitão desligou o piloto automático e assumiu o controle manual, apenas para descobrir que não tinha controle sobre nada, exceto um único aileron e os spoilers internos. Descendo de volta a 35.000 pés, ele ligou para o ATC japonês e solicitou uma descida de emergência para 10.000 pés devido à descompressão explosiva. 

Os pilotos desceram a 16.000 pés e mantiveram-se lá por cinco minutos, aparentemente sem conseguir descer. Logo depois, porém, eles perderam todo o controle. O avião voltou para o norte e entrou em uma longa descida em espiral. Osipovich foi o último a ver o avião “descendo lentamente” sobre a Ilha Moneron. 

Depois de mais alguns minutos, ele entrou em um mergulho em espiral descontrolado, eventualmente se separando no ar a cerca de 1.000 pés, fazendo chover destroços e corpos no mar ao largo da costa da Ilha Sakhalin e matando todas as 269 pessoas a bordo. Osipovich comunicou-se pelo rádio com seu comandante e disse: "O alvo está destruído".


Vinte e quatro horas após o acidente, os militares dos EUA anunciaram que acreditavam que o avião foi abatido pelos soviéticos e divulgaram fitas de comunicações interceptadas para provar isso (A mídia sul-coreana relatou inicialmente que o avião havia pousado; isso também se provou falso, embora as teorias da conspiração ainda aleguem que o avião pousou na Ilha Sakhalin e que os passageiros estão sendo mantidos como reféns até hoje).

Um mapa simplificado da CIA mostrando a divergência de trajetórias de voo planejadas e reais
A União Soviética inicialmente negou qualquer coisa papel no abate, mas a mídia soviética relatou que caças interceptaram um avião não identificado sobre o mar de Okhotsk, deixando poucas dúvidas de que a aeronave era de fato o voo 007. 

A mídia soviética mais tarde mudou o curso e admitiu que o avião foi abatido após ignorar os avisos . Na realidade, nenhum aviso foi emitido. A via aérea R-20 foi paralisada por um mês por precaução.


Uma investigação pelo National Transportation Safety Board foi lançada em poucas horas, mas sua autoridade para investigar o acidente foi logo revogada pelo Departamento de Estado dos EUA porque o acidente "não foi um acidente", e o direito de investigar foi entregue à Aviação Civil Internacional Organização. 

Acredita-se que o objetivo desse movimento incomum era garantir que o governo dos Estados Unidos não fosse legalmente obrigado a divulgar informações relacionadas ao ataque, porque a OACI não tinha autoridade para intimação e só poderia solicitar que os governos divulgassem as informações voluntariamente.


Em dois dias, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão lançaram um esforço frenético para encontrar os destroços e as caixas pretas antes dos soviéticos. 

Na verdade, nos bastidores, os pesquisadores soviéticos já haviam encontrado as caixas pretas, mas fingiam continuar a busca para tirar os EUA do caminho. 

O Deep Drone submersível é implantado a partir do rebocador da frota,
 USNS Narragansett (T-ATF 167), da Marinha dos Estados Unidos
Pedaços do avião chegaram à costa de Hokkaido, no Japão, incluindo carteiras de identidade de passageiros e alguns corpos parciais, que não puderam ser identificados. Mergulhadores soviéticos que viram os destroços no fundo do mar relataram que haviam sido “arrastados” antes de chegarem e encontraram apenas pequenos fragmentos de restos humanos.

Mapa do relatório pós-ação da área de pesquisa em águas internacionais da Força Tarefa dos EUA
Nenhum corpo completo foi relatado por qualquer equipe de busca e nenhum era conhecido por ter sido identificado. A União Soviética entregou uma grande quantidade de roupas usadas pelos passageiros, mas não entregou nenhum corpo, alegando que não encontrou nenhum.

Enquanto as buscas continuavam, eventos diplomáticos ocorriam simultaneamente. A Aeroflot Soviet Airlines foi proibida de voar para os Estados Unidos. 


A URSS bloqueou uma resolução da ONU condenando o abate e tomou posição oficial alegando que o avião civil havia sido enviado em uma missão de espionagem para testar as defesas aéreas soviéticas e servir de pretexto para uma guerra em caso de abatimento. 

