quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Avião da Voepass com destino a SP é desviado para pouso em Uberlândia por 'questão técnica'

A aeronave decolou em Rio Verde (GO) e iria para Guarulhos (SP). Segundo a empresa, 38 passageiros estavam a bordo e serão reacomodados em outros voos até o destino.

Imagem de radar mostra que o avião deu voltas no ar antes de pousar em Uberlândia (Flight Aware)
O avião ATR 72-600, prefixo PS-VPA, da Voepass Linhas Aéreas, que seguia para São Paulo, foi desviado para o aeroporto de Uberlândia devido a uma "questão técnica" na noite desta quinta-feira (15). A aeronavefazia o voo 2Z2211, que decolou de Rio Verde (GO) e iria para Guarulhos (SP).

Imagem registrada pelo site Flight Aware mostra o trajeto feito pelo avião da decolagem até o pouso na cidade mineira. Conforme o registro, a aeronave deu voltas antes de seguir para Uberlândia.

De acordo com a empresa aérea, o pouso ocorreu por voltas das 19h15 após a identificação de uma questão técnica. Em nota, a Voepass informou que a aeronave pousou com todos os sistemas operacionais em funcionamento.

Ainda conforme a companhia, 38 passageiros estavam no avião. Todos serão reacomodados em outros voos até Guarulhos.

Via g1 e Estado de Minas

Quais aviões da Segunda Guerra Mundial tinham 4 motores?

(Foto: US Department of Defense)
Bem, a resposta curta e ultra-abreviada para essa pergunta é "A maioria dos bombardeiros pesados, também conhecidos como bombardeiros estratégicos". Mas, ei, que graça teria ler um artigo sobre aviação militar com apenas 15 letras? No mundo das rivalidades intra-serviços (não confundir com rivalidades interserviços), os pilotos de caça tendem a obter mais glória, mas os pilotos de bombardeiros sempre têm o retorno, "Vômitos de caça fazem filmes. Pilotos de bombardeiros fazem *história*!")

Seguindo a linha de fazer história, há um ditado cínico que diz que " A história é escrita pelos vencedores". Concedido, o lado vencedor da Segunda Guerra Mundial, os Aliados, certamente fez uso mais bem-sucedido de bombardeiros quadrimotores durante aquela guerra, e são esses warbirds em particular que são mais lembrados pela maioria dos fãs de história militar. Mas as potências do Eixo não eram totalmente não-jogadoras no jogo de bombardeiros pesados/bombardeiros estratégicos. Para sermos justos e equilibrados, examinaremos alguns desses bombardeiros do Eixo primeiro antes de passar para os exemplos dos Aliados.

Itália fascista: Piaggio P.108 Bombardiere


De todos os bombardeiros quadrimotores do Eixo na lista, este foi o mais bem-sucedido do grupo, tanto em termos de números de produção quanto de uso real em combate (bastante irônico considerando o fato de que a Itália de Mussolini foi a primeira das Potências do Eixo a capitular).

(Foto: Ericg at English Wikipedia/Wikimedia Commons)
O Bombardiere fez seu voo inaugural em 24 de novembro de 1939 e foi oficialmente introduzido em serviço operacional na Real Força Aérea Italiana ( Regia Aeronautica Italiana ) (RAI) em 1942, com números de produção chegando a 36 (sem contar os 12 adicionais construídos como aviões de transporte) em 1945.

Os P.108 entraram em ação sobre Gibraltar, Norte da África e Sicília.

Japão Imperial: Kawanishi TB (Toyo Bakugeki) / KX-9 e Nakajima G10N Fugaku (富岳 ou 富嶽; "Monte Fuji")


Esses supostos warbirds nunca passaram do estágio de proposta, o que provavelmente explica por que há tanta escassez de informações sobre isso. Como os próprios japoneses podem dizer, "仕方ない。/ shikata nai (Não há nada que se possa fazer)."

(Imagem: Secret Projects (Reino Unido))
Conforme observado pela Military Factory: "A busca do IJA [Exército Imperial Japonês] da Segunda Guerra Mundial por um bombardeiro estratégico de quatro motores levou ao Kawanishi TB, que acabou sendo abandonado."

Então por que foi abandonado? O mesmo artigo explica: "O trabalho de design do TB foi concluído em meados de janeiro de 1944 sob o pretexto de que ele estava sendo desenvolvido como um avião de carga/transporte. Mais tarde naquele mês, a proposta do bombardeiro pesado Nakajima G10N Fugaku concorrente foi aceita por representantes de ambos os serviços antes do Kawanishi TB -- o que levou ao fim imediato do programa TB."

O Fugaku não se sairia melhor; a situação de guerra cada vez pior no Japão Imperial resultou no cancelamento do projeto em 1944, antes mesmo que qualquer protótipo fosse construído.

Novamente, 仕方ない。/ shikata nai.


Alemanha nazista: Messerschmitt Me 264 e Junkers Ju 390


As tentativas da Alemanha nazista de bombardeiros quadrimotores se saíram melhor do que as do Japão *relativamente* falando, por meio das quais, pelo menos, os projetos de bombardeiros alemães pelo menos deram frutos em alguns protótipos sendo construídos. "Alguns", como em incríveis três para o Me 264 e dois para o Ju 390. Esses dois aviões fizeram seus voos inaugurais em 23 de dezembro de 1942 e 20 de outubro de 1943, respectivamente.

