domingo, 13 de setembro de 2009

Falando em Michael O'Leary da Ryanair...

Michael O'Leary, o folclórico presidente da cia. low-cost irlandesa Ryanair, volta e meia surge nas manchetes com declarações inusitadas, como a de colocar gente de pé na sua frota de aviões se tivesse a chance.

O milionário irlandês, porém, sabe muito bem usar o poder do factóide para seu negócio. Em meio a propostas bizarras e estapafúrdias como a de cobrar pelo uso de banheiros ou de requerer que os passageiros paguem por qualquer bagagem que levem a bordo, está a lógica de que mesmo a publicidade negativa vai chamar a atenção para o diferencial nos serviços de sua companhia aérea: o preço. O valor médio de suas passagens é 40 euros.

O modelo de redução máxima de custos não foi inventado por O´Leary, mas por ele aperfeiçoado de maneira minuciosa - assentos nos voos da Ryanair, por exemplo, não reclinam justamente para gastar menos molas e dinheiro com manutenção. Qualquer jornada tem tudo para ser infernal, seja pelo uso de aeroportos menores e mais distantes do destino anunciado (o voo para Milão, por exemplo, na verdade pousa em Bérgamo, requerendo uma viagem de ônibus de uma hora) ou pelas tentativas gritantes de vender qualquer coisa a bordo.

Mas a marca de maior volume de passageiros transportados na Europa revela que O´Leary pega as pessoas pelo bolso. E mesmo companhias tradicionais tiveram que baixar seus preços para competir com a Ryanair e outras empresas budget como a Easyjet.

O irlandês adora que falem mal dele e tampouco se incomoda em abrir canais com o público - não há e-mail para o serviço de atendimento ao cliente, que somente pode ser alcançado por via postal ou por um daqueles telefones cobrando os olhos da cara pelo minuto.

Pensemos: e se uma empresa aparecesse prometendo para latinos expatriados na Europa um voo transatlântico com conforto mínimo e preço inferior a 200 dólares, por exemplo?

O´Leary aposta que muita gente não hesitaria em vestir sapatos confortáveis e fazer exercícios de ioga para reduzir a dormência nas pernas. Ou mesmo aceitar uma redução no número de serviços gratuitos, como filmes e mesmo refeições desde que houvesse benefícios econômicos.

Mais ultrajante que cobrar pelo alívio de bexigas ou intestinos é que as gigantes do setor aéreo não estejam se antecipando e criando alternativas reais de democratização do transporte aéreo em vez de apenas cobrar pelo suposto valor da marca. Há muita empresa supostamente nobre hoje vivendo apenas de nome, que o diga a British Airways.

Como curiosidade, uma sequência de fotos do CEO da Ryanair, um marqueteiro de primeira ou, na verdade, um verdadeiro "clown":


Fonte: Jorge Tadeu (com Fernando Duarte - O Globo)

Ryanair já é a segunda transportadora da Espanha

A Ryanair está vendendo um milhão de viagens até final de novembro a 5 euros

Michael O'Leary, CEO da Ryanair

A companhia ‘low cost’ irlandesa é a segunda companhia que mais passageiros transportou nos aeroportos espanhóis entre janeiro e agosto, com perto de 12,8 milhões de pessoas.

Segundo os dados divulgados pela empresa que gere os aeroportos espanhóis (AENA), a Ibéria continua a ocupar a primeira posição no ‘ranking' de tráfego de passageiros, tendo transportado mais de 20,4 milhões de pessoas até agosto, o que representa uma quebra de 12,9% face ao mesmo período do ano passado.

Em segundo lugar aparece a Ryanair, com quase 12,8 milhões de passageiros transportados nos primeiros oito meses do ano, uma subida de 28,4% em relação ao período homólogo de 2008.

Numa tentativa de conquistar mais clientes, a Ryanair tem recorrido a promoções agressivas. Só este ano, a companhia irlandesa lançou duas campanhas de voos a 5 euros.

Recorde-se que a Ryanair inaugurou no início do mês a sua primeira base em Portugal, num investimento de 146 milhões de euros. A nova infra-estrutura do Porto dispõe de 3 aviões e vai assegurar 21 rotas.

