terça-feira, 31 de maio de 2011

As perguntas sem respostas do voo AF 447

Por que a tripulação do voo AF 447 não desviou da área de turbulência?


Na noite de 31 de maio de 2009, todos os aviões que fizeram rota semelhante à do voo AF 447 efetuaram desvios para evitar a tempestade na área equatorial do Oceano Atlântico. Segundo o jornalista Flavio Marcos de Souza, não se sabe se a tripulação do avião da Air France foi imprudente ou se foi induzida ao erro por falha em algum equipamento. 'Todos os outros voos naquela noite, indo para a Europa ou para o Brasil, desviaram do mau tempo, e só o AF 447 entrou (na região). Esta é a grande chave (do caso).'

Foto: Crédito: AP

Os procedimentos adotados após a perda de sustentação foram adequados?


 
O relatório do BEA aponta que, após o desligamento do piloto-automático da aeronave, 'os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação', e as ordens do piloto durante a queda foram, principalmente, para elevar o nariz do Airbus, mesmo com o soar do alarme de stall (perda de sustentação). Os trechos levantaram dúvidas se a atitude da tripulação foi correta. Para Guido Cesar Carim Junior, entretanto, os pilotos podem ter sido induzidos ao erro por não confiarem nos instrumentos, que apresentariam falhas. 'O que me parece é que nenhuma indicação dos instrumentos estava válida. Provavelmente, o que eles (pilotos) estavam olhando nos instrumentos, eles não acreditavam muito', afirma.


Foto: Crédito: AFP

O que causou a falha nas sondas Pitot?


 
A análise das caixas-pretas aponta que 'houve uma inconsistência' na medição de velocidade da aeronave, que durou pouco menos de um minuto. Segundo a Air France, a falha nas sondas Pitot teria conduzido a 'uma desconexão do piloto automático e a perda dos sistemas de proteção de pilotagem associados', levando à queda do Airbus. Mas o que teria causado o problema nas sondas? Uma das hipóteses levantadas é de que o acúmulo de gelo, proveniente das más condições meteorológicas enfrentadas pelo avião, tenha reduzido a capacidade de medição do equipamento.


Foto: Crédito: BEA/Divulgação

As pessoas estavam conscientes no momento do impacto?


 
Após grandes acidentes aéreos, como o do voo AF 447, muito se pergunta sobre os momentos de pânico vividos pelos passageiros minutos antes do choque com o mar. Os ocupantes do Airbus ainda estavam conscientes àquela altura ou teriam ficado desacordados durante a queda abrupta? 'Uma queda de 10 mil pés por minuto (200 km/h) provoca uma força G (força gravitacional) muito grande. É difícil afirmar se ficaram conscientes ou não durante a queda', afirma o jornalista Flavio Marcos de Souza.


Foto: Crédito: AFP

Fonte: Terra

'O tempo piora a dor', diz pai de vítima do AF 447

Familiares comentam as esperanças e as angústias trazidas pela nova fase de buscas por corpos no Atlântico.

Passados dois anos do acidente do voo da Air France, o tempo não trouxe nenhum alento para o médico Oswaldo Seba. Ele perdeu sua filha única no acidente, a psicóloga Luciana Clarkson Seba, de 31 anos.

'Para mim e para a minha esposa, não houve mudança alguma nestes dois anos. O tempo parece que piora mais a dor', diz Seba, de 60 anos, que está há dois anos sem trabalhar e vive à base de medicamentos.

Seba não conseguiu retomar a profissão desde a morte de Luciana, que viajava com o marido e os sogros para encontrar a cunhada na França. 'É uma coisa muito dura. A gente está tentando sobreviver. Com uma tragédia dessas, a gente não consegue nem viver, apenas sobrevive.'

Luciana e Oswaldo Seba em foto de arquivo pessoal da família - Foto: BBC

Além de filha única, Luciana era neta única, a última na linha de sucessão da família. 'Ficou um vazio enorme', diz o pai.

O AF 447 voava do Rio para Paris, na noite do dia 31 de maio de 2009. A aeronave caiu sobre o oceano Atlântico às 23h14, matando seus 216 passageiros e 12 tripulantes.

Desde o início de abril, quando novos destroços do Airbus 330 foram encontrados, famílias vêm acompanhando com apreensão o turbilhão de notícias: o anúncio de que havia corpos dentro da fuselagem, a descoberta das caixas-pretas do voo, o resgate dos dois primeiros corpos nesta nova fase, as dúvidas sobre a possibilidade de identificá-los, os resultados positivos dos testes para extrair o DNA, as análises preliminares dos dados contidos nas caixas-pretas, o resgate de mais corpos.

'A gente vem tentando acomodar essa dor, mas a todo momento vêm as notícias, a toda hora abre a ferida', diz a nutricionista Sylvie Mello, de 37 anos, que perdeu o irmão e a cunhada no acidente. 'Primeiro havia a expectativa de encontrar a caixa-preta. De repente a ministra francesa anuncia que foram encontrados corpos também, corpos bem conservados. É uma angústia enorme.'

'Orgulho da família'

O irmão de Sylvie, o procurador federal Carlos Eduardo Lopes de Mello, de 33 anos, e a cunhada, Bianca Pires Cotta, de 25 anos, recém-formada em medicina, partiam em lua de mel após a festa de casamento no dia anterior.

'A gente tinha acabado de sair de uma festa linda, um casamento, um sonho que se realizou. Eles foram em lua de mel, eu os levei ao aeroporto, a gente tem toda aquela imagem', conta. Seu irmão, que passara no concurso de procurador federal antes mesmo de terminar a faculdade, aos 23 anos, era 'o orgulho da família'.

Segundo Sylvie, seus pais estão 'destruídos'. Sua mãe não pode nem ouvir falar do acidente. Seu pai quer acompanhar todas as notícias.

'É um turbilhão, isso consome a gente. Por mais que você não queira assistir, você vai à padaria e dá de cara com as notícias. Minha mãe entra no elevador e alguém fala com ela sobre o assunto. Conviver com isso é muito ruim. Você vive abalado psicologicamente, frequentando psiquiatra, tomando remédio para dormir, tirar sua angústia. É assim que a sua família vive. À base de medicamento, de medicação, a todo momento é pego por uma informação.'

Na última sexta-feira, o primeiro relatório oficial com base nos dados extraídos das caixas-pretas foi divulgado pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), confirmando falhas na medição da velocidade da aeronave e seu tempo de queda, de 3 minutos e meio.