Junkers JU-390
Ambos os aspirantes a bombardeiros da Luftwaffe estavam competindo pelo programa Amerikabomber (Bombardeiro Americano) do Reichsluftfahrtministerium (Ministério da Aeronáutica Alemão), que previa um bombardeiro estratégico capaz de atacar a cidade de Nova York a partir de bases na França ou nos Açores.

Messerschmitt 264
O Me 264 foi abandonado depois que esses três espécimes foram construídos para permitir que a Messerschmitt se concentrasse na produção de caças e o Ju 390 foi selecionado em seu lugar. A partir daí, os Me 264s saíram de forma bastante ignominiosa: em 18 de julho de 1944, um ataque aéreo aliado danificou o primeiro protótipo e destruiu o terceiro; nenhum esforço foi feito para o Protótipo nº 1. Quanto ao Protótipo nº 2, ele foi perdido ainda antes, em um ataque de bombardeio no final de 1943.


Quanto ao Ju 390, sua seleção em detrimento do Me 264 acabou sendo uma pequena vitória moral, na melhor das hipóteses. No papel, ele era mais versátil do que seu concorrente Messerschmitt, pois também era destinado ao uso como uma embarcação de transporte pesado e patrulha marítima.


O problema é que apenas um dos dois Ju 390 construídos realmente voou, com o segundo nunca sendo totalmente concluído. Os contratos foram cancelados em 20 de junho de 1944 e todo o trabalho cessou em setembro de 1944. O único exemplar voador foi despojado de peças e finalmente destruído no final de abril de 1945 para evitar que caísse nas mãos do Exército dos EUA que se aproximava.

Falando do Exército dos EUA, agora nos voltamos para os aviões de guerra quadrimotores vencedores de guerra...

Estados Unidos da América: B-17 Flying Fortress, B-24 Liberator, B-29 Superfortress



O que eu poderia acrescentar sobre esses três lendários bombardeiros americanos que ainda não tenha sido escrito? Três dos bombardeiros mais icônicos de todos os tempos; o B-17 e o B-24 levaram a campanha de bombardeio de precisão diurna ao coração industrial da Alemanha nazista, enquanto o B-29 fez a mesma coisa no Japão Imperial (com algumas missões noturnas de bombardeio incendiário também), e nem preciso dizer que foi o "Superfort" que finalmente encerrou a Segunda Guerra Mundial *e* inaugurou a Era Atômica por meio das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki.


Pode-se dizer que o B-24 é o menos anunciado do grupo, não importa que o Liberator tivesse um alcance maior, maior velocidade e uma carga útil maior do que seu companheiro de armas "Flying Fort". Quando escrevi um artigo sobre o Liberator para a 19FortyFive em maio de 2023, meus editores da época deram o título "B-24 Liberator: O bombardeiro esquecido da Segunda Guerra Mundial?"


Quanto ao B-17, ele teve um começo pouco auspicioso, quase sendo destruído em sua infância por um executivo com deficiência de visão, conforme explicado pelo Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos: "Este avião, embora destinado a mudar a aparência da guerra aérea, inicialmente falhou em convencer o Estado-Maior do Exército de seus méritos e capacidades. Como resultado, o Estado-Maior determinou que a maior parte dos fundos para a compra de bombardeiros fosse gasta em Douglas B-18s bimotores mais baratos, em vez dos B-17s quadrimotores mais caros, acreditando que o último tipo era um luxo caro e desnecessário."

Grã-Bretanha: Avro Lancaster e Handley Page Halifax


(Foto: United Kingdom Government/Wikimedia Commons)
O Halifax era para o Lancaster o que o Liberator era para o Flying Fortress, ou seja, o menos anunciado e menos amado dos dois. E isso é uma pena sangrenta, pois o Halifax era um bombardeiro muito capaz e talentoso por si só; entre outras coisas, ele foi responsável por 25 por cento da tonelagem total de bombas lançadas pela Royal Air Force (RAF) na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, e em 24 de julho de 1941, Halifaxes pertencentes aos esquadrões nº 35 e nº 76 da RAF atacaram o encouraçado Scharnhorst da Kriegsmarine enquanto ele estava atracado no porto de Brest, no norte da França, danificando gravemente o grande navio de guerra e necessitando de sua mudança para um local mais seguro.

Quanto ao Lancaster, embora não tenha lançado bombas atômicas como o B-29, ele definitivamente deixou sua própria marca de alto impacto na história dos bombardeiros ao lançar as maiores peças de munições convencionais da guerra, a Tallboy de 12.000 libras (5.443,1 kg) e, por fim, as bombas Grand Slam Earthquake de 22.000 libras (9.979 kg).


União Soviética: Petlyakov Pe-8 (Петляков Пе-8)


(Foto: SDASM Archives/Wikimedia Commons)
Este foi o único bombardeiro quadrimotor do "Tio Joe" Stalin na "Grande Guerra Patriótica" (Вели́кая Оте́чественная война́/ Velikya Otechestvennaya voyna ; o rótulo preferido para a Segunda Guerra Mundial pelos soviéticos e pelos russos da era pós-soviética).

