sábado, 11 de setembro de 2010

Os aviões utilizados nos ataques de 11 de setembro

Boeing 767-223/ER, prefixo N334AA, da American Airlines - voo 11 - colidiu com a Torre Norte

Boeing 767-222, prefixo N612UA, da United Airlines - voo 175 - colidiu com a Torre Sul

Boeing 757-223, prefixo N644AA, da American Airlines - voo 77 - colidiu com o Pentágono

Boeing 757-222, prefixo N591UA, da United Airlines - voo 93 - supostamente caiu próximo de Shanksville na Pennsylvania

Fotos (na sequência): Martin Steiner (1), James Richard Covington (2 e 3), Felix Sieder (4) via Airliners.net

Os ataques de 11 de setembro de 2001

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, chamados também de atentados de 11 de setembro de 2001, foram uma série de ataques suicidas coordenados pela Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.

Na manhã daquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais a jato de passageiros.

Os sequestradores intencionalmente bateram dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos dos que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram em duas horas, destruindo construções vizinhas e causando outros danos.

O terceiro avião de passageiros caiu contra o Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C (foto abaixo).

O quarto avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que alguns de seus passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do avião, que os sequestradores tinham reencaminhado para Washington, D.C. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.

O número total de mortos nos ataques foi 2.996 pessoas, incluindo os 19 sequestradores. A esmagadora maioria das vítimas era civil, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria morrido por doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.

Os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror: o país invadiu o Afeganistão para derrubar o Taliban, que abrigou os terroristas da Al-Qaeda. Os Estados Unidos também aprovaram o USA PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação anti-terrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Algumas bolsas de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia de Lower Manhattan, Nova Iorque.

Os danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center.

Em 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local, a 7 World Trade Center. A torre 1 World Trade Center está em construção no local e, com 541 metros de altura após sua conclusão, em 2013, se tornará um dos edifícios mais altos da América do Norte. Mais três torres foram inicialmente previstas para serem construídas entre 2007 e 2012 no local das antigas Torres Gêmeas.

O Memorial Nacional do Voo 93 começou a ser construído 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção é esperada para estar concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 setembro, em 2011.

Continue lendo AQUI.

Veja fotos das cerimônias que lembraram os atentados AQUI.

Fonte e imagens: Wikipédia

11 de Setembro: Nove Anos Depois - 4

Após 9 anos dos atentados que derrubaram as Torres Gêmeas, começam a subir novos prédios no local. Nova York, 1 de setembro de 2010 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Mulher observa colagem com fotografias de vítimas do "World Trade Center", em Nova York. Nova York, 6 de setembro de 2003 - Foto: Michael Appleton/NY Daily News Archive via Getty Images

Vista do "World Trade Center" após atentado terrorista. Nova York, 13 de Setembro 2001 - Foto: Jim Watson/Getty Images

Trabalho de remoção de escombros no local onde ruíram as torres gêmeas. Nova York, em 25 de março de 2002 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Obras no local onde as torres do" World Trade Center" ruíram em 11 de setembro de 2001. Nova York, 7 de setembro de 2010 - Foto: Eric Thayer/Reuters

Avião bate contra torre do "World Trade Center". A colisão dos dois aviões sequestrados pelos terroristas, e o subsequente colapso da torres mataram mais de 2.800 pessoas. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: David Handschuh/NY Daily News Archive via Getty Images

Um quadro feito com fotografias das vítimas dos atentados de 11 de setembro exposto em Washington em 23 de março de 2004 - Foto: Mark Wilson/Getty Images

Pessoas observam o "World Trade Center" após atentado terrorista. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Mulheres observam obras no local onde ocorreram os atentados de 11 de setembro. Nova York, 7 de setembro de 2010 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Pessoas passam por área em construção. O local abrigava o "World Trade Center". Nova York, 7 de setembro de 2010 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Fonte: iG

11 de Setembro: Nove Anos Depois - 3

Pessoas fogem enquanto a Torre Norte do "World Trade Center" desmorona depois dos ataques com os aviões sequestrados. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Jose Jimenez/Primera Hora/Getty Images

Construção continua no local do antigo "World Trade Center". Em 11 de Setembro de 2010 acontece o nono aniversário dos atentados ao World Trade Center. Nova York, 1 de Setembro de 2010 - Foto: Mark Lennihan/AP Photo