Só no fim de julho, entretanto, será divulgado o primeiro relatório sobre as causas do acidente de fato. São respostas ansiosamente aguardadas pelas famílias.

Para Nelson Faria Marinho, presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo AF 447, as informações divulgadas na sexta-feira passada não trouxeram nada de novo. 'Agora, são mais dois meses de sofrimento para saber o que aconteceu', diz. 'Só espero transparência do governo francês. Porque nós vamos até o final, queremos saber o que aconteceu.'

Marinho perdeu o filho no acidente. Nelson Marinho, de 40 anos, que trabalhava em prospecção de petróleo e seguiria de Paris para Angola a trabalho. Era o segundo de cinco irmãos. 'Isso desestruturou toda a família. Criou problemas de tudo quanto é ordem. Não sei nem traduzir em palavras', diz o pai.

A notícia de que corpos das vítimas foram encontrados no fundo do mar dividiu os familiares. Porta-voz das famílias, Nelson Marinho vem lutando para que sejam resgatados, identificados e devolvidos às famílias.

'Queremos os restos mortais para que possamos finalizar a vida, para que possamos fazer um enterro para nossos entes queridos e ter um lugar para visitar', diz. A notícia do resgate de mais corpos nos últimos dias deixou-o extremamente ansioso: 'Todo mundo pensa que o seu (parente) vai estar entre eles, mas na verdade ninguém sabe'.

Temores

Outras famílias prefeririam que os corpos fossem mantidos onde estão. A advogada Julienne Owondo, de 28 anos, perdeu o pai, Joseph Owondo, advogado da ONU. Ela teme ter que voltar a tomar remédios se o corpo for encontrado, como fez na época do acidente.

'Se encontrarem, vai reavivar tudo. É uma coisa que não se fecha. Eu prefiro não saber. Eu vou ficar muito mal e não vou conseguir me concentrar nas coisas que tenho que fazer. Posso ter que voltar a tomar medicamentos. No início eu tomei, porque não tinha condição nenhuma', conta.

Sylvie Mello diz que sua família quer que 'os deixem quietos'. 'Até porque, no nosso caso, são dois. A gente não quer só um', diz.

Ela afirma que ficou horrorizada ao ouvir um perito afirmando que talvez não fosse possível fazer o teste de DNA das vítimas. 'Se não for possível a identificação, então quem é essa pessoa, o que vai ser feito com o corpo? Não vai poder entregar para a família?', questiona.

Ela se arrepia também com as notícias sobre o transporte dos corpos. 'Acho desumano veicular notícias de que os corpos estão sendo desmembrados. É como se fossem uma mala que abriu, e caiu uma peça. São as pessoas que pegaram o avião querendo chegar ao seu destino, uns de férias, outros a trabalho, outros para iniciar nova etapa da vida.'

Mas iniciar uma nova etapa da vida é difícil sem um desfecho para o sofrimento, e por isso a jornalista Renata Mondelo Mendonça, de 40 anos, se considera 'afortunada'. O corpo de seu marido foi encontrado na primeira fase de buscas, nos dias após o acidente. 'Eu pude enterrá-lo e achei importante finalizar, ter um lugar para rezar. Mas entendo os dois lados. Revisitar a dor é muito difícil.'

Fonte: BBC via G1

Polêmica jurídica põe em risco indenizações a famílias do voo AF 447

Air France quer aplicação de norma internacional em processos no Brasil.

Tratado limita dano moral e encerra prazo para ações nesta quarta (1º).


Os familiares das vítimas do acidente com o voo AF 447, da Air France, têm até esta quarta-feira (1º) para entrar com ações de indenização, se quiserem evitar contestação de prazo no futuro. É o que afirmam advogados ouvidos pelo G1 sobre uma polêmica envolvendo as normas relacionadas à responsabilidade civil aplicáveis ao caso. O acidente com o Airbus A330, que matou 228 pessoas em 2009, completa dois anos nesta quarta.

Pelo Código Brasileiro de Aeronáutica, de 1989, há um prazo de dois anos, contados a partir da data do acidente, para entrar com a ação. A norma prevê ainda um teto limite ao valor da indenização --calculado com base em Obrigações do Tesouro Nacional (OTN). Mas, para especialistas, deve ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor, com um prazo de cinco anos e sem limite de valor.

A Air France, no entanto, vem utilizando a Convenção de Montreal - que regula o transporte aéreo internacional - em sua defesa em processos já em tramitação sobre o acidente, que também prevê prescrição em dois anos e limite de valor.

“Se prevalecer esse argumento da Air France, há risco para os pedidos de indenização que forem feitos a partir do dia 1º. O Brasil é signatário do tratado”, afirma João Tancredo, que representa familiares de 15 vítimas brasileiras, de um total de 59 que morreram no acidente.

“Se for somente a lei brasileira, não há problema, porque é um equívoco aplicar o Código de Aeronáutica. Ele já está em grande parte revogado pelo Código de Defesa do Consumidor, que é posterior. Nem a Air France argumenta isso, porque o Supremo [Tribunal Federal] já entendeu assim”, avalia o advogado, que cita ainda o Código Civil, com um prazo genérico para ações de indenização, de três anos. "O problema é que pode se entender que o Tratado de Montreal se sobrepõe à lei brasileira."

O advogado afirma que, para evitar contestações sobre a data das ações, o melhor é apresentar uma outra, chamada cautelar de interrupção de prescrição, usada para o caso de o interessado não ter reunido os documentos necessários para apresentar a ação indenizatória. “Eu faço a defesa intransigente que o aplicável é o Código do Consumidor ou Código Civil. Além disso, a legislação brasileira não prevê esse limite de valor. Mas não posso deixar o cliente correndo risco”, afirma ele, que conta ter sido procurado por familiares de vítimas do exterior para protocolar esse tipo de ação nesta semana. “Fiz seis até agora, de estrangeiros.”

Divisor de águas

Para o advogado Luiz Roberto de Arruda Sampaio, que atuou em defesa de famílias das vítimas da tragédia envolvendo o Fokker-100 da TAM, "com certeza, há prevalência do Tratado de Montreal". "É possível, porém, contestar o limite de valor de indenização, porque, se quiser aplicar a convenção, o limite de indenização só ocorre sem discussão de culpa. Quando tem culpa, e, nesse caso, está evidente que teve culpa, não cabe limite”, considera.