Em seu livro de 1983 " The Soviet Air Force At War" (parte da excelente série 'Epic of Flight' da Time-Life Books), o autor Russell Miller avaliou o Pe-8 desta forma: "O único bombardeiro pesado soviético a servir na Guerra, o quadrimotor Pe-8 podia transportar quase 8.800 libras [3.991,6 kg] de bombas por 2.920 milhas [4.699 km] para atingir alvos na Alemanha e nos Bálcãs. Mas seu papel principal era como um transporte VIP de longo alcance, mais notavelmente em 1942, quando transportou diplomatas de Moscou para Londres e Washington para negociações de empréstimo-arrendamento [sic]."

O Pe-8 fez seu voo inaugural em 27 de dezembro de 1936 e foi oficialmente introduzido em serviço operacional com a Rodina ("Motherland") em 1940, com a produção total chegando a 93 fuselagens em 1044.


Nota: Alguns podem ter esperado que o Tupolev Tu-4 fosse listado aqui. No entanto, embora esse avião fosse de fato um B-29 "com engenharia reversa" (leia-se: plágio deliberado), ele não estreou até depois do fim da Segunda Guerra Mundial, especificamente em 19 de maio de 1947.


Com informações do Simple Flying

Posição dos corpos indica que passageiros da Voepass foram avisados da queda, diz perícia

A grande maioria das vítimas estava em posição de emergência, abraçando as pernas.


O Superintendente da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (15), que a posição em que os corpos das vítimas foram encontrados demonstra que os passageiros devem ter sido alertados pela cabine de comando sobre uma iminente queda.

De acordo com Claudinei Salomão, essa possibilidade – que só deve ser confirmada pelo laudo preliminar que será emitido pelo Cenipa – surge pelo fato de que grande parte dos corpos foi encontrada abraçando as pernas, com a cabeça baixa.

Essa posição é chamada de “brace”, quando passageiros colocam a cabeça entre os joelhos e abraçam as pernas a fim de diminuir os impactos de uma possível “aterragem” forçada.

“Essa posição em que grande parte dos corpos foram encontrados favoreceu muito o trabalho pericial, pois as mãos estavam íntegras. Isso oportunizou que a identificação papiloscópica fosse feita, reconhecendo as vítimas através das digitais” disse Salomão. A identificação dos passageiros e tripulantes foi concluída nesta quarta-feira (14).

A tendência é que a cabine de comando da aeronave, por meio do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva e do piloto, Danilo Santos Romano, tenha alertado os passageiros sobre a tendência da aeronave cair.

Além disso, a Polícia Científica do Estado de São Paulo garante que é muito provável que nenhuma das 62 vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento.

“Uma queda de quatro mil metros em menos de dois minutos faz com que o corpo humano sofra movimentações tão sérias que levam ao desmaio. A morte de todos ocorreu na batida, através dos inúmeros traumas sofridos, mas a tendência é que todos já estivessem desmaiados” afirmou o superintendente.

Via Guilherme Rajão (CNN)

Vídeo: Dano Estrutural no ATR, Manutenção e a Desinformação


Comentando as notícias que têm saído na Imprensa sobre o acidente com o 
ATR 72 da Voepass em Vinhedo.

Avião cai na zona rural de Apiacás, em MT

Piloto viajava com o produtor rural Arni Alberto Spiering, dois netos de Arni e um funcionário. Aeronave explodiu ao cair, e todos morreram.

Polícia Militar confirmou que a queda do avião ocorreu em uma fazenda (Foto: Reprodução)
O avião Beechcraft C90GTx King Air, prefixo PS-AAS, caiu na zona rural de Apiacás, a 1.005 km de Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (15). A Polícia Militar informou que uma equipe está a caminho da ocorrência. 

Cinco pessoas morreram no acidente: o dono do avião, Arni Alberto Spiering, de 70 anos, que era produtor rural; dois netos de Arni; um funcionário da fazenda; e o piloto. De acordo com a Polícia Civil, o avião foi fabricado em 2010 e tinha oito lugares, sendo sete para passageiros.

O funcionário de Arni foi identificado como sendo o gerente comercial Ademar de Oliveira de Júnior, segundo informações do RD News, parceiro do Metrópoles. Ele também era diretor da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).


Arni Alberto Spiering é ex-presidente do time de futebol União Esporte Clube de Rondonópolis. O fazendeiro é conhecido pelo trabalho nas áreas de transporte de combustível e sementes.

A aeronave decolou da pousada Amazonia Fishing Lounge e caiu por volta das 5h. O local da queda é uma fazenda nas proximidades do rio Teles Pires, na divisa com o Pará, aproximadamente 60 km da área urbana de Apiacás.

Ao g1, a Polícia Militar confirmou que a queda do avião ocorreu em uma fazenda, localizada na zona rural do município e próximo ao Rio Teles Pires, em uma região conhecida como ‘Paredão’.

Caso ocorreu em Apiacás (Foto: Reprodução)
De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a aeronave tinha capacidade para sete pessoas, entre tripulantes e passageiros.

Por Kessillen Lopes, g1 MT, Folha Max, Jornal Estadão de Mato Grosso e Metrópoles

Avião se desprende de reboque, anda sozinho e só para depois de bater em portão de hangar em aeródromo de Goiás

Mecânico estava dentro da aeronave e não se feriu. Veículo só parou depois de bater em portão de hangar.

