quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Sem Bologna, TAM quer ser TAM (entrevista)

A TAM anunciou nesta quarta-feira, dia 28, a demissão de Marco Antônio Bologna da presidência da companhia. Em seu lugar assume David Barioni, que já trabalhou na Gol e era diretor de operações da TAM desde setembro deste ano.

O analista da Multiplan Consultoria, especialista em aviação civil, Paulo Sampaio, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quinta-feira, dia 29, que "Bologna começou a cair no Natal de 2006" (clique aqui para ouvir o áudio).

"O Bologna começou a cair com a crise do Natal do ano passado, quando a TAM teve problema de overbooking muito sério, além de uma série de cancelamentos de vôo... Ao longo do ano nós tivemos ainda uma série de necessidades de ajustes que não foram feitos e finalmente o acidente de 17 de julho que foi a pá de cal", disse Sampaio (clique aqui para ler que o "caosaéreo" eram o Bologna e os controladores).

Paulo Sampaio disse que não houve explicação para o fato de seis aviões da TAM saírem de operação no período do Natal. Segundo Sampaio, esse episódio mostrou problemas no setor de manutenção da TAM.

No caso do acidente de julho, Sampaio acha que a TAM cometeu um erro de critério ao autorizar aeronaves a operar com o reverso "pinado". Segundo ele, embora o manual da Airbus permita que o avião voe com o reversor travado, isso não ocorre em outras grandes companhias do mundo. E não ocorre mais na TAM, depois do acidente.

Segundo Paulo Sampaio, Bologna errou ao tentar transformar a TAM em Gol. "Houve um erro de planejamento que foi tentar ser Gol. E isso despersonalizou a TAM. A TAM deixou de ser aquela companhia da época do Rolim, que oferecia muito conforto com tarifas razoáveis e passou a ser uma empresa que tentava ser Gol e não conseguia", disse Paulo Sampaio.

Leia a íntegra da entrevista com Paulo Sampaio:

Paulo Henrique Amorim – Paulo, porque é que o Bologna caiu?

Paulo Sampaio – O Bologna começou a cair com a crise do Natal do ano passado quando a TAM teve problema de overbooking muito sério, com péssimas repercussões, além de uma série de cancelamentos de vôo exatamente naquele pico de demanda de Natal. Então, ali começaram os problemas sérios de exposição da TAM negativamente e, como conseqüência, começou a queda do Bologna. Ao longo do ano nós tivemos ainda uma série de necessidade de ajustes que não foram feitas e, finalmente, o acidente de 17 de julho que foi a pá de cal.

Paulo Henrique Amorim – Deixa eu te perguntar uma coisa, que ajustes que deveriam ter sido feitos e o Bologna não fez?

Paulo Sampaio – Olha, houve uma necessidade de se resolver o problema de overbooking que foi feito de uma maneira razoável, mas não houve explicação para o fato de seis aviões saírem de linha exatamente no pico de Natal. Começaram a surgir novos problemas, como por exemplo, a visibilidade dos relaxamentos que vinham ocorrendo na manutenção, como foi o caso de aviões da TAM voando com os reversores pinados, quer dizer, com os reversores travados porque estavam em pane, um deles estava nesse estado quando houve o acidente de 17 de julho. O que passou a haver após o acidente uma necessidade de uma maior seriedade em relação à manutenção e aos critérios de operação.

Paulo Henrique Amorim – Você quer dizer que foi um problema de manutenção que provocou o acidente de 17 de julho?

Paulo Sampaio – Não vou dizer que foi um problema de manutenção, mas foi um problema de critério. Embora o manual da Airbus permitisse que o avião voasse com o reversor travado, eu duvido que isso ocorresse em empresas como Lufthansa, Air France ou British Airwais. E não ocorre mais na TAM.

Paulo Henrique Amorim – E o que é que você acha que nosso amigo, David Barioni Neto, traz para a TAM?