Os líderes islâmicos e os organizadores de mais de 55 mesquitas protestam na Câmara Municipal de Nova York para defender a presença de mesquitas nos Estados Unidos. Enquanto a proposta de uma nova mesquita está sendo apoiada pelo prefeito Michael Bloomberg, uma nova pesquisa conduzida pela Universidade Quinnipiac revelou que dois terços dos nova-iorquinos são contra a mesquita e o centro comunitário na Park 51. Nova York, 01 de Setembro de 2010 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Um trabalhador usa adesivo contra a proposta da construção do centro cultural mulçumano e da Mesquita perto do local do antigo "World Trade Center". Nova York, 7 de Setembro de 2010 - Foto: Eric Thayer/Reuters

As luzes gêmeas do "Tributo de Luz" aparecem no horizonte de Nova York . A luz de dois feixes é uma recordação temporária dos ataques de 11 de Setembro. Nova Iorque, 11 de Março de 2002 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

As ruínas do "World Trade Center" continuam a arder quase uma semana após os ataques terroristas. Os prédios ao redor ficaram severamente danificados pelos escombros da Torres Gêmeas Nova York, 17 de Setembro de 2001 - Foto: Mate Eric J. Tilford/AP Photo

Um homem cai do "World Trade Center" depois que dois aviões colidiram com as Torres Gêmeas em um ataque terrorista. Nova York, 11 de Setembro, de 2001 - Foto: Jose Jimenez/Primera Hora/Getty Images

Policial observa as torres do "World Trade Center" durante os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Jose Jimenez/Primera Hora via Getty Images

Vista da Rua Park Place e da Avenida West Broadway quase um ano após os atentados contra as Torres Gêmeas. Nova Iorque, 9 de Setembro de 2002 - Foto: Jose Jimenez/Primera Hora/Getty Images

Operários protestam contra o atraso nas obras de reconstrução das novas torres após os atentados de 11 de Setembro de 2001. Nova Iorque, 9 de Março de 2010 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Fonte: iG

11 de Setembro: Nove Anos Depois - 2

Obra de uma criança é apresentada no "Terrapin Chelsea Art Gallery". A Arte faz parte de uma mostra de trabalhos infantis dos filhos das vítimas do ataque ao "World Trade Center". Nova York, 9 de Setembro de 2004 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Bombeiros de Nova York descansam durante as operações de salvamento após a colisão dos aviões sequestrados com as Torres Gêmeas do "World Trade Center". Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Ron Agam/Getty Images

Imagens do fotojornalista Joe McNallys em exibição na "Grand Central Station" de Nova York. Entitulada "Faces do Marco Zero" é uma mostra de oitenta e cinco fotografias Polaroid em tamnho real tiradas por McNally de trabalhadores, sobreviventes, e parentes das vítimas do ataque de 11 de Setembro - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Pessoas andando em área próxima ao "World Trade Center" depois que duas aeronaves colidiram com as Torres Gêmeas em um suposto ataque terrorista. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Uma fotografia da cidade de Nova York de antes do ataque de 11 de setembro presa a uma cerca do outro lado do rio em memória às vítimas do ataque terrorista ao " World Trade Center" - Foto: Mario Tama/Getty Images

Os destroços do "World Trade Center" vistos através da janela de um apartamento dois dias após o ataque às Torres Gêmeas. Nova York, 13 de Setembro de 2001 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Local onde se encontrava o "World Trade Center" antes do ataque terrorista agora em construção. Nova York, 7 de Setembro de 2010 - Foto: Eric Thayer/Reuters

Policial ao lado do "Marco Zero" durante celebração em memória às vítimas do ataque terrorista de 11 de setembro. Nova York, 11 de Setembro de 2002 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Um bosque com 16 carvalhos brancos é plantado no Memorial Nacional de 11 de Setembro. Após nove anos, estas plantas são as primeiras de 400 que serão plantadas ao redor do memorial. Nova York, 28 de Agosto, 2010 - Foto: Mark Lennihan/AP Photo

Bombeiro durante a operação de resgate às vítimas do atentado de 11 de setembro. Nova York, 11 de setembro de 2010 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Fonte: iG

11 de Setembro: Nove Anos Depois - 1

O dia 11 de setembro entrou para o calendário mundial em 2001, quando uma série de atentados terroristas em solo americano mataram quase 3 mil pessoas. As cenas mais impactantes desta tragédia foram vistas por milhões de pessoas, ao vivo, pela televisão. Passados nove anos, vale lembrar o que aconteceu naquele dia e como este episódio mudou o curso da história americana e mundial.