Avião atravessa pistas e bate em hangar, em Goiás (Foto: Reprodução/Redes sociais)
O avião Embraer EMB-121A Xingu, prefixo PT-MAD, do Inst de Desenvolvimento da Mobilidade Urbana de P e C, foi filmado andando sozinho na pista do Aeródromo Nacional de Aviação, em Goiânia, nesta quarta-feira (14). Imagens de câmera de segurança e vídeos feitos por quem estava no local mostram o veículo cruzando a pista até bater no portão de um hangar.

No vídeo de uma câmera de monitoramento, é possível ver quando o veículo começa a descer por uma das pistas, cruza um canteiro de terra e passa para a outra pista. Em vídeo divulgado nas redes sociais, um homem filma o trajeto da aeronave, que passa pelo pátio de outros hangares até bater no portão de um galpão.


De acordo com nota enviada pelo Aeródromo Nacional de Aviação, o avião se desprendeu do reboque. O texto afirmou ainda que havia um mecânico dentro da aeronave e que o homem não se feriu.

A aeronave foi danificada no nariz e em uma das asas. Em entrevista ao g1, o piloto Ícaro Lyra explicou que o avião pode ter sido deixado sem calço e ter ganho velocidade na pista íngreme.

Ao analizar as fotos, o piloto afirmou que acredita que a aeronave não tenha sofrido danos estruturais.

"Não há nada estrutural, nada que comprometa a segurança e a aeronavegabilidade desse avião no futuro", declarou Ícaro Lyra

O acidente aconteceu com uma aeronave Embraer Xingu EMB-121. Esse modelo de avião pode transportar até oito passageiros.

De acordo com informações da Empresa Brasileira de Aeronaves (Embraer), Embraer Xingu EMB-121 foi a primeira aeronave pressurizada construída e projetada no Brasil. O modelo começou a ser desenvolvido na década de 1970 para atender o mercado de transporte executivo.

A reportagem procurou o Sindicato Nacional dos Aeronautas por e-mail para solicitar um posicionamento sobre o caso, mas não houve retorno até a última atualização dessa matéria.

Via Gilmara Roberto, g1 Goiás e ASN

Clima “caótico”: entenda três fatores que podem ter feito avião cair

Laboratório considera turbulência, formação de gelo, ciclone e fumaça de queimadas como fatores meteorológicos da queda de avião em SP.


O avião ATR-72 da VoePass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9/8), matando 62 pessoas, enfrentou uma zona meteorológica altamente crítica por nove minutos, pouco antes da queda. Essa é a conclusão do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), após combinar imagens de satélites e radar associadas às coordenadas geográficas da rota do voo.

Entre 13h10 e 13h19, a aeronave reduziu a velocidade e atravessou nuvens supercongeladas de até -40°C, de acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Lapis. Segundo ele, a aeronave trafegava sob condições meteorológicas “caóticas”.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.

Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro –, a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o “Salvaero” foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.

O relatório técnico preliminar da FAB sobre o que pode ter causado o acidente aéreo deve ficar pronto em 30 dias.

O Lapis identificou três possíveis cenários meteorológicos que podem ter contribuído para a queda do avião: turbulência, formação de gelo e ciclone extratropical e fumaça de queimadas.

Turbulência e água supercongelada



Imagens de satélite mostram que a aeronave enfrentou um sistema frontal de turbulência formado por nuvens do tipo Cirrocumulus (veja na primeira imagem acima). Esse tipo de nuvem se forma em decorrência de muita umidade, nos altos níveis da atmosfera.

Em razão da turbulência muito severa, a primeira grande oscilação da aeronave ocorreu às 12h52, quando a velocidade foi reduzida bruscamente de 529 km/h para 398 km/h (como consta na segunda imagem).


Nuvens do tipo Cirrocumulus se formam em decorrência de muita umidade, nos altos níveis da atmosfera

Dados disponíveis sobre o trajeto do avião que caiu, como a altitude e velocidade alcançadas, permite comparar a diferença com o mesmo voo, nos dias anteriores


Em outro momento, às 13h06, já próximo de ocorrer a queda, o avião saiu rapidamente da velocidade de 604 km/h para 491 km/h. A partir daí, começou a perder velocidade. O último dado registrado ocorreu às 13h22, com o avião a uma velocidade de 63 km/h e altitude de 1.798 metros.

Segundo Humberto Barbosa, havia condições atípicas de congelamento em razão de alta umidade, formada por gotículas líquidas supercongeladas, a partir de 6 a 7 mil metros de altitude. A aeronave trafegava em torno de 5,1 mil metros.

“Havia um sistema frontal, com muita umidade e turbulência, frio extremo e água supercongelada. Essa situação é capaz de levar a aeronave a entrar em condições de formação de gelo”, explica Humberto.

Formação de gelo


A primeira imagem (veja abaixo) de satélite mostra a altura do ponto de congelamento na atmosfera. A água supercongelada estava com temperatura em torno de -55°C (abaixo do ponto de congelamento).


A água, nessa condição líquida e muito congelada, em razão das temperaturas extremamente baixas, possivelmente teve maior aderência à aeronave e se tornou gelo, de acordo com o Lapis. Isso pode ter afetado a aerodinâmica do avião.

Na área em vermelho, havia água supercongelada, gotículas de gelo ou cristais de gelo
“À medida que se aproximava do destino, a aeronave enfrentou muitas perturbações e variações na composição das nuvens complexas. Áreas com formação de gelo, nuvens mais altas e nuvens mais baixas. Houve uma grande variação nas temperaturas e nas condições de pressão”, analisa o meteorologista.

