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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A NASA também tem o seu: avião do vômito da Nasa foi usado para treinar astronautas e gravar filmes

'Cometa vômito', avião da Nasa para experiências e treinamentos com gravidade zero (Foto: Alan Wilson)
Sentir enjoos em um avião não é uma das melhores sensações que se pode ter em um voo. Isso é tão comum que as companhias aéreas até disponibilizam os famosos saquinhos de vômito para seus clientes.

Isso é um efeito colateral, ou seja, não é o que se deseja que aconteça em um voo. Entretanto, um avião da Nasa, a agência espacial americana, é famoso justamente por causar enjoos nos seus passageiros devido à maneira como ele voa.

Apelidada de "cometa vômito", essa aeronave foi utilizada para simular ambientes com gravidade zero, como no espaço. Durante décadas ela serviu para o treino de astronautas dos programas espaciais dos EUA.

Apollo 11: Buzz Aldrin, segundo homem a pisar na lua, treina a bordo do avião do vômito,
um KC-135 adaptado (Imagem: Nasa)

Funcionamento


O avião do vômito não é um único avião em particular, mas um conjunto de aeronaves que tinham finalidade de simular a gravidade zero ou microgravidade. Para isso, era preciso voar em parábolas, subindo o avião em um ângulo de 45° e, depois, fazendo um mergulho com o nariz (ponta dianteira) inclinado também 45° em direção ao solo.

Imagem mostra como funcionam as parábolas de gravidade zero do avião do vômito
(Imagem: Tradução/Alexandre Saconi)
Durante a subida, a força da gravidade pode ser até duas vezes maior do que a que alguém sente na superfície da Terra. Quando chega ao ápice da parábola, a sensação é de gravidade zero, e é possível "flutuar" dentro desses aviões.

Cada um desses ciclos de voo dura cerca de 65 segundos, mas a gravidade zero só ocorre durante 25 segundos, sendo necessário recomeçar a operação. Em um único voo, são feitas dezenas de parábolas como parte do treinamento de missões espaciais.

"Cometa vômito" no cinema


O avião da Nasa também já foi usado em gravação para o cinema. O longa "Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo" (Universal Pictures, 1995), estrelado por Tom Hanks, Kevin Bacon e Bill Paxton, teve suas cenas gravadas a bordo do "cometa vômito".

Os atores Bill Paxton, Kevin Bacon e Tom Hanks em cena de 'Apollo 13', que foi gravado no
 'cometa vômito' (Imagem: Reprodução)
A Nasa colaborou emprestando o avião para a produção gravar as cenas. Foram centenas de tomadas feitas, já que a duração da gravidade zero era muito curta.

Modelos

Detalhe no nariz do Boeing KC-135 N931NA, o 'cometa vômito', explica manobra de
zero gravidade (Imagem: Clemens Vasters)
Embora a Nasa já tenha usado outros aviões, como o C-9 e o C-131, o "cometa vômito" mais conhecido foi o KC-135 Stratotanker, da Boeing. O modelo passou a ser usado na década de 1960, e foi aposentado nos anos 2000.

Originalmente fabricado para realizar reabastecimento aéreo, ele também é capaz de fazer operações aeromédicas. Ao todo, cinco exemplares do Stratotanker foram adaptados para voos de simulação de gravidade zero.

Ele é um quadrimotor que pode pesar até cerca de 140 toneladas e voar a até 15 quilômetros de altitude. Esse modelo adaptado do KC-135 também pode voar a uma distância de até 4.800 km e atingir uma velocidade de 940 km/h.

Hoje esses dois exemplares estão expostos no Museu Pima do Ar e Espaço e, outro, na base aérea Ellington Field, em Houston (EUA). Atualmente, a Nasa usa o serviço de empresas particulares para fazer treinamentos e experiências com gravidade zero.

Ed Mitchell e Al Shepard, astronautas da Apollo 14, treinam a bordo do
'cometa vômito' da Nasa (Imagem: 4.nov.1970/Nasa)
Por Alexandre Saconi (UOL)

domingo, 1 de dezembro de 2024

Hoje na História: 1 de dezembro de 1984 - NASA e FAA derrubam um Boeing 720 para teste de segurança

O NASA 833 na Edwards Air Force Base, antes da Demonstração de Impacto Controlado

Após quatro anos de planejamento e preparação, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e a Administração Federal de Aviação (FAA) derrubaram intencionalmente um avião Boeing 720 para testar um aditivo de combustível experimental destinado a reduzir incêndios pós-acidente e para avaliar a capacidade de sobrevivência dos passageiros.


Um agente anti-embaciamento foi adicionado ao combustível de jato comercial JP-5 padrão para criar AMK, ou "Querosene anti-embaciamento". Os tanques de combustível do avião foram abastecidos com a mistura AMK, totalizando 16.060 galões (10.794 litros). Bonecos de teste de impacto com instrumentos foram colocados nos assentos dos passageiros.

'Passageiros' relaxando antes de um voo a bordo do Boeing 720, N833NA da NASA (NASA)

O NASA 833, era o avião Boeing 720-027, registro FAA N833NA, uma aeronave pilotada remotamente. O piloto de testes da NASA, Fitzhugh Lee (“Fitz”) Fulton, Jr., voou com o NASA 833 de uma estação terrestre, a NASA Dryden Remotely Controlled Vehicle Facility. Mais de 60 voos foram feitos antes do teste real.

Fitz Fulton na instalação de veículos controlados remotamente em Dryden da NASA

O teste foi planejado para que o avião fizesse uma abordagem rasa de 3,8° para uma pista preparada no lado leste do Lago Seco Rogers na Base Aérea de Edwards. Deveria pousar de barriga para baixo em uma atitude de asas, então deslizar em um grupo de barreiras, chamadas “rinocerontes”, que abririam os tanques de asas. 

A fuselagem e a cabine de passageiros permaneceriam intactas. A NASA e a FAA estimaram que isso seria “sobrevivente” para todos os ocupantes.

Pouco antes da aterrissagem, o Boeing 720 entrou em um "rolo holandês". O nariz do avião abriu para a esquerda e a asa esquerda mergulhou, atingindo o solo mais cedo do que o planejado. Todos os quatro motores ainda estão em aceleração total.

Quando o Boeing 720 desceu em sua aproximação final, seu nariz guinou para a direita e o avião foi para a direita da linha central da pista. Em seguida, ele voltou para a esquerda e entrou em uma oscilação fora de fase chamada de "rolamento holandês". 


A altura de decisão para iniciar uma “volta” foi de 150 pés (45,7 metros) acima da superfície do leito do lago. Fitz Fulton achou que tinha tempo suficiente para colocar o NASA 833 de volta na linha central e se comprometer com o teste de pouso. No entanto, a rolagem holandesa resultou no impacto da asa esquerda do avião no solo com o motor interno na asa esquerda (Número Dois) logo à direita da linha central.

De acordo com o plano de teste, todos os quatro motores do avião deveriam ter sido colocados em marcha lenta, mas permaneceram em aceleração total. O impacto da asa esquerda guinou o avião para a esquerda e, em vez de a fuselagem passar pelas barreiras do rinoceronte sem danos, o compartimento de passageiros foi rasgado. 

Outro rinoceronte entrou no motor Número Três (interno, asa direita), abrindo sua câmara de combustão. Com os tanques de combustível nas asas rompidos, o combustível bruto foi borrifado na câmara de combustão aberta do motor, que ainda estava em aceleração total.

O combustível bruto acendeu e explodiu em uma bola de fogo. As chamas imediatamente entraram no compartimento de passageiros. Enquanto o 720 deslizava na pista, ele continuou a girar para a esquerda e a asa direita quebrou, embora a fuselagem permanecesse em pé.