Quando da inauguração da nova base, o CEO da empresa admitiu a hipótese de abrir outra base em Faro dentro de um a dois anos.

Fonte: Económico (Portugal)

Ataque americano mata quatro na fronteira Paquistão-Afeganistão

Um bombardeio de um avião americano sem piloto matou quatro militantes nesta segunda-feira (hora local) em um remoto povoado tribal do Paquistão, fronteira com o Afeganistão, disseram autoridades.

Anteriormente, a informação era de que o ataque havia sido em território afegão.

O míssil estava dirigido contra um veículo miliciano na localidade de Toori Jel, na região de Waziristan do Norte, destacaram.

"Quatro militantes morreram", indicou um porta-voz do Governo loca, pedindo anonimato.

Segundo uma fonte dos serviços de Segurança, há quatro feridos.

Fonte: AFP via iG

Irã considera sanções dos EUA à indústria aérea como "desumanas"

O porta-voz da aviação civil iraniana, Reza Yafarzadeh, chamou hoje de "desumanas" as sanções impostas pelos Estados Unidos à indústria aérea do Irã.

Em declarações exclusivas à rede de televisão estatal "PressTV", Yafarzadeh afirmou que, embora o embargo tenha feito com que o Irã desenvolvesse um "potente setor nacional, é uma ação que atenta contra a humanidade e contra a normativa internacional".

O porta-voz argumentou que, apesar de as sanções terem como objetivo prejudicar o Governo iraniano, foi a população que pagou o preço, por voar em aviões antigos com manutenção precária.

"Isso não afeta apenas os iranianos que voam com companhias do Irã. Afeta também pessoas de todo o mundo que realizam voos internos e internacionais. Devido às sanções americanas, precisam voar em aparelhos velhos, sem as modernas medidas de segurança", explicou.

Segundo Yafardazeh, a medida também prejudicou a companhia americana Boeing, que "costumava ser a principal fornecedora da frota da Iran Air".

Nos últimos dois meses, o Irã foi palco de seis acidentes aéreos, nos quais cerca de 200 pessoas morreram.

Fonte: EFE via G1

Inaugurado em Beijing 15º Fórum Mundial de Desenvolvimento de Rota Aérea

Inaugurou-se hoje (13) em Beijing, o 15º Fórum Mundial de Desenvolvimento de Rota Aérea. Trata-se da primeira vez que a China sedia o evento.

O Fórum, cujo tema é "Abrir a porta da China", atraiu a participação de 3 mil representantes de mais de 120 países e regiões.

O diretor da Administração Nacional de Aviação Civil, Li Jiaxiang, revelou na ocasião que a China fortalecerá a construção de portais aéreos em Beijing, Guangzhou e Shanghai, aperfeiçoará a rede de rotas aéreas principais e promoverá o desenvolvimento das rotas regionais, para que em 3 ou 5 anos se complete um sistema de transporte aéreo público coordenado, eficiente e de fácil acesso.

Fonte: CRI (China Radio International)

Idoso salta de paraquedas em MG e bate record no Brasil

Homem de 83 anos salta de paraquedas, na Serra do Cipó, e é o mais velho autor da façanha no Brasil. Filhos, netos e a bisneta acompanharam a aventura emocionados

Carlos Eustáquio da Rocha pula, acompanhado do instrutor, e realiza um sonho que alimentava desde a infância - Foto: Mauro Butt (EM)

Trinta e cinco segundos de queda livre a 10 mil pés ou 3 mil metros de altura, quando o corpo atinge a velocidade de 100km/h. Quem vive essa sensação não esquece jamais, independentemente da idade, mas, quando se tem quase um século de existência, a experiência pode ser ainda mais radical. Na fase da vida na qual, em tese, busca-se sossego, Carlos Eustáquio da Rocha, que completa 84 anos no próximo domingo, não quis saber de ficar em casa de roupão. Muito pelo contrário: com convicção não encontrada em muitos jovens, decidiu fazer o seu primeiro salto de paraquedas.