Na área em vermelho da segunda imagem (veja acima), havia água supercongelada, gotículas de gelo ou cristais de gelo. No ponto destacado, a temperatura estava em cerca de -38ºC.
A história da aviação e dos acidentes aéreos mostra que a formação de gelo pode causar danos ao motor e a outros dispositivos cruciais da aeronave, devido ao processo de resfriamento.

Também há casos em que afeta negativamente a capacidade de detecção de pressão do ar dos tubo de Pitot, usados ​​para medir a velocidade do ar. Existe ainda a possibilidade de alguns sensores terem sido alterados pelo gelo, apresentando, por exemplo, dados de velocidade divergente da real e causando confusão aos pilotos.

Ciclone extratropical e fumaça de queimadas


Um ciclone extratropical que se formou sobre o Uruguai e o Rio Grande do Sul na manhã da sexta-feira (9/8) fez com que mais umidade fosse injetada, na retaguarda, sobre a região do acidente.


Segundo Humberto, isso tornou a condição meteorológica ainda mais caótica, como pode ser observado na imagem do satélite GOES (veja na primeira imagem acima), processada pelo laboratório.

O ciclone está destacado em amarelo e ciano e os ventos fortes em roxo
A imagem de composição colorida (veja na segunda imagem acima) mostra nuvens sobre o nordeste de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, estendendo-se para o oceano Atlântico. Em amarelo e ciano, está identificado o ciclone extratropical. Essas nuvens estão associadas ao deslocamento de uma frente fria, uma massa de ar frio e seco, de origem polar, que fez as temperaturas declinarem.

Além dessas perturbações, o avião ainda atravessou ventos muito intensos, com velocidade em torno de 53 km/h, vindos da Amazônia. Esses ventos eram adversos, pois empurravam a aeronave. É possível verificar na segunda imagem, do satélite GOES-16, que as barbatanas na cor roxa representam esses ventos fortes, no interior de São Paulo, classificados com alta pressão.

A fumaça das queimadas trazida para o Sudeste, pelo ar seco da Amazônia, ficou nos altos níveis da atmosfera
Já a fumaça das queimadas (veja na terceira imagem acima) trazida para o Sudeste, pelo ar seco da Amazônia, ficou nos altos níveis da atmosfera, em forma de aerossóis. Segundo o laboratório, isso tornou a água ainda mais fria e líquida, transformando-a em gelo e possivelmente deixando a aeronave mais pesada.

Embora esses aerossóis tenham reduzido a intensidade da chuva, fizeram cair ainda mais a temperatura da água, que se transformava em gelo. Dessa forma, mesmo sendo uma frente fria de inverno, houve muita convecção, que são nuvens verticais, que poderiam já conter gelo.

Caixa-preta do avião da Voepass gravou gritos e pergunta do copiloto sobre 'dar potência' à aeronave

Jornal Nacional acessou informações da transcrição com exclusividade; relatório inicial sai em 30 dias. Análise inicial não identificou sons de falha elétrica, pane ou fogo; causa segue em apuração.

Gravador de voz da cabine do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (Foto: Reprodução/TV Globo)
O gravador de voz da cabine do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9) registrou conversas do copiloto sobre "dar potência" à aeronave minutos antes da queda, além de gritos na aeronave.

As informações foram obtidas com exclusividade pelo Jornal Nacional. O acidente provocou a morte de todas as 62 pessoas que estavam na aeronave operada pela Voepass, antiga Passaredo, incluindo os quatro tripulantes.

As cerca de duas horas de transcrição foram feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Centro de Investigação e Prevenção e Acidentes (Cenipa), vinculado à Força Aérea.

Segundo os investigadores, a análise preliminar dos dados indica que o ATR 72-500 perdeu altitude de forma repentina. Além disso, aponta que a análise do áudio da cabine, sozinha, não é capaz de cravar uma causa aparente para a queda.


Conversa do copiloto, gritos e estrondo


A transcrição do áudio da caixa-preta mostra que, ao perceber que o avião estava perdendo sustentação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou o que estava acontecendo.

Ele disse que era preciso "dar potência" – uma tentativa de estabilizar a aeronave e impedir a queda. Mas isso, infelizmente, não foi possível.

Cerca de um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo. Neste tempo, segundo os investigadores, o áudio registra que a tripulação tentou reagir.

A gravação é finalizada com gritos e com o estrondo do choque da aeronave contra o chão.

Causa ainda é investigada


O ATR 72-500 tem as hélices da parte de cima da fuselagem muito próximas da cabine de comando. Segundo investigadores, isso provocou muito barulho e aumentou a dificuldade para decifrar os diálogos gravados.

Mesmo assim, em uma análise preliminar, o Cenipa não identificou sons característicos de alertas que poderiam "guiar" a investigação sobre as causas, como o alarme de presença de fogo, falha elétrica ou pane no moto.

Os dados da caixa-preta, nessa primeira avaliação, ainda não permitem confirmar ou descartar a principal hipótese levantada pelos especialistas nos últimos dias: a de que o avião teria caído em razão da formação de gelo nas asas, seguida de uma perda de estabilidade ("estol", no jargão).

A confirmação da causa do acidente vai depender da análise de mais registros das caixas-pretas e da combinação de todas essas informações.