Avião da United Airlines bate contra a torre sul do "World Trade Center" às 09:03. A colisão dos dois aviões sequestrados pelos terroristas, e o subsequente colapso da torres mataram mais de 2.800 pessoas. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Pessoas caem do "World Trade Center" ao pular de um andar em chamas, depois da colisão dos dois aviões com as torres norte e sul. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: David Surowiecki/Getty Images

Escombros das torres gêmeas, momentos após a queda da torre do "World Trade Center". Nova York, 11 de Setembro, de 2001 - Foto: Gregg Brown/Getty Images

Um bombeiro de Nova York chama trabalhadores de resgate para entrar nos escombros do "World Trade Center". Nova York, 14 de Setembro de 2001 - Foto: Jim Watson/Getty Images

Redemoinhos de fumaça em Manhattan, momentos após a queda da torre do "World Trade Center". Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Os destroços do "World Trade Center" vistos através de uma janela quebrada de um apartamento próximo. Nova York, 13 de Setembro de 2001 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fala com o Vice Dick Cheney por telefone a bordo do Air Force One, após a partida da base da força aérea em Nebraska. 11 de Setembro de 2001 - Foto: Eric Draper/The White House/Getty Images

Vista do Pentágono após ataque terrorista em 11 de setembro de 2001. Washington, 11 de setembro de 2001 - Foto: Mario Tama/Getty Images

Imagem do satélite IKONOS mostra a cidade de Nova York, em 15 de Setembro de 2001 - Foto: Space Imaging/Getty Images

Fumaça sai das Torres Gêmeas do "World Trade Center" após a colisão dos dois aviões sequestrados por terroristas. Nova York, 11 de Setembro de 2001 - Foto: Robert Giroux/Getty Images

Fonte: iG

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Foto do Dia

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Um caça israelense se afasta do Boeing 707-3J6C(KC), prefixo 264, da Força Aérea de Israel, logo após ser reabastecido em voo sobre o espaço aéreo da Hungria, em 10 de agosto de 2010.


Foto:: Sniper72 (Airliners.net)

Fotógrafo = Terrorista? Agência de segurança do governo dos EUA acha que sim

Basta uma câmera fotográfica e um capuz para ser tratado como inimigo da nação

A Transportation Security Administration (www.tsa.gov), agência federal de segurança aeroportuária dos EUA criada após os atentados do 11 de Setembro para vigiar os aeroportos do país, lançou uma campanha pública de conscientização contra suspeitos de atividades terroristas, que desastradamente atingiu os fotógrafos em uma de suas peças.

No pôster, a imagem mostra um fotógrafo usando uma câmera com teleobjetiva num aeroporto, com a cabeça encoberta por um capuz num dia ensolarado. O texto da peça diz: ‘Não deixe nossos aviões caírem em mãos erradas. Se você desconfiar de algo, denuncie. Chame a polícia local. Avise a administração do aeroporto.’

Fotógrafos do país inteiro revoltaram-se, já que a fotografia em locais abertos e públicos vem sendo cada vez mais hostilizada e reprimida por forças de segurança, e frequentemente essa hostilidade e a proibição não têm motivo nem embasamento algum, valendo a ‘palavra final do mais forte’ do segurança em caso de questionamento pelo fotógrafo. Tanto nos EUA quanto em muitos lugares da Europa e também embaixo dos nossos próprios narizes no Brasil, não é preciso vestir uma jaqueta com capuz: a câmera na mão é encarada como se fosse uma arma, e seu portador, alguém mal-intencionado a priori.

No caso específico do pôster da TSA, os fotógrafos sentiram que não está suficientemente claro na comunicação que a fotografia profissional ou por hobby está liberada, podendo deflagrar uma onda de paranoia entre as pessoas leigas, além de desinformar os próprios agentes da lei e predispô-los contra atividades legítimas. No blog da TSA há uma tentativa de defender a campanha e conquistar a simpatia dos fotógrafos:

Essas imagens pretendem somente representar uma gama de situações comuns dentro e ao redor dos campos de aviação federais. Muitos fotógrafos são candidatos prioritários a usar os programas de vigilância para denunciar atividades suspeitas, já que eles são extremamente observadores em relação aos seus arredores.

Entretanto, a maioria dentre as dezenas de comentários postados por fotógrafos ao pé desse artigo são depoimentos de gente que já sofreu repressão indevida por seguranças truculentos em aeroportos. Algumas amostras:

…Por causa de campanhas como essa, eu constantemente vejo caras feias de passageiros e seguranças. Passei a usar uma câmera ‘normal’ para não ser incomodado. Já fui molestado pela TSA por tirar fotos perfeitamente legais dentro de aeroportos. Apoio a campanha, mas também deve haver treinamento para os seguranças e passageiros, no sentido de que tirar fotos não faz de ninguém um suspeito.