"Nós fomos a experiência", diz Sandra Assali, que perdeu o marido no acidente da TAM em 1996 e
preside a primeira associação de vítimas de acidentes do país - Foto: Fabrício Costa/G1

O acidente com o voo 402 da TAM, que caiu no bairro do Jabaquara, na capital paulista, logo após a decolagem do Aeroporto de Congonhas, deixou 99 mortos em 1996. As indenizações demoraram ao menos dez anos para serem pagas, e os últimos casos foram encerrados entre 2008 e 2009, segundo Sandra Assali, presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos. Ela perdeu o marido no acidente, provocado por uma sequência de falhas na aeronave.

"Nós fomos a experiência. Não existia uma referência anterior. Fizemos a primeira associação de vítimas, foi o primeiro grande acidente que marcou. Mudou toda uma mentalidade. Em 2007, a própria TAM procurou as famílias e apresentou um acordo mais razoável”, afirma ela, referindo-se à segunda tragédia da companhia, quando um Airbus ultrapassou a pista de Congonhas, chocando-se com um depósito, causando 199 mortes.

"Aquele caso foi um grande divisor de águas, inaugurou parâmetros de indenização razoáveis, uma série de vantagens que antigamente não havia. A Justiça tem melhorado com o passar do tempo, não havia legislação. Hoje, tem indenização para irmão da vítima. Houve uma evolução muito grande”, complementa o advogado.

Para Sampaio, ainda é prematuro dizer se os parentes das vítimas do AF 447 poderão responsabilizar os fabricantes dos pitots que teriam causado a tragédia, mas é uma possibilidade. “Se o familiar quiser alegar responsabilidade objetiva, tem que esperar a conclusão das investigações e a apuração dos culpados. Ainda é cedo para apontar responsáveis. Pessoalmente, não acredito nesse prazo prescricional de dois anos, mas acho que é bom não correr risco. Acho que deveriam entrar com a ação já”, afirma.

No caso da TAM, houve uma tentativa de processo contra a fabricante de uma das peças da aeronave, que terminou em acordo extrajudicial. Mas, mesmo com o pagamento, Sandra não recomenda que as famílias tentem buscar reparação no exterior.

"Não vale a pena, porque você consegue hoje aqui um valor mais justo, com menos tempo, sem tanto desgaste. A não ser que a família não concorde", diz. "A companhia não quer sua imagem arranhada. Casos anteriores são referência, já se chegou a bons valores", orienta.

Ações em andamento

O advogado das vítimas do voo da Air France afirma não poder revelar o total de acordos feitos com a empresa, em razão da confidencialidade, mas, até o momento, há aquelas em que não houve audiência inicial, seis sentenças e uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro favoráveis a seus clientes.

Na decisão mais recente, o TJ negou o pedido da companhia francesa de limitar o valor pago em 300 mil euros, por meio do Tratado de Montreal. Os desembargadores aumentaram, de R$ 510 mil para R$ 600 mil, a indenização aos pais de Luciana Clarkson Seba, e, de R$ 102 mil para 200 mil, aos avós.

Já em 13 ações, houve decisão apenas em tutela antecipada, garantindo aos parentes tratamento médico, com duas consultas semanais a um psicólogo e uma mensal em psiquiatra; medicamentos, ao custo médio de sete salários mínimos mensais por familiar; e o pagamento de pensão mensal, proporcional aos ganhos e levando em conta a sobrevida provável da vítima.

“Entramos com a antecipação de tutela, para evitar a demora, que mais injustiça faz com a vítima. No caso da Air France, não tem que provar culpado. É contrato de transporte. Tem que provar que era passageiro e que sofreu um dano. Não tem que provar que teve culpa.”

"Ninguém quer ficar milionário. Quer o que é justo é para poder criar os filhos, dar educação. É manter o que existia. Hoje você tem esses exemplos a sentar numa mesa de acordo”, conclui Sandra.

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Veja detalhes do voo 447 - Imagem: Editoria de Arte/G1

Fonte: Rosanne D'Agostino (G1)

Após dois anos, incógnitas ainda marcam investigações do AF 447

Dados precisos recém-recuperados das caixas-pretas são cruciais para técnicos reconstituirem desastre.

Detalhe de memorial às vítimas do acidente

O aniversário de dois anos do acidente com o voo 447 da Air France, que caiu no Atlântico quando fazia a rota Rio-Paris, é marcado por avanços nas investigações técnicas, embora ainda existam várias incógnitas, assim como pela expectativa dos familiares em relação à identificação das vítimas resgatadas neste mês.

'Há dois anos, não tínhamos nenhuma informação precisa. Nesses dois últimos meses, localizamos as caixas-pretas e dispomos agora de todos os elementos para compreender o que ocorreu', afirma Alain Bouillard, do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), investigador-chefe do acidente com o voo AF 447.

O avião decolou às 22h29 GMT (19h30 no horário de Brasília) do dia 31 de maio de 2009 com 228 pessoas a bordo e caiu pouco menos de quatro horas depois a cerca de 1,1 mil Km da costa brasileira.

Pela primeira vez desde a catástrofe, o BEA confirmou, na última sexta-feira, que a pane nas sondas de velocidade do Airbus foi o ponto de partida de uma série de eventos que levaram ao acidente.

'Se o problema nas sondas não tivesse ocorrido, não teria havido o acidente', declarou em entrevista à BBC Brasil na última sexta-feira o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec.

As famílias, no entanto, deverão aguardar até o final de julho, quando será divulgado um relatório intermediário, para saber as primeiras conclusões sobre as causas do acidente. Os resultados definitivos das investigações só serão anunciados no próximo ano.

Sondas

Por enquanto, sabe-se que a pane nos sensores de velocidade comprometeu a ação dos pilotos e pode ter induzido a erros de pilotagem.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil sugerem que o BEA estaria dando destaque para eventuais falhas dos pilotos após o incidente com as sondas - declarando que em casos semelhantes a tripulação havia conseguido recuperar o avião - porque isso seria uma forma de reduzir as indenizações a serem pagas às famílias.

Em razão do provável congelamento em alta altitude, as sondas Pitot passaram a enviar informações contraditórias sobre a velocidade do avião aos computadores de bordo, o que acarretou o desligamento do piloto automático.

O avião passou, então, a ser comandado manualmente, sem os sistemas eletrônicos de proteção ligados à pilotagem automática.

O Airbus sofreu uma perda de sustentação, causada pela baixa velocidade da aeronave antes da queda, e despencou em 3 minutos e meio a uma velocidade de 200 Km/hora, segundo o BEA.