O relatório preliminar sobre o caso deve ficar pronto em 30 dias. Nesse prazo, os investigadores esperam desvendar o "contexto" da tragédia, considerado nebuloso até o momento.

Apuração envolve França e Canadá


Engenheiros da empresa francesa ATR, fabricante do avião, e da canadense Pratt&Whitney, fabricante do motor, passaram a manhã desta quarta na sede do Cenipa, em Brasília.

Os trabalhos têm o auxílio também de representantes da BEA e da TSB, órgãos responsáveis pela segurança dos voos nos dois países e com profundo conhecimento dos sistemas desse modelo de aeronave.

A participação das equipes estrangeiras nesse trabalho faz parte de acordos internacionais de cooperação e ocorre sempre que acontece um acidente aéreo como o da última semana.

Via Gioconda Brasil, TV Globo — Brasília

Aconteceu em 15 de agosto de 2019: Voo Ural Airlines 178 Colisão com pássaro e pouso de emergência em milharal


O voo 178 da Ural Airlines foi um voo regular de passageiros de Moscou para o Aeroporto Internacional de Simferopol, na Crimeia, ambos na Rússia. Em 15 de agosto de 2019, o Airbus A321 operando o voo transportava 226 passageiros e sete tripulantes. 

O voo sofreu uma colisão com um pássaro após decolar de Zhukovsky e caiu em um milharal, 5 quilômetros (3,1 mi) depois do aeroporto. Todos a bordo sobreviveram; 74 pessoas sofreram ferimentos, mas nenhum foi grave.

Aeronave



A aeronave era o Airbus A321-211, registrado nas Bermudas como VQ-BOZ, da Ural Airlines. Foi construído em 2003 para a MyTravel Airways (como G-OMYA), que decidiu não aceitá-lo; foi então transferido para a Cyprus Turkish Airlines como TC-KTD. Em seguida, operou para a AtlasGlobal como TC-ETR em 2010, e Solaris Airlines em 2011 como EI-ERU, antes de ser entregue à Ural Airlines em 2011 como VQ-BOZ.

Tripulação


O piloto em comando era Damir Yusupov, de 41 anos, que se formou na Escola de Aviação Civil Buguruslan, na Rússia, em 2013. Ele também se formou em Navegação Aérea pelo Instituto de Aviação Civil de Ulyanovsk, em Ulyanovsk, na Rússia. No momento do acidente, ele tinha mais de 3.000 horas de voo.

O copiloto era Georgy Murzin, de 23 anos, que também se formou na Escola de Voo Buguruslan de Aviação Civil, em 2017. Na época do acidente, ele tinha mais de 600 horas de voo. Havia cinco comissários de bordo a bordo.

O acidente


Logo após a decolagem da pista 12 do aeroporto Moscou-Zukhovski, ao subir a uma altitude de 750 pés em excelentes condições climáticas, o avião colidiu com um bando de pássaros (gaivotas). Um passageiro registrou a descida do avião em um milharal depois que um bando de gaivotas atingiu os dois motores CFM56-5. 

A primeira colisão com um pássaro causou uma perda completa de potência no motor esquerdo. Uma segunda colisão com um pássaro fez com que o motor certo produzisse empuxo insuficiente para manter o voo.

Os pilotos optaram por fazer um pouso de emergência em um milharal além do final da pista do aeroporto e decidiram desligar os dois motores pouco antes do toque. A aeronave fez um pouso forçado no milharal a 5,2 km do Aeroporto Internacional de Zhukovsky. O piloto optou por não baixar o trem de pouso para derrapar com mais eficácia sobre o milho.

Acima: Filmagem durante o pouso

Todos a bordo do voo sobreviveram. Houve relatos divergentes sobre o número de ferimentos sofridos, já que os critérios para contar uma pessoa como "ferida" não são excessivamente rígidos. 

Segundo relatos, 55 pessoas receberam atendimento médico no local. 29 pessoas foram levadas ao hospital, das quais 23 ficaram feridas. Seis pessoas foram relatadas como pacientes internados. O número de feridos foi finalmente fixado em 74, nenhum dos quais ficou gravemente ferido. Todos os passageiros receberam ₽ 100.000 (US$ 1.545) como compensação por acidente.

Proliferação de aves ao redor do aeroporto


A proliferação de pássaros perto de Moscou-Zhukovsky é atribuída a depósitos de lixo ilegais. As medidas de controle de aves implantadas são sobrecarregadas e insuficientes.


Em 2012, a gestão de um dos aterros foi processada no tribunal distrital de Zhukovsky, alegando que "as instalações de triagem atraem um grande número de aves devido ao conteúdo significativo de refugo comestível, e com o local localizado à distância de 2 km da pista do aeroporto, isso pode levar a colisões entre pássaros e aeronaves, ameaçando a vida humana e membros". 

O tribunal não encontrou fundamentos suficientes para decidir a favor dos reclamantes e suas demandas para proibir os réus de separar ou armazenar o lixo doméstico no local especificado.


Um controlador de tráfego aéreo Zhukovsky declarou: "Emitimos avisos para todas as aeronaves que partem. Os pássaros vêm sentar na pista ⁠— tem o rio e o lixão próximo, então eles estão sempre aqui."


A partir de 2019, o local não está mais separando ou armazenando lixo doméstico, em vez de compactá-lo e enviá-lo posteriormente para descarte; as operações, no entanto, são realizadas ao ar livre. 