…A Homeland Security (Departamento de Segurança Interna dos EUA, à qual a TSA é subordinada) tem uma história de repressão a fotógrafos. Ela pode explicar seu ponto de vista à vontade, mas eu quero saber porque fui enquadrado por um guarda uniformizado da Homeland Security por fazer uma foto de um gárgula no edifício da prefeitura de Phoenix. Se naquela ocasião eu conhecesse meus direitos, poderia ter me defendido, como farei da próxima vez e estou fazendo agora. Se você não quer que alguma coisa seja fotografada, não a torne visível ao público.

…O fato é que se alguém presencia algo errado, já sabe como chamar as ‘autoridades’. Isso não requer nenhuma ‘campanha de conscientização’.

…Acredito que é muito importante para agências como a TSA que trabalhem em parceria com os fotógrafos, especialmente os locais e profissionais, a fim de criar um diálogo franco. A TSA deveria conhecer a programação dos fotógrafos antes de enviar notificações a outros departamentos, como a Homeland Security. É enfurecedor que as autoridades abordem ou reprimam fotógrafos legítimos e questionem suas ações, cidadania e destino das imagens. Esses confrontos têm causado prisões e ações judiciais desnecessárias. Na condição de fotógrafo profissional, e questionador das iniciativas tomadas após o 11 de Setembro, afirmo que TODOS os fotógrafos estão sob a proteção da lei, segundo a qual nenhuma autoridade tem licença para incomodar um fotógrafo clicando um avião, edifício, estátua ou cena de rua. Isso está chegando ao ponto ridículo de as autoridades eliminarem a divisão entre um suspeito e uma pessoa inocente. Eu incentivo todos os fotógrafos de locações e externas a baixar, ler e carregar na bolsa um documento simples chamado ‘Direitos dos Fotógrafos’ (krages.com/phoright.htm), pelo advogado Bert P. Krages.

…Eu pessoalmente já tive oportunidade de alertar sobre portões deixados abertos, pássaros na rota de voo e indivíduos suspeitos, ANTES de me tornar um fotógrafo credenciado no meu aeroporto local. O seu pôster é um desrespeito sério à cooperação que nós, fotógrafos de aviação por hobby, prestamos à polícia dos aeroportos e à TSA. Suma com ele!

…Se você é a mídia, a fotografia é um direito constitucional. Além disso, a Constituição garante a presunção da inocência. Um pôster como este rotula qualquer fotógrafo num aeroporto como possível terrorista. Daí, somos forçados a passar por um processo de triagem estressante e embaraçoso, conduzido por autoridades policiais que não conhecem bem as leis que asseguram a fotografia em espaços públicos. Eu tive uma experiência pessoal disso em Los Angeles, ao fazer fotos para um livro. Um pôster muito mais correto mostraria o fotógrafo e um sujeito ao longe tentando pular uma cerca, com a frase: ‘Fotógrafos, se vocês virem algo suspeito, fotografem e denunciem!’

…Eu sou um entusiasta de ferrovias e o nosso hobby tem sido submetido a uma quantidade extraordinária de atos de repressão, graças a campanhas como esta. Só posso imaginar o dano que esse pôster causará aos entusiastas da aviação. As autoridades não são confiáveis a respeito dos direitos dos fotógrafos. A União das Liberdades Civis de Nova York está processando a Homeland Security por prender fotógrafos que estavam fazendo fotos legítimas de edifícios do governo federal em Lower Manhattan. Pôsters como este dão permissão tácita às forças de segurança para molestar e abusar dos fotógrafos. Fotografia não é crime!

Por que vocês atacam gente que está na posição perfeita para ajudá-los? Não faz sentido.

Talvez a TSA devesse se inspirar neste pôster da polícia da região de Manchester, no Reino Unido:

Note que esse cartaz correto e sensível foi criado no país mais vigiado do planeta, onde há câmeras de vídeo por toda parte e é normal a polícia solicitar ao público que ‘qualquer atividade suspeita’, segundo o critério pessoal do cidadão, seja por ele notificada, mesmo que não tenha qualquer consequência.

Desse ponto em diante os comentários no blog da TSA ficam cada vez mais desafiadores, raivosos, alguns insultando abertamente a agência. Com isso já dá para ter uma ideia da repercussão negativa da campanha. Ela também se fez sentir em sites importantes que não são dedicados à fotografia, como Boing Boing, Gizmodo e Wired, além, naturalmente, do blog ativista Photography Is Not A Crime, a fonte original da notícia.