Sem fôlego ladeira acima

Após a divulgação das circunstâncias do acidente, na sexta-feira, surgiram questionamentos sobre a decisão da tripulação de levantar o nariz do avião para ganhar altitude depois que os alarmes de perda da sustentação dispararam.

O ato foi comparado a subir uma ladeira correndo no momento em que se está sem fôlego.

O procedimento adequado seria o oposto: baixar o nariz do avião para ganhar velocidade com a descida e recuperar assim a força de sustentação da aeronave.

'Se os pilotos decidiram levantar o nariz é porque a velocidade indicada, que curiosamente o BEA não revela no comunicado, estaria superestimada. Os pilotos agiram mal porque não tinham os instrumentos em funcionamento', disse à BBC Brasil Gérard Arnoux, co-autor de uma investigação paralela sobre as causas do acidente com o voo AF 447 e piloto de aviões Airbus.

Segundo Arnoux, o Airbus se tornou 'irrecuperável' porque o chamado 'plano horizontal regulável' (ângulo formado entre a asa traseira e o vento) passou de 3° para 13° em apenas um minuto e permaneceu assim até o final do voo, comandado pelos computadores de bordo, que se basearam em dados falsos de velocidade.

'Há o risco de ultrapassar um certo ângulo de incidência, como admite a própria Airbus. Não dá mais para recuperar o avião. É um problema de aerodinâmica do Airbus, que permaneceu com a asa traseira empinada, levantando a aeronave', afirma.

Além de aguardar novos dados sobre as investigações, os parentes das vítimas também esperam a futura identificação dos 77 corpos resgatados nos últimos dias, que será realizada na França.

As operações de resgate devem ser encerradas até o dia 1° de junho.

Fonte: BBC via G1

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Americano levou 9 anos para construir um avião no porão de casa

E teve que quebrar a parede para tirá-lo de lá.


Há 9 anos, um homem da Pensilvânia, nos Estados Unidos, começou uma forma interessante de passar seu tempo, juntando as peças para montar um avião no porão de sua casa. O problema, porém, é que ele nunca pensou em como tiraria o avião de lá; não pelo menos até a semana passada.

Dan Reeves passou quase 10 anos montando seu próprio avião no porão de sua casa. A aeronave é do modelo Van RV-7A (goo.gl/LBeei) e, por mais que possam pensar que seria um aeromodelo, controlado remotamente, na verdade, o que Dan veio montando é um avião de verdade, com espaço para duas pessoas e capacidade de voar a altitudes de quase 8 mil metros.


O problema apareceu na hora de tirar o avião do porão, claro. Dan então contratou um técnico para “remover” a parede da casa e ele e seus amigos puderam puxar a aeronave para fora. Para ser mais justo, comenta o site Dvice, Reeves não tinha pensado em tirar o avião de casa. A ideia, segundo o site, era mantê-lo no porão e colocar um piso de vidro na sala, para que a aeronave pudesse ser vista do andar superior. Porém, por algum motivo, sua mulher não deixou.

Agora, Dan conta que apenas precisa montar as asas e fazer mais alguns ajustes para então pedir a autorização do governo para fazer o voo inaugural do seu avião DIY.

E a Geek pergunta: você voaria no avião de alguém que precisou escavar o jardim e quebrar a parede por que esqueceu-se de que um dia poderia ser preciso tirá-lo do “hangar”?

Da próxima vez, é melhor fazer isso no quintal, certo?

Fonte: Daniel Pavani (dpavani.geek.com.br) - Fotos: The Patriot-News / Dvice

Dois militares morrem em queda de helicóptero no Irã


O piloto e o copiloto de um helicóptero militar iraniano modelo Bell AH-1W Super Cobra 209 (similar ao da foto acima) morreram nesta segunda-feira (29) quando o aparelho caiu durante uma prática perto da localidade de Isfahan, no centro do país, informaram fontes oficiais.

Segundo o vice-governador da província, Mohamad Mehdi Ismaili, o acidente aconteceu no início desta segunda-feira devido a um "problema técnico" no aparelho.

"O helicóptero, da classe Cobra e pertencente à base de treino Shahid Vatanpour, se precipitou por causa de uma falha mecânica. Uma equipe foi encaminhada para investigar as causas", explicou sem mais detalhes Ismaili, citado pela agência estatal de notícias "Irna".

No Irã são frequentes os acidentes aéreos, tanto no setor civil como no terreno militar, devido a sua precária e antiquada frota.

As autoridades iranianas culpam, no entanto, o Ocidente pelo embargo que sofre o país há mais de 30 anos e que impede a chegada regular de peças de substituição.

O último acidente militar ocorreu em abril, quando um piloto de combate morreu e seu copiloto ficou ferido durante a queda de avião perto da localidade de Sarvestán, no sudoeste do país.

Em janeiro, 77 pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas quando um avião civil de passageiros se chocou próximo do lago Orumiyeh, no noroeste do país, devido às más condições meteorológicas.

Fontes: EFE - Foto: PressTV

Pecuarista morre em queda de ultraleve no interior de SP

Homem de 52 anos morreu após queda em Ouro Verde.


Causas do acidente ainda são desconhecidas.


Um pecuarista de 52 anos morreu após a queda de um ultraleve neste sábado (28), nas proximidades de Ouro Verde, no interior de São Paulo. Ele pilotava a aeronave quando ocorreu o acidente.

De acordo com parentes, Magno Gilmar Rebonatti era um piloto experiente e sempre verificava as condições do tempo antes de decolar. O ultraleve caiu na zona rural de Ouro Verde. Ele havia decolado do aeroporto de Tupi Paulista, mas ainda não se sabe qual era o destino.


A aeronave ficou totalmente destruída. Os restos do ultraleve já passaram por perícia. Por enquanto, a polícia sabe apenas que o equipamento caiu de bico e que a vítima morreu na hora.


Fontes: G1 / Bom Dia São Paulo (TV Globo) - Fotos: Parapuã.net / Portal Regional

Endeavour se despede pela última vez da Estação Espacial Internacional

O ônibus espacial Endeavour se despediu pela última vez da Estação Espacial Internacional rumo à Terra.


O ônibus espacial americano Endeavour se desacoplou da Estação Espacial Internacional (ISS) na noite de domingo e iniciou a viagem de retorno à Terra, informou a Nasa.

O desacoplamento aconteceu às 23H55 (0H55 de Brasília).


Quando aterrizar, o que deve ocorrer nesta quarta-feira, a nave terá concluído sua 25ª e última missão.