O que moveu Carlos foi um sonho de infância, de quando se mudou com os pais, em 1932, para o Bairro Jaraguá, ao lado do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Mestre de obras, o pai, José Augusto da Rocha, foi trabalhar na construção da pista de pousos e decolagens. De tanto ver aviões, Carlos criou gosto pelo ar. No aeroporto, começou como servente, mas aprendeu o ofício de mecânico de aeronaves. Também trabalhou no Aeroclube de Minas Gerais. Entre 1944 e 1947, serviu na Aeronáutica como artífice e, nesse meio tempo, aprendeu a voar.

Mesmo com a proximidade com os aviões, há cerca de dois meses, ao acompanhar o primeiro salto da neta Luíza Rocha, de 18, ganhou coragem e decidiu pular. Para mostrar que todas as etapas da vida são igualmente um começo, ele falou da decisão aos quatro filhos, nove netos e uma bisneta. Iria saltar de paraquedas e entrar para a história como o homem mais velho a fazê-lo no Brasil, conforme informações do instrutor André Funghi, do clube de paraquedismo Avis Rara, que o acompanhou no salto duplo.

O local escolhido para a introdução ao universo do skydive ou paraquedismo foi uma belo planalto na região da Serra do Cipó, cercada de montanhas e um céu de brigadeiro, para deixar com inveja até mesmo Brasília, cidade famosa pelo seu firmamento. De estatura mediana, Carlos estava alinhado para o evento, com camisa e calça de linho. Para completar o visual, o cabelo bem posto para trás. Em nenhum momento se ouviu dele qualquer palavra de hesitação. “Você educa a mente para não ter medo, porque senão a aventura pode se tornar um suplício”, aconselha.

A preparação foi acompanhada por filhos, netos e a bisneta, que visivelmente se orgulhavam da coragem de Carlos. O macacão foi escolhido pelas netas. O instrutor deu as orientações de segurança. Dias antes de iniciar a aventura, como de rotina, Carlos fez um check-up.

Por volta das 13h desse sábado, o monomotor decolou e, depois de 15 minutos, tempo necessário para atingir altitude para o salto, a família pôde ver no céu alguns pontinhos pretos, bem pequenos que, de repente, se transformam em coloridos paraquedas. A descida foi acompanhada por uma torcida animada, com direito a palmas e muita vibração.

Ao pousar, Carlos estava visivelmente diferente. Já não era mais o mesmo de quando decolou. “Sou um pássaro livre. Senti-me realizado. A parte mais difícil é a saída. Depois que o paraquedas abriu, pude apreciar a paisagem”, disse ele, ainda sobre o efeito da adrenalina. A recepção não poderia ser mais calorosa. Filhos e netos o esperavam com uma faixa: “Viver a vida é voar bem alto e ter a certeza de que a cada dia é um novo momento para recomeçar. Parabéns ao vovô mais radical de Minas Gerais”.

A queda, que começou a 3 mil metros de altura e chegou à velocidade de 100km/h, encantou parentes e teve um final feliz - Foto: Jorge Gontijo (EM/D.A Press)

Fonte: Márcia Maria Cruz (Estado de Minas) via Portal UAI

Governo causa ciúme no Exército com verba maior para Marinha e Aeronáutica

O anúncio de gastos bilionários com a compra de 36 aviões de combate para a Aeronáutica e a construção de um submarino nuclear para a Marinha gerou desequilíbrio e desconforto velado nas Forças Armadas. Sem grandes pretensões no mercado armamentista internacional, o Exército ficou para trás na partilha de verbas para 2010, último ano do governo Lula. De acordo com reportagem de Bernardo Mello Franco publicada neste domingo no jornal O GLOBO, no projeto de Orçamento enviado ao Congresso, o valor destinado ao reaparelhamento da Força é de R$ 361 milhões, cifra chamada de insuficiente e vergonhosa nos corredores do Quartel-General em Brasília.

Segundo a reportagem, num cálculo que só leva em conta investimentos diretos em 2010, as verbas para reaparelhamento serão mais de sete vezes maiores na Marinha (R$ 2,7 bilhões), e três vezes e meia superiores na Aeronáutica (R$ 1,3 bilhão). A longo prazo, a diferença ficará maior, já que o governo se comprometeu a gastar R$ 19 bilhões com os submarinos, e pelo menos R$ 7 bilhões com os novos caças da Força Aérea.