Mas, embora o abate tenha piorado as relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, não resultou em guerra e as tensões acabaram se acalmando. Ainda assim, as respostas não vieram. 

A investigação da ICAO informou que o desvio do plano de voo foi acidental, mas não pôde fornecer detalhes sobre o que realmente aconteceu sem as caixas pretas, que estavam secretamente guardadas em um cofre no escritório de um oficial soviético.


Por mais de nove anos, muito sobre o destino do voo 007 permaneceu desconhecido. Então, em janeiro de 1993, pouco mais de um ano após o colapso da União Soviética, o presidente russo Boris Yeltsin anunciou inesperadamente que a Rússia estava com as caixas pretas o tempo todo e lançou as fitas e as próprias caixas em um gesto de boa vontade. 

Os investigadores determinaram que as fitas eram genuínas e não haviam sido adulteradas. Yeltsin também divulgou transcrições detalhadas das comunicações internas da Força Aérea na noite do abate. 

Embora ambas as caixas pretas parassem de registrar 1 minuto e 44 segundos após o impacto do míssil e a ICAO não fosse capaz de explicar o porquê, a riqueza de novas evidências foi suficiente para preencher os detalhes do voo e muito do que agora sabemos sobre ele vem dessa liberação tardia de informações.

Manifestantes perto da Casa Branca protestam contra o abate soviético do KAL 007 (02.09.1983)
O acidente também levou a melhorias genuínas na segurança aérea. Pouco mais de duas semanas após o abate, o presidente Ronald Reagan anunciou que a tecnologia GPS, que estava em desenvolvimento na época, seria liberada para uso civil a fim de fornecer um método de navegação novo e mais preciso. 

Além disso, os componentes de navegação da interface do computador de voo do 747 foram reprojetados para que sempre exibissem claramente se o avião estava no modo “rumo” ou “INS”, para que os pilotos pudessem notar rapidamente se haviam feito a seleção errada.


Em 1996, o major Gennadi Osipovich (foto acima), o piloto que abateu o voo 007, falou à mídia ocidental pela primeira vez. Ele descreveu a interceptação do avião e a tentativa de determinar se era civil ou militar. Ele disse que não viu nenhum passageiro (a maioria das cortinas estava abaixada). 

Inicialmente, ele foi obrigado a forçar o avião a pousar. "Eu o teria pousado em nosso campo de aviação e o queria muito", disse ele. “Você acha que eu queria matá-lo? Eu preferia ter compartilhado uma garrafa com ele.'' 

Osipovich deixou o exército em 1986 devido a uma lesão nas costas. Quando deu sua entrevista em 1996, ele vivia como agricultor de subsistência no Cáucaso, pois sua pensão militar de $ 150 por mês não se concretizou. 

Na entrevista, ele reclamou que só recebeu um bônus de 200 rublos por abater o avião. “Naquela época, o pagamento mensal era de 230 rublos”, disse ele. “Portanto, eu esperava receber pelo menos 400 rublos.'' 

Apesar de viver em uma pobreza abjeta, ele ainda recebia muitos pedidos de entrevista, mesmo em 1996, e se deleitou com a atenção que isso atraiu a ele, descrevendo-se como um“ cara de sorte.”

"A Torre de Oração", um monumento ao voo KAL 007 no Cabo Sōya, no Japão
Osipovich aparentemente teve poucos escrúpulos em conceder esses pedidos de entrevista recentemente, em 2010, quando apareceu em um episódio do Mayday sobre o abate para contar seu lado da história. Até hoje, ele afirma que abateu um avião espião e não um avião civil, recusando-se terminantemente a aceitar o consenso global. 

No entanto, é difícil culpá-lo. Como disse um ex-investigador: “Estava claro que ele estava vivendo com o que tinha feito, e o que tinha feito para viver e dormir, era acreditar que era um avião espião - que não havia passageiros a bordo, que ele não havia matado 269 pessoas.”

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral Cloudberg, Wikipedia, ASN - Imagens: Wikipedia, Time Magazine, Frank Duarte Jr., Google, The New York Times, Alex Kulmanov, New Straits Times e Darren Varney. Clipes de vídeo cortesia da Cineflix.