Paulo Sampaio – Olha, eu acho que vai haver um retorno de certas coisas que curiosamente são exatamente o contrário do que a Gol faz. A TAM, antigamente, era uma empresa que oferecia um espaço para pernas generoso para os passageiros, era uma empresa que oferecia serviço de bordo quente. Com o Bologna houve um erro de planejamento que foi tentar ser Gol e despersonalizou a TAM. A TAM deixou de ser aquela companhia da época do Rolim em que oferecia muito conforto com tarifas razoáveis e passou a ser uma empresa que tentava ser Gol e não conseguia. Eu costumo dizer que ela tentou ser uma "low fare" e passou a ser uma "low care", ou seja, passou a cuidar mal do passageiro e teve que baixar a tarifa.

Paulo Henrique Amorim – E você acha que o novo presidente, o Barioni, vai devolver à TAM essas características que ela tinha no tempo do Rolim?

Paulo Sampaio – Essas são as diretrizes que ele recebeu da família Amaro, que é a família controladora da companhia. Estão sendo implantadas, essas medidas vão ser anunciadas no dia cinco de dezembro, e então vão constar: a diminuição do número de poltrona dos aviões, no caso dos aviões intercontinentais, os A-330, essas poltronas, inclusive, vão ser trocadas por outras mais modernas e confortáveis, os interiores vão ser redecorados e volta o serviço de bordo quente nos vôos domésticos.

Paulo Henrique Amorim – A TAM volta a ser a TAM.

Paulo Sampaio – A TAM volta a ser a TAM, exatamente.

Fonte: Conversa Afiada com Paulo Henrique Amorin

Dois aviões são roubados de aeroporto em MT

A pacata Santo Antônio do Leverger, 35 quilômetros de Cuiabá, foi atacada na noite desta quarta-feira por uma quadrilha especializada em roubo de aviões.

Oito homens tomaram o Aeródromo Senador Jonas Pinheiro, na entrada da cidade, e levaram duas aeronaves monomotor. Testemunhas disseram que eles falavam "castelhano".

No aeroporto, por volta das 20 horas, sem nenhum problema, os oitos bandidos com várias metralhadoras e armas automáticas renderam o único segurança que fica no local, tomando conta das aeronovaes. Pegaram as chaves de dois aviões monomotores e levantaram vôo por volta das 3h30 da madrugada.

Segundo um funcionário do aeroporto o vigia que foi rendido disse que a quadrilha seguiu com destino a Bolívia.

Fonte: Gazeta Digital (MT)

Controladores de vôo ameaçam fazer nova greve

Voltou a recrudescer a crise entre os controladores de vôo e os oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB). A Aeronáutica continua a punir os militares envolvidos no movimento que iniciou, depois da queda do Boeing da Gol, em setembro do ano passado, operação padrão que perdura até hoje.

A insatisfação entre os controladores é crescente. A categoria está dividida. Parte quer retaliar os superiores com a realização de uma nova greve, mas os líderes dos controladores tentam evitar a radicalização. Sabem que a opinião pública voltaria a condenar a ação, sobretudo se as férias de fim de ano da população forem prejudicadas.

"Muitos controladores de vôo têm vontade de fazer novas greves, mas isso não depende só da vontade deles. Eles precisam de condições objetivas, pois as punições são muito duras", revelou a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), interlocutora da categoria no Congresso.

Desde segunda-feira, 11 controladores do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo de Curitiba (Cindacta-2) foram afastados. Outros sete do Cindacta-1, de Brasília, tiveram rejeitados pelos superiores os pedidos de revalidação de suas carteiras de sargento. Na prática, foram demitidos. Todos participaram do motim do dia 30 de março, que fechou os aeroportos do país. Os controladores acreditam que alguns colegas do Cindacta-4, de Manaus, podem ser punidos da mesma forma.

"Essa notícia repercutiu muito mal", comentou o vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), Jorge Oliveira. "Os controladores continuam muito estressados e insatisfeitos."

Para a deputada Luciana Genro, a punição anunciada pela Aeronáutica é uma tentativa de intimidação em resposta à denúncia apresentada pelos controladores contra os oficiais, acusados pelos subordinados de abandonarem os seus postos no dia 30 de março quando souberam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviara o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para negociar com os grevistas. Na época, os comandantes das Forças Armadas condenaram a medida, a qual consideraram um desrespeito à hierarquia militar.