Na Estação Espacial Internacional, astronautas da Endeavour instalaram um detector de raios cósmicos avaliado em US$ 2 bilhões.

O equipamento tem a capacidade de captar entre 25 milhões e 40 milhões de partículas diariamente. Os dados podem ajudar os cientistas a desvendar segredos do universo.

Depois de ser aposentada, a Endeavor passará a ser exposta em um museu no Estado americano da Califórnia, no oeste do país.

Fontes: AFP / BBC Brasil - Fotos: NASA

Avião que levava deputado derrapa ao pousar no interior do Piauí

Um avião monomotor que transportava o deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB-PI) derrapou neste domingo (29) ao pousar na pista do município de Canto do Buriti (em destaque no mapa ao lado), interior do Piauí. No acidente, que ocorreu por volta das 11h, o deputado fraturou um dedo, mas passa bem.

O assessor jurídico do parlamentar, Rômulo de Oliveira, informou que a aeronave saiu de Teresina e iria descer em Canto do Buriti para que Paes Landim participasse de atividades políticas. No pouso, o monomotor derrapou e foi parar na mata.

"Não temos informações concretas do que causou o acidente. Parece que foi um problema mecânico no avião", disse o assessor, que estava com o parlamentar no avião. "Está tudo bem. Foi só um susto. O deputado já está em casa", garantiu.

À tarde, outra aeronave foi enviada até Canto do Buriti para deslocar o deputado a São João, sua terra natal, que fica na mesma região.

Fonte: Yala Sena (Terra) - Mapa: Raphael Lorenzeto de Abreu (Wikipédia)

Após 1 ano e 10 meses, obras do aeroporto em SRN (PI) ainda seguem

Ex-governador afirmou ao pousar pela primeira vez na pista que a obra seria concluida no prazo

A reportagem do 180graus esteve visitando mais uma vez as obras do aeroporto internacional de São Raimundo Nonato, a 600 km da capital Teresina. A jornalista Geysa Silva foi até o local das obras e constatou que as mesmas continuam em andamento mesmo após 1 ano e 10 meses do pouso do primeiro avião.

Em julho de 2009, a pista do aeroporto foi aberta para receber aviões em virtude da realização de um congresso internacional de arte rupestre, o Global Rock Art. Na ocasião alguns jatinhos e até um avião oficial do governo federal pousaram na pista. No dia 28 de junho de 2009 pousou o primeiro avião na pista, e no dia seguinte, 29 de julho, o então governador da época Wellington Dias desembarcava com uma comitiva para participar da abertura do congresso,

Naquele dia, em entrevista ao 180graus Wellington afirmou que as obras seriam concluidas no prazo de 10 meses, onde a estrutura deveria ficar pronta com abrigo para passageiros e toda estrutura de um moderno aeroporto internacional. A construtora Sucesso é a responsável pela obra.

Notícia veiculada no 180GRAUS sobre a conclusão da obra:


180GRAUS volta ao canteiro de obras após 1 ano e 10 meses

Hoje, 1 ano e 10 meses após o Global Rock Art, o que se vê no local onde deveria estar funcionando o aeroporto internacional de São Raimundo Nonato, é um imenso canteiro de obras. Onde está sendo construído de fato o abrigo dos passageiros e outras exigências para que se funcione o aeroporto. Mas, com grande atrazo.

Em entrevista ao 180graus, um dos encarregados da obra, Sr. Washington não quis dar informações precisas, afirmando que somente o engenheiro Sr. Geraldo poderia repassar dados concretos sobre a obra, mas afirmou que as obras estão em rítimo acelerado e não foram paralisadas nos últimos meses. "O que há é uma parada a cada 45 dias para folga dos funcionários, pois a maioria é de Teresina" disse. Sobre a conclusão da obra, Washington afirmou não ter a informação mas que acredita que em breve a mesma possa ser entregue.

Questionado ainda sobre o pouso de aviões, o encarregado afirmou que semanalmente a pista recebe vôos comerciais. E que a pista está em perfeito estado para receber aviões. O engenheiro da obra encontra-se em Teresina.



Jornalista Geysa Silva ao lado do encarregado Washington

Esqueleto do abrigo sendo contruído

Aeronave estacionada na pista de pouso

Homens da construtora Sucesso em rítimo de trabalho

Aeroporto como deverá ficar, e a direita o aeroporto como está atualmente

Fonte: Geysa Silva - Direto de São Raimundo Nonato (180graus.com)

Ladrão tenta furtar avião e bate em cerca em aeroporto de Campo Grande (MS)

Aeronave batida foi vista por piloto que sobrevoava aeroporto no momento.

Ladrão, que ainda não foi identificado, abandonou aeronave ligada na pista.


A Polícia Civil registrou uma ocorrência incomum neste domingo (29) em Campo Grande. Por volta das 17h, um indivíduo teria invadido o aeroporto Aeroching (foto acima), localizado na BR-262, e tentado furtar um avião de pequeno porte. Ele não conseguiu decolar e bateu a aeronave em uma cerca na lateral da pista. A polícia ainda investiga o caso.

Segundo informações da Polícia Civil, um piloto que estava sobrevoando o aeroporto viu a aeronave batida e resolveu pousar para ver o que tinha acontecido. Ele informou à polícia que achou o avião abandonado e com a chave ligada.

O piloto acionou a administração do aeroporto que entrou em contato com o proprietário da aeronave. Segundo informações da polícia o avião de modelo Cessna 172, de cor branca e vinho, teve a hélice dianteira e uma das asas danificadas.

O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) como tentativa de furto. O autor do crime ainda não foi identificado.

Fonte: Tatiane Queiroz (G1/MS) - Foto: Lucas Leuzinger

Monomotor é encontrado queimado em canavial em União de Minas

Piloto ou dono da aeronave não foram localizados.


Polícia investiga se houve queda ou incêndio criminoso.


Um avião monomotor (Cessna 182P) foi encontrado queimado em um canavial na zona rural do municipio de União de Minas, no Triângulo Mineiro, neste sábado (28). As informações são da Polícia Civil de Iturama, que vai abrir um inquérito para investigar a procedência da aeronave. As hipóteses, segundo a polícia, são de queda seguida de explosão e de incêndio criminoso. Nem o piloto nem o dono do avião não foram localizados.

Segundo a polícia, o dono do terreno não soube dizer a quem o avião pertence. A polícia informou que o monomotor é registrado em Goiânia e que acionou a Agência de Aviação Civil (Anac) para enviar técnicos ao local.