Apesar da discrição militar, a disparidade tem gerado protestos no Exército, onde são antigas as queixas pelo sucateamento de instalações e veículos. Para um coronel próximo ao comandante da Força, general Enzo Peri, a opção pelas compras bilionárias deixou na gaveta projetos mais baratos do Exército, a maioria ligada à preservação da Amazônia e às fronteiras.

- A diferença chega a ser vergonhosa. Marinha e Aeronáutica conseguiram emplacar dois projetos caríssimos, com muito apelo de marketing. Talvez o Exército tenha pecado por não vender algo tão grandioso. O fato é que o nosso orçamento está à míngua - afirmou o coronel.

Um general ouvido pelo GLOBO disse que os projetos das outras Forças são elogiáveis, mas não justificam o abandono das demandas do Exército. E citou três prioridades que não foram contempladas no Orçamento de 2010: a renovação da frota de blindados, já licitada e estimada $R$ 5 bilhões para a fabricação de mil veículos; a montagem de um sistema de defesa antiaérea, sem previsão de gastos; e a promessa de dobrar a presença militar nas fronteiras da Amazônia, que anda a passos lentos.

Fonte: O Globo

Rússia aprova crédito de US$ 2 bi para Venezuela comprar armas

A Venezuela obteve um crédito de US$ 2 bilhões de dólares para a compra de armamento da Rússia, informou neste domingo o presidente Hugo Chávez, destacando a aquisição de 92 tanques T72 e um número não determinado de sistemas antiaéreos.

"Graças ao apoio do presidente russo, (Dimitri Medvedev), e do primeiro-ministro (Vladimir Putin) foi possível a compra de armamento, para aumentar nossa capacidade de defesa", disse Chávez.

Em seu programa semanal de rádio, Chávez também manifestou a intenção de "instalar um poderoso sistema antiaéreo" no país.

Com isso, dificilmente outros países vão querer nos bombardear. Se estão pensando nisso, saibam que em pouco tempo montaremos estes sistemas. Um avião inimigo que aparecer a 300 km daqui, mandaremos um míssil", destacou Chávez, imitando o som do lançamento de um foguete.

Fonte: AFP via UOL Notícias

O jatinho do Bispo: Macedo voa, com US$ 90 milhões

Edir Macedo vendeu há meses um jato Global Express que tinha. E daí? Mesmo na mira do MP paulista, ele acaba de comprar outro, que descerá em Sorocaba (SP), estalando de novo. O avião, com matrícula americana, ganhará um registro na Anac. É uma casa – lavabo, minibar, mesas adaptadas para refeição e sofá.

O líder da Igreja Universal usará o jato pela Alliance Jet para viagens internacionais. Custa a bagatela de US$ 50 milhões. Macedo, ou a Alliance, já tem um Falcon 2000 (US$ 25 milhões) e um Citation X (US$ 15 milhões).

Fonte: Leandro Mazzini (Jornal do Brasil) - Foto: JB

Com ponto extra, Bonhomme mantém liderança do Mundial de corrida de avião

O britânico Paul Bonhomme foi o mais rápido da prova de classificação da 5ª etapa do Campeonato Mundial de corrida de avião, na cidade do Porto, em Portugal. O norte-americano Kirby Chambliss foi o segundo, com o australiano Matt Hall em terceiro. A surpresa do dia foi o japonês Yoshi Muroya, na quarta colocação, seguido do alemão Matthias Dolderer.

"Estou feliz com o ponto extra. Assim, o Hannes continua pressionado, e isso é bom, porque parece que está afetando seu desempenho. Ele obviamente está se esforçando, mas não está funcionando", disse Bonhomme.

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O britânico marcou o tempo de 1min10s03 na primeira sessão da prova, antes do vento aumentar e diminuir a velocidade dos aviões na segunda sessão. Com o ponto extra pela vitória neste sábado, Bonhomme aumentou para dois pontos a diferença para o austríaco Hannes Arch na liderança da tabela (43 a 41).

Cerca de 200 mil pessoas assistiram à competição no circuito montado no Rio Douro tem 6.6 km de extensão e é a mais rápida do Mundial.

Fonte: UOL Esporte - Fotos: Divulgação

Morales confirma que decidiu comprar avião presidencial russo

O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou hoje que decidiu comprar um avião presidencial russo do modelo Antonov.