Quando a asa direita saiu, os tanques de combustível rompidos esvaziaram a maior parte do combustível bruto diretamente na bola de fogo.

Foi necessária mais de uma hora para extinguir as chamas. O teste do aditivo de combustível para redução de chamas foi um fracasso total. Os engenheiros de teste estimaram que 25% dos ocupantes poderiam ter sobrevivido ao acidente, no entanto, era "altamente especulativo" que qualquer um pudesse ter escapado do compartimento de passageiros em chamas e cheio de fumaça.

O NASA 833 (c/n 18066) foi encomendado pela Braniff Airways, Inc., como N7078, mas a venda não foi concluída. O avião voou pela primeira vez em 5 de maio de 1961 e foi entregue à Federal Aviation Administration como uma aeronave de teste uma semana depois, 12 de maio de 1961, com o registro N113.


Alguns anos depois, a identificação foi alterada para N23, depois novamente para N113 e, novamente, para N23. Em 1982, o Boeing 720 foi transferido para a NASA para ser usado na Demonstração de Impacto Controlado. Neste momento, ele foi registrado como N2697V. Uma alteração final de registro foi feita para N833NA.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Avião da NASA encontra base militar da Guerra Fria escavada no gelo do Ártico

Radar de avião da NASA localiza base militar usada na Guerra Fria, com mísseis nucleares
(Imagem: NASA Earth Observatory)
Em missão para medir a profundidade das camadas de gelo na Groenlândia, cientistas da NASA encontraram acidentalmente uma base militar do exército dos EUA que foi usada durante a Guerra Fria. Os sinais da base Camp Century, projeto ultrassecreto que envolvia mísseis nucleares enterrados na ilha do Ártico, foram captados pelo radar do avião que sobrevoava o local.

“Não sabíamos o que era no começo [a base militar da Guerra Fria escavada no gelo]”, conta Alex Gardner, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em nota.

Inclusive, localizar as instalações abandonadas pelo exército não era o objetivo da viagem feita com a aeronave Gulfstream III, com um moderno sistema de radares. Este seria usado para mapear a profundidade da camada de gelo e as camadas de rocha abaixo dele.

Base militar com mísseis nucleares


No momento em que a “cidade secreta” foi descoberta, os pesquisadores estavam a mais de 440 km de distância da Base Espacial Pituffik, localizada na porção norte da Groenlândia.

De um lado, a foto da janela do avião mostra uma vasta e árida extensão de gelo no horizonte, em abril deste ano. Por outro lado, naquela extensão praticamente toda branca, o radar UAVSAR detectou algo enterrado no gelo. Era a primeira evidência da base militar que abrigou armas nucleares durante a Guerra Fria, que poderiam ser direcionados para a antiga União Soviética.

“Nos novos dados, estruturas individuais na ‘cidade secreta de gelo’ são visíveis de uma forma que nunca foram observadas antes”, afirma Chad Greene, outro cientista envolvido na missão.

"Cidade secreta" da Guerra Fria


Para entender a história da base militar, ela está ligada ao Project Iceworm. Este buscou transformar o norte da Groenlândia em um ponto para o lançamento de mísseis nucleares, através de uma rede de túneis escavados no meio do gelo do Ártico, com 4 mil km de extensão.

Escavada no gelo do Ártico, "cidade perdida" era parte de um projeto secreto na Guerra Fria
 (Imagem: National Archives/USA)
A construção da base militar começou em 1959, mas o projeto ultrassecreto foi abandonado em 1967. Entre os principais motivos, estavam: os custos elevados e o desafio de impedir que os túneis desabassem devido ao acúmulo de neve na superfície. Hoje, as instalações estão soterradas a pelo menos 30 m de profundidade.

É provável que armas, combustível e outros contaminantes tenham sido abandonados junto à instalação do exército. Neste caso, o degelo do Ártico (em processo de aceleração por causa das mudanças climáticas) poderá revelar outros segredos esquecidos no local.

Com informações de Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela (Canaltech)

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Vídeo: Estação Espacial Internacional voando na altura de um avião? Veja como seria


A Estação Espacial Internacional poderia voar pelos céus da Terra, como um avião? Um curioso vídeo mostra como seria essa situação, com a ISS viajando a cerca de 27,6 mil km/h bem acima das nossas cabeças.

domingo, 22 de setembro de 2024

Como a NASA usou um Gulfstream II para treinar pilotos de ônibus espaciais

O Gulfstream foi modificado para voar como o orbitador do ônibus espacial.

O Gulfstream II da NASA (Foto: NASA)
Embora o Gulfstream seja conhecido principalmente como jato particular, a aeronave já desempenhou um papel crucial na indústria espacial. A variação Gulfstream II, produzida pela primeira vez em 1967, foi implantada pela NASA na década de 1980 como meio de treinar pilotos em pousos perfeitos do orbitador do ônibus espacial da NASA.

Programa do ônibus espacial da NASA


Como o quarto programa de voo espacial humano, a era dos ônibus espaciais da NASA mudou a história. O orbitador lançado com dois foguetes propulsores sólidos reutilizáveis ​​voou pela primeira vez em 12 de abril de 1981 e, em 30 anos, foi crucial para muitas missões no espaço.

A frota, incluindo Columbia, Challenger, Discovery, Atlantic e Endeavour, fez parte da construção da Estação Espacial Internacional, prestando serviços para o Telescópio Espacial Hubble, recuperando satélites, cargas úteis e transportando astronautas para o espaço.

O ônibus espacial foi a primeira espaçonave reutilizável, lançando-se verticalmente ao espaço e pousando como um avião. Operou 135 missões e enviou 355 astronautas ao espaço, mas depois que o programa se tornou muito caro e perigoso, a missão final do ônibus espacial operou em 21 de julho de 2011, depois que o Atlantis estacionou no Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida.

Aeronave de treinamento de transporte


Que o jato particular Gulfstream II. O orbitador do ônibus espacial era conhecido como um “tijolo voador” pelos pilotos que o operavam, pois era complicado de manobrar e o pouso era uma experiência completa. Devido à natureza do orbitador, ele não poderia ser treinado como uma aeronave. Portanto, em 1973, a NASA decidiu modificar quatro jatos Grumman Gulfstream II para se tornarem uma aeronave de treinamento de ônibus espacial (STA).

A aeronave foi alterada para imitar a configuração e a cabine do orbitador quase perfeitamente para treinamento. Dentro da aeronave havia computadores e simuladores que faziam os pilotos se sentirem como se estivessem pilotando uma espaçonave sem motor, segundo a NASA. Isso significava que enquanto os pilotos estivessem encarregados de controlar o avião, o computador decidiria como o ônibus real reagiria. NASA disse:

“Quando o astronauta puxa o manche para trás, por exemplo, o computador decide como um orbitador real reagiria. Em seguida, o computador move a asa e a cauda para fazer o STA agir da mesma maneira. O movimento leva apenas 50 milissegundos para ocorrer, então o piloto não sente nenhum atraso.”

Em 1973, a NASA encomendou duas aeronaves GII modificadas para servir como treinadores de aproximação e pouso para astronautas do ônibus espacial. Embora essas aves tenham se aposentado, a frota da agência ainda inclui aeronaves da Gulfstream (Foto: NASA)
O STA foi construído para reverter seus motores em vôo e operava com dois conjuntos de rodas de pouso principais. A NASA disse que para corresponder à taxa de descida do ônibus espacial e ao perfil de arrasto a 37.000 pés, o trem de pouso principal foi abaixado e o impulso do motor foi revertido. Além disso, os flaps seriam desviados para cima para diminuir a sustentação.

No que foi considerado como “mergulhar de cabeça em uma faixa de concreto a seis milhas de altura”, de acordo com a NASA, o “padrão de pouso” da espaçonave significava que a Gulfstream voaria a 300 mph durante um mergulho, que é “várias vezes mais íngreme do que o de um avião comercial.

A agência espacial disse que as tampas foram instaladas no lado esquerdo das janelas da cabine para imitar a visão que os astronautas teriam da cabine do ônibus espacial. O lado direito da cabine tinha controles e displays convencionais.

Aproximando-se da pista, se os pilotos acertassem a velocidade, uma luz verde no painel de instrumentos simularia um pouso quando os olhos do piloto estivessem 32 pés acima da pista, imitando a posição exata que a cabeça do piloto estaria em um pouso real. A NASA declarou:

“No exercício, o STA ainda está voando a 6 m (20 pés) acima do solo. O piloto instrutor desmarca o modo de simulação, armazena os reversores e executa uma arremetida, nunca – durante as aproximações de treino – pousando a aeronave de fato.”

Gulfstream II para treinamento em ônibus espaciais da NASA (Foto: NASA)
Os quatro STAs geralmente estavam localizados no local de operação avançada da NASA em El Paso, Texas, e os astronautas praticavam no Shuttle Landing Facility e no White Sands Space Harbor.

Treinamento no Gulfstream


Em 2007, a NASA publicou um artigo sobre como era pilotar o STA, com a colaboração de Jack “Trip” Nickel, um piloto de pesquisa, e de Alyson Hickey, uma engenheira de simulações de voo.

O artigo dizia que a aeronave de treinamento era significativa porque, no orbitador real, os comandantes só tinham uma chance de pousar a espaçonave de 110 toneladas. Isso ocorre porque não há chances de dar uma volta, já que a espaçonave não possui motores atmosféricos para ganhar impulso extra, portanto, realizar um pouso perfeito foi crucial. 

Níquel disse: “O ônibus espacial tem características de vôo de tijolo, basicamente, com asas. Num avião como este, um jato corporativo, não há céu visível na cabine dianteira. Tudo o que você vê pela janela é sujeira, não há absolutamente nenhum céu. Então, é uma sensação muito ameaçadora. Com os motores em marcha-ré, você está pendurado no cinto."

"Você obtém a dinâmica real do ar real passando por cima da aeronave (e) simplesmente não pode modelar isso com um computador. Simplesmente não há comparação com estar no ar real, vendo os auxílios de pouso reais. Este é apenas o real coisa."

Durante o treinamento, Nickel garantiria a segurança da aeronave, e Hickey monitorava o computador e desempenhava o papel de piloto do ônibus espacial informando os astronautas a bordo. Durante o treinamento, Hickey sentava-se atrás e entre o astronauta à esquerda e o instrutor à direita.

Hickey executaria toda a simulação e, em parceria com Nickel, os dois apresentariam problemas que poderiam acontecer na vida real para o comandante praticante do ônibus espacial resolver.

Nickel disse que esta aeronave funcionou nos “limites estruturais de velocidade no ar em simulação (modo)”, mas a recompensa foi um treinamento realista para pilotos que só tiveram “uma chance” de pousar o avião espacial.

Ônibus espacial Columbia da NASA (Foto: NASA)

A aposentadoria da aeronave


O Gulfstream foi crucial para treinar astronautas na difícil tarefa de pilotar o ônibus espacial. Após milhares de horas e 946 dias de voo, o jato pousou no Aeroporto Internacional Rick Husband Amarillo e taxiou em direção ao Texas Air and Space Museum como local de descanso final em 21 de setembro de 2011. Sua aposentadoria foi sinônimo do encerramento do programa do ônibus espacial.


A aeronave é apenas um dos vários outros modelos de aeronaves a serem aposentados pela NASA à medida que a agência continua a se adaptar aos requisitos modernos. Notavelmente, um Boeing 747SP que carregava um telescópio para o Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (SOFIA) foi aposentado em outubro passado. A unidade fez parte de várias missões revolucionárias.

O avião foi utilizado anteriormente pela Pan American e pela United Airlines antes de chegar às instalações da NASA em 1996. Ele fez parte de uma série de descobertas em todo o universo .

Boeing 747SP (SOFIA) (Foto: NASA)
Além disso, na virada de 2023, a NASA observou que estava se preparando para abandonar sua antiga aeronave DC-8. O jato modificado tem sido usado como laboratório voador, coletando dados cruciais no mundo da exploração espacial. O homem de 54 anos abre caminho para uma aeronave um pouco mais moderna na forma de um Boeing 777.

Ao todo, a NASA implantou bem uma série de modelos comerciais e civis para suas aventuras acima. Este factor continuará a prevalecer neste próximo capítulo da aviação, com o grupo continuando a colaborar com os fabricantes norte-americanos. No início deste ano, concedeu à Boeing um contrato de voo sustentável com a esperança de produzir um demonstrador em escala real durante os próximos cinco anos.

Com informações de Simple Flying e NASA

sábado, 21 de setembro de 2024

NASA desenvolve avião supersônico que voa a 1,4 vezes a velocidade do som e é 1000 vezes mais silencioso

 A NASA está criando um avião que voa a 1,4 vezes a velocidade do som e é 1000 vezes mais silencioso, prometendo mudar o futuro da aviação.


Recentemente, a NASA anunciou novos avanços no desenvolvimento do avião supersônico X-59, que faz parte de sua missão Quesst. O objetivo dessa missão é revolucionar os voos supersônicos, tornando-os mais silenciosos e, assim, viáveis para uso comercial em rotas terrestres.

O X-59 promete voar a uma impressionante velocidade de 1,4 vezes a do som, o que corresponde a cerca de 925 milhas por hora (1500 km/h). Além disso, o avião é projetado para ser 1000 vezes mais silencioso do que as aeronaves supersônicas atuais, reduzindo o incômodo dos estrondos sônicos.

Avião supersônico silencioso (Foto: NASA)
O X-59 é uma peça central na estratégia da NASA para fornecer dados que ajudem os reguladores a reconsiderar as proibições sobre voos supersônicos comerciais sobre áreas terrestres. Por mais de 50 anos, esses voos foram proibidos nos Estados Unidos e em várias outras nações, devido ao impacto negativo dos estrondos sônicos nas comunidades. No entanto, com a promessa de um “baque sônico” muito mais suave, o X-59 pode abrir um novo caminho para a aviação supersônica.

O que muda com o X-59

Atualmente, os voos comerciais são extremamente rápidos em comparação com o passado. Se olharmos para as décadas de 1950 e 1960, viajar da Inglaterra para a Austrália podia levar quase uma semana. Hoje, essa viagem pode ser feita em menos de um dia. No entanto, nas últimas décadas, o avanço na velocidade dos aviões comerciais estagnou, principalmente devido ao problema dos estrondos sônicos.

Quando uma aeronave ultrapassa a velocidade do som, ela cria ondas de choque que resultam em um estrondo sônico. Esses estrondos são mais do que apenas ruídos incômodos. Eles podem causar danos a edifícios, quebrar janelas e até mesmo perturbar a vida selvagem. Para evitar esses problemas, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos impôs regras rígidas que restringem voos supersônicos sobre áreas terrestres.

Como resultado, os voos supersônicos comerciais são limitados a rotas sobre o oceano, onde os estrondos não afetam áreas habitadas. No entanto, com o sucesso do X-59, essa realidade pode mudar, permitindo que voos supersônicos operem livremente sobre terra, transformando o futuro da aviação.