Ainda de acordo com a polícia, testemunhas relataram ter ouvido o barulho do pouso do avião e uma explosão após cerca de 15 minutos. O perito da Polícia Civil de Iturama, Renan Darin, informou que a polícia investiga também se há indícios de incêndio criminoso e se o avião era roubado ou usado para fins ilícitos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que, por se tratar de uma aeronave privada, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é o responsável pelas investigações. A assessoria da Anac informou ainda que o monomotor de prefixo PT-JFH apresenta manutenção regular na agência.

Fonte: G1 MG, com informações da Rede Integração - Foto: Reprodução/ Rede Integração

França resgata mais 75 corpos de vítimas do acidente com o voo 447

O Escritório de Investigações e Análise, BEA na sigla em francês, informou nesta segunda-feira que resgatou mais 75 corpos das vítimas do acidente com o voo 447 da Air France, que matou 228 pessoas em 31 de maio de 2009. Com isso, o total de corpos resgatados chega a 127. Ainda restam 101 corpos para serem localizados e retirados do mar.

A informação foi confirmada pelo presidente da Associação dos Familiares de Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho. Ainda segundo ele, não houve nenhuma informação por parte do BEA sobre quando terão início os exames de DNA nos corpos já retirados.

"O BEA não disse nada sobre quando as famílias serão submetidas aos exames de DNA e nem quando esses exames terão início, mas acredito que eles vão esperar resgatar todos os corpos para divulgar uma programação", disse Marinho ao UOL Notícias.

Inicialmente, o BEA havia informado que as operações de busca seriam encerradas no dia 1º de junho, o que é questionado pelos familiares. "Tem que acabar quando retirarem todos os corpos do mar, não cabe á Air France escolher quais devem ser resgatados ou não", diz Marinho.

Segundo Marinho, os familiares continuam esperando uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, para ajudar na resolução de questões burocráticas com o governo francês, relacionadas à indenizações e participação do Brasil nas investigações. "Chegaram a dizer que teríamos prioridade, mas até agora nada foi marcado", completou.

Na última sexta-feira (27), o BEA divulgou as informações preliminares com base nas primeiras análises das caixas-pretas do Airbus. Recebido com descrença pelos familiares, o relatório mostrou que o problema inicial foi uma falha nas sondas de velocidade no avião da Airbus.

Um novo relatório, com informações mais completas sobre o acidente ocorrido há dois anos, deve ser divulgado pelo escritório francês no final de julho.

Fonte: Andréia Martins (UOL Notícias)

domingo, 29 de maio de 2011

EUA: avião pega fogo ao aterrissar em Atlanta; não há feridos







O McDonnell Douglas MD-88, prefixo N941DL, da companhia aérea Delta Airlines pegou fogo quando aterrissava no aeroporto internacional de Atlanta (Geórgia, sudeste) neste sábado (28), mas o incêndio foi controlado pelos bombeiros e todos os passageiros saíram da aeronave com segurança, sem ferimentos.

A companhia aérea informou que não houve feridos entre as 48 pessoas que estavam a bordo, das quais 43 eram passageiros e cinco, membros da tripulação. O voo DL-2284 vinha de Pittsburgh (PA).

"Acreditamos que um dos pneus pegou fogo enquanto (a aeronave) aterrissava", disse Kathleen Bergen, porta-voz da Administração Federal de Aviação. "Pode ter havido um superaquecimento no sistema de freios."

"Isso pode ter produzido um incêndio debaixo do avião, na área do trem de aterrissagem", completou Bergen.

Uma porta-voz da empresa, Leslie Parker, afirmou que a aeronave MD88 tinha aterrissado no aeroporto Hartsfield às 4h14 locais (17h14 de Brasília), momento em que seus freios superaqueceram.


Bergan completou que os bombeiros rapidamente conseguiram controlar o fogo e que os passageiros foram retirados pela porta traseira do avião e levados de ônibus para o terminal.

Fontes: AFP / Aviation Herald - Fotos: foxnews.com / David Goldman (AP Photo) / KABC-TV/DT / Carlos Barcelo (JetPhotos)

Acidente põe tecnologia em xeque

Fato de tripulação não conseguir reverter falha no sistema repõe o dilema quanto aos limites da automação na indústria aeronáutica

O relatório divulgado na sexta-feira pelo escritório de investigação da França (BEA) deve ampliar as discussões sobre o papel dos pilotos em grandes aviões. Eles não devem servir apenas como "backup" do computador. O diagnóstico da queda do voo 447 (Rio-Paris) no Atlântico, em 31 de maio de 2009, mostra como os pilotos ficaram reféns das medições no console de comando e não conseguiram reverter a situação, que resultou na morte de 228 pessoas.

A Airbus, construtora do A330, já enfrenta questionamentos quanto à engenharia de seus aviões, em especial sobre sua "aviônica". As dúvidas dizem respeito sobretudo ao sistema "fly by wire", que equipa os modelos Airbus A320, A330, A340 e A380. Diante desse sistema, os pilotos são incapazes de assumir o papel dos computadores em uma emergência.

Esse sistema, que faz parte das superfícies de controle de voo situadas na asa e na cauda do avião, não é acionado diretamente pelos controles dos pilotos, mas sim por um computador que calcula exatamente o que é necessário para aquele ponto de pilotagem, segundo a própria definição da Airbus. A justificativa para a adoção do sistema é a "redução considerável no tempo e nos custos de treinamentos de pilotos e tripulação".

Em 1998, Pierre Baud, então vice-presidente da Airbus, afirmou: "Treinamento específico não é necessário para aviões protegidos por Airbus fly by wire". Após o acidente, um relatório de cinco experts independentes contratados pelo Tribunal de Grande Instância de Paris destacou que os pilotos do voo 447 precisariam, sim, de treinamento específico e informação para enfrentar o defeito dos sensores de velocidade.

"Em janeiro, a Airbus indicou que em situação de perda de sustentação, este avião pode ser irrecuperável", diz Henri Marnet-Cornus, ex-comandante de Airbus e consultor em segurança. "Como uma aeronave em situação de voo pode em determinadas circunstâncias se encontrar em situação irrecuperável? Como esse avião pôde ter sido certificado? Como foram feitos os testes de perda de sustentação? É preciso esclarecer tudo isso."

Para Gérard Arnoux, comandante de Airbus, "não é a tecnologia fly by wire que está em questão, mas é a arquitetura dos calculadores". "Deixou-se o avião muito menos nas mãos dos pilotos, porque a aeronave se autoprotege, e as ordens do piloto são filtradas."