Morales fez tal anúncio durante ato realizado na cidade de Cochabamba, onde entregou às Forças Armadas Bolivianas quatro novas aeronaves e inaugurou um centro de manutenção.

"Já decidimos a compra de um avião presidencial, será um avião da Rússia", disse Morales, ao explicar que a embaixada russa fez a oferta de instalar na Bolívia um centro de manutenção para aviões russos que atenderia toda a América do Sul.

O Antonov custará US$ 30 milhões e substituirá uma antiga aeronave dos anos 60 que já causou vários problemas ao cumprimento da agenda do presidente boliviano dentro e fora da Bolívia.

Para Morales, "embora alguns opositores possam se incomodar, a compra de um avião presidencial não é um luxo".

A Rússia também ofereceu à Bolívia um crédito de até US$ 100 milhões para a compra de equipamento militar logístico e de transporte, uma operação que será avaliada em 2010 pelo Parlamento eleito no pleito de dezembro.

Fonte: EFE via G1 - Foto: academic.ru

Transferência de tecnologia em acordo militar precisa ser ampla, diz analista

Imagem do Rafale; Lula e Sarkozy anunciaram acordo de negociação do caça francês

A transferência de tecnologia da França para o Brasil, prevista no acordo militar firmado entre os dois países, precisa ser abrangente, não se restringindo ao setor aeronáutico brasileiro, segundo Fernando Catalano, coordenador do curso de engenharia Aeronáutica da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo).

O analista afirma que o debate não foi aprofundado entre governo e instituições para que haja transposição tecnológica a outros setores. “Universidades como USP, Unicamp e federais teriam amplas condições de adensar e catalisar esses conhecimentos [da França], em conjunto com as entidades do setor aeroespacial”, disse Catalano, em entrevista ao eBand. “A própria Dassault não tem procurado parceiros além das fronteiras de São José dos Campos [sede da Embraer], o que pode ser um erro grave”, afirmou.

No dia 7, os presidentes do Brasil e da França, Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, assinaram o maior acordo militar da história recente do país, no valor de R$ 22,5 bilhões. Na ocasião, os dois anunciaram ainda a abertura de negociação para a compra de 36 caças Rafale, da francesa Dassault. A transferência de tecnologia foi a principal justificativa dada por Lula para a escolha do parceiro francês.

No dia seguinte, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o processo de licitação dos aviões não está concluído. A Aeronáutica ainda precisa apresentar um relatório técnico sobre os três concorrentes – o francês Rafale, o Gripen, da sueca Saab, e o F-18, da americana Boeing.

Catalano também afirmou que a discussão não deve se limitar a qual modelo de caças é melhor. Segundo o especialista, é determinante o desenvolvimento de um sistema de comunicação para que as aeronaves possam funcionar. “Contar só com os caças não garante um sistema de defesa de superioridade aérea”, disse.

Veja abaixo a íntegra da entrevista na qual Catalano comenta também sobre os aspectos técnicos dos modelos de aeronaves e sua aplicação às necessidades de defesa do território brasileiro.

eBand - Concorrem com o Rafale, o sueco Gripen e o americano F-18. O senhor poderia comparar as características desses três aviões? Qual corresponde às necessidades brasileiras de defesa na Amazônia e nos poços de pré-sal?

Fernando Catalano - Todos os três modelos cumprem as especificações de aviões multi-tarefa de quarta geração exigidas pelo governo brasileiro. Portanto, deverão cumprir várias tarefas como interceptação de médio a longo alcance, com autonomia compatível com o território nacional. Os aviões se equiparam em velocidade máxima, porém o Rafale e o F-18 levam vantagem em relação ao Gripen na carga bélica. Porém, o avião sueco possui um raio de ação maior e é mais barato. A grande desvantagem do Gripen é o fato de utilizar apenas um motor, o que pode diminuir sua sobrevivência em combate e sua operação em porta-aviões também pode ser limitada.

Inicialmente, a venda do F-18 não previa a transferência de tecnologia, porém, a Boeing recentemente anunciou que transferiria tecnologia compatível com o que será transferido pelo programa do Rafale. A capacidade do Rafale e do F-18 de operarem em porta-aviões e abastecimento aéreo os credencia como “protetores” dos campos de petróleo do pré-sal.