Em setembro de 2019, a Rosaviatsiya propôs trabalhar com as autoridades policiais para verificar a legalidade dos depósitos de lixo perto dos aeroportos e também examinará a frequência das inspeções programadas e não programadas dos aeroportos quanto à presença de pássaros.


Reações


Pouco depois do acidente, a Ural Airlines divulgou um comunicado no Twitter: "O voo U6178 Zhukovsky-Simferopol, na partida de Zhukovsky, sofreu vários ataques de pássaros aos motores da aeronave. A aeronave fez um pouso de emergência. Não houve ferimentos aos passageiros e tripulantes "  A companhia aérea elogiou o profissionalismo dos pilotos.

Nas redes sociais, comparações imediatas foram feitas entre o acidente e o incidente "Milagre no Hudson" envolvendo o voo 1549 da US Airways .

O piloto em comando, Damir Yusupov, e o primeiro oficial, Georgy Murzin, foram agraciados com o título honorário de Herói da Federação Russa; os outros cinco membros da tripulação foram condecorados com a Ordem da Coragem.

Damir Yusupov (à esquerda) e Georgy Murzin (à direita) na cerimônia de
premiação no Kremlin, 21 de novembro de 2019
Enquanto era elogiada na Rússia, a tripulação da aeronave foi incluída na lista negra da ONG ucraniana Myrotvorets ("Peacemaker"), que os acusou de "intencionalmente e em várias ocasiões fazer travessias ilegais da fronteira do estado da Ucrânia".

O autor do primeiro filme de desastre russo "Air Crew", Alexander Mitta, anunciou planos de fazer um filme baseado nos eventos do voo 178.

Investigação



O Comitê de Aviação Interestadual (МАК) abriu uma investigação sobre o acidente. A investigação está sendo auxiliada pela Rosaviatsiya, a Agência Britânica de Investigação de Acidentes Aéreos, e o Bureau d'Enquêtes et d'Analyses da França para a Sécurité de l'Aviation Civile. O gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo foram recuperados com sucesso e seus dados baixados. 

Consequências


A aeronave foi danificada irremediavelmente no acidente e a companhia aérea anunciou que seria cortada in situ (no local) para ser sucateada, em uma operação ocorrida a partir de 23 de agosto de 2019.


Este acidente representou a sexta perda do casco de um Airbus A321.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 15 de agosto de 1976: Acidente no voo SAETA 232 - Os destroços só foram encontrados 26 anos depois no Equador


Em 15 de agosto de 1976, o Vickers 785D Viscount, prefixo HC-ARS, da SAETA (Sociedad Anónima Ecuatoriana de Transportes Aéreos S.A.) (foto acima), partiu do Aeroporto Quito-Mariscal Sucre às 8h06, para realizar o voo 232, em direção a Cuenca, ambas localidades do Equador. Alguns relatos apontam esse como sendo o voo 011 da SAETA. A aeronave transportava 55 passageiros e quatro tripulantes.

Às 08h27, durante o cruzeiro a 18.000 pés, a tripulação relatou estar sobre Ambato. Esse foi o último contato. Como o avião não conseguiu chegar ao destino, as operações SAR foram iniciadas, sem encontrar vestígios dos 55 passageiros e 4 membros da tripulação.

Um acidente no meio da rota do vulcão Chimborazo foi considerado o mais provável, embora alguns especulassem um sequestro por parte de guerrilheiros.


O último contato do piloto com a torre de controle informava que ele estava sobrevoando a cidade de Ambato , mas a estação logo em seguida perdeu toda a comunicação com o avião. Com o impacto, a embarcação ficou escondida em meio à geleira nevada de Chimborazo. 

O local do impacto foi declarado cemitério, e os restos mortais não foram recuperados. Os restos mortais dos aviões ficaram perdidos por 26 anos, o que gerou muita especulação sobre o desaparecimento do avião e de seus tripulantes, bem como alguma controvérsia quando foram encontrados novamente.

Túmulos de pessoas que morreram em Chimborazo
Depois de intensas e infrutíferas buscas pelos restos da aeronave tanto no ar como em terra na área da rota para Cuenca e outros lugares como a área de Ozogoche, ao sul da província de Chimborazo, na costa equatoriana e no leste equatoriano, nem o avião nem seus ocupantes foram encontrados. Familiares das vítimas buscaram explicações sobrenaturais e pediram ajuda de médiuns; alguns até sugeriram a teoria da abdução alienígena. A busca foi encerrada sem encontrar um único traço.

Em outubro de 2002, 26 anos após o acidente, os montanhistas Pablo Chíquiza e Flavio Armas escalaram uma face quase inexplorada da montanha nevada. No segundo dia de busca, eles encontraram os restos do avião a 5.550 metros. Impressionados com tal descoberta, eles colheram amostras das latas e jornais que, apesar dos últimos 26 anos, ainda eram legíveis. Eles continuaram subindo a montanha, mas depois de subir vários metros adicionais, decidiram dar meia-volta para pernoitar com os restos mortais. No terceiro dia, eles desceram a montanha.