Tecnologia digital

A tragédia do voo Rio-Paris é o pior acidente da história da Air France e dos modelos A330 da Airbus. O modelo foi lançado em 1993 e praticamente não havia tido acidentes graves - o único havia ocorrido em 1994, em um teste realizado pela empresa.

Empregando tecnologia digital, o modelo pode operar virtualmente sem interferência dos pilotos - embora eles possam assumir o controle quando quiserem. A cabine de comando tem telas de cristal líquido que abrem até 28 páginas. O piloto controla o A330 por meio de um joystick semelhante ao de um videogame. Todos os aviões têm o weather radar, que permite acompanhar as condições meteorológicas a longa distância.

Fonte: Andrei Netto (O Estado de S.Paulo)

Voo 447: Tripulação lutou para evitar queda e foi atrapalhada pelo sistema, analisa aeronauta

Coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCRS apontou que a tripulação foi surpreendida por uma instabilidade nos sistemas de indicação de velocidade e automação do Airbus A330

Clique no mapa para ampliá-lo
Mapa divulgado em relatório mostra rota prevista e a trajetória do voo 447

Uma leitura do relatório do órgão francês de investigação, o BEA, divulgado nesta sexta-feira, aponta que a tripulação foi surpreendida por uma instabilidade nos sistemas de indicação de velocidade e automação do Airbus A330, que fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris e caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009.

O professor e coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, Hildebrando Hoffmann, acredita que os pilotos lutaram para evitar o acidente que causou 228 mortes.

— A tripulação trabalhou muito e foi atrapalhada pelas indicações dos próprios sistemas que estavam lhes deixando na mão. Os dados mostram que os tripulantes lutaram para manter o avião em voo — analisou Hoffmann.

O especialista destacou também que o avião decolou com 232,8 toneladas, o que se aproxima do peso máximo de decolagem permitido de 233 toneladas.

— Ao sobrevoar por Natal, o avião ainda se encontrava a uma altitude de 35 mil pés porque a temperatura e o peso da aeronave não permitiam subir mais, o que seria desejável para tornar o voo mais confortável e econômico. Quanto mais alto, maiores são as chances de escapar das condições meteorológicas avessas.

Após a desativação espontânea do piloto e do acelerador automático, o comandante da aeronave que não estava no cockpit foi chamado. Uma possível negligência dele foi rechaçada por Hoffmann, visto que cada tripulante técnico (um comandante e dois copilotos) precisa realizar um período de descanso e este seria o trecho mais tranquilo da viagem.

— Este era o momento mais estável do rota. Os trechos que representam maior complexidade operacional estão situados na parte inicial e final do voo. O trecho intermediário, realizado em nível de cruzeiro, são menos complexos.

Antes da queda, e devido à grande turbulência meteorológica, o avião foi "jogado" para cima e para baixo atingindo até 38 mil pés de altitude, de forma involuntária.

Outra possibilidade para contribuir para a queda do avião seria a perda de um algum elemento de controle de voo, o que ganhou força ao ser encontrada, nas primeiras etapas da investigação, o estabilizador vertical (peça que fica na cauda da aeronave e é fundamental para a estabilização de direção longitudinal).

Hoffmann frisa, no entanto, que a partir dos dados preliminares do relatório não é possível atribuir a ninguém a responsabilidade pela queda do Airbus A330.



Veja também o infográfico sobre o acidente do voo 447

Fonte: Matheus Piovesan (Zero Hora) - Foto:Reprodução BEA

sábado, 28 de maio de 2011

Legacy que derrubou avião da Gol está à venda na internet

Segundo site americano, aeronave custa US$ 15,7 milhões (quase R$ 26 milhões), um desconto de 40% sobre o preço de tabela




Cockpit dos pilotos: transponder desligado

O jato Legacy 600 com número de série 145.00.965 foi colocado à venda. Com apenas 36 horas de voo e 12 pousos, o avião está sendo oferecido por US$ 15,7 milhões (quase R$ 26 milhões), um desconto de 40% sobre o preço de tabela de uma aeronave similar zerinho.

O objeto de desejo em questão, contudo, é o avião que se chocou e derrubou o Boeing 737 da Gol em 2006. A aeronave é uma das mais baratas entre os jatos colocados à venda no site americano AvBuyer, especializado em classificados de aviões.

O avião pertencia à ExcelAire na época do acidente. A empresa vendeu-o. Segundo a revista "Veja", o novo dono fez uma recauchutagem. No site americano de classificados, quem se dispuser a pagar leva uma plano de manutenção e inspeção de voo por 48 meses.

O avião da Embraer comporta 13 passageiros e até quatro tripulantes. Internamente, o avião tem microondas, fogão, pia, máquina de café e geladeira, além de espaço para aparelhos de DVD e CD. Possui ainda um lavatório com acesso ao compartimento de bagagem.

Acidente

No dia 29 de setembro de 2006, o voo da Gol seguia de Manaus para Brasilia, quando o Legacy se chocou na asa. O impacto derrubou o Boeing, que caiu na selva. Todos os 154 passageiros do avião da Gol morreram. Os piltos do Legacy continuaram o voo.

Os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino foram condenados neste mês a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto (quando o réu passa o dia fora e apenas dorme na unidade prisional), mas o juiz resolveu transformar a pena em prestação de serviços comunitários nos Estados Unidos em uma repartição brasileira.

Em sua sentenção, a Justiça comprovou, por meio de perícias, que os pilotos deixaram o equipamento anticolisão desligado por uma hora e que só o religaram depois que o Legacy já havia colidido com o avião da Gol.

Fonte: iG - Foto: Reprodução

Alasca: queda de avião mata cinco membros da mesma família


Cinco membros de uma mesma família, incluindo três crianças, morreram neste sexta-feira (28) após o avião modelo Cessna 180, prefixo N4955A, em que viajavam cair no sul do Alasca, disse a polícia do município de Anchorage.

Segundo informações da polícia, o avião caiu pouco depois da decolagem feita no aeroporto de Birchwood (38 km ao norte de Anchorage) com destino a Seldovia, uma zona remota ao sul do Estado de Alasca.


"O avião caiu sobre uma linha de trem e em seguida se incendiou", explicou à AFP Marlene Lammers, porta-voz do Departamento de Polícia de Anchorage.

A nave era pilotada pelo pai das crianças, Lonn Greiner de 46 anos, e levava também sua mãe, Carolyn Greiner de 69 anos, além dos três filhos, Glory, 13, Nathan, 11 e Grace, 10 anos.