No entanto, as principais características dos três modelos são as capacidades eletrônicas cuja eficiência dependerá enormemente de um sistema maior de comunicação de dados, chamado data-link. Contar só com os caças não garante um sistema de defesa de superioridade aérea.

eBand- Qual a relevância da transferência de tecnologia?

Catalano - A transferência de tecnologia deverá ser efetiva e em disciplinas que o Brasil realmente necessita. Nesse sentido, determinar qual tecnologia deverá ser transferida tem que ser muito bem debatido entre governo (Ministérios da Defesa e Ciência e Tecnologia) e os órgãos que desenvolvem ciência e tecnologia.

Um erro que pode ocorrer é a centralização dessa transferência, restringi-la a poucos setores. O Brasil possui institutos de pesquisas e universidades (não necessariamente ou diretamente ligadas ao setor aeroespacial) capazes de assimilar tecnologias de ponta. É imprescindível que se adense a cadeia produtiva aeroespacial para que, a partir de ações desse tipo, o Brasil tenha capacidade de seguir em frente como feito em países como Índia, China e Israel.

Esses países possuem programas próprios de desenvolvimento em aeronaves desse tipo, e esse conhecimento gera uma maior capacitação na hora da compra de aviões de defesa.
Alguns tópicos de transferência tecnológica foram anunciados, tais como materiais compósitos, nanotecnologia, sistemas de controle tipo fly-by-wire etc. No entanto, não houve um debate profundo sobre esse aspecto.

A própria Dassault não tem procurado parceiros além das fronteiras de São José dos Campos [sede da Embraer], o que pode ser um erro grave. Universidades como a USP a Unicamp e as Federais teriam amplas condições de adensar e catalisar esses conhecimentos em conjunto com as entidades do setor aeroespacial. A formação de uma rede de desenvolvimento e pesquisas é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias críticas. A Dassault interage com mais de 100 universidades no mundo, porque aqui seria diferente?

eBand -O Brasil acordou com a França a intenção de comprar 36 aviões de combate Rafale, que equipa a Marinha francesa há cinco anos. É muito cedo para confiar na eficiência desse modelo de avião?

Catalano - Apesar da confirmação pública da intenção da compra do Rafale, ainda é possível que ocorram mais rodadas de negociações entre o governo e os concorrentes, principalmente com a Boeing, fabricante do F-18, que concordou na transferência de tecnologia. Quanto à eficiência do Rafale, ela já está comprovada pois é um dos finalistas na disputa tendo sido testado por pilotos brasileiros.

eBand - O presidente Lula justificou a compra dos aviões com a necessidade de defender os poços da camada pré-sal. O Rafale é o melhor modelo de avião para esse tipo de defesa?

Catalano - Todos os três aviões possuem capacidades multifuncionais para cumprirem essa missão, mas o Brasil não necessita desses caças somente para o caso do pré-sal, mas para todo o território nacional, Amazônia, fronteiras etc. É importante lembrar que vizinhos brasileiros possuem aviões avançados e, mesmo que um conflito seja improvável, a equivalência de forças deve existir principalmente do ponto de vista de defesa.

eBand - O acordo também prevê a aquisição de 10 unidades pela França da futura aeronave de transporte militar KC-390 que será produzida pela Embraer. Qual a importância dessa aquisição?

Catalano - Os estudos de mercado do KC-390 feitos pela Embraer previram a existência de um mercado potencial de reposição do Hercules C-130, para a venda de 700 aviões em 77 países nos próximos anos.

A possível compra e parceria no projeto dessa aeronave pela França ajudariam ainda mais a conquista desse mercado. Seu projeto é fruto de intensa análise das características requisitadas pelos clientes e deverá cumprir esses requisitos sem muitos sustos no projeto final dada a experiência da Embraer.

O KC-390 possuirá capacidade de transportar 19 toneladas de carga, o que permitiria levar blindados, tropas, equipamentos, cargas paletizadas e contêineres. Seu alcance pode ultrapassar 6.000 km, com capacidade de reabastecimento em voo. Outra característica atrativa do KC-390 é sua cabine pressurizada e banheiros. Seu preço variará entre US$ 30 a 50 milhões dependendo da versão.