Os alpinistas encontraram os destroços do voo 232 perto do vulcão Chimborazo
Meses depois, em 14 de fevereiro de 2003, a ampla notícia da descoberta do avião pelo montanhista Miguel Cazar, que foi entrevistado pela Teleamazonas, revelou que eles haviam visto restos de metal e humanos na geleira García Moreno do vulcão Chimborazo. Os montanhistas e descobridores Chíquiza e Armas, acompanhados por soldados da "Nona Brigada de Forças Especiais" do Equador (em espanhol: Brigada de Fuerzas Especiales N°9 Patria), chegaram ao vulcão para marcar o local exato onde encontraram os restos do avião. .

Depois de lerem os jornais da época e confirmarem com um documento da Direcção Geral de Aviação Civil (DAC) obtido pelo reformado Major Galo Arrieta, concluíram que o avião ainda não tinha sido encontrado. Arrieta estabeleceu contato com Pablo Chíquiza durante os dois dias de descoberta e prometeu ajudá-los na investigação, bem como na posterior transmissão da descoberta, desde que o primeiro a saber da notícia fosse o então eleito presidente Lucio Gutiérrez.


Assim, em 23 de dezembro do mesmo ano, Chíquiza e Armas aventuraram-se de volta ao Chimborazo, desta vez especificamente em busca de evidências como artefatos pessoais ou identificadores de aeronaves que pudessem verificar a suposta identidade do voo. A critério dos alpinistas, a busca por restos humanos foi trabalhosa. No entanto, apesar da neve que cobria a área do acidente, conseguiram encontrar o documento de identificação de um dos passageiros. Com o referido documento, eles acreditaram que sua busca era suficiente e desceram a montanha.

Depois de entregar o documento e outras evidências do avião para Arrieta, a espera pelo comunicado à imprensa foi maior do que o esperado. Segundo os alpinistas, Arrieta "arrastou os pés no assunto" até que finalmente, depois de pressionar o coronel e não conseguir uma entrevista com Lucio Gutiérrez como havia sido prometido, conseguiram uma entrevista com o ministro da Defesa, Nelson Herrera, que imediatamente ordenou que uma expedição militar fosse enviada ao local da descoberta e para divulgar a notícia.


Devido à demora na divulgação das notícias sobre a descoberta, uma série de investigações foi iniciada sob a autoridade do Congresso Nacional, da polícia e do governo. Segundo Bernardo Abad, jornalista da Teleamazonas, eles pediram milhares de dólares pelo vídeo que Rodrigo Donoso entregou ao canal e sua posterior transmissão. Segundo alguns fotógrafos, ele também queria vender fotos por 100 dólares.

Por seu lado, Chíquiza e Armas apresentaram outro vídeo no Canal Uno horas antes da Teleamazonas para refutar que Donoso e sua equipe eram os cabeças da descoberta. Chíquiza, Armas, Donoso, entre outros, depuseram no Congresso, apresentando suas versões também ao Ministério Público. Por seu lado, Arrieta admitiu que sabia da descoberta, mas, segundo ele, "tinha que fazer com que o presidente (Lucio Gutiérrez) fosse o primeiro a descobrir e por isso não poderia compartilhar a notícia com outros pessoas."

As famílias, apesar da dor e indignação de todos esses fatos, finalmente souberam com quase certeza o que aconteceu com o avião e onde estavam seus entes queridos. Mais tarde, por sugestão dos militares e dos alpinistas Chíquiza e Armas, o local onde encontraram os restos mortais foi declarado campo sagrado devido à dificuldade de recuperação de todos os corpos.


A especulação em torno da existência do gravador de dados de voo (FDR) e do gravador de voz da cabine (CVR), coloquialmente conhecidos como "caixas pretas" (mas na verdade de cor laranja) seguiram a descoberta dos restos do avião, pois não há certeza quanto se o avião carregava ambos ou qualquer um dos dispositivos. 

Nesta linha, o DAC afirmou que não havia caixas-pretas a bordo da aeronave; no entanto, Patricio Mosquera, um ex-piloto do SAETA Visconde que voou HC-ARS um dia antes de seu acidente e mais tarde liderou a busca do próprio SAETA pelo avião, declarou que carregava pelo menos (possivelmente) o FDR, que ele alegou ter sido mandatado pelo DAC em 1976. No entanto, Mosquera não tinha certeza se o Visconde carregava o CVR, alegando que já havia decorrido muito tempo e não se lembrava dele.

Os restos do voo Saeta 232 foram encontrados após 26 anos
Ainda assim, a opinião de que pelo menos um dos dois dispositivos estava a bordo foi repetida por Carlos Serrano, ex-vice-presidente da SAETA, que afirmou que quando o HC-ARS e seu gêmeo HC-AVP foram comprados da Alitalia no início dos anos 1970, eles carregavam os dois dispositivos. Em uma reviravolta trágica, o HC-AVP também caiu em terreno elevado voando na mesma rota Quito-Cuenca (como o voo 011) em 23 de abril de 1979, mas seus destroços só foram encontrados 5 anos depois na selva amazônica província de Pastaza, 25 milhas fora de curso de seu caminho original e matando os cinco tripulantes e 52 passageiros.

No final, o acordo das famílias das vítimas em declarar o local do acidente do voo 232 um campo sagrado significou que, além de encerrar a busca por restos humanos e destroços da aeronave, o DAC não realizou nenhuma investigação oficial da tragédia e que nem a organização nem o A Procuradoria de Riobamba iria procurá-lo. Consequentemente, a causa do acidente não é conhecida.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro