Em Icó, o aeródromo local está sem condições de funcionamento há quase quatro anos. A pista em asfalto, localizada no conjunto Delta, está esburacada em vários pontos e apresenta rachaduras. Ao lado, há plantações de milho e feijão. Os moradores da comunidade usam a antiga via como acesso para a agrovila. É comum o tráfego de tratores, animais, carros, motos e pedestres.
Campo de pouso de Icó está sem condições de uso. A pista serve para tráfego de trator (Foto: Getúlio Oliveira)
Após o período invernoso, os pequenos produtores rurais usam a pista para secar os grãos de milho e feijão. Há quase três anos, surgiu a idéia de construção da nova cadeia pública de Icó, na área do antigo campo de pouso. A construção de alicerces foi iniciada, mas a obra foi suspensa porque a Câmara de Vereadores não concordou com a idéia. O presídio passou a ser construído do outro da pista.
Além do asfalto rachado e esburacado, o aeródromo de Icó não apresenta nenhuma infra-estrutura. A área não é cercada e não há ponto de apoio. “Aqui só ficou uma pista abandonada, cheia de rachaduras, com mato e plantação por todos os lados”, observou o agricultor, Francisco Custódio. Atualmente, não apresenta as mínimas condições de vôos e decolagens. Há ainda uma polêmica sobre o loteamento da área para construção de 100 casas populares, feito em 2004. Essas obras estão suspensas.
Na cidade de Acopiara, o campo de pouso também está abandonado e sem operação, há quase cinco anos. É impraticável o uso porque o pavimento em piçarra está esburacado, além da unidade não dispor de nenhuma infra-estrutura básica ou ponto de apoio. No entorno e em parte da pista de terra, o governo do Estado está construindo um presídio local. Representantes de entidades de classe, clubes de serviço e da Maçonaria reclamam o abandono do aeródromo e solicitam do governo do Estado uma melhoria mínima para a unidade.
Melhorias
Em Cedro, o aeródromo passou, há dois anos, por serviços de melhoria. A via de piçarra recebeu uma camada superficial de asfalto para evitar infiltrações. A área está cercada para evitar o trânsito de animais e de veículos, não autorizados, mas alguns moradores da área costumam cortar o arame da cerca para encurtar o acesso às casas e roças. Em Várzea Alegre, o campo de pouso também está em operação. A pista de piçarra recebeu melhorias, nivelamento e asfalto.
O Aeroporto de Iguatu atende, portanto, às necessidades da região com vôos fretados. O balizamento da pista, com 1.410m, permite pousos e decolagens noturnos. Foi homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil em 1997.
Fonte: Honório Barbosa (Repórter - Diário do Nordeste)
VALE DO JAGUARIBE
Vôos transformam-se em operação de risco
Jaguaribe. O Aeroporto Municipal dessa cidade era uma propriedade pública que depois foi arrendada a privados e, em seguida, destinada à responsabilidade municipal de manter a operacionalidade do local. Inaugurado quando da construção da BR-116, ainda hoje é lembrado pela população por ter sido pouso de aterrissagem de ninguém menos do que o então presidente da República, Castelo Branco. O aeroporto também é coisa da memória, que hoje o saguão abriga apenas os morcegos que aterrissam, além de muita sujeira e mato.
Conforme populares de Jaguaribe, há aviões que se arriscam em aterrissar, “mas é coisa muito difícil”, afirma o comerciante José Evaristo. Quem mais aterrissa são os políticos, o que pode ficar mais evidente neste ano eleitoral. O local já foi retratado pela reportagem no ano passado. O quadro de desgaste é o mesmo que há dez meses e ninguém toma providência. A própria Prefeitura Municipal reconhece o problema. O prefeito José Sérgio diz lamentar o estado de degradação do aeroporto que poderia servir a toda a região, mas que é muito caro e pouquíssimo rentável mantê-lo.
O Aeroporto Municipal de Jaguaribe foi construído há 40 anos, na época da construção da BR-116 – inclusive com aproveitamento de manta asfáltica produzida para a rodovia. Na época, o governo do Estado, por meio da Funceme, construiu a estrutura para, dentre outras atribuições, fazer a observação meteorológica regional. Havia restaurante, saguão e pista para aterrissagem de aviões de médio porte.
Isso pode, e deve, mudar, com a instalação do Distrito Industrial do Vale do Jaguaribe, no município homônimo, que recebeu o primeiro aporte de R$ 140 mil do governo do Estado. A região pretende ser pólo de grandes indústrias, notadamente de metal-mecânica.
A pista de pouso do município de Morada Nova, no bairro das Populares, é praticamente a única das mais precárias do Interior do Estado que está oficialmente desativada. Ainda assim tem avião bimotor que se arrisca a pousar na pista de terra batida pedregosa e esburacada. Não há qualquer previsão de uma solução.
Fonte: Melquíades Júnior (Colaborador - Diário do Nordeste)