A participação da França nesse projeto é estratégica tanto para a Embraer, pois viabilizará o mercado do KC-390, quanto para a França, que desenvolve o A-400m pela EADS [Companhia Européia de Aeronáutica, Espaço e Defesa]. O acordo frearia uma possível parceria da Embraer e a Lockheed no desenvolvimento do KC-380, competidor direto do A-400M.

eBand - No acordo, o Brasil comprou helicópteros de transporte EC-725. Quais suas características e importância para defesa do país?

Catalano - Esse é um projeto já em desenvolvimento entre a Eurocopter (Companhia de helicópteros militares da EADS) e o governo brasileiro na compra de 50 helicópteros para as Forças Armadas do Brasil. Esses helicópteros serão montados pela Helibras [Helicópteros do Brasil S.A] cuja fábrica em Itajubá será ampliada. È previsto, no acordo, transferência de tecnologia na construção de helicópteros primeiramente de 5% nos primeiros anos, podendo chegar a 50% ate o final da produção.

A partir disso, a Helibras poderá produzir e fornecer helicópteros EC-725 para o mercado mundial. Esse modelo possui autonomia suficiente para operar nas fronteiras das futuras plataformas do pré-sal sendo, portanto, um possível modelo a ser usado para atividades não militares pela Petrobras, por exemplo.

Fonte: Martina Cavalcanti (eBand) - Foto: Dassault

Conexão francesa

Lula antecipa escolha pelos caças da França, desagrada à FAB e espera novas propostas dos concorrentes

PARCERIA - Lula e Sarkozy não se contentam com helicópteros e submarinos

A rápida passagem do presidente da França, Nicolas Sarkozy, pelo Brasil na última semana foi marcada por uma sequência de contratempos com repercussão internacional. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, comemorou o 7 de setembro em visível saia-justa e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, assistiu ao desfile militar sem saber se terminaria a semana no cargo.

Tudo porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se contentou em anunciar publicamente apenas o que já estava previamente combinado: a compra de helicópteros e submarinos franceses, num pacote de R$ 22,6 bilhões. Embalado pelo discurso da necessidade de defesa do pré-sal, Lula afirmou que o Brasil estaria iniciando negociações diretas com a França para a aquisição de 36 aviões supersônicos Rafale.

Assim, antecipou uma decisão, passando por cima do Ministério da Defesa e da Aeronáutica, que ainda não haviam se manifestado sobre as propostas dos Estados Unidos e da Suécia, que disputam com a França o reequipamento da Força Aérea Brasileira. Diante de Sarkozy, Saito sentiu-se desmoralizado e cogitou deixar o comando da Aeronáutica. Só recuou depois que o ministro Jobim emitiu uma nota oficial afirmando que a escolha do avião ainda não estava definida.

Os mal-entendidos começaram na noite do domingo 6. Para celebrar a parceria com os franceses, Lula organizou um churrasco no Palácio da Alvorada. A carne já estava próxima do ponto quando o teto de vidro da churrasqueira não resistiu ao calor e explodiu, espalhando cacos sobre as carnes. A gafe não foi maior porque dona Marisa tinha uma carta na manga. Durante a tarde, a primeiradama mandou preparar uma moqueca capixaba, pois temia que chovesse e o churrasco ficasse comprometido. Não choveu, mas a moqueca acabou substituindo a picanha.

Durante o jantar, Sarkozy perguntou sobre os aviões e Lula reclamou do preço ofertado pelos franceses. Desta vez, quem tirou, literalmente, uma carta do bolso foi o presidente francês. No documento entregue a Lula, Sarkozy se compromete com a "transferência irrestrita" de tecnologia e "preço competitivo" dos supersônicos Rafale, além de prometer a compra de dez aviões cargueiros KC-390, um projeto em desenvolvimento pela Embraer.

Foi a carta de Sarkozy que motivou Lula a antecipar a decisão a favor da França. Jobim e Saito fo ram informados por Lula sobre a negociação na mesma noite, durante reunião da qual participaram o embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani, o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, além do chefe do Estado-Maior francês e o embaixador da França no Brasil. Contrariado, Saito pediu a Jobim que soltasse a nota pública mantendo a disputa aberta. Diante do imbróglio, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pediu explicações ao ministro da Defesa e convocou uma reunião extraordinária da Comissão de Defesa Nacional do Senado na quarta-feira 16.