As autoridades do Conselho Nacional de Segurança do Transporte (NTSB, na sigla em inglês) estão investigando as causas do acidente e ainda não têm detalhes.

Os transportes em aviões pequenos, incluindo os hidroaviões, são muito comuns no Alasca, onde o clima, as longas distâncias e um sistema de transportes incompleto torna difícil o acesso a certos lugares.

Fontes: AFP / Daily Mail / Anchorage Daily News - Fotos: Anchorage Daily News/ AP

LAN fala em Gol se negócio com TAM não avançar

"Também procuraremos por outras opções", diz representante da empresa chilena

A companhia aérea chilena LAN pode procurar outro parceiro para seus planos de internacionalização se a proposta de associação com a TAM for rejeitada por um tribunal de defesa da concorrência, informou um jornal local.

Na quinta-feira, o Tribunal de Livre Concorrência do Chile (TDLC) realizou uma audiência em que LAN e TAM apresentaram seus argumentos sobre a criação da maior companhia aérea da América Latina. As empresas anunciaram em agosto de 2010 um acordo para unirem operações, mas uma associação de consumidores no Chile opôs-se no tribunal da concorrência, que abriu um processo de investigação. O tribunal espera ter antes de agosto um veredito sobre a legalidade da operação.

"Ao final (se for reprovado), vamos procurar um 'second best'. Podemos ir falar com a Gol, que não sei se estará disponível, mas que sua internacionalização não se compara com a da TAM", disse o gerente-geral da LAN, Ignacio Cueto, em entrevista publicada pelo jornal chileno El Mercurio. "Também procuraremos por opções que não sejam desse tipo (fusão)", acrescentou.

Um representante legal da TAM disse durante a audiência que a companhia iria procurar outro parceiro se a operação não avançasse. No entanto, Cueto considerou que os argumentos apresentados ao Tribunal da Concorrência são "fortes" para permitir a união das empresas.

As companhias esperam obter sinergias de US$ 400 milhões ao ano com seus planos.

Fonte: Reuters via iG

Passageiro do voo 447 pode não ter percebido queda

Segundo especialistas, ocupantes do avião da Air France possivelmente não sabiam da iminência do choque no mar

Por vários fatores, passageiros podem ter tido a sensação de que Airbus estava subindo, quando na verdade caía


Os 216 passageiros do Airbus A330 da Air France não sabiam que a aeronave estava prestes a cair no Atlântico naquela noite de 31 de maio, disse acreditar Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, o órgão francês responsável pela apuração do acidente.

Durante a queda, é provável que os passageiros tenham sofrido um fenômeno chamado de "desorientação espacial". Quando isso ocorre, a pessoa não sabe para qual direção está indo.

Além de Troadec, a Folha conversou com pilotos, um especialista em medicina aeroespacial e um engenheiro que atua com certificação de aeronaves; exceção ao diretor do BEA, todos aceitaram conversar sob anonimato.

Eis os indícios:

1) o avião passava por uma área de turbulência, balançando, à noite, com o céu escuro e, possivelmente, com a maioria das janelas fechadas; em um cenário assim, sem referências, é bastante comum o sentido de equilíbrio do corpo ser afetado.

2) a queda da aeronave no mar se deu com o nariz apontado para cima. A sensação para alguns, até o momento do impacto, era a de que o avião subia, e não caía.

Diferentemente dos passageiros, os pilotos têm, em situações normais, como saber a sua inclinação em relação ao horizonte graças a um dispositivo instalado na cabine, o "horizonte artificial".

Não se sabe se o equipamento funcionava ou não; mesmo que estivessem em operação, dizem especialistas, as panes causadas com o congelamento das sondas pitot podem ter prejudicado a avaliação da tripulação, preocupada em descobrir rapidamente o que causava a instabilidade na aeronave.

Há outro fator a corroborar a hipótese de desorientação: as fraturas nos corpos das vítimas examinados pelo IML de Recife sinalizam que eles não estavam com a cabeça entre os joelhos, em posição de emergência, na hora do impacto com a água.

No acidente com Boeing da Gol, que em 2006 se chocou contra um Legacy que vinha em sentido contrário, a situação foi diferente.

As 154 vítimas morreram ao se chocar contra o solo, segundo os laudos do IML de Brasília, mas há indícios de que os passageiros tenham perdido a consciência antes do impacto no chão.

Fonte: André Monteiro, Evandro Spinelli e Ricardo Gallo (jornal Folha de S. Paulo) - Colaborou Ana Carolina Dani

sexta-feira, 27 de maio de 2011

EUA: Quatro mortos em queda de aeronave nas montanhas da Carolina do Norte

Quatro pessoas morreram na quinta-feira (26) em sequência da queda de uma aeronave nas montanhas do estado norte-americano da Carolina do Norte, informaram hoje as autoridades federais.

O piloto da aeronave de quatro lugares Beechcraft 58 Baron, prefixo N77AR, da Aero Resources Corp. e operado pela Hazardque, fazia a ligação entre Atlanta e Hazard, no Kentucky, deu conta às autoridades de um incêndio a bordo antes de o avião ter caído a cerca de 200 quilômetros de Asheville.

As vítimas são o piloto e os três passageiros que se encontravam a bordo.

A rota do avião N77AR que partiu do Fulton County Airport, em Atlanta, para Hazard, no Kentucky. A linha azul indica a rota prevista e, a linha verde, a rota realizada

Fontes: Agência Lusa via Visão / ASN - Imagem: FlightAware.com

Restaurante em avião faz sucesso na Suíça


Um restaurante um tanto curioso anda fazendo um grande sucesso na Suíça. A diferença? Ele foi criado dentro de uma avião soviético dos anos 1950, servindo refeições com todo o luxo da época, que vão desde poltronas apertadas até batidas nos cotovelos.


O restaurante é o Runaway 34, que fica em Zurique. Dentro do avião ficam o bar e um lounge, enquanto as mesas para as refeições ficam espalhadas do lado de fora. Porém, para dar um ar um pouco mais real, algumas das mesas possuem os assentos originais do avião.



Assim como comenta o site Dvice, em uma época em que conseguir um pouco de nozes e castanhas em viagens aéreas já pode ser considerado um sucesso, talvez fazer refeições em um avião não seja apenas algo diferente, mas também nostálgico.

Realmente, quem não acharia legal um restaurante deste tipo?

Fonte: Daniel Pavani (Geek) - Fotos: Divulgação