"O governo sabe que o problema dos controladores não foi resolvido. Essa é uma atitude irresponsável. Em vez de resolverem o problema, eles punem quem tornou o problema público", complementou a parlamentar. "Faltam equipamentos e pessoal."

Jorge Oliveira prega a calma. Na opinião do vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo, o Comando da Aeronáutica puniu os 18 controladores com a finalidade de provocar a categoria.

"É uma artimanha para o pessoal se rebelar. Aí eles evitam a desmilitarização do setor, mas esse é um processo irreversível. Pode até durar 10 ou 15 anos, mas é o caminho natural", declarou o controlador. "Devemos resistir às provocações. Nós vamos fazer o melhor no Ano-Novo e no Natal."

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, também se esforça para evitar que ocorram problemas nas festas de fim de ano. Ontem, estava pronto para apresentar um conjunto de propostas ao presidente. Devido a problemas na agenda de Lula, o encontro foi adiado para a próxima terça-feira.

Para estimular o uso do Aeroporto do Galeão (RJ), o ministro quer aumentar as tarifas de longa permanência de aeronaves do Aeroporto de Guarulhos (SP). Pretende também aprovar valores progressivos para as tarifas de pouso no Aeroporto de Congonhas (SP).

Fonte: JB Online

BRA pode pagar trabalhadores antes de recuperação judicial

O Ministério Público do Trabalho de São Paulo propôs à companhia aérea BRA, em reunião com sindicalistas, a exclusão de créditos trabalhistas, como rescisões e salários atrasados, caso a Justiça aceite o pedido de recuperação judicial da companhia, de acordo com a Folha de S.Paulo.

Se acatado o pedido de recuperação, todas ações ou execuções judiciais contra a empresa ficam suspensas por 180 dias. Já se os créditos forem excluídos do processe, a BRA assume o compromisso de pagar os trabalhadores.

O Ministério Público do Trabalho e a aérea se reúnem na próxima quarta-feira, em Brasília, para a possível assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ainda segundo o jornal.

A empresa informou ontem, na audiência, que R$ 585,2 mil de uma conta sua foram bloqueados como resposta a uma ação da Fazenda Nacional. Também foram bloqueados outros bens da companhia, dados em garantia ao acordo que fechou com a OceanAir para transporte de passageiros de bilhetes já emitidos.

Fonte: Terra

Helicótero é atingido durante confronto no Rio

Um helicóptero do Exército foi atingido na terça-feira à tarde por traficantes do Complexo do Alemão, enquanto policiais militares do 16º BPM (Olaria) faziam incursão. O aparelho Esquilo, da Base de Aviação do Exército, em Taubaté, no interior paulista, sobrevoava o conjunto de favelas, quando um projétil de fuzil atingiu o interior da cabine.

O piloto não ficou ferido e a bala não atingiu nenhuma parte mecânica do helicóptero. A aeronave pousou na Base Aérea do Galeão e retornou a Taubaté no mesmo dia. O responsável pelas Relações Públicas do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Alberto Lima, confirmou o incidente.

Segundo Lima, o aparelho estava em missão administrativa com destino ao Rio e não tinha nenhuma participação na operação da PM. O oficial não revelou se foi alertado pelas autoridades do Rio ou pelo CML sobre o conflito. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto em Taubaté para investigar as condições de segurança do vôo.

Na operação de terça-feira na Vila Cruzeiro, duas pessoas morreram: um cabo da PM e um catador de papelão. Ontem, eles foram enterrados em cemitérios da zona norte.

Além de atirar nos policiais, os traficantes resistiram à incursão usando ônibus e entulho para fazer barricadas nas vias. A coincidência do sobrevôo no momento da operação policial pode ter levado os traficantes a confundir o Esquilo do Exército com o helicóptero da polícia. O Exército, no entanto, não informa em que altitude o helicóptero foi atingido nem quantos tripulantes ele transportava.

Em um mês, este é o segundo helicóptero atingido por tiros disparados das favelas da região. No dia 9, o policial civil Eduardo Henrique Mattos, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), morreu ao ser baleado em operação no Morro do Adeus, no helicóptero Águia, da Polícia Civil.

Fonte: O Dia