Nós na DPBR sentimos o mesmo tipo de pressão no Brasil, e não apenas em aeroportos, mas em incontáveis locais públicos, incluindo os arredores de edifícios de governo federal e de estações ferroviárias, assim como em locais totalmente neutros, sobre os quais ninguém tem jurisdição quanto a geração de imagens. Em plena rua de comércio você pode ser parado por um segurança de uma galeria, implicando que nem mesmo o trecho de calçada pelo qual ele é responsável pode ser registrado em pixels. Tudo isso parte de uma noção vaga de que bandidos podem usar fotos para planejar suas ações, somado à pura e simples ‘síndrome de autoridade’ tão arraigada no nosso povo, que amiúde se manifesta tão logo o indivíduo atinge a mais elementar posição de responsabilidade coletiva. A falta de noção e os abusos são crescentes, e tanto lá como aqui, é difícil ao fotógrafo convencer um agente de segurança na base da argumentação racional e da apresentação de provas e documentos. Disso já falamos na revista DPBR número 2, em destaque de Fabiana Baioni no artigo especial sobre fotografia urbana de rua, que reproduzimos a seguir:

O que pode e o que não pode?

A lei pode ser clara, mas a interpretação não

As definições sobre os direitos dos fotógrafos de rua têm gerado uma grande movimentação na comunidade fotográfica. Os limites sobre o que se pode ou não fotografar, bem como gerar entendimento a respeito dos direitos de quem é fotografado na rua, varia de acordo com a situação e o local. Locais privados como shoppings e supermercados requerem autorização prévia em quase 100% dos casos. Em algumas cidades do Brasil, como São Paulo, por exemplo, fotografar dentro de transportes públicos, como Metrô e ferrovias, também necessita autorização formal.

Já para locais públicos as restrições são bem menores. A rua, que faz parte do cenário básico de tantos fotógrafos no Brasil e em todo o mundo, é liberada para fotografias que não tenham objetivo comercial. Porém, nem sempre a coisa funciona dessa maneira.

A leitora Carol Linden conta que em Brasília, mesmo estando na rua, já enfrentou problemas na hora de fazer seus registros: “Já aconteceu de estar na rua com a DSLR querendo fotografar um prédio ou uma janela e o segurança impedir porque se trata de um órgão público. Outra situação curiosa que me aconteceu foi quando tentei fotografar a fachada frontal do Congresso Nacional. Eu estava com a câmera e o tripé para tirar uma foto e fui impedida pelos seguranças do Senado. Fui informada de que com a câmera na mão, OK, mas para tirar foto com tripé seria necessária uma autorização por escrito do Presidente do Senado! A outra opção que me deram seria tirar a foto com o tripé a partir do outro lado da rua, a uma distância de onde lentes razoáveis não alcançariam”. O estranho é que nenhuma lei proíbe a fotografia de edifícios públicos pelo lado de fora. Tentar barrar fotos é uma questão de interpretação (ou simples imposição de vontade) da autoridade no comando naquele momento.

E, se quem impõe a restrição é leigo em fotografia, situação que é regra geral, a sua tendência natural é sempre perseguir as câmeras “profissionais” – leia-se: DSLRs e qualquer outra câmera que seja pouquinho maior ou mais exótica que a usual compacta de bolso.

Quando se trata de retratos, os limites ficam ainda mais turvos. Até onde se sabe, o fotógrafo poderia capturar imagens de grupos maiores do que quatro pessoas sem enfrentar problemas legais de direito de imagem. Quando o grupo é menor, pela lei é necessário que o fotografado autorize por escrito a utilização de sua imagem. Na prática, cada indivíduo retém o direito sobre a própria imagem, de maneira que se não quiser aparecer numa foto, pode pedi-lo ao fotógrafo; se este insistir em fazer a foto, estará cometendo uma infração. O bom senso é – ou deveria ser – o que tem regido a atuação dos fotógrafos no que diz respeito aos retratos de rua. A abordagem prévia do fotografado antes de capturar a imagem tem ajudado a minimizar os problemas. Outra opção é capturar as imagens e mostrá-las a quem foi retratado imediatamente, solicitando a autorização de uso.

Você já passou por alguma situação inusitada, imprevista ou desagradável enquanto fotografava na rua? A Digital Photographer Brasil quer saber sua opinião sobre o assunto. Envie seu relato para editor arroba fotografodigital.com.br e compartilhe conosco a sua experiência.

Fonte: Das Übergeek via Mario Amaya e Fabiana Baioni, da revista Digital Photographer Brasil (geek.com.br)