"O governo fez uma tremenda confusão ao anunciar o resultado de um processo que não estava concluído", disse Azeredo à ISTOÉ. A Casa Branca, por sua vez, acreditou na versão de Jobim e partiu para o ataque. Divulgou, por meio da embaixada em Brasília, uma nota em que reafirma a disposição dos Estados Unidos de transferir "toda a tecnologia necessária" e destaca que o Congresso americano não fez objeção à proposta de venda feita ao Brasil.

Os EUA também prometeram fazer a montagem final do F-18 com a Embraer. Mas a promessa pareceu "genérica" na visão de Marco Aurélio Garcia, que pediu "garantias efetivas do processo de tecnologia". Lula, por sua vez, ironizou a situação, dizendo que vai acabar recebendo os aviões "de graça". A confusão obrigou os concorrentes a apresentar novas propostas até 18 de setembro.

O deputado Julio Delgado (PSB-MG) está cético quanto ao resultado da concorrência. "Desde o início estava clara a predileção do presidente Lula e do ministro Jobim pelos franceses", afirma. Para o parlamentar, "se a análise técnica for apenas uma formalidade, não haverá outra saída para Saito que não a renúncia". O analista Salvador GhelfiRaza, do Centro Hemisférico de Estudos de Defesa, braço acadêmico do Pentágono, avalia que o governo errou.

"Ou você faz um processo essencialmente político ou uma análise técnica séria, que seja levada em conta." Para o deputado Rodrigo Rollemberg, líder do PSB na Câmara, "o mais importante é garantir que a empresa que vença a concorrência possa promover de fato uma ampla transferência de tecnologia". Na FAB, a sensação é de que os próximos passos da consulta serão mera formalidade, pois a decisão a favor do Rafale já foi tomada.

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Fonte: Claudio Dantas Sequeira (IstoÉ) - Foto: Alan Marques (Folha Imagem)

Filho de astronauta morto na explosão do Columbia morre em queda de avião

Assaf Ramon ao lado da imagem do pai em 2004

O filho de um dos astronautas que morreram na explosão do ônibus espacial Columbia, em 2003, morreu neste domingo na queda de um jato F-16 na Cisjordânia durante um treinamento de rotina, informou o Exército israelense.

O piloto foi identificado como capitão Asaf Ramon, filho de Ilan Ramon, o primeiro e único astronauta israelense e considerado um herói no país. A tragédia envolvendo o pai do capitão ocorreu quando o ônibus espacial explodiu ao entrar na atmosfera, matando os sete tripulantes.

O acidente deste domingo gerou comoção no país e entre seus líderes. O chefe do Exército, general Gabi Ashkenazi, chegou à casa da família junto do comandante da Força Aérea após o anúncio do acidente. O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse estar com o "coração partido".

- É um dia triste e doloroso - disse o ministro a repórteres.

O jato General Dynamics F-16A caiu no Sul da cidade de Hebron. Dan Kapach, um agente de segurança de um acampamento próximo do locado, disse que ocorreu "uma grande explosão".

- Há um grande buraco no chão e há pedaços da aeronave por todos os cantos - disse ele a um canal de TV.

Ramon, de 21 anos, era o mais velho dos quatro filhos de Ilan. Ele chamava atenção durante os treinamentos e em junho recebeu honra presidencial de Shimon Peres.

"Não poderíamos imaginar nem nos piores sonhos algo tão triste".

Fumaça no local da queda do avião de combate de Israel

Um helicóptero militar paira sobre os montes de Hebron, local do acidente do jato do piloto Assaf Ramon

Um F-16 israelense similar ao acidentado hoje

Fonte: O Globo (com agências internancionais) - Fotos: AFP

Aviões fazem show aéreo em praia da Espanha

Membros da Patrulha Águia se apresentaram em Cadiz.

Aeronaves coloriram o céu na Praia da Vitória.


Membros da Patrulha Águia, da Força Aérea espanhola, fazem show aéreo na praia da Vitória, em Cadiz - Foto: Miguel Gomez - (AP Photo) via G1

Fotos: crash_night via Flickr