Avião X-59 muda a avião com os voos supersônicos

A missão Quesst da NASA visa demonstrar a viabilidade de voos supersônicos silenciosos. A Lockheed Martin, parceira da NASA, revelou o design inovador do X-59 em janeiro de 2024. O avião possui uma fuselagem longa e estreita, um nariz alongado e asas projetadas para minimizar a fusão das ondas de choque, evitando o típico estrondo sônico.

Em vez do estrondo, o X-59 deverá produzir um som semelhante a um baque distante, comparado ao barulho de uma porta de carro batendo. Esse novo “baque sônico” tem o potencial de mudar as percepções e regulamentações sobre voos supersônicos.

Avião supersônico silencioso (Foto: NASA)
Bob Pearce, administrador associado para pesquisa aeronáutica da NASA, destacou a importância dessa missão: “A NASA compartilhará os dados e a tecnologia que geramos dessa missão única com reguladores e com a indústria. Ao demonstrar a possibilidade de viagens supersônicas comerciais silenciosas sobre a terra, buscamos abrir novos mercados comerciais para empresas dos EUA e beneficiar viajantes ao redor do mundo”.

Avanços tecnológicos da NASA

A NASA ainda está realizando testes rigorosos para garantir que o X-59 atinja seus objetivos. Esses testes são fundamentais para verificar a solidez estrutural da aeronave e como ela se comportará em voo. Walt Silva, cientista pesquisador sênior no Centro de Pesquisa Langley da NASA, explica: “Os testes nos dizem o quão estruturalmente sólida a aeronave é e que tipo de forças ela pode suportar quando estiver no ar”.

Os componentes principais da aeronave, como os flaps, lemes e ailerons, já passaram por testes intensos. Em 2022, os engenheiros realizaram um teste de prova, e este ano, instalaram e testaram o assento ejetável, uma medida crucial de segurança para os pilotos de teste.

Com 30 metros de comprimento e 9 metros de envergadura, o design do X-59 incorpora inovações tecnológicas que permitirão um voo supersônico silencioso. O nariz cônico do avião, responsável por quase um terço de seu comprimento, tem a função de quebrar as ondas de choque, evitando o estrondo sônico.

Outro aspecto inovador do X-59 é a ausência de uma janela frontal no cockpit. Em vez disso, os pilotos contarão com o sistema de visão externa (eXternal Vision System), que utiliza câmeras de alta resolução para transmitir imagens a um monitor 4K dentro do cockpit. Isso possibilita uma visão clara do exterior, mesmo sem a tradicional janela frontal.

Com o X-59, a NASA está prestes a redefinir a aviação supersônica. Se a missão Quesst alcançar seus objetivos, poderemos ver o surgimento de voos comerciais supersônicos sobre terra, que sejam rápidos e silenciosos. Isso não apenas revolucionaria o setor de aviação, mas também beneficiaria milhões de viajantes ao redor do mundo.

Via Lucas Carvalho (GPG)

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Conheça o Super Guppy, avião de carga gigante da Nasa

Com 7,6 metros de diâmetro e 43,84 de comprimento, a aeronave pode transportar peças e equipamentos utilizados em missões espaciais.

Super Guppy (2016), aeronave especializada com um nariz articulado (Foto: Don Richey / Nasa)
Para solucionar os problemas de deslocamento de peças e equipamentos de grande porte, a Nasa desenvolveu um avião de carga gigante para transportar partes importantes de componentes destinados às missões espaciais da agência. O veículo foi batizado de Super Guppy.

A aeronave foi responsável por transportar a capa do escudo térmico para a Artemis IV, a terceira missão tripulada para a Lua, por exemplo.

Como as limitações dos modais ferroviário e rodoviário dificultam o transporte desse tipo de carga de grande porte, a aeronave se apresenta como uma alternativa para o deslocamento.

Características do avião de carga gigante


O Super Guppy tem um nariz articulado exclusivo que abre 110 graus, permitindo o carregamento frontal total da carga.

De acordo com a Nasa, um sistema de travamento e desconexão de controle na quebra da fuselagem (camada de proteção exterior da estrutura) permite que o nariz seja aberto e fechado sem interromper o voo ou o aparelhamento de controle do motor.

Sistema de travamento e desconexão de controle na quebra da fuselagem permite que
o nariz do avião seja aberto e fechado sem interromper o voo (Foto: Nasa)
“O carregamento de carga é simples e eficiente. Há menos equipamentos de manuseio e transporte com um mínimo de equipamentos de apoio no solo”, diz a agência.

O avião pode carregar até 77,1 toneladas e, embora existam outras aeronaves capazes de carregar mais peso que o Super Guppy, poucas chegam perto de suas dimensões internas.

Com uma área de carga de 7,6 metros de diâmetro e 43,84 de comprimento, o Super Guppy pode transportar itens que são praticamente impossíveis de caber dentro de outras aeronaves de carga comuns.

História do Super Guppy


Em 1961, a Aero Spaceline Industries (ASI), com sede na Califórnia, criou a primeira aeronave Guppy. O modelo, chamado de Pregnant Guppy, foi construído a partir de um KC-97 Stratotanker fortemente modificado e apresentava o maior compartimento de carga de qualquer aeronave já construída.

Na época, com pouco mais de 5,7 metros de diâmetro, a aeronave foi projetada especificamente para transportar o segundo estágio do foguete Saturno para o programa Apollo.

O programa piloto foi bem sucedido e, em 1965, a aeronave ganhou um modelo maior. Apelidado de Super Guppy, era equipado com um compartimento de carga de 43,84 metros de diâmetro, motores mais potentes, e um nariz articulado para facilitar o carregamento de carga. A ASI continuou a possuir e operar a aeronave até 1979, quando a Nasa comprou a aeronave.

Agora, o Super Guppy Turbine (SGTs) é a última geração de aeronaves Guppy já produzida e apenas quatro foram fabricadas. A diferença mais importante entre ele e seu antecessor foi a atualização para turboélices Allison T-56, que segundo a Nasa, são mais confiáveis.

Nave espacial Orion chega ao aeroporto regional de Mansfield Lahm em um Super Guppy (Foto: Nasa)
Os SGTs foram usados ​​para transportar grandes seções da fuselagem do A300 por toda a Europa durante os anos 70, 80 e 90.

De acordo com a agência, o Super Guppy continua sendo uma das únicas opções práticas para cargas superdimensionadas e está pronto para abranger um papel maior no futuro.

Via Ingrid Oliveira (CNN)

domingo, 18 de agosto de 2024

Legado estelar: Estação Espacial (ISS) 'cairá' no oceano em 2031 - o que vem a seguir?


A Estação Espacial Internacional (ISS) tem sido a casa dos humanos no espaço há mais de 20 anos. Astronautas de diversas nacionalidades, incluindo russos, utilizam o laboratório espacial para estudar temas relacionados ao ambiente espacial. Assim como todas as coisas na vida, a ISS também tem previsão de acabar e, infelizmente, não deve demorar muito até que suas operações sejam finalizadas por completo.

Recentemente, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) anunciou que a SpaceX, do bilionário Elon Musk, foi escolhida para desenvolver a tecnologia que levará à destruição da ISS. Nomeado Deorbit, o veículo desenvolvido pela companhia de Musk será acoplado à estação para movê-la em direção à Terra — mas calma, o laboratório espacial não cairá na cabeça das pessoas.

A nova missão destruirá a Estação Espacial Internacional, levando-a a cair na órbita do planeta; o objetivo é trazê-la com segurança para o 'cemitério' de naves espaciais localizado no Oceano Pacífico. O veículo construído pela SpaceX empurrará todo o peso de mais de 400 toneladas da ISS. Provavelmente, a maioria da estrutura será desintegrada durante a reentrada na atmosfera, mas o restante dos destroços deve cair no oceano.

“A seleção de um veículo de órbita dos EUA para a Estação Espacial Internacional ajudará a NASA e seus parceiros internacionais a garantir uma transição segura e responsável na órbita baixa da Terra no final das operações da estação. Esta decisão também apoia os planos da NASA para futuros destinos comerciais e permite o uso contínuo do espaço perto da Terra. O laboratório orbital continua a ser um modelo para a ciência, exploração e parcerias no espaço para o benefício de todos”, disse o administrador associado da NASA, Ken Bowersox, em um comunicado oficial.

A intenção da NASA é manter as atividades da ISS até meados de 2030, pois após esse período, a estação não estará mais segura para continuar suas operações na órbita da Terra. Os especialistas explicam que grande parte da tecnologia pode ser reparada ou substituída, mas a estrutura primária da ISS não permite reparos ou substituições. Por isso, ela será completamente substituída após a data limite.

A História da Estação Espacial Internacional


O design da estação foi desenvolvido entre 1984 e 1993, mas a construção iniciou-se apenas em 1998. Embora a NASA seja a maior agência responsável pelo laboratório espacial, o desenvolvimento foi realizado em parceria com os governos dos Estados Unidos, Rússia, Canadá, Japão e Europa. Foi somente no final dos anos 2000, em 2 de novembro, que os primeiros astronautas embarcaram na estação, sendo eles: Yuri Gidzenko, Sergei Krikalev e William 'Bill' McMichael Shepherd.

A NASA está há mais de 20 anos realizando expedições contínuas na ISS e, apesar de ter começado muito pequena, o laboratório já tem o tamanho de um campo de futebol. Até o momento, foram realizadas cerca de 60 expedições com a participação de mais de 240 astronautas de 21 países, incluindo o Brasil.

Linha de tempo da ISS
  • Em 1998, a NASA lança o primeiro instrumento da ISS ao espaço: o módulo de controle Zarya. O envio foi realizado em uma nave russa;
  • Em 2000, os três primeiros astronautas pisam no chão da estação; dois russos e um norte-americano;
  • Em 2001, os Estados Unidos enviam o módulo de laboratório a ISS;
  • Em 2008, os laboratórios da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) são acoplados na ISS;
  • Em 2009, a Estação Espacial Internacional se tornou completamente funcional;
  • Em 2010, as agenciais espaciais comemoraram 10 anos desde que os primeiros astronautas pisaram na estação;
  • Em 2028, a SpaceX deve iniciar o processo de desativação;
  • A previsão é que, até 2030, a ISS seja totalmente desativada;
  • Em 2031, a Estação Espacial, será 'derrubada' no Oceano Pacífico.
Ao reentrar na atmosfera da Terra, a ISS poderá ser parcial ou totalmente destruída pelo impacto.

A jornada no espaço continua


Até 2030, a NASA ainda realizará diversas missões que incluem visitas a ISS. Mas o que os entusiastas da área mais esperam é o retorno da civilização humana ao nosso satélite natural. Em setembro de 2025, a agência espacial planeja enviar a nave tripulada Artemis II para uma missão ao redor da Lua.

Pouco depois, em setembro de 2026, a missão Artemis III será lançada para retornar com astronautas à superfície lunar. Em 2028, a Artemis IV pode se tornar a primeira missão a estabelecer uma estação na Lua.

Atualmente, a NASA utiliza o ambiente apenas para pesquisas científicas, mas a próxima estação espacial também será utilizada para fins comerciais. Nomeada de Axiom, a ‘próxima ISS’ promete dobrar o espaço utilizável da atual; o primeiro módulo está previsto para ser enviado em 2026 e o segundo em 2027 — o projeto está sendo desenvolvido pela empresa privada Axiom Space.

Provavelmente, a Axiom Station não será a única estação comercial a ser construída nos próximos anos. Talvez, ela seja a primeira após a dissolução da ISS, mas ainda não há previsão para o término da sua construção.

Fique por dentro de mais curiosidades sobre espaço e astronomia aqui TecMundo. Se desejar, aproveite para entender como a NASA produziu gás quântico na Estação Espacial Internacional pela primeira vez. Até a próxima!

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Aconteceu em 8 de agosto de 1955: Explosão destrói avião supersônico experimental Bell X-1A

Em 8 de agosto de 1955, enquanto era carregado por um Boeing B-29 Superfortress, o avião supersônico experimental Bell X-1A, estava sendo preparado para seu próximo voo supersônico de alta altitude pelo piloto de testes da NACA, Joe Walker. 

A NACA (National Advisory Committee for Aeronautics)  foi a agência espacial norte-americana antecessora da NASA.

Durante a contagem regressiva, ocorreu uma explosão interna. O piloto Joe Walker não se feriu e conseguiu sair. O X-1A foi alijado. Ele caiu no chão do deserto e ficou destruído.

O piloto de teste Joe Walker “brincando” com o Bell X-1A em 1955 (Foto: NASA)
Os detritos do local do acidente do X-1A foram trazidos de volta para Edwards AFB para exame. Foi descoberto que um material de vedação usado nos sistemas de combustível do motor do foguete estava reagindo com o combustível, resultando nas explosões. O problema foi corrigido e as misteriosas explosões pararam.

Em 1961, Walker se tornou o primeiro humano na mesosfera ao pilotar o voo 35 e, em 1963, Walker fez três voos acima de 50 milhas, qualificando-se assim como um astronauta de acordo com a definição dos Estados Unidos sobre os limites do espaço.


Várias explosões semelhantes ocorreram no X-1D, X-1-3 e X-2. Várias aeronaves foram danificadas ou destruídas. Em 12 de maio de 1953, durante um teste de voo cativo sobre o Lago Ontário, o X-2, número de série 46-675, explodiu repentinamente, matando o piloto de testes da Bell Jean Ziegler e o observador Frank Wolko, que estava a bordo da nave-mãe EB-50A, que conseguiu pousar, embora danificada, enquanto os destroços do X-2 caíram no lago. Nem seu corpo, nem o de Wolko ou os destroços do X-2 foram recuperados.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e This Day in Aviation

domingo, 28 de julho de 2024

NASA transmite primeiro vídeo 4K de avião na Terra para a Estação Espacial Internacional


Em um comunicado recente, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) anunciou a transmissão do primeiro vídeo 4K da Terra para Estação Espacial Internacional (ISS). Na realidade, foi um pouco mais complicado que isso: a partir de uma tecnologia de comunicação a laser, as imagens do vídeo foram transmitidas de uma aeronave até a ISS e enviadas de volta para a Terra.

Para realizar o teste, uma equipe do Glenn Research Center da NASA instalou um laser portátil na parte inferior de uma aeronave Pilatus PC-12. Durante um voo comum, eles enviaram os dados para uma estação em Cleveland, nos EUA, e depois para uma instalação de testes no Novo México. No fim, os dados foram enviados ao espaço.

Conforme a agência espacial explica, as informações viajaram por aproximadamente 25 mil quilômetros até o centro de comunicações a laser (LCRD) da NASA, mas foram retransmitidas para a ISS e então enviadas de volta para o planeta. Ou seja, o vídeo 4K fez uma viagem da Terra para o espaço e voltou.


“Esses experimentos são uma tremenda conquista. Agora podemos aproveitar o sucesso do streaming de vídeos 4K HD de e para a Estação Espacial para fornecer recursos futuros, como videoconferência HD, para nossos astronautas Artemis, o que será importante para a saúde da tripulação e coordenação de atividades”, disse o principal pesquisador do projeto, Dr. Daniel Raible, em um comunicado oficial da NASA.

NASA: transmissão da Terra ao espaço


Pode parecer um feito simples, mas a transmissão de um vídeo em alta qualidade no espaço é fundamental para auxiliar futuras missões de longa estadia nas fronteiras do espaço. Por exemplo, em uma viagem para Marte, será necessário que os astronautas tenham um sistema de comunicação a laser para enviar altas quantidades de informações aos cientistas na Terra.


Além de possibilitar avanços para sistemas de comunicação em viagens espaciais de longa duração, a missão também tem o objetivo de desenvolver uma tecnologia capaz de transmitir o retorno da próxima caminhada na Lua durante a missão Artemis III. A tecnologia de laser infravermelho permite uma comunicação entre 10 e 100 vezes maior e mais rápida que o atual sistema da NASA.

“As equipes do Glenn Research Center garantem que novas ideias não fiquem apenas nos laboratórios, mas sejam realmente testadas em ambientes relevantes para assegurar que essa tecnologia possa ser desenvolvida e melhorar a vida de todos nós”, disse o chefe de operações de aeronaves em Glenn, James Demers.

Curtiu o conteúdo? Então, fique por dentro de mais assuntos como esse aqui no TecMundo e aproveite para entender como a NASA planeja fazer um sistema ferroviário na Lua para mover regolito lunar. Até a próxima!

Via TecMundo

domingo, 7 de julho de 2024

Da Apollo 1 à Apollo 17: o que fez cada missão do programa lunar da NASA?

(Imagem: NASA/Neil A. Armstrong)
As missões Apollo ficaram gravadas na memória da humanidade pelo sucesso ao levar os primeiros humanos à Lua, mas a história do programa espacial norte-americano e sua tentativa de pousar na superfície lunar também é repleta de derrotas — e até mesmo tragédias. A saga dos EUA para derrotar a União Soviética na Corrida Espacial remete à origem da própria NASA e a programas espaciais anteriores que obtiveram alguns sucessos, mas provaram e muito o gosto amargo do fracasso.

Teorias de conspiração ainda hoje afirmam que o Homem nunca foi capaz de superar as dificuldades de sair da órbita terrestre e pousar com sucesso na Lua. A ideia não é nova: desde os anos 1970, grupos e indivíduos alegam que a NASA e outros órgãos teriam enganado o público simulando o pouso lunar — e o Canaltech desmistificou os principais argumentos dessa teoria de conspiração.

Acreditando nelas ou não, as missões Apollo ainda são as mais espetaculares jornadas de exploração já realizadas pelo ser humano. Abaixo, descubra exatamente o que fez cada uma das missões do programa, desde a Apollo 1 até a Apollo 17.

Mas primeiro, o começo de tudo


Pegada de Neil Armstrong deixada na Lua (Foto: NASA)
A história do programa Apollo começa bem antes de sua criação, com o início da era espacial, marcada pelo lançamento do satélite soviético Sputinik 1. Este foi o primeiro satélite artificial da Terra, que orbitou o planeta por 22 dias — um avanço tecnológico que sugeria que a União Soviética poderia garantir a supremacia política e militar. Em Pasadena, na Califórnia, o diretor do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), William Pickering, queria responder os soviéticos com algo muito mais ousado: lançar uma espaçonave até a Lua.

Naquela época, o JPL e o Instituto de Tecnologia da Califórnia, (Caltech) eram as organizações que os EUA tinham para projetar e realizar as missões. A NASA só veio a ser fundada pelo governo Dwight Eisenhower em 29 de julho de 1958, após o sucesso do primeiro satélite americano, o Explorer 1, lançado em 31 de janeiro de 1958. Assim, a NASA passou a centralizar os esforços de natureza civil do programa espacial dos EUA.

As missões Apollo puderam acontecer após um estudo sobre o solo lunar e as possibilidades de descer um módulo de pouso por lá. Antes de explorar a Lua com módulos robóticos, pouco se sabia sobre a superfície — era impossível saber a profundidade da camada de poeira, chamada regolito, e eles imaginavam até mesmo que uma espaçonave pudesse afundar como se estivesse numa areia movediça.

Por isso, as missões Ranger estudaram melhor as condições da Lua. Após muitos fracassos, a Ranger 7 chegou ao satélite em 28 de julho de 1964, e revelou imagens da superfície lunar como nunca havíamos visto antes.

Programa Apollo


Após os projetos Mercury e Gemini, que prepararam as tecnologias necessárias para alcançar o objetivo de pousar uma nave tripulada na superfície da Lua, finalmente a NASA iniciou o programa Apollo. No total, foram onze missões tripuladas, e seis delas pousaram na Lua. Doze astronautas caminharam no solo lunar e fizeram experimentos científicos por lá.

Foguetes do programa Apollo


O primeiro voo de teste da NASA do foguete Saturn V, lançado em 9 de novembro de 1967 (Foto: NASA)
O programa Apollo usou quatro tipos de foguetes lançadores: Little Joe II, para voos sub-orbitais não tripulados; Saturn I, para voos sub-orbitais e orbitais não tripulados; Saturn IB, para voos orbitais não tripulados e tripulados em órbita da Terra; e por fim o Saturn V, para voos não tripulados e tripulados em órbita terrestre e em missões para a Lua.

Todas as missões tripuladas Apollo foram lançadas ao espaço com os foguetes Saturn V, exceto as Apollo 7 e Apollo 18. O Saturn V tinha três estágios, 110 m de altura, e 2,7 milhões de kg. Contava com cinco poderosos motores F-1 no primeiro estágio e motores J-2 nos estágios seguintes.

Apollo 1


A missão Apollo 1 ainda hoje é marcada pela tragédia que resultou na morte dos astronautas Virgil Grissom, Edward White e Roger Chaffee. Apesar do nome, não foi a primeira missão do programa Apollo: houve antes missões de teste dos foguetes, mas foi a primeira missão com o objetivo de ser tripulada, com a ideia de se tornar o módulo de comando Apollo em órbita da Terra, através do foguete Saturn IB.

No entanto, o veículo sequer conseguiu voar para o espaço. Em 27 de janeiro de 1967, um incêndio dentro da cabine de comando tirou a vida dos astronautas a bordo durante um teste em Terra. O acidente foi devido a um curto-circuito no interior da cabine. Chaffee, via rádio, disse que ele e seus companheiros sairiam do módulo de comando, mas não conseguiram, pois a escotilha de saída possuía apenas trancas mecânicas. A equipe que trabalhava fora da espaçonave também não foi capaz de abrir a escotilha. Quando o módulo de comando finalmente foi aberto, os três astronautas já estavam mortos.

Hoje, existe um memorial em homenagem aos astronautas no Centro Espacial Kennedy, da NASA. Inúmeros itens estão em exposição, incluindo a escotilha da própria espaçonave.

Apollo 2 e 3


Se você procurar nas listas de missões Apollo, provavelmente não encontrará as Apollo 2 e 3. Isso acontece porque, devido ao acidente com a Apollo 1, a NASA decidiu alterar as nomenclaturas das missões.

A Apollo 1 era conhecida originalmente como AS-204, e antes delas aconteceram as AS-201, AS-203 e AS-202, todas para testes com o foguete Saturn IB. Após o acidente fatal, a NASA renomeou a AS-204 para Apollo 1, mas decidiu que a próxima missão seria chamada Apollo 4.

Apollo 4



Originalmente planejado para o final de 1966, o voo, também conhecido como AS-501, foi adiado para 9 de novembro de 1967 por causa de problemas de desenvolvimento do estágio S-II e vários defeitos de fiação encontrados pela NASA na espaçonave. Esta, na verdade, foi a primeira a usar oficialmente o esquema de numeração das Apollo, e foi chamada de Apollo 4 porque houve os três voos anteriores não tripulados do foguete Saturn IB.

Foi o primeiro voo não tripulado do Saturn V e o primeiro a partir do Complexo de Lançamento 39, que foi construído especificamente para este foguete. Também seria a primeira vez que o terceiro estágio do S-IVB teria uma reentrada na órbita da Terra, e a primeira vez que a espaçonave Apollo entraria novamente na atmosfera terrestre na velocidade de uma trajetória de retorno da Lua. Durou quase nove horas e a NASA considerou a missão um sucesso completo, e a chamou de “o primeiro grande passo”.

Apollo 5 e 6


Apollo 5 (ou AS-204) foi o primeiro voo teste não tripulado do Módulo Lunar Apollo, realizado em 22 de janeiro de 1968. Após vários problemas técnicos com o módulo e oito meses de atraso, a nave finalmente foi lançada à órbita pelo foguete Saturno IB. O voo teve duração de 11 horas e 10 minutos com o objetivo de testar no espaço o Módulo Lunar, seus motores, estágios e sistemas operacionais. Após problemas com o software do computador de bordo, os controladores da missão tiveram que optar por uma programação alternativa, e depois quatro órbitas a missão estava encerrada.

Já a Apollo 6 (ou AS-502) foi um teste não tripulado do foguete Saturn V, realizado em 4 de abril de 1968. A missão foi lançada à órbita do Cabo Kennedy e o voo teve duração de 9 horas e 57 minutos, testando propulsão do foguete, separação de estágios, condições térmicas, desempenho dos sistemas de controle, emergência, orientação e elétrico. Os três estágios do Saturn V apresentaram problemas, o que acabou prejudicando um outro objetivo da missão, que era testar o Módulo de Serviço na reentrada.

Apollo 7


Aqui começa o retorno dos voos tripulados após a tragédia da Apollo 1. A Apollo 7 decolou em 11 de outubro de 1968 a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, Flórida, usando o foguete Saturn IB. A espaçonave orbitou a Terra testando seus sistemas de suporte à vida, de controle e propulsão. Os sistemas estavam operando normalmente, mas a equipe experimentou algum desconforto físico. Após cerca de 15 horas de voo, os astronautas tiveram um forte resfriado, o que é particularmente incômodo quando não há gravidade.

A Apollo 7 proporcionou a primeira transmissão ao vivo de americanos no espaço. Embora as imagens fossem grosseiras, elas serviram como materiais educacionais para o público. A missão foi um sucesso técnico completo, o que deu à NASA a confiança para prosseguir com os planos, enviando a Apollo 8 à Lua.

Apollo 8


Durante a Apollo 8, o astronauta William Anders tirou a foto chamada "Nascer da Terra", que ficou mundialmente famosa e foi escolhida pela revista Life como uma das cem fotografias do século XX (Foto: NASA/Anders)
A missão Apollo 8 foi a primeira que levou astronautas à órbita da Lua, também a primeira história a deixar a órbita terrestre baixa e retornar à Terra, e sua tripulação foram os primeiros humanos a ultrapassar o cinturão de radiação Van Allen. Os astronautas Frank Borman, Jim Lovell e William Anders foram lançados com o foguete Saturn V em 21 de dezembro de 1968 no Centro Espacial John F. Kennedy.

Levou quase três dias para alcançar a Lua e a tripulação orbitou o satélite natural dez vezes dentro de vinte horas, com direito a uma transmissão televisiva na véspera de Natal, assistida por milhares de pessoas ao redor do mundo. A tripulação descreveu para a NASA as características da Lua e fez reconhecimento de futuros locais de alunissagem, especialmente no Mare Tranquillitatis, que estava sendo planejado para o pouso da Apollo 11. A espaçonave retornou para a Terra e pousou no Oceano Pacífico em 27 de dezembro.

Com o sucesso da Apollo 8, o objetivo estabelecido em 1961 pelo presidente John F. Kennedy de alunissar antes do fim da década se tornava mais concreto. Borman, Lovell e Anders foram nomeados as Pessoas do Ano pela revista Time logo depois do retorno.

Apollo 9


Esse foi o primeiro voo para operar o módulo de comando e serviço junto com o Módulo Lunar Apollo, que futuramente serviria para descer no solo lunar e voltar à órbita da Lua. Os principais objetivos da missão eram conferir o funcionamento das operações orbitais do módulo lunar e testar a separação dele do módulo de comando e serviço. Os astronautas deveriam se certificar de que os dois módulos poderiam voar separados, se encontrar e se acoplar novamente.

Os astronautas James McDivitt, David Scott e Russell Schweickart foram lançados ao espaço em 3 de março de 1969 do Centro Espacial John F. Kennedy com um foguete Saturn V, e passaram dez dias no espaço. Lá, realizaram a primeira manobra de transposição, acoplamento e extração do programa Apollo, além de atividades extraveiculares. Em 13 de março, a Apollo 9 voltou para o Oceano Atlântico e foi considerada um sucesso.

Apollo 10


A quarta missão tripulada do programa Apollo, e a segunda a ir à Lua, foi realizada para testar mais uma vez o Módulo Lunar em órbita lunar. Ela sobrevoou a superfície a 15 km de altura, já se preparando para o voo da Apollo 11 que pousaria na Lua pela primeira vez apenas dois meses depois. Foi uma missão fundamental para dar segurança aos astronautas, cientistas e diretores da NASA sobre o equipamento que levaria o Homem a pisar na Lua.

Lançada do Centro Espacial John F. Kennedy em 18 de maio de 1969, a espaçonave retornou à Terra em 26 de maio de 1969 e bateu o recorde de velocidade no espaço por uma nave tripulada, mantido até hoje, com 39.897 km/h. Além disso, foi a primeira missão a ser transmitida em cores ao vivo para o mundo todo.

Apollo 11


Buzz Aldrin na superfície da Lua (Foto: NASA)
Com a Apollo 11, os EUA finalmente conseguiram pousar seres humanos na Lua, realizando o objetivo estabelecido em 1961 pelo presidente John F. Kennedy de "antes de esta década acabar, aterrissar um homem na Lua e retorná-lo em segurança para a Terra".

Neil Armstrong e Buzz Aldrin desceram à superfície do satélite natural dentro do módulo Eagle em 20 de julho de 1969 e, seis horas depois, já no dia 21, Armstrong tornou-se o primeiro humano a pisar em solo lunar, quando falou as famosas palavras: "É um pequeno passo para o homem, mas um passo gigante para a humanidade". Os astronautas ficaram cerca de duas horas e quinze minutos fora da espaçonave e coletaram 21,5 quilogramas de material para trazer de volta à Terra. Enquanto isso, Michael Collins pilotava o módulo de comando e serviço Columbia, na órbita da Lua.

A missão foi lançada com o Saturn V do Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida, no dia 16 de julho, e foi a quinta missão tripulada do programa Apollo. A alunissagem foi transmitida ao vivo pela televisão para o mundo todo, e a missão encerrou, enfim, a Corrida Espacial. Os três astronautas retornaram em segurança no Oceano Pacífico em 24 de julho, após oito dias no espaço, e foram recebidos com enormes celebrações nos Estados Unidos e pelo mundo, com diversas condecorações e homenagens.

Apollo 12


A segunda missão tripulada a pousar na Lua também foi a primeira a fazer um pouso preciso em um lugar pré-determinado. É que os astronautas deveriam resgatar partes de uma sonda não tripulada enviada à superfície lunar dois anos antes, a Surveyor 3, e trazer de volta à Terra para que os cientistas pudessem estudar o que acontece com materiais ao permanecerem por tempo prolongado na Lua.

Dessa vez, o foguete Saturn V lançou os astronautas Pete Conrad, Richard Gordon e Alan Bean em Cabo Canaveral. Nos primeiros momentos da subida, um raio atingiu o foguete e destravou virtualmente todos os controles de circuitos elétricos do Módulo de Comando da Apollo, mas os astronautas mantiveram a calma e pouco tempo depois tudo estava sob controle novamente. A alunissagem aconteceu no dia 19 de novembro de 1969.

O momento tenso da chegada do Homem à Lua já havia passado, então os astronautas estavam mais descontraídos — eles brincavam e contavam piadas durante as tarefas. Realizaram duas caminhadas, somando um total de 7 horas e 45 minutos fora do Módulo Lunar, e cerca de 31 horas pousados no satélite. Todos os objetivos da missão foram cumpridos, e eles trouxeram à Terra fotografias, rochas, amostras de solo e partes da Surveyor.

Apollo 13


A Apollo 13 foi a missão que ficou famosa pela frase "Houston, we have a problem" ("Houston, nós temos um problema"). A sétima missão tripulada não cumpriu a missão devido a uma explosão no módulo de serviço durante a viagem de ida. Felizmente, a nave e seus tripulantes — Jim Lovell, John Swigert e Fred Haise — conseguiram retornar à Terra após 6 dias no espaço, graças a estoques sobressalentes de água, oxigênio, entre outros itens vitais.

Apollo 14


Alan Shepard jogando golfe na Lua durante a missão Apollo 14 (Foto: NASA)
Depois do fracasso da missão anterior, a Apollo 14 foi o terceiro pouso de uma nave na Lua, comandado por Alan Shepard, o primeiro norte-americano a ir ao espaço, dez anos depois de sua viagem histórica no Projeto Mercury. Os astronautas, que incluíam também Stuart Roosa e Edgar Mitchell, visitaram a região de Fra Mauro, um planalto lunar que era o alvo original da Apollo 13.

A Apollo 14 foi lançada em 31 de janeiro de 1971 e a alunissagem ocorreu no dia 5 de fevereiro, após algumas dificuldades devido à inclinação do solo naquela região cheia de crateras. A missão principal era pousar próximo a uma enorme cratera chamada Cone e fazer uma pesquisa geológica em sua encosta e na sua borda. A subida até a cratera foi exaustiva: os astronautas lutaram contra o tempo e o cansaço, e até praguejaram algumas vezes com o microfone aberto. Mas tudo deu certo, e Shepard deu uma tacada numa bola de golfe que ele levou da Terra. A bola, sem o efeito da gravidade, se foi por milhas e milhas.

Apollo 15


Com a Apollo 15, a NASA estreou a exploração lunar com a ajuda de um veículo elétrico, que os astronautas puderam dirigir para percorrer uma distância bem maior na superfície do satélite. A missão lançou os astronautas David Scott, Alfred Worden e James Irwin num foguete Saturn V em 26 de julho de 1971, no Centro Espacial John F. Kennedy.

A exploração lunar ocorreu entre os dias 30 de julho e 2 de agosto, e foi a primeira projetada para uma estadia mais longa na superfície lunar — foram mais de dezoito horas realizando atividades extraveiculares na superfície da Lua —, além de ter um foco muito maior em ciência. Por exemplo, Scott usou uma pena e um martelo para validar a teoria de Galileu Galilei de que objetos com massas diferentes caem ao mesmo tempo na ausência de ar.

Apollo 16


Essa missão foi lançada do Centro Espacial John F. Kennedy pelo Saturn V em 16 de abril de 1972 e terminou onze dias depois, em 27 de abril, quando retornou no Oceano Pacífico. Os três objetivos principais eram inspecionar, pesquisar e pegar amostras de materiais na região chamada Terras Altas de Descartes, além de ativar experimentos de superfície, realizar experimentos em voo e fotografar a órbita lunar.

A exploração lunar, que também incluiu um veículo de exploração, ocorreu entre os dias 21 e 24. Os astronautas John Young e Charles Duke alunissaram o módulo lunar Orion e passaram um total de 71 horas na superfície lunar, sendo vinte horas realizando atividades extraveiculares. Enquanto isso, Ken Mattingly permaneceu em órbita operando o módulo de comando e serviço Casper, coletando vários dados sobre a Lua com instrumentos científicos e tirando centenas de fotografias da superfície.

Apollo 17


A Apollo 17 foi não apenas a última missão tripulada do programa Apollo à Lua, como também a última viagem tripulada por qualquer país para além da órbita terrestre. Também bateu o recorde de missão que ficou mais tempo na superfície lunar. Eugene Cernan, Ronald Evans e Harrison Schmitt fecharam a saga com chave de ouro.

Realizada em dezembro de 1972, a última viagem à Lua foi um final espetacular para programa Apollo. A área de pouso do Módulo Lunar Challenger foi um vale cercado de montanhas no limite do Mare Serenitatis. Os objetivos científicos incluíam levantamento geológico e amostragem de materiais e características da superfície em uma área pré-selecionada da região de Taurus-Littrow, além de experimentos de superfície e fotografias durante a órbita lunar. Ah, eles também cantaram ao vivo.


Foram realizados três passeios na superfície, e a natureza das tarefas de exploração das rochas em Taurus-Littrow levou a NASA a enviar um astronauta que também era geólogo profissional. O jipe lunar percorreu um total de 30,5 quilômetros e a permanência na superfície foi de 75 horas. Os astronautas reuniram 110,4 kg de material, como amostras de lava, o que ajudou os cientistas a entender como as grandes bacias lunares se formaram.

Apollo–Soyuz (ou Apollo 18)


Após o sucesso das e o final do programa, foi realizada uma missão conjunta do projeto Apollo com o programa espacial soviético, com o objetivo de demonstrar que as relações entre as duas superpotências estavam amenizadas. A missão simbólica consistia em efetuar uma acoplagem na órbita da Terra de uma espaçonave dos EUA com uma da União Soviética.

O lançamento aconteceu em 15 de julho de 1975. Além de algumas experiências científicas diversas, as tripulações visitaram as naves de seus ex-adversários, trocando presentes, flâmulas e sementes de cada país.

Acoplamento das espaçonaves Apollo e Soyuz (Imagem: NASA)

Encerramento do Programa Apollo


Com o objetivo determinado pelo presidente Kennedy atingido, o fim da Corrida Espacial e o esfriamento da Guerra Fria — era o período da distensão, que levou os EUA e a URSS a assinarem tratados para evitar uma catástrofe mundial —, a verba para a manutenção do programa diminuiu e o interesse nas missões lunares se foi.

Assim, foram canceladas as missões que ainda estavam planejadas — Apollo 18, Apollo 19, Apollo 20, e Apollo 21 —, e encerrou-se o programa. A nave Apollo foi abandonada em 1975 e substituída pelo Ônibus Espacial, que só voaria pela primeira vez em 1981.

Atualmente, a NASA se prepara para levar astronautas de volta ao nosso satélite lunar, por meio do programa Artemis. A agência espacial espera poder levar pela primeira vez mulheres à superfície lunar a partir da missão Artemis 3, programada para voar em 2025.

Via Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper (Canaltech)